Dizem que o amor é o melhor sentimento em que uma pessoa pode sentir, ele te faz se sentir nas nuvens, eufórico. E de certa forma, te faz se sentir invencível, que nada poderá te parar ou te deixar para baixo e depressivo. Te dá uma coragem irrevogável, como se você pudesse parar uma bala no ar, ou a coragem para abrir seu coração para a pessoa amada, com a esperança de que esse amor seja retribuído. Bom, eu Uzumaki Naruto, poderia ate concordar com essa tese, se não fosse algumas circunstâncias que eu tive em minha vida.

Para mim o amor é algo lindo, mas ao mesmo tempo triste. Lindo porque esse sentimento te faz se sentir vivo, e triste porque, ele também pode te fazer se sentir destruído , despedaçado, bem como eu me senti por longos dias...incompleto, definitivamente quebrado.

Não me levem a mal, eu acredito muito no amor, pois eu mesmo fui pego pela famosa flechinha do cupido, mas como eu disse, são as circunstâncias...as circunstâncias. E essas circunstâncias, tem nome e sobrenome. Uchiha Sasuke.

A primeira vez que eu o vi, eu tinha apenas sete anos e estava brincando de bola com meu pai e Kurama, meu irmão mais velho no quintal de casa, esperando nossa mãe terminar de lavar a louça do café da manha e se juntar a nós na brincadeira, como todo dia de domingo.

Quando meu irmão decidiu que estava cansado de brincar e se sentou na grama, parou uma caminhão de mudanças na casa ao lado a nossa, que tinha sido recém vendida.

Eu nunca me esqueci, parecia até cena de novela, quando o senhor Fugaku saiu do caminhão com algumas pessoas e mais atrás, chegando em uma Mercedes prata, quatro portas, uma mulher bonita e mais dois meninos. Um deles obviamente era Itachi e o outro era Sasuke, que era apenas um ano mais velho que eu.

Como era de praxe, meu pai se ofereceu para ajudar na mudança dos Uchiha , mesmo que não precisa-se, já que tinha um monte de pessoas para descarregar os moveis. Minha mãe foi conversar com a senhora Mikoto, deixando eu e Kurama sozinhos, encarando Itachi e Sasuke, sem saber o que falar, mas isso não durou muito tempo, já que como Kurama era mais desinibido, logo chamou os meninos para brincarem de bola, onde disputamos um bom jogo, sendo os irmãos mais velhos, contra os mais novos, que claro, no final o placar deu 10x0 para nós os caçulas. Kurama até hoje, me lembra do quanto fomos ruins.

Mas isso não vem ao caso, minha carta não é sobre irmãos e sim sobre minha paixão pelo Teme...

Logo de cara eu e Sasuke nos identificamos bastante, apesar dele ser um garoto de génio difícil, e como Itachi e Kurama eram maiores, nós geralmente ficávamos só nós dois e acabamos desenvolvendo uma certa amizade que ao longo do tempo, nos deu uma grande intimidade, para fazermos festas de pijamas compartilhados um na casa do outro, se revezando entre finais de semana e feriados.

Saudades desses tempos viu, aquela época eu era feliz e nem sabia.

Bom, voltando ao relato, com o tempo pude perceber que Sasuke e eu éramos bem diferentes um do outro, éramos como agua e óleo, eu era imperativo, ele não, eu era falante, ele falava pouco, minha comida preferida era Lamen, a dele era tomate , tínhamos muitos gostos diferentes, mas isso não quer dizer que não nos dávamos bem, muito pelo contrario, eu era a parte que o completava.

Um dos únicos gostos que tínhamos em comum, eram amar livros e a musica , e quando completamos 9 anos, decidimos começar a fazer aula de violão juntos, e aos 11 anos trocamos o violão pela guitarra elétrica e como complementar comecei a fazer aula de canto. Não é que eu esteja me gavando, longe disso, mas eu realmente tenho uma otima voz.

Novamente com o passar dos anos chegamos á adolescência, onde involuntariamente esquecemos um pouco das coisas que nos tornávamos infantis e começamos a pensar como qualquer jovem inconsequente. Fizemos coisas que deixariam qualquer mãe de cabelo em pé. Fomos á festas e tivemos experiências amorosas tanto com meninas quanto com garotos, a qual me descobri ser gay e que meu Uchiha preferido era bissexual. Só para declarar, nossas opções sexuais, nunca abalaram nossas estruturas familiares, por eles serem mentes abertas e muito menos nossa amizade.

De certo modo, isso até nos tornou mais próximos...próximos até de mais.

Certo dia, sem querer estávamos vendo um filme e não lembro detalhadamente da cena, pois tínhamos bebido um pouco, e do nada Sasuke se virou para mim e me beijou, quando vi, nos já estávamos sem roupa e fazendo coisas nada inocentes, que se repetiu muitas e muitas vezes. Sempre que tínhamos oportunidade e se estivéssemos no clima , nós nos agarrávamos e até íamos mais alem.

