Palavras de amor escrita por BruPotter


Capítulo 21
Capítulo 21




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POV Mônica

...Semanas depois....

Finamente sexta, dia das bruxas e dia de festa! Ok que agora tem aula mas o legal é que podemos ir fantasiados se quisermos.

— Mônica é hora de...- Lauren me chamou até que eu a interrompo.

— Levantar?- Eu perguntei, enquanto acabava de arrumar a cama.

— Sim...uau você esta mesmo mudada- Ela disse, impressionada.- não precisei te acordar como da ultima vez e esta arrumando a cama. Estou orgulhosa.

— Sim, quero fazer tudo diferente de agora em diante.- Eu concordei.- e obrigada, agora vou me arrumar. O Cascão vai chegar daqui a pouco.

— Por que?- Ela perguntou.

— Ele vem me buscar pra irmos à escola- Eu expliquei, enquanto entrava no banheiro.

Fiz minha higiene matinal, saio do banheiro, vou para o armário e coloco minha fantasia.

— Como estou?- Eu perguntei para Lauren.

— Esta muito fofa- Ela me elogiou.

— Obrigada, mas não era a intenção- Eu agradeci, e depois sussurrei a última parte.

— De nada, agora vai descendo.

— Tem razão, tchau Lala- Eu me despedi dela.

Desço as escadas e vou até a cozinha e me sento ao lado de meu irmão.

— Bom dia- Os cumprimentei e comecei a comer meu cereal.

— Bom dia...- Meu pai me cumprimentou, um pouco confuso.- filha...

— Sim.

— Por que esta usando essa roupa?- Ele perguntou.

— Hoje vai ter a festa de dia das bruxas no colégio e essa é a minha fantasia.- Eu expliquei.

— Sim, você já me falou, mas por que esta usando antes?- Ele disse.

— A escola deixa a gente usar as fantasias no dia das bruxas antes da festa se quisermos, pensei que soubesse.- Eu falei.

— Sim, mas é que eu nunca te vi fazendo isso, filha- Ele falou.

— Esse ano eu decidi mudar- Eu disse, e depois me levantei.- vou indo, tchau papai e tchau Matt.

— Tchau princesa.

— Tchau moniquita, e eu não sou Matheus.- Ele disse.- eu sou o batman.

— Ok, tchau batman.- Eu me corrigi.

Saio da cozinha, vou para a sala mas quando ia abrir a porta ouço um latido.

— Ah, quase que me esqueço de você Xander- Eu me abaixei e acariciei sua cabeça.- tchau garoto!

Me levanto, abro a porta e vejo Cascão.

— Sério?

— Sério o que?- Ele não entendeu.

— De todas as fantasias do mundo você tinha que escolher essa?- Eu disse.

— Qual é, eu adorava Pokémon- Ele explicou.- e o Ash era meu personagem favorito.

— Sim, mas eu achei que ia de pirata.

— Ia, mas mudei de ideia e escolhi esta- Ele disse.

— Entendi.

— E você, do que está vestida?- Ele perguntou. Às vezes o Cascão é um pouco lerdo.

— Lembra daquele filme de terror que a gente viu, Arrabella?- Eu perguntei.

— Ah sim, a boneca que foi possuida por um demônio, podia virar humana e antes de matar as pessoas ela dizia “vem brincar comigo”- Ele lembrou.

— Sim, e eu sou ela- Eu falei e dei uma rodadinha no mesmo lugar.- e aí, estou assustadora?

— Não, na verdade está bem fofa- Ele disse, e depois pertou minha bochecha.

— Não é pra ser fofo, é pra ser assustador!- Eu reclamei.

— Foi mal mô, mas de assustadora você não tem nada.- Ele disse. É o que vamos ver...

— Não?- Eu perguntei.

— Não.

— Tá bem....

Então abaixo a cabeça, me fazendo de triste.

— Não fica assim mô, é legal ser fofa- Ele tentou me animar. Mas continuo de cabeça baixa.- levanta a cabeça, eu quero ver um sorriso nesse rosto.

Então o obedeço e levanto a cabeça mas fico o encarando.

— Por que esta me olhando?- Ele perguntou- tem alguma coisa no meu rosto?

Continuo sem falar nada e o encarando.

— Para com isso, esta ficando estranho- Ele me alertou, mas continuo com o olhar.- fala alguma coisa!!

Então pra zoar ainda mas inclino minha cabea para direita, dou um sorriso...um sorriso maligno e digo lentamente.

— Vem brincar comigo....

— Ahhh- Ele gritou e depois saiu correndo.

Depois disso não me contenho e começo a rir. Quem mandou me chamar de fofa, a fantasia é pra assustar.

— Volta aqui!!- Eu gritei e comecei a correr atrás dele.- vem brincar comigo!!

POV Cebola

Hoje é um dia bem especial, o dia das bruxas. Eu gosto desse dia pois posso fingir ser outra pessoa e todos da escola sabem que sou aquele nerd.

— No que esta pensando senhor Menezes?- Magali brincou.

— Em nada, senhorita Fernandes- Eu entrei na brincadeira.

— Sei, desembucha.

— Ok, é que eu gosto do dia das bruxas, pessoas se vestem e ficam irreconhecíveis e podem quebrar esse paradigma de popularidade.- Eu disse.- pena que resolvi vir sem fantasia, assim as pessoas não saberiam que sou aquele nerd invisível.

