Faziam três semanas que eu não conseguia falar com Justin. Ou eu não tinha tempo de ligar, ou ele não atendia o celular. Palpitei que a mãe dele tivesse confiscado. Mas depois de um mês sem ouvir sua voz comecei a ficar maluca. Eu mantinha-me metade do tempo lendo as noticias sobre ele na internete, muitas delas eram sobre nós dois. Ele sempre dizia que morria de saudades de mim e que mal esperava para me ver. Mas então porque não me ligava? Não era tão difícil assim pegar o telefone e discar meu numero.

As pessoas percebiam que eu não estava bem. Não queria falar com ninguém, e sentia que meu coração tinha sumido, ali no lugar dele, tinha apenas uma réplica de gelo. Porque eu sentia que nunca mais ia sentir o calor de seu abraço e o gosto de seus lábios.

E a promessa nula que ele tinha me feito há algumas semanas, tinha evaporado junto com suas ligações. E eu me sentia cada vez mais distante do mundo, chorando toda noite antes de dormir, me lembrando de nossos momentos juntos. E parecia que ele não estava nem ai pra mim e nem para a nossa história de amor.

Eu despertei na manhã fria de domingo, esperando por mais um dia agarrada ao meu IPode só para ouvir as músicas dele, quando a camainha tocou. Esperei que minha mãe atendesse, mas ela estava provavelmente trabalhando. Desci as escadas enrolada no cobertor e abri a porta para a pessoa que perturbava meus sonos. Ou melhor, pessoas.

-Jessy, Aaron, Ed, o que diabos vocês fazem aqui?! – falei, cobrindo mais meu pijama da Hello Kitty.

-Viemos te tirar dessa fossa ridícula. – ela falou, entrando em casa.

-Ah... Não percam o tempo precioso de vocês comigo. Estou bem.

-Cala a boca garota! Você ta em casa de pijamas a uma da tarde de um domingo. – Aaron disse.

-É, mas estou muito bem assim! – retruquei.

-Jacque a gente se preocupa com você. Não queremos te ver assim por causa... Dele.

Ed ainda não gostava de Justin, e não conseguia chama-lo pelo nome. Ele apenas dizia ele.

-Eu estou bem, eu juro.

-Então vamos sair.

Eu soltei um gemido de protesto.

-É, esta muito bem. Você precisa da companhia de gente, senão vai ficar maluca.

-Vocês não entendem! Não são garotas e não estão apaixonados por um cara famoso.

-Amiga, eu sei exatamente do que você precisa.

-Jessy, se você for falar de banho de loja mais uma vez, juro que...

-Eu ia dizer ver ele, mas banho de loja serve.

-Jessy, como é que eu ia ver ele? Ele esta na Alemanha. E eu aqui, presa no Canadá.

-Você já conversou com ele? Alguma vez nesse mês?

-Não... – falei baixinho, sentindo meu coração doer.

-Então eu tenho um plano amiga, e antes eu você proteste, escute bem o que vamos fazer.

**********

 

-... Você vai fazer o show naquela escola e tem o programa Alemão...

-Quê? Programa? De novo?

-Sim Justin, eles ligaram ontem. Então, e depois vamos para Portugal...

-Scooter, quando você vai cumprir a promessa?

- O que?

-Me levar pro Canadá. Pra ver ela.

-Justin, você já parou para pensar que tem muito mais em jogo do que uma simples paixão adolescente?

-Você acha que é só um casinho de amor, não é? Só que você não entende o quanto ela é especial, e essencial pra mim. Eu a amo.

-Como pode ter tanta certeza disso?

-Porque eu acho que sei muito bem o que sinto ou o que deixo de sentir.

Ele parou de falar e ficou me analisando. Eu tinha ficado o mês inteiro tentando falar com ela, o mês inteiro tentando convence-lo de me deixar ver ela, e agora ele me vem com esse papo de ‘simples paixão adolescente’? Eu estava começando a surtar. Nunca tinha amado uma garota como amava ela, e era óbvio que eu estava sedento por seus beijos, mas porque nos raros tempos livres que tinha e ligava pra ela, ela não atendia? Será que ela tinha enjoado de mim? Ou até mesmo tinha achado alguém melhor do que eu? Eu não sabia. E era por isso que eu queria desesperadoramente encontra-la, para saber se ela ainda me amava.

