Palavras de amor escrita por BruPotter
POV Mônica
Eu estava em casa ouvindo música e escrevendo em meu caderno até que meu celular toca, o pego e atendo.
— Alô
—E ai mô
—Oi Cascão, o que você quer?
— Pode fazer um favor pro seu melhor amigo
—Depende, quanto você vai me dar?
—Sério, magoei...pensei que fossemos amigos...
—To brincando bobalhão, qual o favor?
—Me pegou, mas voltando ao favor...será que você poderia ir até a confeitaria “Sonho Meu” e pegar o bolo de aniversário do meu tio?
— Claro, não to fazendo nada mesmo
— Valeu, você é uma amigona!
—De nada, mas posso perguntar uma coisa?
— Claro
—Por que você não busca?
—Eu iria, mas...
— Mas...
— Eu to de castigo...
—Deixa eu adivinhar...andou de skate e sujou a cozinha?. Ou tava praticando com a bola e quebrou mais um vaso dentro de casa?.
— Segunda opção...
— Você tem que parar com isso, mas já vou indo pegar o bolo
— Valeu, te adoro Mô!
— Tchau
Desligo meu celular, tiro meu pijama, coloco uma roupa fresca e saio do meu quarto.
— Pai, vou lá na confeitaria pegar uma coisa pro meu amigo!- Eu gritei, enquanto descia as escadas.
— Tá legal filha! Tome cuidado- Ele gritou de volta.
— Pode deixar!- Gritei de novo e sai de casa.
Depois de alguns minutos caminhando finalmente chego na padaria mas antes de abrir a porta o meu celular toca, acho que já sei quem é...
— Oi Cascão
— Como sabia que era eu?
—Palpite
— Ok, mas você já ta na confeitaria?
—To sim
—Ótimo, por favor tenha muito cuidado! É importante!
As vezes o Cascão é muito exagerado. Entro na confeitaria, mas sem desligar o celular.
— Pode deixar Cas, eu vou pegar o bolo pro aniversário do seu tio, fica tranquilo.
Antes dele responder resolvo desligar meu celular, nossa...essa confeitaria é muito bonita, já ouvi falar dela mas nunca entrei pra ver como é.
Mas o que o estranho é que não tem ninguém aqui pra atender, será que esqueceram a placa virada.
— Tem alguém ai?- Perguntei, enquanto olhava o lugar.- eu vim buscar um pedido do meu amigo...
Acho que não deve ter ninguém, vou voltar em outra hora...
— Em que posso ajudar?- O cara perguntou, e depois tossiu um pouco de farinha. Me deu uma vontade de rir, mas me contive.- desculpa...
— Parece que interrompi um trabalho sujo- Eu brinquei. Acho que eu peguei um pouco da mania do Cascão de fazer trocadilhos ruins...
— Mônica Sousa...
Agora que não entendi, por que ele falou o meu nome como se estivesse surpreso?.
— Sim, o senhor sabe o meu nome?- Concordei e depois perguntei. As vezes eu sou desconfiada...
— Não...quer dizer...sim...- Ele se atrapalhou, agora me deu outra vontade de rir um pouquinho.- é que eu estudo na sua sala...
Olho pra cara dele e tento reconhecer, mesmo com o rosto coberto de farinha...
— Ah, agora lembrei, você é o cara mais esperto da minha sala- Eu disse.
— S...sim...sou Cebola, prazer- Ele se apresentou, e estendeu a sua mão.
— Sou Mônica- Eu disse apertando sua mão.- ok que você já disse, mas educação nunca é demais.
— É...
— Você é tímido, né?- Perguntei. Além de um pouco desconfiada eu também sou curiosa.
— Um pouquinho...- Ele disse.
— Tudo bem, mas como eu disse antes, eu vim pegar um pedido do meu amigo- Voltei ao assunto principal.
— Ah, claro, me desculpe...
— Não precisa se desculpar, eu que puxei o assunto- Eu disse, e ele assentiu.
— Qual o bolo mesmo?- Ele perguntou.
— Um bolo floresta negra- Eu disse, e ele foi até uma porta e depois saiu com um pacote.
— Aqui está o seu bolo- Ele me deu o bolo.