— Se passaram vários meses e você ainda continua com essa insegurança.- Ela disse.- todo mundo gosta de você.

— Algumas coisas não podem ser esquecidas facilmente.- Eu falei.

— Entendi, mas o que a gente esta esperando pra entrar?- Magali perguntou.

— A Mônica e o...- Quando ia falar mas sou interrompido por um grito.

— Me esconde!!

— Cascão, o que houve?- Eu perguntei.

— É, e por que esta gritando que nem um doido- Magali disse.

— Eu estou fugindo!- Ele se escondeu atrás de uma lixeira.

— De quem?- Ela perguntou.

— Da Mônica, ela foi possuída- Cascão sussurrou. E depois eu e Maga começamos a rir.- do que estão rindo?

— A gente esta rindo pois é difícil acreditar no que você diz- Eu disse, em meio ás risadas.

— Sim, como a Mô ia ficar possuída?- Ela perguntou, enquanto ria.

— Por causa da fantasia dela.- Ele explicou. E depois ouvimos outro grito.

— Cascão, vem brincar comigo!

— Eu não quero morrer!- Ele se levantou e recomeçou a correr.

— Por que esta fazendo isso?

— O Cas disse que eu não parecia assustadora na minha fantasia de Arabela então eu resolvi dar o troco me fingindo de possuída.- Ela explicou.

— Garota esperta- Magali a elogiou. E Mônica sorriu.- curti seu jeito de andar e falar.

— Verdade?

— Sim.

— É, parecia mesmo que era a Arabella.- Eu concordei.

— Obrigada- Ela agradeceu.

— Vamos entrar?

— Podem ir os dois, tenho que pegar um mestre Pokémon.- Ela disse enquanto se afastava.- a gente se vê daqui a pouco na sala! E na festa também!

— Tchau!- Eu e Magali nos despedimos.

— Mas e ai, vai mesmo na festa?- Ela me perguntou, enquanto entrávamos na sala.

— Não sei...- Eu me sentei na cadeira.

— Qual é, você precisa se divertir pelo menos uma vez- Ela me acompanhou.- até eu quero ir.

— Mas...

— E além do mais você é o presidente do grêmio- Ela me lembrou.- e o presidente tem que estar na festa que organizou.

— Tem razão- Eu concordei.- ok, eu vou.

— Eba!- Ela comemorou.

— E tem o negócio de que com a minha fantasia ninguém vai me reconhecer.- Eu tirei meus materiais da mochila.

— Eu pago pra ver.

— Quer apostar?- Eu perguntei.

— Quero.

— Ok, se ninguém me reconhecer na festa com a fantasia você vai me dar trinta pratas- Eu sugeri.

— Mas se reconhecerem quem vai me dar trinta pratas será você!- Magali estendeu a mão.- fechado?

— Fechado!- Eu apertei sua mão.

Os outros entram e vejo uma Mônica as gargalhadas e um Cascão de cara emburrada.

Os dois se sentam nas carteiras ao nosso lado e pergunto.

— Por que a senhorita esta dando risada e o senhor esta emburrado..

POV Mônica

Me afasto de Cebola e Magali e começo a procurar Cascão.

— Onde foi parar aquele pateta- Eu pensei.

Pera, lembrei de uma coisa que sempre funcionava quando a gente brincava de esconde-esconde.

— Eu juro pela luz do olho do dragão!

Sem resposta...

— Eu juro pela luz do olho do dragão!

Outra vez sem resposta.

— Eu juro pela luz do olho do dragão!

— Ser leal sincero e sem ambição!!

Achei, e pelo grito vem da sala em frente. A porta da sala e olho pelo lugar atrás da mesa de um professor.

— Te peguei...- Eu falei lentamente.- vem brincar comigo...

— Me protege meu senhor!- Ele disse, com medo- eu juro que fui uma boa pessoa. Sou lindo demais pra morrer...

Então não aguenei e comecei a dar muita risada e depois falo.

— Levanta Cas, a gente tem que ir pra aula.

— Mas e aquilo tudo!- Ele disse enquanto se levantava.

— Deixa de ser besta, eu não estava possuída coisa nenhuma- Eu falei enquanto saia da sala com ele.- estava te zoando.

— Então eu corri e gritei por nada- Ele disse enquanto estávamos no corredor.

— É.

— Que droga Mônica!

— Mas você devia ter visto a sua cara!- Eu disse e imitei a voz dele, quer dizer, tentei.-“me protege meu senhor! Eu juro que fui uma boa pessoa. Sou lindo demais pra morrer”

Entro na sala as gargalhadas e um Cascão emburrado ao meu lado e nos sentamos perto de Cebola e Magali.

— Por que a senhorita esta dando risada e o senhor esta emburrado- Cebola perguntou.

— Por que eu fui trolado pela minha melhor amiga!- Cascão explicou.

— Quem mandou falar que eu estava fofa- Eu olhei para ele.- a fantasia é pra assustar.

— Mas eu só disse a verdade- Ele disse, incrédulo.- essa fantasia não assusta ninguém.

— Eu te assustei.

— Eu sabia que era fingimento- Ele contrariou.

— Bu!- Dei um susto e o mesmo pula na cadeira.- vai falar que foi fingimento agora?

—...

— Se calou?

— Vai catar coquinho Mônica- Cascão virou a cara.

Ih...acho que peguei pesado...

— Me per...- Eu ia me desculpar mas a professora de inglês entra.

— Hello guys!

