Palavras de amor escrita por BruPotter
Pov Cebola
— E o vencedor é...
E nessa hora o tempo parou para mim...
Parecia que tinham apertado o botão pause do filme da minha vida. Exagerei né, eu sei, mas o meu único pensamento era...
E se eu perdesse...todos que me ajudaram ficariam furiosos por causa disso...e a Maga, o Cas e a Mô...será que ficariam decepcionados?
Porém saio de meus pensamentos pela voz da diretora.
— Cebola Menezes!!!
Vários gritos se formaram depois disso...e eu? Bom, eu estou totalmente pasmo.
— Você ganhou!!- Magali, Cascão e Mônica gritaram em sincronia.
Os três me deram um abraço em grupo no qual não consegui retribuir por ainda processa o acontecido...
Tipo...eu ganhei...ganhei mesmo...e não consigo acreditar...
— Venha ao palanque falar umas palavras senhor Menezes!
Saio do meu estupor com um pequeno empurrão de Cascão.
— Vai lá, presidente.
Dou um sorriso sem dentes para meus amigos e vou subir de novo para o palanque.
— Oi novamente- Eu peguei o microfone.- nem sei por onde começar pois a verdade é que eu não esperava por isso...
Inspiro o ar e depois o solto para tentar não parecer tenso.
— Ver que votaram em mim para a vaga de presidente é uma honra. Prometo que farei o possível e talvez até o impossível para orgulhar os que votaram em mim....
Uma salva de palmas começa e eu desço e vou para perto de meus amigos.
— Alguém me belisca por favor- Eu pedi e estendi meu braço.
— Por que isso?- Mônica perguntou.
— Por que eu acho que estou sonhando- Eu respondi.
— Acredite Cebola, isso é totalmente real- Magali falou com um sorriso.
— Parabéns careca.
Dou um outro sorriso e depois mais um abraço em grupo.
— Muito bem, sei que estão animados mas agora está na hora de todos irmos para casa- A diretora falou;
Todos saímos da escola e fomos para nossas casas.
Peguei minha chave, abro a porta e grito.
— Cheguei família querida!!
— Olá Cebola.
— Lúcia, o que faz aqui?- Eu perguntei.
— Estou ajudando seu pai com uns problemas em um projeto do trabalho- Ela respondeu.
— E se você esta aqui então a Dori também tá?
— Sim.
Estico minha cabeça e vejo Dorinha sentada no sofá e com a tevê ligada.
— Oi Dori- Eu a cumprimentei e dei um beijo em sua bochecha.
— Vejo que alguém chegou da escola animado- Ela disse, se virando para me encarar.
— Estou mesmo.
— Por que?
— Espera, vamos até meus pais para contar o por que de minha animação.
— Ok.
Dorinha se levanta do sofá, estendo meu braço e a mesmo o segura.
Vamos até a cozinha onde vejo meu pai, minha mãe e Lúcia.
— Bem vindo ao lar filhote.
— Como foi a escola?- Minha mãe perguntou.
— Boa- Eu respondi.- e tenho novidades.
— Quais são?
— Sou o mais novo presidente do grêmio estudantil do colégio!!
— Parabéns filhote!!
— Que incrível meu pimpolho!!
— Ótima notícia.
Os dois se levantam das cadeiras e me dão um abraço.
— Estamos orgulhosos de você- Os dois falaram juntos.
— Obrigado- Eu agradeci.
Me soltei do abraço e volto com Dorinha para a sala.
— O que você estava assistindo antes de eu chegar?- Eu perguntei enquanto a ajudava a se sentar no sofá.
— O Demolidor- Ela respondeu.
— Gosto desse filme- Eu comentei.- o Murdock é um personagem bem maneiro.
— Sim, mas é raro passar esse filme mas quando acontece eu sempre vejo...me imagino no lugar dele...sair, sentir a vida com meus outros sentidos, fazer a diferença...
— Você pode fazer isso Dori- Eu falei e segurei sua mão.- é só falar com sua mãe pra ela te deixar mais livre.
— Sabe que minha mãe surtaria se eu falasse isso- Dorinha me lembrou.- ela só quer me proteger.
— Mas...
— Vamos esquecer isso, por favor.
— Ok.