— Obrigada- Eu agradeci, mas antes de ir embora me lembro de uma coisa.- ei!
— Que foi?- Ele perguntou
— A gente não é dupla pro trabalho de geografia, né?- Eu perguntei, e ele assentiu e depois ficou com uma cara séria.- por que mudou a cara?.
— Por que você me lembrou disso- Ele disse.- eu tinha me esquecido.
— O que você quis dizer?- Eu perguntei, ele ficou sério só por que o lembrei do trabalho.
— Que a senhorita mimada só lembrou do trabalho pra me dizer pra eu começar e você apresentar- Ele disse, irritado.- eu não vou fazer esse trabalho sozinho, tá legal.
Ele acha mesmo que eu sou assim, pensei que ele fosse legal...
— O senhor acha mesmo que eu vou fazer isso?- Perguntei, irritada também.
— Acho- Ele respondeu. Que cara de pau...
— Olha aqui Cebola, só por que eu sou popular você acha que vou te deixar fazer esse trabalho sozinho- Eu disse, zangada. E abri minha bolsa e tirei uma folha de dentro dela.- pois saiba que hoje na escola eu fiquei te procurando por que a “senhorita mimada” aqui pesquisou na internet uns países da Europa que gostei e escrevi nesse papel pra te dar e ver se você também gostava!.
Coloquei o papel encima do balcão e o olhei irritada.
— Eu pensei...- Ele ia falar mas o interrompi.
— Que eu não ia mexer um músculo pra te ajudar, então pensou errado!- Eu disse, e ajeitei minha bolsa.- e se o gênio quiser, a gente nem precisa fazer junto, cada um faz a sua parte e na escola nos encontramos e juntamos tudo.
— Eu...- Ele ia falar de novo mas o interrompo outra vez.
— Resolvido?- Perguntei, mas nem queria saber a resposta.- ótimo, vê qual país você gostou e depois me fala pra eu começar fazer a minha parte.
Sinto uma lágrima no meu olho, não Mônica...nada de chorar, você é forte. Depois de terminada nossa “conversa” pego o bolo do Cascão, me viro e vou até a porta.
— E outra coisa- Eu disse, sem me virar para ele.
— O que?- Ele perguntou.
— Se você acha que todo popular é igual está enganado, alguns são legais e não querem magoar os outros. Eu sou um desses casos...- Eu falei, chateada e depois saio da confeitaria.
Fala sério, e eu achando que ele era legal, mas me enganei é só mais um que acha que sou a filha do papai e mimada. Se as pessoas me conhecessem de verdade...veriam que sou igual a elas...
Depois de uma boa caminhada finalmente chego na casa de Cascão. Bato na porta e segundos depois o mesmo me recebe.
— E a salvadora chegou!- Cascão comemorou. O cascão nunca vai mudar, e é isso que eu gosto, ele é único.
— Aqui o bolo, seu bobo- Eu disse, e entrego o bolo a ele que da um sorriso.- me agradeça depois.
— Ou posso te agradecer agora- Ele disse
— Como assim?- Eu disse, confusa. Aonde ele quer chegar.
— Quer ser minha convidada pro aniversário do meu tio hoje?- Ele disse, alegre.
— Não sei...
— Aceita vai, pelo seu melhor amigo- Ele disse, com o olhar de cachorro que caiu da mudança.
— Ok, mas vou ter que perguntar pro meu pai primeiro- Eu disse.
— Tudo bem, a gente se vê- Ele disse, depois fechou a porta.
Saio da casa de meu amigo e depois vou pra minha, sorte que nossas casas são perto.
...Em casa...
Abro a porta de casa e quando ia procurar meu pai eu o vejo sentado no sofá da sala.
— Onde estava?- Ele perguntou. Como ele sabia que era eu?.
— Na confeitaria “sonho meu”- Eu disse, sem entender.- eu falei que ia lá.
— Ah, desculpe filha, é que eu estou com um monte de documentos que minha cabeça esta lotada- Ele disse, arrumando uns papéis.
— Tudo bem papai, é só cansaço- Eu disse, enquanto me sentada na perna do sofá.
— O que você quer mocinha?- Ele perguntou.
— Como assim?- Eu perguntei.- não posso ficar preocupada com meu próprio pai?.