Depois de várias aulas o sinal toca e saímos da sala.

— Cas!!- Eu o chamei.

Mas parece que ele nem me ouviu. Corro mais rápido para alcançá-lo e seguro em seu braço.

— Que foi?- Ele perguntou.

— Podemos conversar...

— Ok.

Solto o seu braço e me encosto na parede.

— Eu queria pedir desculpas- Eu falei.- não pensei que ficaria sentido pela minha brincadeira.

— Mas fiquei- Ele também se apoiou na parede.- você zombou de mim e me chamou de covarde

— Não te chamei de covarde.

— Sua brincadeira diz o contrário- Ele disse.

— Não te acho um covarde- Eu falei.- só fiz aquilo por que você falou que minha fantasia era fofa ao invés de assustadora.

— Eu sí falei o que achei.

— Tudo bem, eu que devia ter deixado de lado e não ter feito aquilo.

— Tá tudo bem Mô.

— Mesmo?- Eu perguntei.

— Mesmo- Ele respondeu.- você se desculpou e é isso que importa.

— Estamos de bem?

— Claro- Ele me deu um abraço.- não consigo ficar emburrado com minha melhor amiga por muito tempo.

— Valeu.

Desfaço o abraço e vamos andando até o refeitório.

— Mas devo admitir que na hora da brincadeira você ficou realmente assustadora- Cascão falou.

— Bom saber.

Continuarmos nosso caminho e quando chegamos entramos e vamos até nossos amigos.

Ficamos conversando sobre várias coisas até o sinal tocar e voltamos para a sala.

Pov Cebola

Depois de assistimos outras auas finalmente fomos liberados.

— O que vai fazer?- Magali perguntou.

— Ir pra casa, tomar um banho, colocar minha fantasia e voltar pra cá- Eu respondi.

— Ainda acho que vão te reconhecer mesmo com a fantasia Ela falou.

— Veremos a noite minha cara- Eu falei.

— Por que não podemos r ver como está tudo agora?

— Por que eu quero ver a sua cara de impressionada hoje à noite- Eu falei.

— Ninguém viu como está o ginásio até agora?

— Só eu, a Aninha e as pessoas que arrumaram é que viram como ficou depois das ideias que tivemos- Eu respondi.

— Me dá só uma dica!

— Não, vai ter que esperar!- Eu disse e me afasto de Magali.

— Odeio quando você me deixa curiosa!!- A ouvi gritar.

Dei uma risada baixa e  saio da escola.

...Em casa...

Abro a porta, entro e vejo Maria sentada no sofá.

— Novidade ver você aqui na sala ao invés de ficar fazendo bagunça no seu quarto- Eu disse enquanto trancava a porta.

— Tava entediada no quarto e resolvi ver tevê aqui- Ela respondeu enquanto saia do sofá.- e estava te esperando pra gente ir pegar doces.

— E o papai?

— Coisas do trabalho.

— E a mamãe?

— Vai ficar na confeitaria mas disse que mais tarde estaria livre.- Ela falou.- mas quero ir agora pegar os doces.

— Não vou poder pegar doces contigo esse ano.

— Por que?- Ela perguntou, triste.

— Vou numa festa.

— Se quer arranjar uma desculpa inventa uma melhor- Ela virou a cara.- você não gosta de festas.

— E esta certa mas essa é diferente- Eu me abaixei.- é a festa de halloween da escola e como eu sou o novo presidente do grêmio é meu dever ir.

— Mas eu queri ir pegar doces contigo...como fazemos todo dia das bruxas...- Maria murmurou.

Coloco minha mão em seu queixo e levanto seu rosto delicadamente.

— Eu vou fazer um trato contigo...

— Que trato?

— Se eu achar que a festa esta chata eu venho o mais rápido que posso e nós vamos pegar quantos doces conseguirmos- Eu propus e levantei meu dedo mindinho.- feito?

Ela entrelaça o meu dedo com o dela e diz.- feito.

— Agora quero que minha palhacinha me de um grande sorriso pra acabar com a tristeza- Eu pedi.

Maria abre um sorriso.

— Esse aí- Eu disse enquanto me levantava.- vou pro meu quarto.

— Tudo bem.

Subo as escadas e entro no quarto.

Vou no banheiro, tomo um banho quente, saio e vou pro armário escolher um pijama. O coloco e fico lendo um livro até as sete horas.

— Hora de ir- Eu pensei.

Coloco minha fantasia, saio do quarto e desço as escadas. Quando chego na sala vejo minha mãe e minha irmã.

— Vou indo pra festa do colégio- Eu disse a elas.

— Volte no horário que combinamos- Minha mãe falou.

— Pode deixar.

— E não esqueça do nosso trato.

— Não esquecerei.- Eu disse e dei um beijo em sua bochecha.- tchau e se divirta palhacinha.

— Tchau.

— Tchau mamãe- Dei um abraço nela.

— Tchau pimpolho- Ela me deu um beijo na testa.- divirta-se.

Saio de casa e vou caminhando até a escola. Entro no pátio e fico procurando pelos meus amigos.

— Procurando por mim senhor ninja?

Me assusto e quando me viro vejo minha amiga

— Como sabia que era eu?

— Te conheço o suficiente que você iria vir com uma fantasia que não chame tanta atenção- Ela falou.- e depois vi um ninja sozinho olhando pelo pátio e ai soube que era você.

— Bela dedução menina gato— Eu brinquei.