-Ok eu prometo que antes de ir para Portugal nós damos uma passadinha no Canadá. Mas só dois dias lá e...

A frase se perdeu pois eu abracei ele.

-Valeeeeu cara! Você não sabe como fiquei feliz agora!

Ele deu uma risadinha sem graça, e continuou a passar o cronograma de coisas que iríamos fazer. Eu não escutava muito bem o que ele dizia, pois só tinha uma única coisa na cabeça: Eu ia ver ela de novo. E ia ser a mesma coisa de sempre, oração acelerado, precisando de mais oxigênio que o normal... Ela me deixava louco.

 

Eu fiz o show na escola, ainda ansioso para que tudo acabasse, e agora tinha que comparecer ao programa Alemão. Eu estava ansiando pelo fim daquele programa com tanta intensidade, que chegava a ficar sorrindo sozinho ao me imaginar a cara dela quando me visse batendo na porta da casa dela. Eu estava nos bastidores do show, cuja eu não conseguia pronunciar o nome, afinal Alemão não era minha língua preferida, esperando que o programa começasse. A apresentadora ia falar em inglês comigo, o que achei muito legal da parte dela, mas ela não parava de ficar me falando que ia ser a melhor coisa da minha vida, e que eles teriam uma audiência enorme. Eu não entendi muito em, mas resolvi ficar calado.

A apresentadora entrou sob os aplausos e falou com a platéia em Alemão, e depois de um tempo, ela me apresentou, a equipe me disse que eu deveria entrar agora. Entrei sobre as explosões de aplausos das loiras na platéia, abracei a apresentadora, e sentei no sofá amarelo. Seria a mesma coisa de sempre. Com sorte eu ia conseguir sair dali mais cedo se ela facilitasse para mim.

-Então Justin, como você está garoto? – ela falou, com o sotaque carregado.

-Melhor impossível!

-Que bom! Então, eu sei que sempre perguntam, ma como você se sente vivendo tudo isso?

-Ah... É tudo muito maluco. Eu ainda não me conformo com toda essa fama. Mas agradeço a Deus todas as noites por isso.

-Você merece, acredite. Agora, quanto ao novo álbum, quando é que ele sai?

-Vai sair no mesmo dia em que o clipe ‘Runaway Love’ estrear! Na semana que vem pessoal!

-Isso é muito bom! Agora, em Runaway Love, sua suposta namorada...

-Suposta? Ela é minha namorada.

-Claro que sim. Continuando, ela aparece no clipe certo?

-Sim.

-E vocês estão a praticamente um mês sem se ver certo?

-Certo...

Doeu um pouco pensar nisso, e eu sabia que a conversa sobre ela não tinha terminado ai. Mas tudo bem, eu ia superar aquilo assim que nós nos víssemos novamente.

-E como você se sente em relação a isso?

-Uou... Bom, na verdade é difícil. Eu amo muito ela, e é estranho não poder vê-la todos os dias. Eu gostaria que ela estivesse aqui agora.

-Acho que alguém lá em cima escutou suas preces Bieber.

Me virei assustado porque eu conhecia aquela voz, mesmo não a tendo ouvido por 31 dias. Quase desabei quando a vi. Lá estava minha garota, entrando no palco do programa. Ela estava tão linda, parecia que sua beleza não tinha fim. Meu estômago deu voltas e mais voltas, e eu simplesmente levantei correndo do sofá, e a abracei.

Ela riu em meu ouvido. Tinha um sorriso de ponta a ponta, assim como o meu. Eu a levantei pela cintura, e dei um beijo naqueles familiares lábios cheios. Nada mais importava, eu não via mais nada a minha volta, apenas ela, e sua linda boca, que eu beijava com vigor. Quando a soltei, ofegando, observei melhor seu rosto.