Nos beijamos tantas vezes e em tantos lugares, que eu mal posso lembrar.

Só que não se engane, nosso relacionamento nunca foi rotulado como namoro, estava mais para uma amizade colorida, onde se quiséssemos poderíamos ficar com outras pessoas. Talvez por covardia ou comodismo, eu nunca reclamei, mesmo depois de começar a sentir certas coisas pelo Sasuke, que na época eu achava que estava apenas confuso. E que era tudo normal.

Porem, hoje eu sei que para mim nossa relação sempre foi algo a mais . Reflectindo hoje, eu nunca fiquei com alguém enquanto estava com ele. Diferente dele, que não perdia a oportunidade de testar suas habilidades sexuais. E era como uma navalha em meu coração, cada vez que eu o via com outra pessoa que não fosse comigo, e hoje eu sei o quanto eu era patético.

Na época, com tudo rolando na minha cabeça, nunca tive coragem de me declarar para ele e assim , nossa amizade continuava inquebrável.

E para minha felicidade, foi assim por um longo tempo.

Quando fizemos 18 anos , terminamos o ensino médio e iniciamos a faculdade de musica, onde nossos planos eram de assim que terminarmos os estudos abrirmos juntos uma loja de discos ou uma gravadora, já que economizamos para isso desde que entendemos por gente!

Mudamos para Tóquio, a qual nossos pais compraram um apartamento , onde nos moraríamos os quatro anos de estudo juntos. E nós dois praticamente viveríamos como casados. Eu até lembro de ficar animado com essa experiência, afinal ele seria só meu. Poderia até ficar com outras pessoas, mas no fim da noite, é para minha cama que ele viria.

E para minha alegria, Sasuke começou a passar mais tempo em casa comigo, e certo dia, se declarou para mim, a qual me lembro que chorei pacas dizendo que o amava de volta e eu já tinha certeza que ele não ficava com mais ninguém, apenas comigo.

Naquele dia, eu entendi o termo do que era fazer amor. E fizemos até desmaiarmos na cama, cansados e com grandes sorrisos no rosto.

E com grande satisfação, Sasuke não era mais só meu melhor amigo. Ele tinha se tornado meu mundo.

Tudo era maravilhoso?

Claro que nossa relação não era um conto de fadas, nós tínhamos algumas briguinhas bobas de ciumes, como qualquer casal normal. Só para constar, a maioria dos ataques de ciumes, eram mais por parte dele do que minha, mas isso é apenas um detalhe.

Ele cismava que meu colega de faculdade, Sai, queria me roubar dele. Se bem que na época, eu achava que era apenas coisa da cabeça dele.

Mas era Hilário Uchiha Sasuke com ciumes! E o sexo depois era melhor ainda!

E foi assim, até pelo menos o primeiro ano de faculdade, onde decidi mudar de curso , para literatura com o apoio do Sasuke que percebia que eu levava a musica por apenas um hobbie. Então mudamos nossos planos para abrir uma loja de discos-livraria. Com isso nossa rotina era bem diferente, já que nossas classes eram em horários diferentes e quase não nos víamos como antes, mas mesmo assim, nós éramos felizes...

Mas vendo hoje, sinceramente, se arrependimento mata-se, hoje eu estaria morto, porque com isso eu dei brechas para ''ela'', aparecer em nossa vida e mudar tudo.

Haruno Sakura, era o tipo de garota que tinha qualquer um a seus pés, e isso para o meu completo desespero, incluiu Sasuke. Ela se aproximou de nós, conquistando nossa amizade e fez o inferno em nossa vida, com ajuda do amigo da onça do Sai e enfim, Sasuke e eu, nos separamos e eu decidi voltar para casa.

Até hoje, mesmo sabendo que Sasuke foi fiel a mim, a dor de chegar em casa e ve-la deitada em nossa cama nua, despedaçou meu coração.

Mesmo Sasuke sendo inocente e que Sakura com a ajuda de Sai, o tenham dopado, ainda doí. E o pior de tudo, foi que eu não acreditei nele, em primeiro momento, quando me disse que não era o que eu estava pensando.

Veja bem, você chega em casa, depois de um dia cansativo, esperando encontrar seu namorado te esperando na sala, fazendo algum trabalho como sempre, e assim que abre a porta, da de cara com um amontoado de roupas femininas espalhadas pelo chão da sala e corredor. É claro, que eu travei, não acreditando no que estava acontecendo, mas foi então, que fui ao quarto e vi a cena.

Sakura e Sasuke nus, dormindo abraçadinhos.