— Sem piadinhas ou eu boto minhas garras pra fora e te arranho.- Ela entrou na minha.

— Parei.

— Vamos entrar ou esperamos a Mônica e o Cascão?

— Vamos entrar, eles encontram a gente lá dentro- Eu disse.

— Ok.

Entramos no colégio e vamos andando até o ginásio.

— Tá pronta pra ver como ficou?- Eu perguntei.

— Para de suspense e abre a porta logo!!- Magali mandou.

Dou uma risada baixa, abro a porta e entramos no ginásio.

— Uau!!- Ela disse, impressionada.

— Pelo visto você gostou.

— Gostar é pouco- Ela falou.- isso esta incrível e assustador.

Ela tem razão em dizer isso, o ginásio esta com a aparência de casa mal assombrada, abóboras podres com caras esculpidas, vários fantasmas ou monstros criados pela máquina do Franja, cabine de fotos, o milharal assustador e várias brincadeiras.

— Até que eu fiz um bom trabalho.

— Você fez é um ótimo trabalho.

— Concordo, esta super!

Nos viramos e vimos Aninha, vestida de policial, e Denise, vestida de colombina.

— Acham mesmo?

— Claro?- Elas falaram juntas.

— E quando acabar vou escrever e até sexta vai estar no jornal da escola- Denise disse.

— Fico lisonjeado com isso- Eu disse, mas no funo estou envergonhado.- mas não mereço todo o crédito.

— Claro que merece- Aninha falou.- você é o presidente.

— Ela tá certa.

— Mas tive poucas ideias.- Eu falei.- o resto foi com a ajuda dos meus amigos.

— Deixem ele meninas- Magali falou.- ele ainda não se acostumou com isso.

As duas me dão um sorriso  e vão pra outro lugar.

— Elas não contam pra aposta- Eu disse antes dela abrir a boca.- eu esqueci de colocar a máscara da fantasia.

— Ok, mas vamos rever as regras da aposta antes- Ela propôs.

— Sim- Eu confirmei.- se não me reconhecerem na fantasia de ninja até o fim da festa você me da trinta pratas.

— Mas se reconhecerem será você que me dará trinta pratas.

— E a aposta está valendo- Eu disse e coloquei a máscara de novo.

— Eu vou ver se encontro a Mônica ou o Cascão tá.- Ela falou.

— Ok, mas o que eu faço?- Eu perguntei.

— Aproveita- Magali disse.- bebe algo, vai no milharal, na cabine de fotos, dança. Qualquer coisa, é sua primeira festa.

— Fazer isso sem você, ou a Mônica e o Cascão...- Eu hesitei.

— Vai sobreviver- Ela falou.- tenha confiança e divirta-se.

Mas antes de falar algo Magali some pela multidão.

Quer saber, ela tem razão eu preciso tirar a neura da cabeça, ter confiança e me divertir um pouco.

Começo a andar entre as pessoas fantasiadas.

— Vamos ver como é o milharal que o Titi e o Jeremias tiveram a ideia.- Eu pensei.

Enquanto andava para o milharal escuto umas vozes.

— Festa maneira, não é!

Me viro e vejo Titi, vestido de frankstein, e Jeremias, vestido de zumbi.

— Não morrem tão cedo- Eu pensei.

Mas ao invés de falar balanço a cabeça em confirmação.

— Sabia que a gente ajudou com a festa.

Balanço a cabeça em negação.

— A gente deu a ideia de colocar o milharal assombrado- Titi disse.

— Você tem que ir, esta muito legal e assustador

Balanço a cabeça mais uma vez.

— Você cohece o Cebola?- Jeremias perguntou.

— Não...- Eu falei. Droga, não devia ter feito isso

— Ele é o novo presidente do grêmio e o organizador dessa festa surreal- Ele respondeu- é um cara bem maneiro, quando conhecê-lo vai ver.

— Uhum...

— Você é de poucas palavras né parceiro ninja?- Titi perguntou.

— Sim.

— Ok, a gente vai tirar uma foto na cabine.

— Nos vemos!

Os dois foram emborra e continuo minha jornada para o milharal.

E eles nem reconheceram, eu achei que iam saber quem era por causa da voz mas acho que a música alta ajudou nisso...

Entro na fila pro milharal e enquanto espero fico conversado com algumas pessoas, Magali que prepare o dinheiro pois eu vou ganhar a aposta, ninguém me reconheceu até agora.

Entro no milharal junto de outras pessoas onde tento achar a saída como todos.

Depois de uns minutos saio do milharal.

— Caramba, aquilo foi muito sinistro- Eu pensei.- Titi e Jeremias tinham razão.

Resolvo procurar Magali mas de repente esbarro em alguém fazendo o ponche cair em minha fantasia.

— Merda!- Eu gritei e sai correndo pra fora do ginásio.

Parece que não tenho sorte mesmo, isso é muito clichê mas ao mesmo tempo pode ser um sinal de que festas realmente não são pra mim.

O bom é que sou prevenido e coloquei uma muda de roupa no armário do vestiário do campo.

Vou pro vestiário, tiro minha fantasia e coloco a roupa

— É melhor que avisar a Maga antes.

Entro na escola e vou andando pelo corredor até chegar em meu armário. O abro mas quando ia pegar meu celular escuto uma voz.

— Cebola?

Me viro e vejo Marina, vestida de Dorothy.

— Oi Marina, o que faz aqui?