— Pode, mas eu te conheço e vai pedir alguma coisa- Ele disse, ainda com os olhos fixos nos papéis.
— Tá, me pegou- Eu disse, colocando as mãos em sinal de rendição.- queria pedir se posso ir pra um lugar.
— Qual lugar?- Ele perguntou.
— Posso ir pra casa do Cascão pro aniversário do tio dele- Eu disse rápido.
— Só isso
— Sim, só isso- Eu disse. Achei que ele ia dizer não.
— Então nesse caso pode...- Ele ia falar mas alguém o interrompe.
— Acho que não deveria fazer isso, querido- A cobra, ou devo dizer, Suzana disse enquanto descia as escadas.
Ou ela é uma vidente ou estava escutando escondida. Acredito mais na segundo opção, pois videntes não existem.
— O que quer dizer, amor?- Meu pai perguntou. Ah não, ela vai jogar o veneno...
— Que a Mônica devia ficar em casa- Ela disse, se sentando ao lado dele.- esses amigos dela são uma má influência
— Você que é a má influência por aqui...- Sussurrei pra mim mesma. Espero que eles não tenham ouvido.
— É, você tem um ponto- Ele concordou.
— Pai, a gente está falando do Cascão, ele é o meu melhor amigo e super bacana, ele não faria mal a uma mosca- Eu argumentei.
— Sim, o Cascão sempre foi muito legal e nunca foi uma má influência Suzana- Meu pai disse. Ponto pra mim, toma essa sua vaca.
— Sim, pode até ser, mas e se ela estiver mentindo querido- Suzana falou. Ah não, ela não disse isso mesmo, tá certo isso produção? Ou eu que estou surda?.
— Mentindo?
— Sim
— Pai, eu nunca mentiria pro senhor- Eu disse
— E aquela vez quando você foi na casa da Carmem?- Ela citou. Isso já é sacanagem...
Ah se vocês estiverem perguntando o que aconteceu na casa da Carmem. Foi a uns meses atrás, ela me mandou uma mensagem dizendo que ia fazer uma festa do pijama simples, só eu, ela, Amanda e Penha. Eu pensei em recusar mas ela ficou insistindo tanto que aceitei.
Eu disse pro meu pai e ele deixou, mas quando eu cheguei na casa dela o que era pra ser uma “festa do pijama simples” era na verdade uma social com música a todo volume, comida e bebidas alcoólicas.
Eu ia embora, pois detesto mentiras, mas elas pediram pra ficar, então não resistir e meu lado...digamos “festeiro” assumiu e fiquei. Não bebi, já disse que nunca vou beber, mas a festa foi até as cinco e meia da manhã. E quando cheguei em casa o meu pai ficou bem irritado.
— É, tem razão Suzana- Ele concordou.- você não vai a essa “festa de aniversário”.
— Mas pai...- Eu ia argumentar mas ele me interrompeu.
— Sem “mas”- Ele disse, sério.- você não vai e ponto final.
— Vai acreditar nessa mulher do que em mim- Eu disse, tentando não me irritar.
— Mônica, eu só quero o seu bem- Ela falou. Querer meu bem, ela quer é me ver em outro país isso sim.
— Olha aqui sua cobra, não fale comigo como se fosse minha mãe- Eu disse, já irritada. Essa mulher me tira do sério...
— Chega Mônica!- Meu pai gritou.- quando vai aceitar a Suzana nessa família?
— Só vou aceitar ela na família no dia trinta de fevereiro!- Eu disse, e voltei meu olhar para ela.- pera, trinta de fevereiro não existe, então nunca aceitarei.
— Eu só quero ser sua amiga- Ela disse.- sei que o fato da sua mãe ter saído de casa dói mas...
— Eu já disse pra não falar o nome dela!- Me zanguei.
— Mas...
— Para com isso mocinha!- Meu pai disse, pegando em minha mão e me fazendo olhar pra ele.- você tem que aprender que...a Luísa foi embora. E...e não vai voltar!
— Eu não vou ser amiga dela! E eu já disse que ninguém substituirá a minha mãe- Eu disse, depois sinto uma ardência em minha bochecha. Isso mesmo...meu pai acabara de me bater...