Ficamos assistindo televisão até meu pai e Lúcia virem pra sala.
— Continuamos o projeto semana que vem- Ouvi meu pai falar.
— Certo- Ela concordou.- vamos filha.
Dorinha e eu nos levantamos do sofá.
— Foi bom te rever- Dorinha falou.
— Também.
Dorinha me abraça e eu retribuo.
— Pensa sobre o que eu falei, tá- Eu sussurrei em seu ouvido.
— Pensarei- Ela sussurrou também.
Desfazemos o abraço e vejo as duas saírem da minha casa.
Deslio a televisão, almoço com minha família, subo as escadas e vou pro meu quarto. Tomo um banho, troco de roupa, fico jogando vídeo game e depois vou pra cama e durmo.
Foi uma semana agitada...
...Dia seguinte...
O despertador toca, bato com força pra desliga-lo, me levanto da cama, entro no banheiro, faço minha higiene, vou até o armário e troco de roupa.
Desço as escadas e vou para cozinha tomar meu café da manhã.
— Bom dia- Cumprimentei minha família.
Ficamos conversando um pouco e depois me levanto da mesa.
— Cebola, pode levar sua irmã pra escola?- Meu pai perguntou.
— Eu adoraria mas tenho que ir rápido.
— Poxa...
— Amanhã eu te levo- Eu falei para Maria.
— Promete?- Ela estendeu o dedinho.
— Prometo- Eu entrelacei meu dedo com o dela.
Peguei minha mochila, sai pela porta da cozinha e corri para a escola.
— Calma aí apressado!- Magali me parou.
— Desculpa, achei que estava atrasado.
— Quase que chega- Mônica falou.- mas ainda falta dez minutos pro sinal tocar.
— Certo.
Ficamos conversando e dez minutos depois o sinal toca.
— Vamos.
Entramos na escola mas por algum motivo o Cascão não para de ficar na minha frente.
— Perímetro seguro senhor- Cascão falou para mim.- nenhum sinal de ameaça, pode prosseguir.
— Qual a sua?- Eu perguntei.
— Sou seu guarda costa pessoal.
— Cascão, eu sou presidente do grêmio não dos Estados Unidos- Eu falei.- então para.
— Poxa, você adora cortar meu barato- Ele se fingiu de triste.- você é mau...
— Fazer o que- Mônica se intrometeu.- você tem que aprender o que a palavra limite significa.
— Ai, outra pessoa má- Cascão fez um beiço- ajuda aqui Magali.
— Não, eu tô curtindo assistir sua ruína- Magali brincou.
— Traição, por que estão contra mim?
Nós damos risadas e quando íamos pra sala escutamos uma voz.
— Senhor Menezes.
Me viro e vejo a diretora.
— Sim, diretora Jenna- Eu vou para perto dela.
— Venha comigo- Ela pediu.
— Tô encrencado?
— Não- Ela negou.- por causa da agitação de ontem eu me esqueci de te mostrar o grêmio do colégio.
— Ah, mas como fica minhas aulas?
— Já falei com o seu professor.
— Tudo bem- Eu concordei.- nos vemos!
— Tchau!- Os três se despediram.
Subo as escadas com a diretora e entramos numa sala espaçosa.
— E este é o grêmio que você comandará até a próxima eleição.- Diretora falou.
— Uau...
— Tenho que resolver umas coisas, consegue prosseguir sem mim?- Ela perguntou.
— Sim, pode ir.
A diretora sai da sala e eu fico olhando pelo lugar até que ouço uma voz.
— Droga!
Sigo o som e entro numa outra sala com uma grande mesa e vários papéis espalhados e alguns no chão.
Me abaixo pra pegar uns papéis e depôs os coloco na mesa. - Deixou cair.
— Obrigada.- A garota agradeceu.- Cebola, não é?
— Sim- Eu confirmei.
— Prazer, sou Ana- Ela estendeu a mão.- mas todos me chamam de Aninha.
— Prazer- Eu apertei sua mão.
— Franja me falou muito bem de você enquanto rolava as eleições.- Aninha comentou.
— Verdade?
— Sim, fiquei super contente quando você ganhou e não o ridículo do Toni.
— Como ele era no cargo?