Como ela estava linda. Como ela conseguia?

-Eu te amo tanto. Não sei como agüentei sem você. – ela me disse.

-Nem eu, nem eu. – falei balançando a cabeça negativamente.

A apresentadora veio até nós, e abraçou Jacque, nos levando logo em seguida para o sofá. Eu não largaria mais sua mão. Nunca mais.

-Justin você tem uma namorada mais esperta do que pensa.

-Como assim?

-Jacque ligou para nós na faz dois dias, e propôs a surpresa, veio para cá, e nós conseguimos fazer tudo isso.

Olhei para ela surpreso. Não acreditava. Mas isso só comprovava que ela não tinha me esquecido e que ainda me amava. E isso, valia todo o dinheiro do mundo para mim.

-Você é impossível. – falei.

-Aprendi com você. – ela piscou, e a platéia riu.

-Acho que vamos finalmente saber um pouco sobre a garota do Bieber... – a apresentadora falou.

-Estou a ouvidos, pode perguntar.

Eu tinha sido deixado de lado, e elas batiam um papo sobre a vida de Jacque. Eu apenas olhava para ela, como se estivesse hipnotizado por sua beleza e simpatia.

-Obrigada pela presença de vocês dois, tenho certeza de que tem muito para conversar agora, então depois dos comerciais, temos uma apresentação de Bieber.

Eles aplaudiram, e nós fomos para os back stages. Eu precisava dizer tudo o que estava sentindo para ela, e precisava beijar aqueles lábios com tremenda urgência. Porque eu não tinha demonstrado o quanto a amava o suficiente, eu via isso. Era hora de reparar aquele erro.

*********

 

Eu não acreditava que Jessy tinha me convencido a fazer aquela loucura, mas agradecia imensamente a ela, porque agora estava ao lado de meu amor, sem nenhuma intenção de ir embora.

Fomos até os back stages, e eu sentia que talvez rolasse aquela tensa conversa, de ‘queria tanto ficar com você sempre’ e tudo o que sempre me fazia chorar, mas não. Ele simplesmente me levou para dentro de seu camarim, e me encostando em uma das paredes, me beijou de um jeito, que me fez sentir tudo o que ele sentia. Paixão. E ainda mais; saudades.

Era nítido que eu precisava dele, e que ele precisava de mim, e não estávamos dispostos a perder mais tempo. Ele me beijava com vigor, apertando minha cintura, do jeito que só ele conseguia fazer.

-Senti muito a sua falta. – ele disse, me soltando meio corado.

-Eu também...

-Não quero que você vá nunca mais.

-Eu não quero ir...

-Precisamos fazer alguma coisa para te deixar comigo.

-Eu também acho...

-Eu não vou sossegar até fazer isso. É. É o que eu vou fazer.

-Justin, você não...

-Acho que podemos te segurar aqui até semana que vem. Tem a estréia do clipe.

-É, mas olha...

-E depois a gente pode arranjar alguma desculpa.

-JUSTIN!

Ele me olhou, parando abruptamente de andar. Eu sabia o que ele estava sentindo, mas não podíamos nos deixar levar por aquilo. Tínhamos que ter os pés no chão e a cabeça no lugar, senão poderíamos nos deixar levar por sonhos apócrifos.

-Eu sei que você está aflito. Eu também estou. Mas precisamos manter as cabeças no lugar.

Ele baixou a cabeça, sua expressão emanava tristeza e desespero. Ele caminhou até mim, se sentou no sofá ao meu lado, e passou as mãos no rosto.

-Eu preciso de você. Não podemos ficar assim. Temos que dar um jeito em te fazer ficar comigo, até que eu encontre um jeito de me controlar.

Sentei-me ao seu lado com a cabeça baixa.

-Eu também não consigo. – falei baixinho. – Mas temos que ser fortes, se quiser continuar com isso.

-Como assim se eu quiser?

-Você sabe... Você pode ter qualquer garota. Já eu.. Bem, você sabe.