— Mônica...eu...
— Fica longe de mim!- Eu disse, me soltando dele e indo em direção as escadas.
Subo as escadas o mais rápido que posso e entro em meu quarto, mas quando ia fechar a porta vejo o meu irmão.
— Mônica...o que houve lá embaixo?- Ele perguntou, com uma voz inocente.- e por que você ta chorando?.
— Sai do meu quarto Matheus...- Eu disse
— Mas eu quero saber o que houve- Ele disse, chateado- e te ajudar a parar de chorar...
— Eu disse pra sair do meu quarto, pestinha!- Eu gritei e o empurrei pra fora.
Tranco a porta, deito em minha cama e choro. Não queria ter gritado com o Matheus...eu sei que ele é só uma criança, mas dessa vez não consegui me controlar...a Suzana sabe atuar muito bem entretanto da pra ver nos olhos dela o que ela verdadeiramente sente.
Pego meu celular e mando uma mensagem para Cascão, dizendo que não vou poder ir ao aniversário.
Pego meu álbum pra ver minhas antigas fotos em família. Minha família de verdade: eu, meu pai, Matheus e minha mãe.
Depois de ver algumas fotos sinto meu celular vibrar e vejo que era um pedido de ligação no face-time de Cascão. Aceito e vejo a cara dele.
— Oi cas...- Eu disse, e dou um sorrisinho
— Oi, recebi sua mensagem- Ele falou, um pouco chateado.- uma pena que você não pode vir. Minha família gosta de você.
— E eu gosto deles também
— Por que esta com os olhos inchados?- Cascão perguntou.- você andou chorando?
— Como foi o aniversário?- Eu mudei de assunto.
— Foi legal, bolo, parabéns, o mesmo de sempre- Ele disse. Legal, evitei o assunto.- mas isso não interessa.
É...não evitei...
— Me responde mô- Ele insistiu- você andou chorando?.
Acho que vou ter que contar pra ele de qualquer jeito...
— Sim, eu andei chorando- Eu confirmei.
— Quem foi o babaca?- Ele perguntou, furioso- foi o Toni, né?. Se for ele eu juro que vou...
— Não foi ele- Eu o acalmei. O Cascão não aceita muito o meu namoro com o Toni.
— Então o que foi?- Ele perguntou, mais calmo.
— O que aconteceu foi...
Conto tudo o que havia acontecido para Cascão.
— Que coisa- Ele disse.- eu sei que você se desentendo com o seu velho por causa da Suzana mas ele nunca te bateu, desde que eu te conheci.
— Não doeu mas fiquei chocada por ele ter feito isso- Eu disse.
— Mas acho que você também não ajuda, tenta pelo menos não brigar com a Suzana.
— Mas aquela mulher me da nos nervos.
— Eu sei, mas você quer que seu pai seja feliz, né?- Ele perguntou.
— Quero...- Eu falei a verdade, iria ser muito egoísmo dizer pra ele terminar com ela...
— Então, faça pelo seu pai, você consegue- Ele falou.
— Valeu Cas, nunca soube desse seu lado conselheiro.- Eu brinquei.
— Nem eu, mas pela minha melhor amiga eu tento- Ele disse, e dou um sorriso para ela.
— Valeu, mas posso te falar uma coisa antes de desligar?
— Claro
— Pode ser loucura da minha cabeça, mas...
— Mas...
— Eu acho que ainda há uma esperança de meu pai e minha mãe voltarem- Eu disse, sonhadoramente.
— Como?- Ele perguntou.
— Bom antes dessa discussão...eu tive outra a uns dias atrás e quando eu citei o nome da minha mãe, nessa e na outra, eu vi nos olhos do meu pai uma coisa.
— E que coisa seria?
— Tristeza, quer dizer, que lá no fundo do coração ele ainda ama a minha mãe- Eu disse.
— É bonito o que você disse, mas você nem sabe onde sua mãe está- Ele falou, me jogando na cara a realidade.
— É, acho que eu falei besteira- Eu disse, chateada.
— Sonhar não custa nada- Ele falou.- e as vezes alguns sonhos se tornam realidade. Um exemplo é aquela nossa banda que a gente curte.
— Paranormal?
