porque não se pode impedir um coração de bater... escrita por Apolo237


Capítulo 1
...isto seria um ataque cardíaco?


Notas iniciais do capítulo

EU SEI QUE DEVERIA ESTAR ATUALIZANDO MINHAS FICS DE HUNTER X HUNTER
Mas foi mais forte que eu ;-;
Além disso Scorbus (precisamos arrumar um nome melhor para esse shipp, pelas barbas de Merlin) tomou meu coração s2



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Você se lembra claramente de quando era criança e perguntou a seu pai por que é que não conseguia fazer seu coração parar de bater tão rápido depois de uma das pegadinhas do James e ele se lembra de sua mãe rindo carinhosamente e lhe dizendo que não podemos controlar nossos batimentos cardíacos.

Você tem certeza disso agora porque, quando vê Scorpius estudando para os N.O.M.s com aqueles seus óculos elegantemente pretos e uma mecha macia da franja loira presa para trás com uma presilha negra que ninguém precisava saber que fora de Astoria, seu coração bate e bate e bate

[pode parecer um tambor

as asas de um beija-flor

as turbinas de um avião

mas um coração não deveria bater assim]

[“tum tum tum” é o normal]

[“tum-tum-tum-tum-tum” é um ataque cardíaco]

Você quase tem um ataque cardíaco a cada toque de Scorpius, por mais casual e inocente que pareça. É seriamente constrangedor quase enfartar quando se está no meio de uma multidão e o seu amigo segura seu braço para não se perderem um do outro.

Certo dia vocês estavam passeando por Hogsmeade e Scorpius ajeitou o seu cachecol. O seu coração não voltou ao normal por dez quarteirões.

As suas mãos formigam por tocar o outro, talvez abraçá-lo, sentir o corpo esguio junto ao seu, e quem é que disse que cobras tem sangue frio?, porque os dois pertencem à serpente verde e prateada e você nunca sentiu tanto calor como quando perto dele. Mas por alguma razão você sempre se esquiva do toque, porque seu peito se retorce em uma agonia silenciosa e

[porque, se você soubesse o quanto quero que me toque, Scorpius,

você não tocaria]

E você sabe o quanto isso é clichê, se apaixonar pelo seu melhor amigo, mas não pode evitar, não se pode controlar as batidas de seu coração, não se pode parar um ataque cardíaco. Você não pode fazer suas mãos pararem de tremer ou seus pelos pararem de se arrepiar, não pode parar de focar sua mente em Scorpius, não pode evitar esse tsunami de quereres que o submerge e o arrasta e o joga nas rochas e quebra suas costelas e para a sua respiração e faz até a água ser um veneno.

A sua vida é regida por nãos agora.

[não o toque

não fique olhando

não sorria

não o ame]

Mas aqueles olhos, aquela pele, aquelas mechas, aquele Scorpius. E é irônico, porque o seu nome é Albus, mas você sempre pensou que dentre os dois Malfoy era a alvura. Scorpius é o branco enquanto você é um castanho sem graça. Branco quer dizer pureza. Scorpius é a pessoa mais pura que você conhece e o seu coração sabe disso (“tum-tum-tum-tum-tum”).

Você nunca quis se apaixonar por Scorpius Malfoy. Nunca quis passar horas buscando as cores de seus olhos cinzentos no céu nublado. Nunca desejou querer entrelaçar seus dedos nas mechas macias do cabelo quase alvo. Você nunca quis isso, jamais desejou nada do que está acontecendo.

Se você pudesse, faria seu coração parar de buscar por Scorpius, ainda que para isso precisasse arrancá-lo fora de seu peito com as suas próprias mãos.

[mas você não pode fazer seu coração parar de bater,

 não é mesmo?]

Você quer dormir em paz de novo, sem ficar observando o amigo adormecido na cama do lado, sem ficar devaneando com situações que pensa serem impossíveis.

Você quer voltar a tocar sem medo.

Quer que essa tensão passe.