Ele me olhou confuso, piscando os enormes olhos castanhos claros para mim. Então ele sorriu inesperadamente, e me deu um abraço significativo.

-Eu nunca te trocaria por nenhuma garota nesse mundo. Porque acha que estou tão desesperado para te manter perto de mim? Certamente porque te quero, e não ‘qualquer outra garota’.

Eu sorri cheia de pesar. Suas palavras eram válidas, mas eu sabia que algum dia seriam mentira. Porque aquilo não ia durar para sempre certo? Eu era só mais uma namorada da provavelmente longa lista das que Justin Bieber teria. Ele continuou me abraçando, e deu-me um beijo no alto da cabeça, que fez meu coração arder, concluindo que agora estava inteiro e amando novamente, como devia ser.

-Eu te amo. E vamos dar um jeito, eu prometo.

-Vou ficar aqui para a estréia do vídeo clipe. Afinal, é meu também, não é?

-É. – ele falou orgulhoso. – E você ficou maravilhosa nele. Você vai ver.

-É claro, truques de câmera, photo shop, é assim que você sobrevive não é Bieber?

-Muito engraçado... Mas a beleza aqui é toda natural.

-Bem que você queria.

Nós rimos, e a felicidade me dominou, dizendo que eu tinha ganhado a batalha, e que agora, nada poderia me separar dele, por enquanto.

 

 

Eu tinha passado uma semana maravilhosa ao lado de meu namorado, e a mídia não tinha deixado passar batido. Para todo o lugar que íamos tinha uma manchete, ou pequena matéria on-line. Era óbvio que eles queriam deixar as beliebers cientes de cada beijo que dávamos, e de cada ar que respirássemos.

Já era quinta-feira, e a estréia do clipe, seria no dia seguinte. Teria um pequeno evento na Alemanha, apenas para os famosos mais chegados, em um Hotel muito famoso. Música, coquetel, vestidos glamurosos, e câmeras. Esse seria o ‘pequeno evento’.

Eu e Justin estávamos no Hotel, rindo dos vídeos do Youtube no quarto dele. Afinal, não tínhamos nada melhor para fazer, e Scooter (que, aliás, era uma graça!) nos recomendou que não saíssemos hoje, se não quiséssemos mais uma foto na internet. E como eu não tinha mais o que vestir, concordei sem pestanejar. Essa coisa de ser namorada de famoso não era mole. A gente tinha que vestir a melhor roupa mesmo se fosse comprar pão na padaria da esquina, só uma hipótese é claro.

-Olha só esse aqui. – mostrei para ele, o famoso vídeo do ‘Hey Apple’. Ele gargalhava.

Uma sonora batida na porta nos acordou de nossos devaneios e assuntos banais. Era provavelmente a personal stylist de Justin. Ele disse que ela ia vim para nos ajudar a escolher as roupas do evento.

Ela era uma mulher curiosa. Loira, com as raízes morenas, os cabelos suavemente secos, olhos azuis impressionantes, e usava roupas tão coloridas, que pisquei os olhos umas duas vezes quando a vi.

-Hey Lílian! Essa aqui é a Jacque.

Ela me cumprimentou, e logo me olhou de cima em baixo, sorrindo. Esperei que aquilo fosse para me medir para as roupas.

-Ok, Justin, eu tenho algo perfeito para você. Smoking clássico. Acho que já está na hora de usar um. Ou você prefere algo mais casual?

Pela cara dele, a resposta era óbvia.

-Ok, ok! Eu vejo o que faço com você depois. Agora, estou mais interessada em deixar essa mocinha maravilhosa.

-Valeu pela consideração! – falou Justin, se jogando na cadeira do computador, e voltando a assistir os vídeos. Ela nem deu bola.

-Venha cá querida. Deixa eu tirar suas medidas, para saber exatamente o seu número.

Ela tirou uma fita métrica de sua bolsa abarrotada de coisas, e começou a tirar minhas medidas, anotando-as em um caderninho. Quando terminou, ela mexeu na bolsa mais uma vez, tirou um caderno maior, e um lápis, e se pôs a desenhar um vestido para mim.

