Mentiras Sinceras escrita por Human Being


Capítulo 9
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Aviso Legal: Saint Seiya não me pertence, e sim à Toei, Shueisha, Bandai e todo esse povo que não sabe direito o que fazer com eles. Nhé.

Disclaimer: Essa fic é continuação direta do Epílogo de Faro Fino, portanto também ambientada no universo Sui Generis/Sideways (e não vai conter yaoi/shounen-ai). Nela existem vários spoilers de Faro Fino e dos capítulo de Sideways - por isso, antes de começar aqui e se você não tiver lido Faro Fino ou esses capítulos de Sideways... Cola lá e dá uma lidinha, nunca te pedi nada, vai.

E o epílogo... Bom, ele não é um epílogo. É um conjunto de memórias para sempre perdidas para as brumas do álcool...

Anyway. On with the show.



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Cruzeiro Azamara Journey, entrada da Cabine Luxe 7S08

Mon amour— A jovem de vestido de gala falava com uma voz arrastada para o rapaz de fraque que, ao que parecia, lutava para acertar a chave na fechadura da porta. - Abre logo esse negócio, eu tô apertada...

— Pronto, pronto - O rapaz respondeu com a voz igualmente pastosa, cambaleando para endireitar-se e pegar a garrafa de Don Pérignon das mãos da moça. - Meu benzinho já pode entrar, não vai mais se mijar nas calças…

— Ei - Ela parecia querer protestar. - Calma aí, você não vai beber tudo sozinho, Me dá...

— Mas você não tava apertada? Vai pro banheiro logo!

Enquanto ela dava passos vacilantes em direção ao banheiro, ele virava goles grandes do champanhe no gargalo. Ouviu o barulho da descarga e os passos dela em sua direção.

— Ei - As mãos da moça agora tentavam tirar a garrafa da sua boca. - Solta que agora sou eu!

— Hmmmm - Ele balançava a cabeça enquanto seguia bebendo no gargalo, tentando se desviar das investidas da jovem para tomar-lhe a garrafa. - Hmmmm- eeeei, me devolve aqui, eu-

— Seu idiota! - Ela se afastou de pronto quando uma considerável quantidade de champanhe caiu sobre ela e o lençol da cama. - Meu vestido, meu vestido!

— Mas quem mandou você ficar tentando tirar a minha garrafa?...

— Vai manchar, o que eu faço?... Me dá essa garrafa aqui, olha só o que você fez, seu bêbado!

Ela deixou a garrafa em cima da mesinha em frente à cama, para depois lutar uma inglória batalha contra o zíper do seu traje de gala.

— Ai, benzinho, pera que você vai arrebentar o zíper desse jeito! - Ele a puxou para então virá-la e começar a soltar os colchetes do vestido para então baixar o zíper. - A pessoa tá chapada desse jeito e ainda quer beber, socorro, viu…

— Nem vem que esse zíper é um saaaco pra descer! - Ela respondeu de bate-pronto. - Aliás, mon amour, que prática toda é essa pra descer zíper de roupa de mulher? Desse jeito você deixa seu benzinho com ciúme!...

— Ah, não, até você com isso, pelo amor dos Deuses do Olimpo tudo…

— Mas mon amour agora vai pagar de mocinho recatado? Encarnou o personagem, foi?

— Pfffff… A propósito, você sabe uma coisa que eu ia gostar, benzinho?... - Ele se afastou para pegar a garrafa de novo. - ...Que eu transasse tanto quanto o povo pensa que eu transo. Juro que eu ia ser um homem muito mais feliz…

— Coitadinho de você. Tinha a loiruda lá, te secando, por que não foi atrás dela?...

— Eu ia, quando eu vi que você tava com aquele shei- shhhei- Ele não acertava a palavra. - ...aquele playboy de merda.

— Ei - Ela apontou o dedo para ele, os olhos dela pesados. - Ele só estava me escoltando até eu achar você…

— Ele tava te escoltando pra cabine dele, benzinho…

— ...Por isso que eu mandei ele pra puta que pariu ele. - Ela meneou a cabeça. - Aquele babaca tava viajando na droga se achava que ia me comer…

— Ah, é?

— Claro que é, eu sou uma mulher casada! - Ela levantou a mão para mostrar o anel de brilhante, tentando ser irônica mas falhando miseravelmente pelo seu grau de embriaguez. Em seguida, caminhou de novo em direção ao banheiro, tirando o vestido no trôpego trajeto.

Ele, ocupado bebendo champanhe no gargalo, não percebeu.

O barulho da torneira ligada indicava que ela devia estar molhando o vestido inteirinho, não só o lugar onde se derramou o champanhe. Ele, então, resolveu que ia começar a se desfazer do fraque - apanhou um pouco dos botões do colete para retirá-lo, depois desafivelou o cinto e tirou a gravata. TIrar os sapatos foi toda uma epopéia de sua embriaguez contra seu equilíbrio, mas depois deles retirados foi fácil desfazer-se da calça.

Mon amooooouuuurrrr— A voz dela, de dentro do banheiro, o tirou da batalha momentânea contra os pequenos botões da camisa. - Cadê minha roupa de dormir?...

— Sei lá - Ele voltou a tentar desabotoar a camisa.

— Me traz uma roupa! - Ela choramingou. - Eu tô pelada aqui!

— Aaaaai minha santa paciência… - Ele saiu de onde estava e pegou um roupão no armário. - Bota isso, benzinho, e sai que eu que preciso ir no banheiro…

Devidamente ataviada em seu roupão, ela saiu do banheiro para deixar ele entrar. Andou na direção da garrafa de champanhe, pegando-a para beber do gargalo como ele estava fazendo antes. Depois foi até seu lado do armário para trocar o roupão por sua roupa de dormir.