— Eu te pergunto o mesmo- Ela rebateu.- não te vi na festa.

— É que rolou uma coisa e estou indo embora.

— O que rolou?- Ela perguntou.

— É que parece que a vida gosta de me sacanear e me fez esbarrar em alguém com uma bebida e molhar minha fantasia- Eu expliquei.

— Que barra.

— Pode apostar- Eu concordei.- mas acho que foi bom ter acontecido.

— Por que?

— Pra mostrar que festa não são pra mim- Eu disse.- nem devia ter vindo.

— Não diga isso!- Ela indagou.- você vai ficar e se divertir.

— Como?- Eu perguntei.- não tenho outra fantasia!

— Eu tenho uma ideia.

Marina sai andando pelo corredor e sem outra opção eu a sigo.

Subi,os as escadas até que Marina para perto de uma sala e abre a porta e entra.

— Que lugar é esse?- Eu perguntei.

— A sala onde o clube de teatro se reúne- Ela respondeu.

— E estamos aqui pra...

— Vamos te arranjar uma fantasia, bobo.

— Mas não vão reclamar?

— O que os olhos não veem o coração não sente- Ela deu um sorriso sapeca.

— Mas como você sabia que a sala estava aberta

— Tenho uma amiga nesse clube e era a vez dela de trancar a porta, mas vezes ela esquece de fazer umas coisas e aqui esta a resposta.

— Entendi.

— Você procura no baú que eu procuro no roupeiro.

— Ok.

Começamos a procurar uma fantasia mas não tinha nada que me interessa-se.

— Esquece Marina- Eu fechei o baú.- não vamos achar uma boa fantasia, é melhor eu ir embora.

— Eu não vou desistir tão fácil- Ela disse sem me olhar.- e acho que encontrei a fantasia perfeita!

— Achou?- Eu fui até ela.

— Sim- Ela me deu a roupa.- vai se vestir, é uma ordem!

— Sim senhora.

Marina sai da sala, tiro minha roupa e visto a fantasia.

— Pode entrar!!- Eu gritei e ela entra novamente na sala.

— Uau, tá o maior gato!- Ela me elogiou.

— Acha?- Eu perguntei- me sinto estranho.

— Não sinta.

— Por que escolheu essa?

— Por que o zorro é um herói destemido, corajoso, misterioso que preza pela justiça.- Ela falou.- e achei que combinaria contigo.

— Eu não sou nada disso- Eu falei.

— Para de ser negativo- Ela pediu.- você é tudo que eu falei e pronto.

— Sei não...

— Acredite em mim- Marina falou.- e pra ajudar lembre-se: é dia das bruxas, pode fingir ser qualquer pessoa.

— Tem razão- Eu concordei.

— Agora saia dessa sala, vá para o ginásio e se divirta.

— Pode deixar- Eu dei um abraço nela.- obrigado pela ajuda.

— Tudo por um amigo.

Saio da sala, desço as escadas e vou para o ginásio. Entro e vejo Magali perto da mesa de comida.

— Já que estou em outra fantasia vamos zoar com a maga- Eu pensei.

Vou até a mesa de comida e fico atrás de minha amiga.

— O que a gatinha faz sozinha?- Eu sussurrei em seu ouvido.- quem companhia?

— Sai fora cara!- Ela se afastou de mim.- não sou tuas negas!

Não me contenho e dou gargalhada do que ela disse.

— E pra piorar é maluco- Magali disse.- eu não mereço.

— Qual é maga, sou eu!- Eu parei de rir e tirei a máscara.

— Cebola!

— O primeiro e único- Eu recoloquei a máscara.

— Cadê a sua fantasia de ninja?- Ela perguntou.

Explico a ela tudo que aconteceu.

— Isso é trapaça!

— Trapaça?

— Sim, não vale você ter trocado de fantasia!- Ela disse.

— Sério isso?

— Tô de zoeira- Ela falou.- foi muito legal o que a Marina fez.

— Também achei.- Eu disse.- achou a Mô e o Cas?

— Não, eles devem estar em algum lugar do ginásio.

— A gente acha eles depois agora vamos!- Eu disse e peguei em sua mão.

— Pra onde vamos?

— Pra pista de dança, onde mais!!

— Quem é você e o que fez com o meu amigo que quando chegou estava receoso- Ela se espantou.

— Ainda esta aqui mas percebeu uma coisa.

— O que?

— Percebi que é dia das bruxas e hoje posso ser quem eu quiser ser.- Eu falei.

— E quem é você agora?

— Eu sou zorro, o justiceiro mascarado!- Fiz uma pose misteriosa com a capa da fantasia.- e minha missão é me divertir!

— É assim que se fala zorro!- Ela gritou e começou dançar.

Dou uma risada e a acompanho, mesmo sendo um péssimo dançarino.

Depois de um momento dançando me canso e grito para Magali.

— Eu estou cansado, vou pro pátio pegar um ar puro.

— Tá, mas volta logo!!

— Tudo bem!!

Saio do ginásio e vou para o pátio mas chegando lá vejo que tinha outra pessoa sentada em um banco.

POV Mônica

— Não acho eles!- Cascão veio ao meu encontro.- já rodei quase o mundo inteiro e não encontro o careca e a Magali.

— Esquece Cas, é inútil continuar procurando- Eu falei.- logo a gente esbarra nos dois.

— Tem razão- Ele concordou.- vamos fazer alguma coisa enquanto isso.