-Você vai fazer um vestido para mim? – falei meio tímida. Ela me olhou como se fosse boba.

-É claro que sim! Justin, você ao explicou nada para ela?

-Sobre o que?

-Ah esquece! – disse ela, voltando a trabalhar.

Justin se levantou da cadeira, ao mesmo tempo em que eu me sentava na cama, e foi olhar de chofre o trabalho e Lílian. Ele fazia caretas ocasionalmente, e ela apagava e arrumava aonde ele apontava, me fazendo ficar sem entender muita coisa. Essa coisa de namorar famoso... Era mais difícil de e adaptar do que eu tinha imaginado! Depois de algum tempo, que pareceu muito mais longe diante da minha curiosidade, ela terminou, perante as exclamações de aprovação de Justin, virou a página do caderno, mostrou algo a ele, Justin murmurou algo como ’aceitável’, e guardando o caderno na enorme bolsa mais uma vez, e me lançando um longo o significativo olhar, saiu do quarto.

Justin se sentou na cadeira do computador e se espreguiçou. Parecia que ninguém tinha notado que eu não estava entendendo coisa nenhuma do que estava acontecendo ali. Olhei tolamente para ele, esperando uma explicação.

-Hum... Você vai ficar linda. – disse ele, por fim.

-Ela desenha suas roupas?

-Algumas. As outras ela compra. Mas o que vem ao caso é que você vai ficar muito linda. E sexy.

-O vestido ficou bom? – falei, começando a me sentir excitada.

-Muito bom. Ela é uma profissional, a Lílian.  Você vai estar realmente muito sexy.

-Sei. – falei rolando os olhos. – Só não vá me deixar muito dondoca porque senão...

-É por isso que eu te amo.

Pisquei os olhos, absorvendo as palavras, então sorri.

-Como assim?

-Bom você é simplesmente você e não fica tentando impressionar. Foi por essa garota simpática, bonita e acolhedora que eu me apaixonei. É bom saber que a fama não mudou a sua cabeça.

-Fama? Só se for a sua.

-Corta essa! Você esta nos sites dos ‘mais bem vestidos’, sempre em um dos melhores lugares. É minha diva.

-Tem certeza de que não bateu a cabeça quando nasceu Bieber?

-Absoluta.

Ele me abraçou pela cintura, de modo que agora me olhava de baixo enquanto eu apoiava minhas mãos em seu peitoral. Surpreendi-me com o possível abdômen sarado dele...

-Andou malhando, não foi? – disse, passado a mão por seu tórax, inconsciente de que ele tinha fechado os olhos. – Que foi?

-Nada... Você sabe que eu te amo, né? E que sou todo seu? Para sempre?

-Tenho minhas dúvidas...

-Não tenha. Eu te amo. Sou todo seu. Para sempre.

Sorri boba, ingênua, para o alvo de minha total e incondicional afeição. Encostei minha testa na dele, e fechei meus olhos, tentando me focar apenas no garoto que tinha em minha frente.

-Também sou toda sua, e para sempre. E te amo. – falei, ainda com os olhos fechados.

Senti a mão dele acariciar minha face, e sorri mais ainda. Justin me beijou, afável, e retribui com reais sentimentos.

 

O dia seguinte foi uma total loucura. Com os preparativos para a pequena festa de lançamento do vídeo e do novo álbum, Scooter e Justin estavam para lá e para cá, sempre no celular, ou dando ordens a outras pessoas, o que me deixou completamente sozinha.

Estava andando pelo saguão quando a vi. Pattie, a mãe de Justin, estava vindo pelo salão até a recepção do Hotel. Ela parou, e perguntou algo a loira que ali estava, e depois de escutá-la, caminhou até o elevador, sem se dar conta de que estava sendo atentamente observada por mim. Ela pegou o elevador e sumiu de minha vista assim que as portas pintadas de ouro se fecharam. Ela era realmente linda, e uma hora ou outra, eu teria de conhecê-la.