Assim que a encontrasse, na verdade.

— Mas onde caralhos tá… aaaai, também não vou ficar com essa calcinha, diabo de coisa entrando na bunda que incomoda, arre!...

Jogou a calcinha longe, abaixou pra procurar outra. Ao abaixar, porém, viu o mundo rodar e seu estômago se contrair. Apoiou-se na cama, ouvindo ele tossir e engasgar dentro do banheiro.

— Ei… - Forçou-se de pé, mal sentindo os pés tocando o chão pela dormência. Andou até o banheiro, escorando-se pelas paredes até chegar na porta. - Destranca a porta, eu…

— Eu tô bem - Dentro do banheiro, ele seguia vomitando um pouco do que bebera, mas sua tontura estava piorando em vez de melhorar. - Fica de boa, eu tô bem…

Ele ouviu o barulho de algo caindo no chão.

Levantou escorando-se nos cabideiros de metal, saiu do banheiro para vê-la no chão, ofegando.

— Vem - Ele a puxou para que se levantasse, quase caindo junto. Foram ambos se escorando até o banheiro, onde ela cambaleou até ficar de joelhos na privada.

— ...Meu cabelo... - Ela balbuciava, sentindo seu estômago expulsar o que bebera em jatos. - ...Meu cabelo…

— Calma - Ele puxou seu cabelo do rosto, enrolando-o atrás das sua nuca enquanto ela seguia vomitando. Quando ela parou, ele a ajudou a levantar e entrar dentro da banheira, para que ela se agachasse e sentasse embaixo do chuveiro.

— Tira o roupão - Ele disse, puxando-o de seu corpo.

— Mas aí eu vou… ficar pelada e… Ahhh! - A água gelada do chuveiro começou a cair em cima dela e, momentaneamente, diminuindo sua tontura e a ânsia de vômito. Aproveitou para respirar fundo, abraçando os joelhos para tentar deixar sua nudez menos evidente.

Mas ele, no estado que estava, não a perceberia nua nem se ela estivesse numa sessão de pole dance. Estava ocupado demais em não deixar sua tontura levá-lo ao chão.

— ...Tá melhor?... - Ele disse, ela balançou a cabeça dizendo que sim. Ele desligou o registro de água fria.

— ...Meu roupão… - Ela murmurou, ele pegou-o e estendeu a ela. Ela o colocou, mesmo molhada como estava.

Escorou-se nele para que conseguisse chegar até a cama, para onde ela cambaleou para puxar as cobertas, o roupão úmido lhe atrapalhando os movimentos.

— Tira isso - Ele puxou a gola do roupão. - Tá todo molhado…

Ela usou as cobertas para, por baixo delas, tirar o roupão com alguma dificuldade. Tentou sentar-se, segurando o edredom junto ao seu peito, desajeitadamente usando o roupão para enxugar o que desse da água em seu cabelo. Deitou-se, usando o edredom para se cobrir até o pescoço.

Ouviu ele cambaleando até o banheiro, segurando-se nas paredes para não cair. Uma parte remota de seu cérebro embotado sabia que ele precisaria de ajuda, mas não conseguia mais impedir seus olhos de se fecharem e o torpor se espalhar pelo seu corpo.

Já ele, uma vez no banheiro, se desfez dos últimos botões da camisa e de sua roupa íntima para entrar embaixo do chuveiro gelado, segurando-se na parede porque sabia que se ele se agachasse para sentar, não levantaria mais. Deixou a água cair sobre sua cabeça, o frio fazendo seu queixo tremer junto com os calafrios que a náusea causava. Continuava com vontade de vomitar e até tentou, mas não havia mais o que sair. Firmou as mãos na parede e baixou a cabeça, fixando sua atenção na água que escorria pelo ralo enquanto o jato do chuveiro caía sobre sua nuca. Assim ficou até que o frio fizesse seu corpo tremer inteiro, porque isso ajudava-o a se sentir menos nauseado e mais alerta.

Desligou o chuveiro, andando devagar até um cabideiro com duas toalhas. Colocou uma por cima da cabeça, numa tentativa de secar o cabelo, e cobriu-se com a outra. Respirou fundo, o mais fundo que pudesse, porque uma vez que a sensação de frio o deixava, sentia a tontura voltar.

Precisava deitar-se o mais rápido possível, ele sabia disso.

Andou devagar até a cama, jogando as toalhas no canto da parede para se cobrir com as cobertas. Mas, de barriga para cima, a náusea começava a voltar. Curvou-se de lado e então de bruços, sentindo a sensação de tontura melhorar um pouco.

A luz começava a incomodá-lo, o quarto estava aceso, mas do seu lado do criado mudo havia interruptores para desligar todas as luzes do quarto. Bateu a mão neles até que tudo ficasse escuro. Isto feito, afundou o rosto no travesseiro, respirando fundo para afastar a sensação de morte iminente que a bebedeira lhe trazia.

Não demorou muito até que fosse vencido pelo torpor do álcool e se entregasse ao sono dos bêbados, assim como ela, ao seu lado.

OOO


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Notas finais do capítulo

AGORA SIM - Mentiras Sinceras chegou até o final.

Meus agradecimentos mais que especiais vão para meus sempre queridos Virgo Nyah e Narcisa Le Fay, que podem muito bem serem considerados co-autores dessa história, e também para a RavenclawWitch, admiradora desse ship desde sempre. Meu muito obrigado também vai para Mina Panthomhive, Danimel, beauty-amazon e MioKanon, que acompanharam cada capítulo dessa 'novela'.

Agradeço também todo mundo que acompanhou essa história via facebook e me deixou comentários no meu inbox - que SEMPRE vai estar aberto pra vocês.

Um beijo enorme e STAY TUNED!

Human Being, 17/01/2017.