— Terrível, sempre que alguém pedia ajuda ele falava: "vou ver se dou um jeito"- Aninha disse.- mas nunca resolvia nada.
— Que babaca.
— É, mas sorte que sou a vice-presidente e sempre fazia algo pra ajudar- Ela falou.- mesmo que fosse pequena.
— Deve ter sido difícil.
— Sim, ouvi falar de que o grêmio do nosso colégio era o melhor antes do Toni assumir o cargo.
— Vou dar um jeito pra arrumar os buracos que ele deixou.
— Se você cumprir o que falou no seu discurso eu boto fé.
— Não disse aquilo tudo da boca pra fora.
Aninha me dá um sorriso e depois se senta na cadeira.
— Esses papéis estão mal arrumados.- Eu falei.
— Mal arrumado é apelido.- Ela disse.- isso está uma grande bagunça!
— Também é obra do Toni?
— Sim, ele devia ver esses papéis com os problemas dos alunos e organizar mas nunca fez isso...- Ela suspirou.
— E sobra pra você arrumar.
— É...
Ouvi o sinal tocar e me levanto rapidamente.
— Já vai?
— Desculpa...foi no piloto automático...
— Se quiser ir pra aula tudo bem.- Ela me encarou.- eu arrumo isso sozinha.
— Mesmo?
— Sim, já estou acostumada.
Pego minha mochila mas quando ia sair eu paro...
Seria maldade fazer isso...
Me viro, coloco minha mochila no chão e me sento na cadeira.
— Não vai pra aula?- Ela perguntou.
— Eu pego a matéria com os meus amigos.- Eu respondi, e peguei uns papéis.- agora minha prioridade é te ajudar ajeitar essa bagunça.
— Você é diferente- Ela disse.
— E é bom?
— Sim- Ela confirmou.- com você na presidência vai trazer o grêmio aos antigos tempos de glória.
Dou um sorriso a ela e começamos a arrumar os papéis.
Pov Mônica
Chego em casa e grito.
— Cheguei!
— Onde estava?- Meu pai perguntou.
— Na escola- Eu respondi.- hoje era o dia que contavam os votos pra ver quem seria o novo presidente do grêmio.
— Ah, desculpe.
— Tudo bem.
— E quem ganhou?
— O Cebola.
— É seu namorado?
— Não!- Eu indaguei.- somos só amigos e eu não quero saber de namoro nunca mais.
— Certo.
— Vou pro meu quarto.
Subo as escadas mas quando ia pro meu quarto ouço um barulho vindo no de meu irmão.
Vou até seu quarto, abro a porta e pergunto.
— Se machucou?
— Não- Ele negou.- só deixei cair essas peças...
— Quer ajuda pra catar?
— Quero...
Vou até meu irmão e o ajudo a catar as peças caídas. -
Por que as deixou cair?
— É...
— Matt...
— Tava fazendo um novo projeto- Ele colocou as peças numa caixa média.
— Que projeto?
— Isso- Ele me mostrou um pequeno objeto de metal.- uma mini câmera de vigilância móvel.
— Pra que isso?
— Segurança nunca é demais.- Matheus falou.- coloco numa parede e ela perambula pelas outras e grava tudo que estiver acontecendo e salva em um disco no seu laptop.
— Por que no meu?
— Eu não tenho um laptop.
— Certo- Eu concordei.- mas acho meio desconfortável ter isso na parede do meu quarto.
— Eu coloquei um dispositivo de camuflagem- Ele disse.- e também é silencioso, não vai perceber nada.
— Acho melhor fazer essa mini câmera não perambular pelos quartos ou banheiros- Eu o aconselhei.
— Vou ajeitar depois...
Ok, isso está ficando estranho...
— O que houve Matt?
— Hã?
— Desde que entrei aqui você me parece tristinho.- Eu falei.
— Não estou triste.
— Mentira, eu te conheço.
— É sério.
— Se não é tristeza o que é?
— Cansaço- Ele respondeu.- deveres de casa e outras coisas da escola.
— Tudo bem- Eu concordei. Mas na verdade não engoli o que ele disse.- se precisar de ajuda é só chamar.
Dei um beijo em sua testa, saio de seu quarto e vou para o meu.