Naquele dia eu nem sei o que fiz. Só sei que chutei os dois na cama e Sasuke acordou grogue, com a vadia da rosada sorrindo para mim, ai Sasuke começou a gritar pulando da cama, dizendo que não era nada o que eu estava vendo e que não sabia o que aquela rosada dos infernos estava fazendo ali.

Porem, eu não queria acreditar nele. Eu acreditei nela. Nela.

Eu sei que falei coisas horríveis, e acho que até mesmo, devo ter dado uns tapas na testuda da Sakura. Se dei ou não, nunca chegou um boletim de ocorrência em minha casa. Só para ter ideia eu estava tão confuso, que nem lembro direito o que aconteceu. Só sei que peguei apenas algumas coisas pessoais, e sai em disparada de carro indo direto para o aeroporto.

Eu me esqueci de casa, faculdade, deixei tudo para trás. A dor que eu sentia era enorme.

Cheguei na minha mãe transtornado, e com orelhas enormes. Contei tudo a minha família sobre o que aconteceu e o único que não queria acabar com Sasuke era meu pai, que era o mais calmo da família, dizendo que aquilo deveria ter uma explicação, a qual eu gritava revoltado para ele, que claro, que tinha uma explicação. Sasuke resolveu que gostava mais de vaginas do que um pénis! Hoje eu coro, em pensar que eu disse essas palavras, mas fazer o que, eu estava com raiva e sofrendo. Ninguém poderia me culpar.

Kurama e minha mãe queria pegar um avião e ir falar com Sasuke, mas meu pai não deixou...Hoje eu agradeço por isso, senão talvez não existiria mais o Teme.

Como os Uchihas ainda eram nossos vizinhos, até eles foram metidos na panelinha, por culpa do Sasuke que é claro, que ligou para eles desesperado pedindo ajuda e contando o que aconteceu ,e que tudo foi um mal entendido e armação daqueles dois filhotes do cão, pois não sabia onde eu estava. Então vieram a nossa casa avisar sobre o ocorrido e me encontraram chorando horrores no colo de Kushina.

Naquele dia eu vi quanto mães são furiosas viu. Mikoto defendeu Sasuke com unhas e dentes, me contando tudo o que aconteceu. Como Sakura confessou que o dopou, que Sai-filhote de cobra- a ajudou no plano, comprando a substancia. Como entrou no apartamento e deitou na cama com meu Teme, que nada fez, a não ser dormir.

No final de todo o discurso da minha sogrinha, sobrou apenas um Uzumaki Naruto confuso, querendo se enterrar chão abaixo.

No segundo momento me veio o pânico e a culpa, por não ter acreditado no Teme. E depois a vontade de voltar para Tóquio, já que o maldito não estava atendendo o telefone. Porem, minha mãe e Mikoto, me aconselharam a esperar um dias e ligar na faculdade avisando de uma emergência familiar, e só depois voltar para casa.

E foi o que fiz. Passei a semana toda mal.

Quando voltei a Tóquio, uma semana depois, ficando longe do Teme, e me sentindo um pedaço de lixo, sem nem sequer ter recebido uma ligaçãozinha dele, ficando sem ouvir sua voz por sete dias, foi uma eternidade!

Mas sabe gente, o orgulho é coisa do capeta sabia. E o orgulho de um Uchiha é pior ainda. Não queiram magoar um Uchiha nunca, pelo amor de Kami-sama.

Aquele lá, me fez pagar tudo os meus pecados aqui na terra antes de me perdoar, mas graças a um ser celestial que me ama, ele perdoou meu erro de não ter confiado em sua palavra e hoje nós somos muito felizes.

Terminamos a faculdade, e como estava nos planos, vendemos o apartamento em Tóquio e voltamos a Konoha. Raspamos nossas economias no banco e compramos um bom espaço no centro da cidade por quase uma pechincha, graças ao meu sogro. O imóvel era de três andares, onde o ultimo seria nosso apartamento e os primeiros andares em baixo, seriam a Disco-Teca Chidori!

Que felizmente faz muito sucesso aqui na cidade.

Hoje em dia, eu e Sasuke lembramos sobre o que aconteceu, e de certa forma, somos gratos a Sakura e Sai, por ter feito tudo aquilo com a gente. Aí, vocês me perguntam. Como assim?

Bom, eu aprendi, assim como meu Uchiha, a ver o lado bom da vida. Porque, afinal, o que não nos matou, nos tornou mais forte. E somos felizes, fomos feliz, e essas são as minhas circunstancias.

Mas isso é o fim da minha historia? Não! É apenas um começo.

Em breve eu e o Teme, iremos nos casar. E motivo de eu estar escrevendo essa bendita carta, é porque eu queria deixar o passado para trás, e abrir uma nova janela para o futuro. Deixar todos saberem da nossa historia conturbada, confusa e de muito amor.

Que como eu disse la em cima, é apenas o começo.