Descendentes: Os guardiões da profecia escrita por Lua Chan


Capítulo 2
Descendentes




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/716598/chapter/2

Alex e Jake

 

7 anos depois...
|Alex|

—Alexandria! -Ouvi a voz calma e firme da minha mãe que estava no andar debaixo de nossa casa. Corri para saber do que precisava.

—Sim, mamãe? -Emma Swan, a brava guerreira que todos os dias cuidava de mim, sorriu ao me ver. Pegou um maço dos meus cabelos negros como o carvão e depositou um suave beijo na minha testa. Ela era um doce.

—O café está pronto, amor. -Deu um peteleco no meu nariz com seu dedo indicador -Chame Ganch- quer dizer, Killian. Seu pai deve estar devorando os móveis de tanta fome. -Deu uma risada nervosa.

Obedeci à sua ordem, meio pensativa. Nunca entendia o porquê de Emma chamar meu pai de Gancho, mesmo sem querer. Às vezes sentia vontade de perguntar sobre isso, mas logo deixava de lado. Deve ser por causa da história de Peter Pan; era um dos contos favoritos da minha mãe. Talvez seja também pelo fato de meu pai só possuir uma das mãos. Uma vez, me disse que perdera a outra num acidente de trabalho.

—Pai? -Perguntei, abrindo silenciosamente a porta de seus aposentos. O lugar estava abafado, as cortinas fechadas contribuiam para tal estado.

Fui surpreendida por meu irmão mais velho, Henry. Muitas vezes me esquecia que o garoto costumava nos visitar, quando não trabalhava

—Oh, H-Henry? -Limpei a garganta, constrangida.

—Ah, oi, Alex. -Chamou timidamente pelo meu apelido -Desculpa não ter te avisado ontem. Dormi por aqui...

—Sem problemas. -Sorri, retirando uma mecha negra do meu rosto que estava atrapalhando meu campo de visão -Uh... você viu o Killian? -Adentrei no lugar e me aconcheguei na cama macia.

—Sim. Seu pai saiu há pouco tempo. Disse que foi buscar algo no porto. Provavelmente foi dar uma olhada no barco. -Henry respondeu. Devolvi uma careta -Qual é o problema?

—Não sei, quer dizer... ele nunca sai tão cedo assim... -Era verdade. Meu pai tem um barco enorme. Disse que um dia, seria minha herança. Pensei animada na possibilidade de me tornar uma pirata aventureira, mas isso seria muita bobagem.

—Bem, não posso fazer nada. -Ficamos em silêncio. Não era comum termos uma conversa. Henry não nos visitava constantemente, mal tínhamos um diálogo entre irmãos, mas o amava mesmo assim.

—Ok. Acho que não tenho escolha, a não ser ir para a escola. -Balbuciei, fazendo meu irmão mais velho sorrir.

—Quer que eu te leve?

—Não, estou bem. -Agradeci -Vou ligar pro Jake. Ele disse que me daria uma carona hoje.

Jake Skull era meu melhor amigo e, de certa forma, muito parecido comigo. Desde o dia em que o conheci, fazia brincadeiras com seu estranho sobrenome, afinal, "Skull" significa "Caveira". Ele era um dos únicos que conseguiam me entender daquela escola.

Estava com muita fome, quase esqueci de tomar café. Desci correndo pelas escadas, a poucos passos (sem trocadilhos) de tropeçar em meus próprios pés.

Chegando na grande mesa de madeira da sala de estar, encontrei uma nota. De longe, suspeitei ser da minha mãe. De fato, estava certa.

QUERIDA, ESTOU ATRASADA PARA UMA CONSULTA COM O SR. HOPPER. TIVE QUE IR CORRENDO, DESCULPE POR NÃO FALAR COM VOCÊ. TEM PANQUECAS NO FOGÃO. BEIJOS E BOM DIA.

ASS: EMMA

—Que maravilha! -Murmurei -Todos estão saindo sem avisar. -Mesmo assim, ignorei meus pensamentos, como usualmente.