Vou pro banheiro, tomo uma ducha rápida, saio, coloco um pijama e fico lendo um livro até anoitecer e depois desabo na cama. .
..Dia seguinte...
O despertador toca, o desligo rapidamente, me levanto da cama, vou para o armário e coloco uma roupa.
Desço as escadas, vou pra cozinha e me sento.
— Cadê a co...Suzana?
— Teve que sair.
Ótimo, pela primeira vez vou ter um café da manhã em paz.
— Como está indo no trabalho pai?- Eu puxei um assunto.
— Bem...
E então pela primeira vez meu café foi cheio de conversas, piadas e outras coisas.
Se a cobra não estivesse na minha vida isso poderia ser todo o dia...
— Estou indo.- Eu disse, e dei um beijo no rosto de meu pai.- tchau papai.
— Tchau princesa.
— Tchau pestinha- Eu brinquei com meu irmão.
— Tchau Mônica- Ele me deu um sorriso forçado.
Me levanto, pego minha bolsa e saio pela porta da cozinha.
Certo, o que fizeram com meu irmãozinho?
Vamos recapitular os fatos...
Número um: ontem ele estava com uma carinha triste e mentiu dizendo que era cansaço.
Número dois: na conversa e piadas ele não participou só ficou calado e observando.
E número três: eu o chamei de pestinha só de brincadeira e ele não me chamou de Moniquita, coisa que ele sempre faz.
Tem alguma coisa rolando...e eu vou descobrir...
Chego na escola e fico conversando com meus amigos.
O sinal bate e entramos na escola, porém Cebola se separou de nós para conhecer o grêmio.
— Sortudo- Cascão falou, enquanto se sentava.- queria não poder participar da aula. -
Você pode fazer isso- Eu falei.- mas vai ter que aguentar meu sermão e ter que repor a aula que perdeu de propósito comigo.
— O que você escolhe?- Magali entrou na minha.
— Mudei de ideia- Cascão falou.- aula é sempre importante.
Magali e eu demos risadas baixas e depois o professor de sociologia entra.
Enquanto o professor explicava a matéria a porta se abre.
— Com licença professor Danilo, tenho um recado...
— Claro, pode dar- Danilo permitiu.
— A penha e a treinadora estão chamando todos que estiverem no time de torcida para uma reunião de emergência no campo- Isa falou e saiu da sala.
Por isso a Penha, Amanda e a Carmem não estão...
— Bom essa é minha deixa- Eu guardei meu material.
— Você não precisa ir- Cascão e Magali falaram juntos.
— Preciso sim- Eu discordei.- mesmo sendo a mesma coisa todo ano eu sou a única garota que consegue manter a Penha e a Amanda um pouco na linha.
— E a treinadora?
— Ela não vai estar o tempo todo nos vigiando.
— Boa sorte- Os dois falaram.
— Vou precisar.
Saio da sala, entro no vestiário, tiro meus óculos, troco pelas minhas lentes, coloco meu uniforme e vou pro campo.
— Desculpa a demora.
— Tudo bem, já pra perto das outras- Marcela pediu.
— Sim treinadora.
Me junto às garotas do time, que agora vendo está bem menor do que antes...
— Bom, vocês já devem ter reparado que nosso time está em menor quantidade.- A treinadora falou.
— Sim!!
— É que umas meninas se machucaram e outras decidiram sair do grupo...
— Mas o campeonato estadual está quase chegando!!- Penha indagou.- como vamos fazer a coreografia com poucos integrantes?
— Por isso quero que entreguem esses panfletos para quem tiver interesse em substituir as garotas ou entrar no time.- Ela disse, enquanto entregava os papéis.
— Mas elas não vão saber os passos!
— Temos tempo para as garotas aprenderem- Eu me intrometi.- ou prefere ficar sem participar.
— Tem razão- Ela concordou. Mas sei que por dentro a penha está com vontade de falar um monte de coisas.
— Bom, era só isso, já está quase na hora do intervalo- Marcela falou.- dispensadas!
A treinadora vai embora mas antes de a seguir penha grita.
— Ainda não acabou, vamos treinar!
— Mas sem as outras não tem jeito- Uma garota falou.
— Quem liga, formação!!
Então treinamos a coreografia de sempre, mas com a falta de meninas ficou um desastre.