— Que tal a gente acertar a bola no palhaço sinistro?- Eu sugeri.

— Topo!

Fomos em direção do jogo e entramos na fila.

— A festa esta realmente incrível- Eu comentei.- olha só a fila pra todas as atividades!

— Eu sei, o Cebola fez um ótimo trabalho.

— Fez mesmo.

Nos viramos e vemos Franja, vestido de Dexter.

— E aí Franja, curtindo a festa?

— Sim, e consegui passar um tempo sozinho com a Marina- Ela disse, animado.

— O que fizeram?- Cascão perguntou. Às vezes ele é bem curioso.

Mas quem eu quero enganar...também quero saber o que rolou!

— Fomos no milharal assombrado- Ele falou.- e eu finalmente consegui falar com ela sem parecer um idiota, depois disso tiramos uma foto na cabine e...

— E...- Eu e Cascão falamos juntos.

— Tomei coragem e chamei ela pra um encontro- Ele murmurou.

— O que?

— A chamei para um encontro...

— Fala alto, caramba!!- Cascão disse. Delicado como sempre...

— Eu a chamei para um encontro!

— Que legal Franja- Eu o parabenizei.- sempre achei que os dois são fofos juntos.

— Verdade?

— Sim.

Depois disso continuamos a conversar e quando chega a nossa vez jogamos até o braço cansar.

— Eu quero revanche!- Cascão falou irritado.- o meu boné estava atrapalhando!

— Não vai rolar amigo- Eu neguei o pedido.

— Qual é!!

— Por que você não vai pegar uma bebida pra esquecer a surra que eu te dei lá no jogo- Eu sugeri.

— Tá bem- Ele fez careta e foi pra mesa.

— Não fica irritado!- Eu gritei e dei uma risada.

Resolvo dar uma volta pelo ginásio a fim de achar os outros. Mas como em um filme sou parada por uma pessoa e a mesma joga comida em cima de mim.

— Mas o que...- Eu disse e quando levantei meu olhar pra pessoa fico brava.- caralho! Por que fez isso Penha!

— Por que achei que um pouco disso iria incrementar sua fantasia de mendiga- Ela disse, ácida.

— Babaca!- Eu a xinguei e sai de perto dela.

— Não vai falar nada da minha fantasia, cherie!- A ouvi falar.

— Que fantasia?- Eu perguntei.- achei que o diabo tinha reencarnado como uma menina.

— Sua...

— E sabe o que falta na sua fantasia?

— O que?

— Um sino, ai seria a primeira vaca vermelha da história- Dei um sorriso irônico e sai de perto.

Ela tinha que fazer isso...justo hoje! O dia que eu mais gosto...acho melhor ir embora.

Vou para a porta do ginásio e quando ia sair ouço uma voz.

— Mô, você está bem?

Me viro e vejo Cascão.

— Claro que não Cas!- Eu falei, irritada.- olha a minha roupa, esta estragada!!

— Foi a Penha, né?

— Acertou em cheio.

— Ela não desiste nunca?

— Não, ela quer fazer a minha vida um pesadelo- Eu falei.- acho melhor ir embora.

— Não, você vai ficar!

— Acorda Cas, a vaca prenha arruinou minha fantasia!- Eu mostrei a mancha.- só um milagre pra concertar isso.

— Então me chame de milagre- Ele pegou minha mão e saio correndo para o corredor.

— Como vai tirar a mancha?

— Quem disse que vou tirar a mancha?

— O que vai fazer então!

— Vai ver.

Subimos as escadas e chegamos numa sala.

— Onde estamos?

— Na sala que usam pro clube de teatro- Cascão respondeu.

— Como sabe disso?

— Carmem me contou.- Ele disse.- ela se inscreveu faz um tempo mas nunca contou pra gente.

— Antes né.

— Isso.

— O que vamos fazer?

— Te arranjar uma nova fantasia, dã- Ele falou como se fosse óbvio.

— Pera, você vai arrombar a porta!

— Esse é o plano.

— Você é louco.

Cascão se aproxima da porta e então fecho meus olhos para não ver a loucura que ele esta prestes a fazer.

— Abre os olhos Mô.

Abro os olhos e digo.- foi rápido.

— Nem precisei arrombar, a porta já estava aberta.

— Estranho.

— Estranho ou não vamos aproveitar.- Ele disse e entrou na sala.

O acompanho e fechou a porta.

— Você procura no roupeiro e eu no baú- Ele falou.

— Tá.

Ficamos procurando algo para substituir a roupa arruinada.

— Gostou de algo?- Cascão perguntou.

— Não- Eu respondi.- são bonitos os figurinos mas nada que me interesse aqui.

— Mas eu achei algo.

— O que?- Eu fui até ele.

— Isso- Ele me mostrou o vestido de camponesa.- vai ficar legal em você.

— Eu não sei...

— Que foi mô?- Ele percebeu minha apreensão.- não gostou?

— Eu gostei mas...o objetivo de usar a fantasia é pra eu não ser reconhecida...quero fingir pelo menos hoje que não sou Mônica Sousa...- Eu expliquei.

— Ainda pensa nisso...

— É difícil esquecer...

— Entendo- Ele disse e voltou  procurar no baú.- achei uma coisa que vai combinar com o vestido.

— O que?

— Essa capa- Ele me mostrou o apetrecho.

— É linda mas aina acho que com isso vão me reconhecer.

— Por iss a senhorita vai precisar disso também- Cascão me dá uma máscara.