Fui interrompida pela campainha. Era Jake, tinha certeza. Abri a porta que nos separava.

What's up!—Gritou, me abraçando fortemente.

Jake tinha a pele um pouco mais escura que a minha. Seus cabelos castanho escuro combinavam com a cor de seus olhos e chegavam na altura dos ombros. Em cima a orelha esquerda, era possível ver um objeto sintilante, quando exposto na luz. Correspondia a um piercing que tinha colocado ano retrasado.

Ele segurava um buquê de flores amarelas. Nem perguntei para quem era, já tinha suspeitas.

—Hmm... por que as flores? -Sorri misteriosamente.

—Oh! Quase me esqueci. -Pôs sua mão na testa e estendeu sua mão bronzeada -Parabéns!

—Espera... -Estranhei -O que eu fiz? Ganhei em alguma competição na escola ou algum concurso e não estou lembrando?

—Tá brincando, né? -Perguntou -Tudo bem, deixa eu te ajudar. -Ele deu um de seus sorrisos encantadores. Se não o conhecesse, diria que era um modelo -Feliz aniversário, Alex Swan Jones!

—Eu não acredito. Eu realmente tinha me esquecido disso! -Exclamei, pondo ambas mãos na boca. Não é comum as pessoas esquecerem de seus aniversários. Principalmente quando estamos falando de 16 anos.

—Precisa pensar mais em si mesma, Alex. -Jake encostou sua testa na minha. Ficamos assim por alguns segundos, enquanto isso, sentia sua respiração quente e agradável no meu rosto.

De repente, uma dor excruciante tomou conta da minha cabeça, fazendo-me decair. Meus joelhos estavam prestes a encontrar o chão, mas antes, Jake cuidadosamente me segurou.

—Hey! O que aconteceu? -Perguntou, depois de minha respiração ter voltado ao normal -É aquela dor de novo? -Assenti, balançando a cabeça -Ok, vamos procurar um médico.

—Não! -Gritei, desconhecendo minha própria voz -Só... procure algum remédio. Você sabe que essas crises somem rápido.

O garoto fez o que eu pedi -às vezes me perguntava como seria minha vida sem Jake Skull. Depois de encontrar a caixa de medicamentos e ter me dado um comprimido, fomos para seu carro.

—Tchau, Henry! -Falei para o dorminhoco -Te vejo mais tarde.

Por mais estranho que pareça, me senti melhor quando saí de casa. Falei isso para Jake que pegou suas chaves e entrou em sua não tão velha picape azul marinho.

—Preciso te falar uma coisa, Alex. -Jake sussurrou -Tenho que passar na casa dos Mills. -Arqueei as sobrancelhas para o menino. Não era comum eu falar com os Mills também -por coincidência, Regina Mills era a mãe adotiva do Henry.

—Não me diga que vai dar carona à...

—Megan? -Olhou para mim timidamente, confirmando meu pesadelo -Sim, ela mesma.

Megan Mills se tratava da filha mais jovem de Robin e Regina. Assim como o pai, era obcecada por arcos e flechas -para o meu azar, soube que ela tinha um quarto repleto desses objetos. Megan costumava ter uma queda (que eu chamo de "tombo") por Jake, mas nunca declarou isso.

Com pouco tempo, já havíamos chegado em sua casa. Vi Regina na frente do seu enorme jardim, dando um beijo longo na cabeça da morena. Acenei, carinhosamente, antes da sra. Mills entrar em sua casa novamente.

—Oi, Megan. -Jake deu uma piscadela. Pude notar um leve rubor nas bochechas da menina.

—Oi. -Respondeu secamente, batendo a porta do veículo.

—E aí, Meggie? -Procurei ser gentil.

—Me chame por esse apelido de novo e eu enfio uma flecha em sua goela -Silenciei, nervosa.

—Vai ser uma longa jornada... -Queixei-me.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Descendentes: Os guardiões da profecia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.