— Acertou, se eles realizaram o sonho você também pode- Ele falou.
— Tem razão, obrigada por esse papo- Eu o agradeci.- tchau
— Tchau, nos vemos na escola amanhã
Saio do face-time, desligo meu celular, coloco um pijama e vou dormir.
...Dia seguinte...
Ouço o despertador, aperto para desliga-lo depois me levanto de minha cama. Vou pro banheiro, faço minhas higienes pessoais, fui pro armário e visto minha roupa.
Mas ao invés de ir pra cozinha tomar café vou pra sala pego minha bolsa e saio de casa sem me despedir de meu pai e meu irmão. Ainda to triste por que ele me bateu e não sei como o Matheus vai reagir depois que eu o expulsei do meu quarto.
...Colégio...
Entro no meu colégio e rapidamente avisto Cascão.
— Oi, pronto pra mais um dia de aula?- Pergunto
— Claro- Ele respondeu- quer uma maçã?
— Quero sim, sai de casa sem tomar café- Eu disse, pegando a maçã e dando uma mordida.
— Por causa de ontem, né?- Ele perguntou, o que me fez ficar chateada.- nem precisa responder, sua cara chateada já diz tudo.
— Não vamos tocar nesse assunto, ok
— Ok
— Ah, cas...- Eu o chamei, pois ele já estava um pouco longe.
— Fala- Ele parou de andar e fico ao seu lado.
— Você pode copiar a matéria de matemática pra mim?- Perguntei.
— Claro, mas pra onde vai?
— Vou conversar com uma pessoa sobre um assunto muito importante- Eu disse, não quero que ele saiba.
— Tá legal, mas vê se chega pelo menos no segundo tempo, o Renato as vezes é bravo- Ele disse.
— Eu sei- Fui tudo que eu disse.
Cascão vai pra sala então tomo outro rumo, subo a escada e vejo a sala dos professores. Respiro fundo e entro na sala.
— Professor pedro?- O chamei, na esperança que ele esteja.
— Sim- Ele respondeu, ainda bem.- Mônica? O que está fazendo aqui?. Não devia estar na aula.
— Devia, mas vim falar com o senhor uma coisa- Eu disse, me sentando na cadeira em frente a ele.
— E o que seria?- Ele perguntou.
— Será que eu posso trocar de dupla pro seu trabalho- Eu perguntei.
— Desculpa, mas a resposta é igual a que dei pro senhor Menezes, não pode trocar- Ele respondeu.
— Tinha medo que o senhor falasse isso- Eu sussurrei, mas acho que ele ouviu.
— Por que não quer fazer com ele?
— A gente se desentendeu- Eu disse.
— Entendo
— Por que me colocou com ele?- Perguntei.
— Olha, pra ser sincero eu poderia ter colocado os dois pra fazerem o trabalho sozinhos, pois as suas notas...- Ele ia falar mas o interrompo.
— Não fale sobre as minhas notas- Eu pedi
— Por que fala isso?. As suas notas são...
— Eu sei sobre minhas notas, mas prefiro não comentar- Eu disse.
— Tudo bem, mas a questão é...coloquei os dois juntos pois achei que formariam uma ótima dupla- Ele explicou.
— Entendi professor- Eu disse, depois me levanto e vou até a porta.
— Mônica- O professor Pedro me chamou.
— Sim- respondi e me virei para ele.
— Você sabe que não precisa ocultar as suas notas, você devia é ter orgulho- Ele disse.
— É, mas deixa isso quieto- Eu disse.- obrigada pela conversa.
— De nada- Ele disse, depois me deu um sorriso.- agora vai pra sala, sua esquisita.
Dou uma risadinha e digo- pode deixar, Pedrinho.
Saio da sala dos professores, desço as escadas e entro na minha sala, e vou pra minha carteira. O professor viu, mas o Renato é o único que não me da sermão, acho que ele já se acostumou ou se cansou.
— Como foi a conversa com a pessoa?- Cascão sussurrou para mim.
— Interessante...
Depois de algumas aulas finamente fomos liberados para o intervalo, mas o estranho é que algumas pessoas estavam rindo e cochichando.
— Por que algumas pessoas estão cochichando?- Eu perguntei para Cascão.