— Esquece, acabou o treino!!
Me alongo um pouco mas quando ia embora...
— Você fica...
Sabia que era questão de tempo pra ela falar algo, só estava esperando a oportunidade.
— Sim, vossa capitã- Eu ironizei.
— Escuta aqui Monilixo, ninguém se intromete na conversa sobre o time- Ela chegou bem perto de mim.- eu sou a capitã!
— Você só é capitã por que sabotou as que queriam essa vaga- Eu a enfrentei.- qualquer uma delas seria bem melhor!
— Continue assim que eu te tiro do time.
— Me tira- A desafiei.- ficaria feliz e como a madame falou uma vez, eu sou a melhor dançarina
— ...
— Vejo que alguém se calou.
Quando ia sair do campo Penha retoma a voz.
— Não tão rápido.
Bufei de irritação e me virei.
— O que?
Penha vai até a arquibancada, pega uns rolos e me entrega.
— Quero que coloque esses cartazes pela escola pra que todos fiquem sabendo do torneio- Ela mandou.
— Mas isso vai levar muito tempo sem ajuda.- Eu disse, incrédula
— Se vira- Penha falou.- pode ir.
Mas quando ia sair do campo Penha coloca o pé e me faz tropeçar e derrubar os cartazes.
— Ops, parece que você derrubou- Ela me deu um sorriso de escárnio.
— Sua...
— Cate tudo.- Ela mandou outra vez.
Umas meninas do time vinham em minha direção mas Penha se intromete.
— Ninguém vai ajudá-la!!
— ...
— Vamos embora.
As meninas me dão um olhar de desculpas e saem do campo.
— Babaca- Eu pensei.
Me abaixo para pegar os cartazes mas vejo Carmen se abaixando e me ajudando.
— Aqui- Ela me entregou o cartaz
— Obrigada...
— Quer ajuda?- Ela perguntou.
— A penha disse explicitamente que ninguém pode me ajudar.- Eu a lembrei.
— Ela não está aqui- Carmem disse.- e o que os olhos não veem o coração não sente.
Dou uma risadinha pequena mas depois fico séria.
— Tudo bem se quiser ajudar.- Eu disse, enquanto me levantava.- mas vai ser por sua conta em risco.
— Não ligo.- Carmen disse enquanto me levantava.
— Espera, vou mandar mensagem pros meus amigos.
— Ok.
Com certa dificuldade pego meu celular e mando uma mensagem pro Cascão.
— Vou demorar pra ir ao refeitório- Mônica
— Ainda tá no treino?- Cascão
— Não, a vaca prenha me mandou colar cartazes pela escola como vingança só porque eu a enfrentei na frente do time.- Mônica
— Que barra- Cascão
— Eu sei, mas se eu não conseguir guarda pelo menos um sanduíche- Mônica
— Pode deixar- Cascão
— Você é o máximo!- Mônica
— Melhores amigos servem pra isso- Cascão
— Bjs- Mônica
— Bjs- Cascão
Bloquei meu celular e o guardo no bolso da saia.
— Vamos
Entramos na escola e ficamos colocando os cartazes nas paredes.
— Então...o que acha da ideia da treinadora?- Carmem puxou assunto.
Ok, isso está estranho...
— O que está acontecendo?- Eu perguntei.- está me ajudando e agora tentando puxar assunto.
— Nesses últimos dias tenho dado um tempo pra ficar sozinha e repensar minhas atitudes- Ela respondeu.- não percebeu?
— Eu tava ajudando o meu amigo com a eleição- Eu falei.- desculpe.
— Tudo bem.
Parando pra reparar a Carmem me parece diferente mesmo. Antes ela usava roupas caras, agora está usando roupas mais simples e menos extravagantes.
E seu cabelos antes longo e cacheado está curto e encaracolado.
— Gostei do seu novo visual- Eu a elogiei.- está mais bonita desse jeito.
— Brigada- Ela agradeceu.- achei que uma mudança me faria...
Sem querer Carmem tropeça mas eu a seguro.
— Te peguei!
— Obrigada.- Ela agradeceu de novo.
— Espera, deixou cair uma coisa.
Me abaixo e pego o objeto.
— Não sabia que gostava de revistas em quadrinhos dos vingadores- Eu disse ao ver a capa.