Quer...

... E tudo isso lhe é dado, mas não da forma que você tinha em mente.

Você chegou a um ponto em que nem sequer precisa que Scorpius lhe toque, pois a simples presença dele faz seu coração acelerar e seu rosto enrubescer e o tsunami te afogar, o que é irritante, eu compreendo, mas inevitável.

Nesse dia você está observando o céu nublado em busca dos tons que compõe os olhos que ama quando o dono destes surge no gramado atrás de você.

— Oi, Scorp – você diz sem precisar olhá-lo.

— Como soube que era eu?

[“por causa do ‘tum-tum-tum-tum-tum’”

você não diria isso nem se seus lábios se partissem]

— Segredo – Você se vira e sorri – Como foi?

— Acho que odeio Aritmancia.

— Eu te avisei.

— Cala a boca, Potter – mas Scorpius ri.

O som da risada suave e clara faz seu rosto corar e as turbinas de um avião substituírem o órgão que bombeia seu sangue. Você levanta o cachecol verde e prateado para esconder o rubor e agradece silenciosamente a alguma coisa por ser um dia frio.

O seu coração pulsa em seus ouvidos (“tum-tum-tum-tum-tum”).

Você vê o nariz de Scorpius ficando vermelho e as mãos dele esfregando os braços sobre o uniforme e percebe que ele não está vestido para o frio. Sem ter que pensar nisso e sem dar chance para qualquer protesto da parte dele, você tira o seu casaco e o deposita sobre os ombros frágeis, lembrando-se dos versos que lera em algum lugar.

(“Eu não sei nada sobre proteger alguém

Nem mesmo sobre me importar

Mas eu quero saber”)

Não eram versos bonitos ou profundos, nem mesmo rimavam, mas eles te fazem sorrir agora, pensando que você nunca quis isso e aconteceu mesmo assim. Talvez o segredo seja não querer. Nesse caso o universo é um filho da mãe manipulador, mas você não quer pensar nisso agora.

— Não precisa – Scorpius tenta te devolver o casaco, mas você o impede pousando as mãos sobre o tecido – Vai ficar com frio...

— Eu estou bem – você diz, mesmo não estando.

Cerra os seus dentes para que eles não batam e contrai os músculos para que impedir espasmos.

— De qualquer forma, vamos entrar – sugere.

Vocês dois andam em um ritmo rápido e isso facilita que os seus braços acabem se roçando (“tum-tum-tum-tum-tum”), mas por alguma razão isso não te chateia. Não hoje. Não quando vê que Scorpius disfarçadamente enfia o nariz na gola do seu casaco e você percebe que ele está buscando o seu cheiro.

Você roça a mão na dele de propósito e sorri quando ele estremece com isso, um estremecer igual ao de quando o seu coração se acelera. E de repente o tsunami não está te afogando, mas sim te erguendo, elevando, te fazendo voar nas águas e enfim

enfim

você consegue respirar.

Você não consegue impedir seu coração de bater tão rápido quando para e espalma a sua mão no peito de Scorpius, movido por uma coragem insana, quando ignora p rubor e o gaguejar do amigo e percebe que

[o coração dele bate “tum-tum-tum-tum-tum”]

— Eu gosto de você, Scorp – sussurra.

Ele arregala os olhos de céu nublado e fica rosa e gagueja e o coração dele sob a pele de sua palma acelera até um nível impossível e pela primeira vez você agradece a qualquer deus existente por não haver forma de impedir um coração de bater.

Por que, quando  você se inclina e o beija e é beijado de volta, ignorando os flocos de neve que começam a cair ao redor dos dois e o frio que deve estar abaixo de zero, o bater de seus corações parece deliciosamente sincronizado.

[“tum-tum-tum-tum-tum-tum-tum-tum-tum”

Bendito seja este ataque cardíaco]


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham apreciado :3
Caso queiram, eu gostaria que comentassem, mas, nhá, a vida é de vocês...