— Ah, você não viu...
— Não vi o que?
— Foi ontem-
— Ontem o que!- Eu disse, irritada. O cascão sabe que sou curiosa e impaciente.
— Lembra que no intervalo você foi no banheiro com a Amanda pois ela abriu o sacolé de manga pelo lado errado- Ele disse
— Sim, a roupa dela tava um pouco suja e dai?- Eu disse.
— Bom, quando você saiu o seu namorado...
— Por favor não diz o que eu to pensando.
— Sim, ele ficou batendo numa pessoa.
— Ah! Ele sabe que eu detesto isso!- Eu disse, com raiva.- quem foi a vítima?
— Se eu não me engano foi o seu parceiro do trabalho- Ele disse.
Sério, tinha que ser justo ele...não Mônica, o Cebola pode ter falado aquelas coisas mas ele foi vítima do Toni...
— Cadê o Toni?- Perguntei
— Deve ta no campo jogando com o Titi e o Jeremias- Ele deduziu.
— Ótimo- Eu disse e sai de perto de cascão.
E assim vou o mais rápido que posso até o campo. Chegando lá vejo Toni e os outros meninos jogando.
— Toni!!- Eu gritei, tava com muita raiva.
Parece que ele me ouviu, tá...até a china
ouviria o meu grito...
— Oi Mônica- Ele me cumprimentou e quando ia me beijar coloco a mão na sua cara.- que foi?
— Precisamos conversar- Eu disse, fria.
— Pode ser daqui a pouco, eu to quase ganhando- Ele disse.
— Não, vamos conversar agora- Eu disse, e o levei até um corredor vazio.
— Eita, pra que me puxar com essa força?- Ele perguntou.
— Por que?- Eu simplesmente disse.
— Por que o que?
— Por que você agrediu aquele garoto ontem!- Joguei tudo de uma vez. E ele levou um susto.
— Eu não agredi ninguém...
— Mentira! O cascão me contou tudo!!
— Cascão...eu vou...
— Você não vai nada- O impedi de falar antes de ouvir mais besteira.
— Como assim?- Ele perguntou.
— Por que eu estou cansada! Cansada de você fazer bullyng com todos as pessoas que você considera fracas!- Eu gritei.- e eu achando que poderia mudar, mas você não vê que está machucando as pessoas.
— O que isso quer dizer...
— Quer dizer...que se eu ver você fazendo bullyng ou agredindo outra pessoa deste colégio considere-se solteiro!- Dei um ultimato a ele e sai a procura de Cascão.
Espero que eu o encontre rápido pois preciso dele pra me contar o que aconteceu e talvez me contar uma piada.
Vejo uma silhuete masculina, ótimo achei ele. Quando ia até a silhueta sinto alguém segurar meu pulso.
— Olha aqui Toni, eu não quero falar contigo- Eu disse, irritada- pode ir embora.
— Não é o Toni-???
Pera...to reconhecendo a voz...
— Cebola?- Pergunto, posso ter reconhecido, mas não tinha a certeza.
— Sim...
— O que você quer?- Perguntei, tirando a mão dele de meu pulso.- pensei que não quisesse ficar perto de uma “patricinha”.
— Podemos conversa em particular?.- Ele perguntou.
— Vamos pra sala, o intervalo ainda não acabou e temos tempo- Eu disse.
— Então vamos...
Nós dois fomos para sala, me sento na mesa do professor e ele se senta ao meu lado.
— Fala logo o que você quer- Eu disse, séria.
— Queria pedir desculpas, pelo que eu disse sobre você, eu fui um babaca...
— E foi mesmo- Concordei.- eu fiquei magoada com tudo que disse.
— É que os únicos populares que eu vi foram...
— Deixa eu adivinhar, Toni e a penha.
— Sim...o Toni sempre me bateu e a Penha me esculachava...e eu tirei conclusões precipitadas...
— Continua, to ouvindo
— Resumindo...me desculpa por agir como um completo babaca- Ele disse, e me estende a sua mão.- amigos?.
— Não- Eu disse, cruzando os meus braços.
— Ah, eu entendo...
— Eu to brincando, aceito as desculpas- Eu disse, e aperto sua mão.- amigos...
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!