Run. escrita por Martins


Capítulo 1
Only; don't tell me bye bye.


Notas iniciais do capítulo

As partes em itálico são partes da letra original da música Run do BTS



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Não importa o quão longe procuro por você, é apenas um sonho vazio. Olhava para frente com os olhos abaixados, escondidos por suas pestanas, enquanto, misturado pelas sombras, caminhava pelas ruas de Nova York. Mais uma vez, sentia-se necessitado. Seu corpo implorava por algo, assim como seu coração. Algo que não podia ter.

Era um vazio eterno, que Nico di Angelo pensou que iria ser preenchido com o tempo, ou com a presença de Hazel Levesque, sua irmã, filha de Plutão, ou os constantes abraços e beijos que seu namorado, Will Solace, filho de Apolo, lhe dava todo dia, sempre que se encontravam. Mas, estava enganada.

Não importa o quão louco eu corro, eu volto para esse mesmo lugar. Pedira ajuda a muitas pessoas; conversara com Jason Grace, mas o mesmo não parecia ter uma resposta na época, ousou visitar Perséfone, sua madrasta, no Mundo Inferior, mas a mesma lhe dera um passa fora por estar de mau humor que o deixou ainda mais para baixo. Até mesmo pensara em se abrir com Quíron, o diretor de atividades, centauro, e, mente muito amiga, mas, o mesmo estava ocupado, e, parecia adorar passar tempo conversando com Perseu Jackson ao invés de ligar para o pobre filho de Hades em depressão profunda.

Seu peito se esfriava a cada passo que dava. Precisava dos braços quentinhos dela, do conchego conhecido, dos beijos calmos em sua testa, da voz calma da pessoa mais importante em sua vida rente ao seu ouvido enquanto o balançava lentamente, permitindo que o sono o embalasse.

Apenas me queime! Sim, me puxe. Essa é uma corrida de amor louca.

Desde que sua irmã mais velha, Bianca di Angelo, dona de cabelos negros, pele cor de oliva e olhos castanhos escuros falecera em uma missão acompanhada de outros meios-sangues, Nico pensara que jamais voltaria a sorrir ou a amar direito. Porque, como seu pai dissera durante uma de suas visitas desconfortáveis, amor é como a guerra, você nunca saí do mesmo jeito que era.

E era daquilo que precisava: de sua irmã. Mas, não podia tê-la. Porque Bianca o havia deixado anos atrás, sem mais nem menos, sem perguntar, sem pedir permissão, ela apenas se fora, levando consigo a felicidade e ingenuidade de seu irmão mais novo.

Mesmo admitindo que meus pés estão cheios de cicatrizes. Eu ainda sorrio sempre que vejo você.

Suspirou e olhou ao redor, sufocado pelo mar de pessoas que passavam por ele, seguindo suas vidas insignificantes; algumas correndo, outras falando no celular, nenhuma prestando atenção no garoto pálido e magricela, com uma cortina negra que chamava de fios de cabelo cobrindo seu rosto, deixando que fosse apenas um rosto borrado entre todos os outros.

Vamos correr mais uma vez! Está tudo bem se cairmos.

Aquilo era uma mentira, ele não aguentava mais. Sempre aguentara mais um mês, depois de chorar como uma criança em sua cama, debatendo-se em pesadelos, imaginando Bianca o chamando no Mundo Inferior. Vamos correr mais uma vez! Está tudo bem se nos machucarmos.

Ele se iludia com a ideia de poder trazê-la de volta de alguma forma, mas, quando fora tentar, depois de anos procurando e procurando, afastando-se do mundo tanto dos mortais quanto o dos meios-sangues, Nico tivera a notícia que tirara seu chão, que o destruíra ainda mais que a notícia de que sua irmã estava morta: ela havia renascido. Havia o deixado. Mais uma vez.

Mesmo sem conseguir alcançar você, eu estou bem feliz.

Claro que não estava! Nico era a definição da melancolia, era difícil se aproximar do garoto e continuar animado. Apenas olhá-lo deixava que apenas a tristeza inundasse seu peito.

Esse destino tolo me amaldiçoa.

Ousou erguer os olhos, e, congelou na rua. Ali estava ela, com os cabelos negros presos em uma trança, usando roupas prateadas, correndo para longe dele.

Corra. Não me diga adeus.

Então, no meio da calçada, Nico começou a correr, como se tudo ao seu redor estivesse em câmera lenta, ele começou a acelerar, empurrando os mortais pelos ombros com força, tentando mais do que tudo se aproximar de Bianca di Angelo que corria entre as cabeças aleatórias naquela tarde de inverno.

Corra. Você me faz chorar.

A angustia em seu corpo ia crescendo assim que se tocava que não conseguia alcança-la. Tentou gritar, chama-la como costumava fazer sempre que os pesadelos o tomava, quando menor, mas sua voz parecia presa. Seus olhos foram se enchendo de lágrimas desesperadas.

Todos me dizem que acabou, mas eu não consigo parar.

Lembrar-se das palavras de Jason não ajudava: “Nico, é normal perdermos alguém. Eles sempre estarão dentro de nós. Com você, não é diferente, mesmo sendo filho do deus do Mundo Inferior.”.

Eu sigo seus traços. Por favor, me guie. Por favor, me pare. Por favor, me deixe respirar.

Continuou a correr desesperado, pensando em como Bianca costumava dizer que o amor impedia muitas coisas. A morte era uma delas. Mas, tal frase era uma mentira, porque assim que ela morrera, ele pensou que voltaria; porque Nico a amava, mais do que tudo em sua pouca vida inteira. Porém, ela não voltou.

Corra! O amor é uma mentira. Não me diga adeus.

A imagem de Bianca estremeceu, embaçada pelas lágrimas de Nico e ele piscou, para ter melhor visão. Então a realidade o atingiu: ela não estava ali. Bianca não estava a sua frente, ela não estava correndo dele. Nico estava sozinho, mais uma vez, rodeado pelas sombras, pisando na neve, olhando ao redor com os olhos arrasados.

E, mesmo com o coração se rasgando aos poucos, o peito ainda vazio pelo amor de sua querida que nunca seria preenchido, Nico di Angelo parou de correr atrás de sua irmã.


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Notas finais do capítulo

Well, foi isso. Eu amo tanto esses dois, é descomunal o carinho que eu tenho por eles ♥

Enfim, espero que tenham gostado, se sim, deixa um comentário e até!



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