— É- Ela pegou a revista.- leio desde os onze.
— Impressionante.
— Mas não conta pra ninguém.
— Por que?
— É meu segredo.
— Por que?
— Não quero que saibam disso- Ela contou.- todos zombariam de mim...
— Se quiser mesmo mudar o primeiro passo não são roupas ou cabelo- Eu disse.
— E qual é?
— O primeiro passo é ser verdadeira consigo mesma- Eu coloquei a mão em seu ombro.- e não ter medo de mostrar para todos.
— É, acho que você tem razão- Carmem concordou.
— Vem- Eu abri meus braços.- sei que você quer.
Carmem me dá um abraço apertado.
— Somos amigas agora, né?- Ela perguntou.
— Somos sim.
Desfazemos o abraço.
— Tenho que ir- Eu falei.- meus amigos estão esperando por mim.
— Tudo bem.
— Tchau- Me despedi.
— Tchau.
Fui para o refeitório e me sento na mesa com meus amigos.
— Ainda tenho tempo?- Eu perguntei.
— Ainda falta uns quinze ou dez minutos pra acabar o intervalo.- Magali respondeu.
— E como prometido eu peguei um sanduíche para a senhorita- Cascão me passou o lanche.
— Você é o melhor- Eu dei um pequeno abraço em meu amigo.
— E eu peguei um suco de laranja pra você- Cebola falou.
— Não precisava.
— Achei que você iria querer algo pra beber.- Ele me passou o suco.
— Obrigada- Eu dei um abraço e depois um beijinho em sua bochecha.
— De nada...- Ele agradeceu e abaixou a cabeça.
Esquisito...
— Shippo...- Magali murmurou.
— Falou algo maga?
— Não!- Ela negou e segurou uma risada.
— Que isso!- Cascão entrou na onda dela.
— Malucos...- Eu pensei.
Pov Magali
Ficamos conversando durante os minutos que faltavam e depois o sinal toca.
— Vamos, agora é educação física- Cebola falou, enquanto se levantava.- que saco.
— Olhe pelo lado bom- Cascão tentou o animar.- pelo menos você está indo bem no futebol.
— Pode ser- Cebola falou.- mas sorte que não sou parte do time.
— Você poderia, é só se inscrever.
— Tô fora- Ele disse.- tenho que ajeitar os buracos que o Toni deixou no grêmio. Vai ser uma longa jornada.
— Você vai conseguir- Eu o encorajei.
— Valeu.
— Mas tem um lado bom pra mim.
— E qual seria?
— Não vou precisar treinar a coreografia e finalmente poderei jogar vôlei!- Mônica disse animada.
Vamos para o ginásio.
— Aqui nos separamos.
— Nos vemos no pátio.
— Tchau!- Eu e Mônica nos despedimos.
— Vamos nessa meninas!- A treinadora falou.- quero quinze agachamentos!
Começamos a fazer todos os exercícios que Marcela pediu.
— Muito bem- Ela nos elogiou.- vou escolher os times para jogarmos vôlei e aí terminamos.
Marcela divide os times e ficamos jogando até o fim da aula.
— Até a próxima meninas!
Fomos até o vestiário, tomo uma ducha e vejo se estava sozinha.
— Ótimo...barra limpa- Eu pensei.
Saio do vestiário, pego meu celular em minha mochila, coloco uma música e começo a dançar.
— Uau!
Me assusto com a voz, me viro e vejo que era Mônica.
— Quer me matar de susto?- Eu perguntei, enquanto desligava a música.
— Foi mal- Ela se desculpou.- mas eu digo e repito, isso é incrível.
— Obrigada- Eu agradeci.- mas achei que fosse outra pessoa.
— Já disse desculpa.
— Ok- Eu falei.- mas por que está aqui?
— Só agora percebi que ainda estava com o uniforme de líder de torcida.- Ela falou.- então voltei pra me trocar e te vi aqui.
— Por que sempre que eu resolvo dançar você aparece?
— Deve ser o destino querendo te falar algo.
— Como...
— Umas meninas do time resolveram sair e a treinadora vai fazer audições para novas dançarina- Ela falou.
— Onde quer chegar?
— Por que você não faz o teste?
— O que!!
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