Descendentes: Os guardiões da profecia escrita por Lua Chan


Capítulo 4
Surpresa!




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|Jake|

As horas foram se passando e a cada minuto que eu ficava ao lado da nova garota, mais desconfortável me sentia. Tentei começar um diálogo e me apresentei formalmente para ela, mas apenas balançava a cabeça para um lado e para o outro -e de vez em quando, mordiscava ferozmente sua caneta.

Finalmente a aula tinha acabado, o que significava que eu poderia falar com a Alex sobre isso.

—Ei! -Chamei a garota -Posso falar com você? -Alex consentiu.

—Claro, sem problemas. Mas não quer ir falando no meio do caminho?

—Da sua casa? -Ela me olhou friamente.

—Não, do hospício. -Disse sarcasticamente -Pra onde você acha que a minha mãe te chamou ontem?

—Nossa, não precisa ser grossa!

—Você tinha algo a dizer, sr. Skull? -Falou, desconsiderando meu comentário. Inspirei fundo, antes de começar.

—Você notou algo de diferente naquela Charlotte? -Falei.

—A nova garota que não parava de te ignorar e que parecia uma pilha de nervos perto de você? -Perguntou, sorrindo -Não, nem um pouco. -Brincou.

—É sério, Alex! -Gritei não muito alto para não assustá-la.

—Tudo bem, Jake. O que você quer que eu diga? -Pelo seu olhar, entendi que deduziu aonde eu queria chegar - Ela parece meio estranha, sim. Mas se acha que ela tá escondendo algo, por que não pergunta pra ela?

—Acha que eu não tentei? -Me defendi. Depois de uma breve pausa, continuei -A questão é... você pode me ajudar com isso?

A garota olhou para o céu e bufou. Acho que me imaginava como uma criancinha irritante naquele momento.

—Tudo bem, Caveira. Vou fazer isso por você. -Sorri como resposta.

Depois de alguns metros, chegamos ao nosso destino. A casa parecia ter uma aura diferente e eu já sabia o porquê: era por causa do aniversário da Alex. Seus pais me chamaram hoje para uma festa surpresa -esse fora o verdadeiro motivo do Killian, seu pai, ter saído bem mais cedo. Ele estava em busca dos preparativos da festa.

De uma certa forma, invejava a menina. Ela era responsável, divertida e tinha pais que não ficavam repetindo a mesma coisa trilhares de vezes, sem necessidade.

No meu caso, era diferente. Sou adotado. Descobri isso há uns 3 anos, quando vi que alguns de meus documentos eram falsificados. Ao recorrer ao meu pai, ele me falou a realidade com todo o cuidado. Isso não me assustou, nem me deixou triste -muito pelo contrário. Saber que ele cuidou de um "desconhecido" por tantos anos, com muito amor me deixou em paz.

—Uh... espera só um pouco, tá bom? -Falei, aguardando o sinal que me deixaria entrar na casa (Henry ligaria pro meu celular, que estaria no modo "vibrando" ligado).

—O que está me escondendo, J? -Pediu. Felizmente, depois de uns 2 segundos, recebi a mensagem.

—N-nada! -Falei rapidamente -É só entrar. -Abri a porta e como já esperava, todos os conhecidos da Alex a acolheram.

—Feliz aniversário, Alex! -Gritaram em uníssono. Vi muitas pessoas, desde adultos, até crianças. Os avós da Alex; Henry, sua esposa e sua filha April; Robin e Regina Mills; Bella e o sr. Gold e muitos outros. Todos vieram felicitar a garota.

Chegada a hora dos parabéns, me senti meio tonto. O engraçado (nem tanto) era que notei que a Alex sentiu o mesmo, num breve momento. Ela quase caiu. Era como se estivéssemos conectados.

—Alex? -Killian perguntou, gentilmente -Você está bem, meu amor?

—S-sim, papai. -Respondeu, sua voz falhava -Só foi um deslize. -Ela me encarou e piscou para mim. Sabia o que isso significava -Será que poderia me dar licença? Preciso falar com o Jake.

Todos olhavam para mim. Segurei o braço da aniversariante, deixando os olhares de lado e fomos juntos para o porto.

***
         -O que você... sentiu naquela hora? -Fiz a pergunta meio vaga, mas entendeu.

—Eu não sei. Tenho me sentido esquisita esses dias. Como se estivesse borbulhando por dentro. -Ergui a sobrancelha, preocupado -Além disso, não esperava tantas pessoas assim.

—Tem sorte... -Alex virou velozmente sua cabeça e começou a me encarar. Se essas coisas existissem, diria que estava tentando ler a minha mente. Prossegui -Meus pais sempre dizem que quando eu fizer 17 -daqui a alguns dias -minha vida iria mudar completamente.

—Como assim? -Deu uma risada abafada.

—Essa é a pergunta que faço todos os dias. Quem me dera entendê-los.

Não tinha nada a fazer, a não ser acompanhar o pôr do sol e o belo dia que se encerrava. Abracei a menina e ela retribuiu o gesto.

—Eu te amo, Alex Swan Jones. -Sussurrei em seu ouvido.

—Também te amo, Jake Skull.


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