Estava voltando da aula de Hip Hop com o melhor sorriso que eu já dei. Fazia anos que não me sentia daquele jeito! Os passos, as pessoas... Ah as pessoas! Todos eram extremamente simpáticos! No momento em que cheguei, fui recebida por dois garotos. Eram muito engraçados, um completava a frase do outro, pareciam saber de tudo sobre suas vidas, porém por outro lado eram completamente diferentes! Edward :

Era loiro, com os cabelos levemente despenteados, tinha um piercing no nariz e um sorriso arrebatador. Porém, era extremamente tímido, romântico e não tinha a menor vergonha de falar sobre sentimentos, em suma, o garoto ideal. Já Aaron era completamente diferete.

O belo moreno tinha ipnotizantes olhos verdes e grandes, uma boca muito carnuda, e uma incrível fama de mulherengo. Já tinha namorado, ou tido um pequeno caso, com todas as garotas do curso, mas era incrivelmente simpático, e estudioso. Além disso, tinha um gatinho branco que se chamava Justin.

-Justin era nome do meu pai, entende. – ele me explicava. – Ele que me fez começar a dançar. Me dizia para seguir os meus sonhos, independentemente de quais fossem, não precisa se desculpar – disse, quando fiz menção de faze-lo. – Tenho ele como uma boa lembrança em meu coração, e...

Então ele parou de repente, com os olhos grudados na porta.

-Ah não, lá vai ele... – Edward deu um leve gemido.

Olhando mais atentamente, percebi que ele tinha os olhos pregados em uma linda loura que vinha em nossa direção. Aquela era Jessyca, mais conhecida como Jessy.

Ela tinha cabelos loiros na altura do queixo, cortados em um chanel exemplar, constituído por algumas mexas coloridas, olhos castanhos maravilhosos que compensavam o fato de seu nariz ser um pouco desproporcional ao resto do rosto.

-Jessy é a única garota que não dá bola pra ele, por isso ele não larga do pé dela. Parece até...

-Arroz com feijão?

Ele me olhou intrigado.

-Você sabe, bons separados, mais espetaculares juntos. – ele riu de leve. Uma risada tímida mostrando seus elos dentes brancos.

-Você é incomum Jacque.

Eu provavelmente corei. A cena a seguir foi basicamente o Aaron tentando chamar a atenção da Jessy, enquanto a coitada tentava fazer amizade comigo. Era realmente muito engraçado quando os dois começavam a discutir, eu e Ed fiamos  só assistindo e dando boas gargalhadas.

A aula foi mais do que boa. Senti dificuldade no começo, porque os movimentos são muito mais livres do que no balé, mas logo comecei a sentir o balanço da música, e deixar o meu corpo mexer livremente com a batida. A professora me elogiou de verdade. E sai de lá, me sentindo feliz como nunca, com quatro amigos maravilhosos, e com um convite para sair com eles. Bom demais para ser verdade? Eu queria acreditar que nada daria errado, e com um pouco de sorte, eu estaria certa.

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Estava na rádio. Era muito difícil me concentrar em dar uma de pop star fofo e bonitinho de apenas 16 anos com tantas garotas bonitas gritando por mim. Queria escolher alguma delas e levar comigo para o camarim, mas sabia que isso era apenas uma peça maluca que a puberdade estava me pregando.

-Então, Justin, o seu primeiro CD foi um sucesso em todos os lugares em que lançou, obviamente. – a apresentadora sorriu.

-Isso me deixou muito feliz mesmo, não acreditava que ia fazer todo esse sucesso, mas simplesmente veio assim tão depressa... É muito bom. – e dei aquele sorriso ensaiado.

-É claro eu sim. Agora para encerrar a entrevista, nos diga o que todas querem saber: Você está solteiro? Se sim, o que procura numa garota?

Eu pensei um pouco. Na segunda pergunta é claro.

-Estou solteiro. – as garotas deram gritinhos de alegria. – Não sei muito bem, mas... Definitivamente tem que ser alguém muito confiante, que tenha muita alto-estima... Sabe uma garota decidida, que sabe o que quer.

-Obrigada Justin, foi realmente ótimo tê-lo aqui conosco.

-O prazer foi meu.

Um minuto mais tarde, eu estava no camarim, sem resistir aos meus impulsos, aos beijos com uma das garotas que estavam na rádio. Também sou filho de deus! E toda essa confusão de fama, não me dava a oportunidade de fazer isso nunca. A garota parecia realmente estar se esforçando ao máximo para me dar o melhor beijo que ela conseguisse. E teria sido muito mais se Scooter não tivesse entrado no camarim.

-Justin eu... Ah meu deus. Me desculpe... – ele hesitou na porta, enquanto a garota se afastava de mim, corada. – Justin, eu realmente preciso falar com você a sós.

Olhei para a garota, cuja eu não fazia idéia de como se chamava, e ela assentiu com a cabeça, sussurrando em meu ouvido ‘vou estar lá fora.’ E saiu.

-O que foi isso? – disse ele fechando a porta.

-Isso o que? – me fiz de desentendido, mas sabia muito bem o que ele iria me falar a seguir.

-Você, aos beijos com uma garota que provavelmente nem sabe o nome, não é?

-Não, não sei.

-Garoto, qual é o seu problema? Me diga, porque estes dias estou vendo que você está diferente. Puberdade? Ou você esta com um desejo cruel de rebeldia? Sabe, se for a segunda opção, você vai estragar tudo o que conquistou.

Eu sabia que era a segunda opção. Mas eu não podia dar o braço a torcer para Scooter. Para que me abrir com ele? De que ia adiantar ter uma seção sentimental se nada ia mudar depois?

-Puberdade. – disse, seco.

-Hum... Então tente controlar os seus hormônios Bieber. E temos que ir andando. Você sabe disso.

-Ok.

Segui Scooter, e fomos seguros até a van. Não encontrei a garota novamente, mas tive o desejo maluco de encontrá-la e fugir com ela para bem longe. Não sabia porque as tudo estava complicado demais para mim, e fugir com uma bela garota da fama me parecia uma boa alternativa.

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A cada dia que passava, tudo melhorava em minha vida. Aquela semana, tinha sido a melhor, sabe com as aulas de dança e tudo na minha vida começando a fazer um pouquinho de sentido, era de se esperar que eu estivesse melhor. Mas quando acordei, com Justin cantando ‘Overboard’ naquela manhã, eu sabia que teria que... Recomeçar na escola. Eu sei. Depois de tudo o que aconteceu, eu achei que minha mãe ia pelo menos me ajudar a não voltar para a humilhação, mas ela foi bem inflexível nesse ponto. Então tive que acordar e ir para lá novamente.

-Vamos, não é tão ruim. – ela falou quando eu desci para tomar café, com uma cara que provavelmente não estava muito feliz.

-É porque não foi você que desmaiou no meio da sala.

-Querida, sabe o que devia fazer? Vestir a sua melhor roupa,colocar um pouco de maquiagem no rosto, e não me venha com esse ‘Justin não gosta de meninas muito maquiadas’ , ele não está aqui Jacque. Cuide de si mesma, e não de a mínima para as humilhações.

Por mais incrível que pareça, o que a minha mãe falou tinha todo o sentido. Eu devia recomeçar, não é mesmo? Então porque não recomeçar direito? Depois de tomar café, decidi por meu vestido preferido, era branco com flores azuis e bordinhas no final, arrisquei uma sandália prateada, e até passei um pouco de base, lápis de olho e gloos. Afinal, ela tinha razão. Justin não estava aqui.