Casa 89 escrita por Safirasofis


Capítulo 5
- Capítulo 4 (1/2) - Diligente -


Notas iniciais do capítulo

olaaaaaaaaaaaaaaaaa



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Hoseok se vê num dilema ao encarar as escadas para o andar de cima, teria de arranjar um jeito de levar Yoongi, sua cadeira de rodas e a mochila do branquinho até seu quarto. Carregar Yoongi estava fora de questão, já que a chance de ganhar um ‘nem pense nisso’ era de quase cem por cento.

Yoongi por outro lado, logo que viu as escadas foi atingido por todos seus pensamentos negativos; ‘Mal cheguei e já estou dando trabalho, maneiro. ’

A mãe de Hoseok havia saído para jantar fora com as amigas, e por causa do horário que iriam acabar a pequena ‘reunião’ e distância até sua casa, acabaria por dormir na casa de uma delas, então...

Os garotos estavam sozinhos.

— Você não precisa me levar lá, de verdade. – Diz Yoongi, encarando as escadas de madeira. Hoseok se sente ofendido.

— Eu não vou deixar você aqui, de jeito nenhum, Yoongi! Você ainda precisa tomar banho. – Suspira, deixando de fitar as escadas para buscar os olhos do mais velho. – Eu posso te carregar? – Pergunta, hesitante, enquanto Yoongi só bufa e abre os braços quase como se pedisse colo. Hoseok riu com a fofura de seu hóspede, se aproximou e passou um braço pelas costas do outro – que ficava vermelho aos poucos -, largando a mochila no chão e passando o outro braço por debaixo das pernas de Yoongi. Este que envolveu o pescoço de Hoseok com os braços – talvez para esconder a vermelhidão de sua face – e o surpreendeu com a quentura de seu corpo.

‘Isso pode ser considerado um abraço? ’ Pergunta-se Yoongi, antes de começar a ser carregado escada acima pelos braços esguios de Hoseok. Havia muito tempo desde que não era abraçado, talvez isso explicasse a sua carência fora do comum por debaixo de todo aquele mau humor, e o corpo quentinho do mais novo transmitia uma paz...

Hoseok abre a porta do quarto com um dos pés, e deposita um Yoongi ainda corado em sua cama, não demorando a descer e voltar com o resto das coisas.

— Aish, a sua cadeira é muito pesada, misericórdia... – Entra no quarto de novo, deixando a cadeira de rodas e a mochila no chão e estala suas costas, sentando do lado do branquinho em sua cama, que estava cabisbaixo. – Ei, está tudo bem? – Pergunta, se virando para encarar o outro que assente silenciosamente, ainda olhando para o chão. – Sua mãe pediu pra eu te dar banho, vamos?

Os olhos de Yoongi arregalam e sua face esquenta de novo, virando o rosto para outro lado para tentar disfarçar a súbita vergonha. Nem conhecia Hoseok direito, sua mãe era louca? Ouve o moreno o chamar de novo, então relaxa um pouco no lugar e diz, baixinho;

— Não precisa... – Tenta pular e ‘etapa’ do banho, parte por estar desconfiado, e parte por estar extremamente envergonhado. Mas Hoseok não ia desistir tão fácil, ainda mais porque a própria mãe de Yoongi tinha pedido esse favor.

— Hyung... – Tenta encorajar o outro fazendo um carinho nos cabelos da nuca, fazendo-o se encolher e Hoseok recolher a mão no espanto de ter feito algo errado. - ... você está com vergonha? – Yoongi iria responder, mas as suas bochechas vermelhas já o tinham denunciado a muito, e faziam o moreno pensar que adorava quando o vizinho deixava a máscara rabugenta de lado. – Ei, não precisa ficar assim, está bem? Eu não vou fazer nada de errado com você. – Tenta convencê-lo com a voz mais gentil que tinha, o que deu certo. – Eu vou buscar o banquinho, você faça o que tem que fazer, ok?

Sai sem esperar uma resposta, e achou que falar simplesmente ‘Tire a roupa’ iria jogar todo o progresso que teve com o branquinho por água abaixo. Quando voltou para o quarto, se deparou com Yoongi sem camisa e tentando tirar a calça.

— Quer ajuda, Yoongi? – Pergunta, parado no meio do quarto. Vê o mais velho quase pular de susto e em um reflexo tentar cobrir o torso nu, ainda evitando olhar nos olhos de Hoseok. – E-eu posso te ajudar a tirar a calça, se você preferir tomar banho de cueca eu posso te emprestar uma minha que ainda não usei... – Sugere, para tirar todo aquele clima tenso no ambiente. Céus, estava quase desistindo da tarefa, o garoto estava morrendo de vergonha, e não queria (nem iria) obriga-lo a fazer nada.

Se aproxima calmamente e se abaixa para encarar o outro, que estava sentado, de igual para igual. Como o fecho da calça de Yoongi já estava aberto seria só segurar o pequeno e puxar a calça para baixo, mas quando foi envolver o torso do garoto com um dos braços, teve uma surpresa.

Yoongi estava tremendo de medo.

Hoseok não se afastou, mais pelo choque do que pela teimosia, as palavras da senhora Min lhe voltando à mente em uma velocidade absurda; “ele já sofreu muito com isso no passado”, Deus, então o que ele passou deve ter sido uma experiência extremamente traumática.

Quando teve coragem de soltá-lo, Yoongi finalmente o olha nos olhos, e Hoseok consegue ler todas aquelas emoções que o branquinho não verbalizava, seus olhos estavam cheios d’água e expressavam todo um misto de emoções negativas. E Hoseok nem sente quando seu semblante pesa junto ao do outro, pois se encaram por um longo tempo, como se tentassem ler e decifrar tudo que seus olhos quisessem transmitir.

E concluía sua leitura, Hoseok nunca imaginou que Yoongi pudesse ser tão frágil.

— Yoongi... está frio, coloque sua camisa, vamos fazer isso amanhã cedo, tudo bem? – Yoongi somente olha para baixo, fazendo Hoseok ter de pegar a camisa e moletom para vesti-lo ele mesmo. O mais velho permanece estático mesmo quando o moreno pega seus braços para passar pela manga da camisa, e o mesmo com o moletom cinza. Olha de relance para Hoseok que lhe dá um dos sorrisos mais gentis que já vira. – Começou a chover... – Tenta deixar o outro mais à vontade. - ... você gosta de dormir quando chove? Eu adoro...

Yoongi não planejava responder, mesmo que odiasse a chuva quando trovejava. Porque Hoseok estava sendo irrealisticamente gentil, e isso era surreal, a cena que fizera seria o suficiente para fazer qualquer um desistir, não? Pois foram atitudes ainda menos irritantes que afastaram seus antigos amigos.

Estava farto de incomodar Hoseok, de fazê-lo se esforçar tanto, mesmo involuntariamente, para ter alguma reação positiva vindo de si, tudo por causa de uma grande coletânea de memórias ruins.

Mesmo que essa não fosse nem de perto a visão de Hoseok da situação.


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