Suspirei, e voltei a andar de um lado para o outro, esperando que Lílian chegasse, pois ela estaria com o vestido.

Ás quinze para as oito, eu já estava de banho tomado, enrolada na toalha branca e macia do Hotel, esperando o bendito vestido. Quase pensei que não chegaria mais. Porém, Lílian bateu em minha porta, e me entregou o embrulho com um sorriso cansado.

-Espero que fique bom em você. – ela disse, antes de desaparecer correndo, com outro embrulho nas mãos.

Fechei a porta, e joguei o pacote na cama, e tensa desfiz o laço. Seria a primeira vez que veria o misterioso vestido, e tinha estado muito curiosa. Mas não me arrependi de ter confiado em Justin e Lílian. Era magnífico! O vestido era vermelho sangue, cheio de curvas bonitas, um laço preto na cintura, o decote em forma de coração e a saia tênue e esvoaçante. No fundo da caixa, ainda tinha um par de sapatos de salto fino pretos, se é que era possível, mais bonitos que o vestido.

Senti imensa gratidão por Lílian. E eu que a tinha achado fátua... Coloquei o vestido, que para alegrar-me mais, serviu perfeitamente enfocando as partes certas de meu corpo, loquei o vestido, que para alegrar-me mais, serviu perfeitamente enfocando as partes certas de meu corpooraçe.

e o salto alto, que me deixava com uma postura diferente, e como Justin tinha dito inumeras vezes, sexy.

Aquilo merecia mais do que passar um simples batom. E eu queria mesmo impressionar meu loirinho. Corri para o banheiro e abrindo minha necesséire, me pus a trabalhar. Olhos esfumaçados pretos, batom vermelho, um coque trabalhado na cabeça, com cachos caindo nas laterais de meu rosto, e algumas puseiras de prata. Eu estava mais bonita do que algum dia ja estive.

Desci, para o saguão de entrada do Hotel, refletindo. Olhe tudo o que estava acontecendo a minha volta. Era demais para uma simples garota que correu atrás de sua paixão platônica. Era demais para alguém como eu, que tinha baixa-estima, e que nunca tinha se sentido bonita, ou popular, ou olhada pelas outras pessoas. Eu estava lá, no lugar onde mihares de meninas sonhavam estar, e ainda sentia que ia ser largada por ele a qualquer instante, mesmo ele tendo me falado o contrário mais de uma vez. A porta do elevador se abriu, e eu caminhei, tentando parecer sorridente, para o meu namorado, que estava extremamente bonito.

Justin estava de camiseta branca, um colete e uma gravata borboleta desamarrada, a calça social preta, e sneakers verdes. O ar de perfeição como sempre. Conversava com sua mãe, Pattie, que estava de vestido cor-de-rosa levinho, e sapatos de salto amarelos assim como a bolsa carteira. Quando eu estava a alguns passos, eles me notaram, e o queixo de Justin literalmente caiu. Ele me olhava como se nunca tivesse visto nada igual, o que me deixou meio incomodada, mas continuei a sorrir.

-Você... Está... Maravilhosa. - ele falou.

Me pegou pela mão e me fez girar. Sorriu totalmente meigo.

-Eu tenho muita sorte de ter encontrado você. - Justin disse, se aproximando para me beijar. Mas eu o detive.

-Hey, hey! O batom! - falei como se ele estivesse prestes a cometer um crime, mas logo rindo.

-Aliás, mãe essa é a Jacque. Jacque, minha mãe, Pattie.

Ela me encarou por alguns segundos, e eu dei um sorriso simpático e estiquei o braço para cumprimentá-la. Depois de me avaliar por inteiro, aceitou minha mão, e me falou sorrindo com aprovação:

-Você é mais bonita do que Justin tinha dito. E você deve saber que ele exagera.

-Eu bem que sei... - disse rindo.

-Vamos então? - perguntou Justin.

Assentimos com a cabeça, e seguindo o segurança dele, rumamos para a festa de lançamento do clipe da música 'Runaway Love', de Justin Bieber e Jacque Mason.