Era uma vez... O lado sombrio dos contos de fadas escrita por MotherBoobs


Capítulo 1
Era uma vez... O lado sombrio de Cinderela




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— Eu vou matá-lo. Sou competente no que eu faço pode ter absoluta certeza! – Sorrio confiante. – Isto está no papo...

Rubens sorri. – não é tão fácil jovem destemida. – Ele bufa – Aquele mauricinho é o herdeiro de uma companhia bilionária, se algo acontecer com ele...

— Ninguém vai descobrir. – O interrompo. – Ele pode ser o rei do país, mas eu sei fazer o meu trabalho.

— Então qual é o plano? – Eu pergunto e ele sorri confiante, fazendo instantaneamente eu me sentir bem.

— Então...

UMA SEMANA DEPOIS:

— Lily pode vir aqui me trazer um café? – Dolores me olhava com o nariz empinado. – Eu só perguntei por educação, então faça o favor de me trazer a droga do café o mais rápido possível.

E ali estava eu. Uma assassina profissional contratada pelos os melhores dos melhores, servindo cafezinho para uma recepcionista qualquer.

— Claro Dolores, – olho com raiva aquela figura magra quase esquelética, com o nariz mais empinado do que seio com silicone (o que inclusive ela tinha). – me de um minuto e já trago.

Não que eu estivesse fazendo um trabalhinho adicional, o que é obvio que eu não preciso. Ser uma assassina profissional particular me trazia um salário bem bom.

O problema é que aquele era o meu trabalho.

— Lily já se passaram dois minutos. – Sua voz estridente entra rasgando pelos meus tímpanos. – Santo deus parece que eu vou ter que demitir você.

Estava pronta para responder quando ELE entra na sala.

— Em primeiro lugar ela é minha assistente e não sua. - Diz o meu chefe, pelo menos nesse trabalho falso - Segundo você não demite ninguém e terceiro você deveria estar atrás de sua mesa atendendo ligações.

Ok... Não poderia mentir. O cara era atraente, mas não o tipo de atraente para o qual você simplesmente abre as pernas. Ele é do tipo atraente para levar na casa dos pais...

—Lily está tudo bem? – Ele estava me observando. – Ela estava incomodando você?

Sorrio. – Não senhor.

DUAS SEMANAS DEPOIS:

Havia coletado todo o material necessário para matá-lo e fazer o mauricinho passar por suicida maluco. Com tempo recorde... Mas não poderia levar isso às mãos do Rubens, pois, teria a libertação para terminar o plano.

— Cinderela no que está pensando? – Rubens me olhava atento. – Está tudo bem?

Sorrio pensando em como meu chefe parecia preocupado. – Claro maninho... O idiota vai pagar.

Rubens mantém o sorriso no rosto. – SHIU... Não fale isso muito alto, ninguém pode saber que somos irmãos? – Ele falava com tom de severidade, mas seu sorriso de orelha a orelha o entregava.

Veja bem eu sou uma assassina, mas isso não me torna uma má pessoa... Faço quem merece sofrer. É simples. Nunca ninguém que não mereça... Bem... Pelo menos até agora.

10 ANOS ANTES:

— Papai podemos redecorar o quarto de Thomas? – Meu pai me olhava atento. – Ele e a mamãe vão chegar logo e as paredes continuam rosas.

Ele sorri. Um sorriso doce e verdadeiro que só o seu pai sabe dar.

— Só se você não sujar toda a casa igual da ultima vez.

E assim passamos o resto daquela semana. Pintando, limpando, trocando telhas, arrumando o quarto do bebê... E naquela manha fria de sábado minha mãe chegou segurando o pequeno Thomas nos braços, acompanhada de meu irmão mais velho Rubens.

E tudo foi perfeito... Até a noite cair.

— Mamãe me passa o sal? – Meu irmão sorria. Era evidente que tinha amado ter mais um irmão, não o culpava, brincar de bonecas para meninos não deveria ser tão atraente.

Minha mãe sorrio, seu lábio inferior se curvando e mostrando seus dentes perfeitos. E então quando foi passar o sal para meu irmão que aguardava pacientemente, três caras armados entraram quebrando a porta.

E todo o resto aconteceu em uma fração de segundo.

Lembro-me de gritar quando a bala atingiu o peito esquerdo de meu pai, e de chorar quando minha mãe esfaqueada caia por cima da mesa. Lembro-me de correr e pegar Thomas no colo, o balançando para que ficasse quieto... E então o homem alto, moreno e musculoso usando uma arma calibre 38 atirou em meu irmão e eu cai sobre o impacto da bala.

Ele tinha acabado de receber alta do hospital, era um bebê e ele o matou.

Rubens com uma frigideira o atingiu na cabeça tão forte que o homem caiu.

Meu irmão mais velho e eu fomos os únicos sobreviventes do massacre que aconteceu na minha casa. E foi então que decide que faria tudo o que fosse possível para me vingar da melhor maneira do homem que mandou executar minha família.

Piter Walters.

TRÊS SEMANAS DEPOIS:

— Porque está me olhando senhor? –Pergunto sorrindo sobre o olhar entusiasmado de Jake.

—Pra começar não sou senhor. Não sou velho e muito menos casado, apesar de eu estar pensando na possibilidade. E pra concluir estou olhando para você pelo simples fato de que é impossível não olhar. Sua beleza é profunda e seu sorriso é como mil luzes acesas em uma noite escura, seus olhos são como as estrelas vistas de um campo isolado da civilização. Você é sensacional.

Sinto o rubor cobrir meu rosto.