— Você é o melhor- Dou um abraço nele.- obrigada.

— Tudo pra que minha irmã de coração fique feliz.- Ele retribuiu o abraço.

Desfazemos o abraço.

— Coloca sua nova fantasia pra gente voltar pra festa.

Cascão sai da sala, então tiro a fantasia manchada e coloco o vestido, a capa e a máscara.

— Já terminei de me vestir!- Eu gritei e Cascão entra de novo.- o que acha?

— Desculpe moça mas minha mãe me ensinou a nunca falar com estranhos- Ele brincou.

Dou uma risada e depois digo.

— Palhaço.

— Mas de verdade, você esta linda.

— Obrigada- Eu agradeci.

— Agora vamos voltar pra festa?

— Sim!

Saímos da sala e voltamos correndo para o ginásio.

— Parece que chegamos na hora que a música da nossa banda favorita começou a tocar- Cascão falou.

— Sim, vamos lá dançar um pouco!- Eu disse e peguei na mão de meu amigo e o levo para a pista de dança.

— Você que manda!- Ele gritou e começou a dançar que nem doido.

Dou uma risada e o acompanho na dança. Depois de uns minutos me canso.

— Cas, eu tô cansada!!

— Quer qe eu pegue uma bebida?

 - Não, vou lá pra fora pegar um ar puro!

— Ok.

Saio do ginásio e vou até o pátio do colégio e me sento em um banco.

Sei que poderia usar o atalho para ir até o jardim mas como o Cas não sabe da existencia dele é mehor ficar no pátio pra ele não ficar preocupado.

Mas pra mim o pátio e o meu jardim secreto tem algo em comum. Ambos sao bonitos e da pra relaxar e pensar na vida...

E com a brisa batendo em meu rosto me faz sentir que sou livre de todas as minhas angústias.

Enquanto estava de olhos fechados sentindo a paz em meu interior ouço uma voz.

— O que uma bela dama esta fazendo sentada em um banco sozinha?

POV Autora

Mônica abre os olhos e observa a sua frente o jovem moço vestido de zorro.

— Eu não sei você mas estou aqui apreciando a vista- Ela ativou seu modo de desconfiança.

— De olhos fechados?- Cebola brincou.

Na verdade ele nem sabia onde havia criado coragem para falar essas coisas com alguém que não conhecia.

— Se você veio aqui só pra brincadeiras pode cair fora!- Ela começou a se exaltar. Tinha ido pro pátio para tentar relaxar.- e o que você faz aqui?

— Perdão senhorita- Cebola se desculpou.- não devi ter feito isso.

— Bom que reconhece- Mônica deu um sorriso de lado.

— Então a bela dama sabe sorrir.

— Claro que sei- Ela falou.- mas você não respondeu minha pergunta.

Depois disso se calou, não devia estar falando com alguém desconhecido. Mas tinha algo naquele rapaz que a intrigava.

— Bom, vim fazer o mesmo que a senhorita- Ele respondeu.- pegar um ar puro e ficar um pouco longe do barulho da festa.

— Também vim por isso- Ela respondeu,

— Será que eu poderia...sentar?- Ele perguntou.

— Claro- Ela respondeu.- tem espaço o suficiente para nós dois.

— Obrigado- Cebola se sentou.

E assim os dois ficaram, juntos e apreciando o vento e o silêncio daquela noite. Mas mesmo que o silêncio estivesse bom ambos sentiam a estranha necessidade de quebrá-lo.

— Então...- Os dois começaram a falar juntos.

Os dois riem e tentam de novo.

— Fala você primeiro.

Mais risos.

— Não, você!

Outros risos.

— Pode falar primeiro- Cebola quebrou o ciclo.

— É que como você deve estar aqui fora não deve ser muito de ir a festas- Mônica observou.

— Sim.

— Então por que veio?- Ela perguntou. O que não devia ter feito, ele poderia achar ofensivo ou que esta tentando invadir sua vida pessoal.

— Aceitei participar por obrigação- Ele respondeu enquanto olhava o céu.

— Não podem te obrigar a fazer algo que não gosta- Ela se irritou.

— Eu sei, mas antes eu não queri realmente vir mas pensei e mudei de ideia.- Cebola falou.- e você?

— Estou aqui pra não deixar meu melhor amigo sozinho- Ela respondeu.- tipo, eu até curto uma festa ou outra mas antes eu só ia por que me chateavam.

— Queria dizer que entendo mas já sabemos que seria mentira.

— Não precisa entender...

E os dois caíram no silêncio novamente mas que fora outra vez cortado por Mônica.

— Posso ser sincera contigo?- Mônica perguntou. Mesmo não sabendo por que ter dito isso, sentia que podia confiar no jovem zorro.

— Claro.

— A verdade é que eu estou aqui por que estou cansada.

— Cansada?

— Cansada de ser eu!- Ela fechou os olhos.- não suporto os olhares sobre mim e as pessoas falando coisas sobre minha pessoa sem me conhecer de verdade!

—...

— Nos últimos meses essa situação se apaziguou mas eu ainda sinto que as pessoas falam de mim sem realmente me conhecer.

—...

— Mas o bom é que pelo menos hoje posso fingir ser outra pessoa e esquecer meu verdadeiro eu...

— É engraçado- Cebola falou.

— Acha minha situação engraçada?

— Não- Ele negou.- é engraçado por que eu sinto a mesma coisa.

