Slow Dancing In a Burning Room escrita por Lisbeth Salander


Capítulo 1
I


Notas iniciais do capítulo

Heeeey!
Bem, acredito que a maioria de vocês esteja aqui graças ao vídeo que eu postei no Facebook um dia desses.
Pois é.
Fiquei lok, num aguentei e escrevi eu mesma a fic.
Se você não está no grupo do Nyah no Facebook (entre) e não faz ideia do que eu to falando, eis o vídeo do amor que me fez ter inspiração para isso daqui: https://www.youtube.com/watch?v=FHWrPB0Vulg

Espero que gostem ♥ Beijão de luz.



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“Não poucas vezes esbarramos com o nosso destino pelos caminhos que escolhemos para fugir dele."

Jean de La Fontaine

 

Ser uma super-heroína não transformava Kara em uma caçadora profissional de problemas. Sentia ter sido enviada ao nosso planeta para tentar resolver alguns deles, mas os vilões do Batman não se encaixavam em sua lista de prioridades.

Ao longo dos anos via nos noticiários sobre os homicídios, latrocínios e outros diversos crimes cometidos pela namorada de um dos psicopatas mais perigosos de Gotham City e que desfrutava livremente de uma vida criminosa. Mas eles eram um problema do Batman e apenas dele. Não dela. Não de seu primo.

Eram.

Naquele exato momento, Kara voava a caminho do DOE – Departamento de Operações Extranormais –, pois das incontáveis cidades existentes nos Estados Unidos, eles tinham que escolher um banco de National City para explodir. Felizmente ninguém se feriu, mas Harley Quinn era atualmente a principal suspeita e fora levada em custódia do DOE. Não era nenhuma surpresa que qualquer um fosse, caso tenha sido achado com um isqueiro e pólvora nas roupas pelas proximidades da explosão. Se Kara tivesse a opção de apertar um grande botão vermelho e pular aquele dia, ela o faria.

Ao chegar na base do departamento, com poucos minutos para ficar, já que precisava voltar para a CatCo antes de os ponteiros do relógio atingirem as quatro da tarde, dirigiu-se à Hank e à Alex:

 

— O que ela faz aqui? — perguntou, sem estar no ápice da paciência ou da boa vontade. — Pelo que eu saiba, a Harley é humana.

 

— Tecnicamente sim — começou Hank. — Mas não uma humana qualquer. Além de ter algo muito estranho naquela mulher, não podemos esquecer com quem e para quem ela trabalha. É mais seguro que fique aqui, até descobrirmos o que ela é. Os humanos podem não conseguir controlar a tempo. Talvez ela seja como a Livewire.

 

Livewire era a humana que adquirira poderes da eletricidade ao ser atingida por um raio que transpassou Kara primeiro e graças à isto fez-se o caos em toda a cidade. A heroína concordou, por fim, apoiou-se com as mãos na grande mesa, analisando o vídeo da explosão, entretanto dificilmente seria possível chegar à alguma conclusão apenas com aquelas imagens. Em momento algum elas mostravam a maluca dos cabelos coloridos, mas com aquelas supostas provas e o histórico da mulher, já era o suficiente para qualquer autoridade.

 

— Quer falar com ela? — perguntou Alex.

 

Kara meneou a cabeça negativamente. A verdade era que não, não queria ter que falar com uma criminosa assassina, tampouco queria vê-la, principalmente por ter a sensação de que seu celular tocaria a qualquer momento e precisaria sair voando – literalmente – de volta para o escritório. Além de tudo, odiava a ideia de ver uma mulher se sujeitar a arruinar a própria vida e devotar sua completa existência em nome de um homem que mal fazia questão de a tratar com decência. Pelo menos era o que ela ouvia falar, mas ao ter ciência de seus feitos, duvidava que os rumores eram mentirosos.

Entrou a contragosto naquela sala agourenta e escura, onde ao invés das usuais vidraças, o prisioneiro ficava atrás de barras de ferro que já não estavam em seu melhor estado, uma vez que alguém raramente ia para lá. No fundo estava Harley Quinn, sentava-se no canto das grades, mas levantou-se imediatamente ao perceber que tinha companhia. Seu rosto e cabelos haviam perdido a cor, não se diferenciava muito daqueles loucos que um dia ajudou a tratar.

 

— Ora, se não é o Superman versão beta.

 

Kara revirou os olhos, arrependendo-se ainda mais de estar ali, mas precisava tentar fazê-la falar de algum modo, já que os anteriores haviam falhado.

 

— Por que você explodiu aquele banco? — perguntou Kara.

 

Harley fechou os olhos por alguns segundos, riu e depois disse:

 

— Ah, Kara, se naquela época eu soubesse quem você realmente era, poderia ter te transformado em algo muito, muito melhor...

 

A heroína tentou não demonstrar a tamanha surpresa ao descobrir que aquela maluca havia a reconhecido e se lembrado dela, principalmente como Supergirl.

Conheceram-se há anos, graças à uma matéria sobre o Arkham Asylum que a CatCo estava produzindo. Ela acompanhava os fotógrafos e o entrevistador, e quando entrevistavam a doutora Harleen Quinzel, Kara se empolgou um tanto demais e acabou fazendo mais perguntas do que o próprio entrevistador, o que acarretou num convite para um café, longos telefonemas durante a madrugada e mais convites para cafés. Porém, pouco depois de três semanas, elas já não se falavam mais. A doutora estava ocupada com seu novo paciente, a quem ela jurava de pés juntos estar curando, no entanto estava apenas se apaixonando.

 

— Você falhou em transformar a si mesma em algo melhor, Harley. — Parou de falar ao perceber que caía em seu joguinho de distração. — Conte-me sobre o banco.

 

A maluca riu novamente, mas não era uma risada saudável, era uma risada sombria.

 

— Não sei do que você está falando, gracinha.

 

— Talvez ajude se minha mão fazer as perguntas — vociferou.

 

Num ataque de cólera, agarrou a mulher atrás das grades pelo pescoço, mas a reação desta não foi de medo ou susto. Ela tinha os olhos calmos como o oceano num dia ensolarado. Suas mãos tocaram delicadamente o rosto de Kara, que a largou imediatamente e se afastou dali desconsertada enquanto Quinzel a observava com uma expressão divertidamente cínica.

 

— Algo errado, Supergirl? Vamos, se aproxime... Não me diga que está com medo!

 

— Eu não tenho medo de você — respondeu ríspida.

 

— Eu posso ver. Eles deviam ter acrescentado coragem nessa versão beta.

 

Aquilo era impossível. Kara estava jogando a toalha. Não conseguiria ficar ali por mais nem um segundo olhando para imagem deplorável que Harleen havia se tornado. Virou as costas para então ouvir a outra gritar:

 

— Também senti saudades, Kara.

 

Todos ali a olhavam espantados, querendo saber como diabos a prisioneira sabia da “identidade secreta” da super-heroína e ela não sabia se tinha estabilidade emocional para explicar tudo naquele momento. Graças aos céus o relógio marcava três e cinquenta e nove, o que a fez sair ás pressas dali, deixando a explicação para mais tarde, talvez até um outro dia.


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Notas finais do capítulo

Comentem aí o que acharam, se devo continuar e tals ♥
Até logo o/