Isto não está certo... não mesmo... sem nenhuma chance. Não sou uma princesa que se apaixona pelo o príncipe encantado. Estava entrando em uma zona sem conforto onde ia cair. Meu objetivo era matá-lo e não me apaixonar por ele. Seu pai levou minha família e eu vou dar o troco na mesma moeda.

— Às vezes parece que você viaja para outro planeta. –Ele ria. – É fofo.

— Senhor Walters não acho que isso seja certo. – Respiro fundo. – Sou sua assistente e você obviamente é meu chefe.

—Ótimo. – Ele sorria. – Está demitida. Agora pode sair em um encontro comigo?

Ele só podia estar de brincadeira com a minha cara.

E então o corredor escurece com a presença sombria do dono da empresa.

— Filho! – Ele sorria de um modo que me fazia lembrar que meu objetivo era nunca mais o ver sorrir. – Estava com tantas saudades.

Pensei em meu plano em meu ultimo assassinato. Era um estuprador de menininhas inocentes. Usei sua filha de alvo o mandando um torpedo anônimo avisando que estava com ela e iria usar de seu corpo.

O infeliz apareceu como se tivesse corrido do Japão até a África em cinco minutos.

E então quando ele entrou no galpão escuro e abandonado eu o fiz pagar.

Foi então que eu percebi. A pior vingança não é a morte da pessoa em si, mas a morte da pessoa com a qual o filho da mãe mais se importa. Se eu tivesse abusado de sua filha o maníaco estuprador teria vivido a vida se culpando, mas ao invés disso eu o matei o libertando de toda a sua consciência pesada. E nessa hora eu desejei que o inferno existisse.

— Também senti saudades pai. - diz Jake, o abraçando.

CINCO ANOS ANTES:

Estava em um jantar ao sul da frança com o marido traidor da minha então chefe. Ele olhava para meus peitos enquanto falava comigo e quando sugeri pra que fôssemos para um lugar mais reservado o idiota me levou em um motel (menos uma estrela).

Ele tentou tirar o meu vestido e eu simplesmente o empurrei na cama argumentando que gostava de ditar as regras. Vendei seus olhos e cobri sua boca. O prendi na cama e com uma faca altamente afiada eu o matei.

QUATRO SEMANAS DEPOIS:

— É só uma festa... vem comigo. – Ele sorria de uma maneira atraentemente atraente. – Vamos Lily, o que tem a perder?

É só que meu prazo está acabando e vou ter que matá-lo nessa maldita festa.

— Não gosto de festas. – Mantenho o olhar fixo no computador. – E além do mais, tenho planos.

Ele sorri maliciosamente. – Bem eu tentei do jeito fácil. Como minha assistente você tem que comparecer a está festa e me acompanhar.

Golpe baixo! Trapaceiro...

— Então por que simplesmente você não ordenou para que eu o acompanhasse?

— Eu gosto de ver você resistindo ao meu charme. – Ele solta um sorriso encantador e então entra para salas de reunião.

— Pobre coitada... Ele só quer usar de você... Então trate de pegar um cafezinho para mim. –Viro o rosto e dou de cara com Dorotéia a irmã gemia de Dolores.

QUATRO SEMANAS E DOIS DIAS DEPOIS:

Desço de meu quarto em um motel barato no centro da cidade e pego um táxi. Chego ao hotel mais chique de New York e entro já sentindo a musica entrar pelos meus tímpanos me fazendo balançar levemente. Adultos irresponsáveis bebiam até cair e seguranças tentavam domar a situação. Depois de informar meu nome e checar que eu estava mesmo na lista entro no saguão principal andando desconfortavelmente em meio à multidão.

Avisto Jake perto de um grupo de homens de preto e sigo até ele.

—Jake... – Ele se vira e por um instante pude perceber que seus olhos brilharam. – Estou aqui!

—Você está... Está... Você é a mulher mais linda que eu já vi em toda a minha vida. –ele sorri e pude perceber que ele estava sendo sincero. – Vamos dançar!

E com um grito de pura animação Jake me conduz pela mão até o centro da pista de dança improvisada no hotel. Seus movimentos são lentos e precisos e em menos de trinta segundos de dança estávamos colados. Corpo a corpo. Algumas camadas de roupas separando o contato de nossas peles.

E então percebo que tinha que agir. Se me enrolasse mais com este homem não ia conseguir completar o plano que fiz e refiz durante anos. Não iria aplicar a minha vingança. E isso, um par de olhos verdes, um corpo escultural e um sorriso de modelo não poderiam substituir.

— Vou até o bar, quer algo? – Sorrio para ele. – Divide um Martíni comigo?

Depois que ele diz que sim corro até o bar e pego dois copos de Martini, abro meu anel e derrubo o Ecstasy em pó que tinha preparado no copo vermelho. Era uma porção pequena, mas algo fácil para começar.

— Aqui está. – Digo entregando o copo vermelho para ele.

— Um brinde. A garota mais incrível, linda, inteligente e adorável que entrou nesta empresa. Desculpe mais é inevitável que eu me apaixone por você. – E então ele leva o copo à boca.

—ES-ESPERE... Eu prefiro o copo vermelho. – Digo o entregando o copo laranja e pegando o vermelho de suas mãos. E então engulo o liquido que desce rasgando pela minha garganta.

—E-EU preciso ir. – E assim corro em direção a saída já me sentindo um pouco tonta.

Fujo para um beco escuro e o vejo olhando para os dois lados da rua, se imaginando por qual lado eu devo ter seguido. E então ele balança a cabeça, sorri afetado e entra novamente no hotel.

Ótimo preciso de um táxi.

Coloco a mão no bolso procurando a minha carteira...

Não pode ser, mas que merda... como pude ter sido tão burra? Minha identidade não está ali... A verdadeira.

Continua...


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