— Verdade?

— Sim- Ele confirmou.- já perdi as contas de quantas vezes fiquei reclamando comigo mesmo sobre o que sinto.

— Sério!

— É, podem se passar meses ou até anos que ninguém vai entender o que realmente sinto- Ele fechou os olhos.- é como se os temores do passado estivessem me assombrando a cada passo que dou.

Não acreditando que o jovem desconhecido possa sentir-se da mesma forma que ela, Mônica vira seu rosto para encara-lo. Nunca antes conhecere uma pessoa pudesse realmente entender o vazio dentro de si mesma.

O mesmo acontece com Cebola, durante meses vem escondendo o que sente pra não incomodar seus amigos. Entretanto encontrar alguém que compartilha dos mesmo temores que ele é algo tão surreal e achou que estava sonhando.

— Parece que estamos no mesmo barco- Mônica comentou sem parar de encara-lo.

— Tem razão- Cebola concordou.- é como se estivesse faltando algo para tudo se encaixar.

— Isso- Mônica também concordou.- é como se eu me sentisse...

— Incompleto- Os dois terminaram a frase juntos.

E num ato involuntário as mão de Mônica e Cebola acabam se tocando, causando um arrepio que nenhum dos dois experimentaram antes.

— A...acho que devíamos voltar- Mônica gaguejou um pouco. Se xingando mentalmente por ter feito isso com alguém que nem conhece.

— C...concordo- Cebola pensava a mesma coisa.

Os dois se levanam e entram no colégio, indo em direção ao ginásio.

A porta se abre, a música e as vozes alegres os envolvendo instantaneamente. Cebola se volta na direção da outra ao seu lado, um sorriso se abrindo aos poucos, fazendo as pernas de Mônica tremerem.

Aida de mãos dadas os dois caminharam entre os demais alunos até chegarem na pista de dança. Dançaram como se fosse a última vez que iriam fazer isso.

— Muito bem pessoal, hora de diminuir o ritmo- O Dj anunciou.- peguem aquela pessoa especial e aproveitem.

Quando os primeiros acordes da música começaram os dois viram vários casais se juntarem.

— A bela dama me daria a honra de dançar comigo?- Cebola estendeu sua mão a menina, que por algum motivo não mais desconhecida para si.

— Eu adoraria meu bom senhor- Mônica aceitou a mão do jovem.

Cebola entrelaça sua outra mão na cintura de Mônica e a mesma coloca a outra em seu ombro.

When you try your best but you don't succeed

When you get what you want but not what you need

When you feel so tired but you can't sleep

Os dois sorriem ao ouvirem as primeiras letras da música, sentindo claramente que ela fora escolhida para eles. Um retrato que se passava no seu íntimo.

Stuck in reverse

And the tears come streaming down your face
When you lose something you can't replace

E seus olhares se fixaram e foram capazes de enxergar o que se passa dentro deles. O vazio existente há tempos, dois indivíduos  quebrados internamente e com vontade de se livrar de seus passados difíceis.

When you love someone but it goes to waste
could it be worse?

A música parecia falar com eles, fechando os olhos se deixaram embalar-se pelo som confortante. Cebola conduz Mônica e os dois giram pela pista, fazendo assim os olhos se abrirem e sorrirem finalmente entendo o que se passa em suas mentes.

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you

Estavam se sentindo como se flutuassem no ar, talvez tudo que precisassem seria uma força para se encontrar e tentar se consertar.

And high up above or down below
When you're too in love to let it go
But if you never try you'll never know
Just what you're worth

E movimento continua leva-los pelo salão, atravessando aquele mar de gente e a noite como dois fragmentos se encontrando, tentando descobrir o sentimento que era tão irreconhecível para os dois.

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you

Tears stream down your face
When you lose something you cannot replace
Tears stream down your face
And I

Os rostos se aproximam lentamente, como um ato involuntário os lábios reagem a música, tocando-se de leve, sentindo da macies do mais singelo toque.

Tears stream down your face
I promise you I will learn from my mistakes
Tears stream down your face
And I

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you

E quando a música finalmente acaba os dois se afastam e percebem o que acabaram de fazer. Mesmo não sendo um verdadeiro beijo significou algo para nossos dois apaixonados.

—...

Os dois não sabiam como reagir ao acontecido.

Então simplesmente se separarem e seguiram caminhos diferentes.

Mônica vai de encontro à Cascão e o toca no ombro.

— Curtindo o momento?- Ele deu um sorriso sapeca.

— Calado...

— Parece que a Cinderela achou seu príncipe encantado.

— Mais uma palavra sobre isso que eu te bato!- Ela mostrou o punho.

— Tudo bem- Cascão concordou- quer conversar sobre isso?

— Tudo que eu quero é ir embora- Ela pediu.

— Eu só...

— Por favor...

— Está bem...

Enquanto isso nosso querido Cebola estava tendo a mesma conversa com sua amiga.

— O romeu encontrou sua julieta- Ela fez uma piada.

— Não começa...

— Desculpa- Magali falou.- mas se quiser desabafar sobre o que aconteceu...

— Não aconteceu nada!

— Mas...

— Só...vamos embora maga...

E assim eles vão embora, com suas mentes e corações confusos...

Sem saber que por debaixo daquelas máscaras havia o rosto daquela pessoa, que durante todos os dias trazia novos sentimentos, mas principalmente, o sentimento de paz e harmonia consigo próprio e o sentimento de união.


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