Tekken no Kimochi escrita por Ina sama, TamashiiKitsune


Capítulo 10
O melhor cachorro daqui!


Notas iniciais do capítulo

Quem é o bom cachorrinho? Isso mesmo, é o Naruto!

Será que Haruka segura a onda? Vamos descobrir!

É, esse ficou bem grandinho. Quase o dobro do tamanho normal. Mas considerando meu costume de fazer capítulos de tamanhos desiguais, não é surpresa.

Boa leitura



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Duas lutas já haviam se passado, tendo como vencedores Shikamaru, ganhando com suas táticas e Temari, com o poder de seu Fuuton. Haruka realmente se impressionara nas lutas dos genins naquele ano. Eles tinham características diferentes, mas cada um era especialista em algo. Quando o painel brilhou mais uma vez, o estômago dela se revirou. Era a vez de Naruto.

—Eeeee, chegou, chegou chegou!!

—Olha só, Akamaru, pegamos o pirralho. Ganhamos na loteria! – Kiba comentou triunfante. Os dois desceram até a arena ansiosos por sua vez ter chego. Naruto notou o olhar preocupado de Haruka sobre si e sorriu.

—Ei, por que essa cara, Haruka? Não se preocupe, eu não vou perder, dattebayo!

—Humph, fale por você. – Kiba deu de ombros.

—Auf!

—Você vai ver quando eu tirar esse sorrisinho da sua cara. – O loirinho apontou para o oponente, levando uma mão à cintura em uma posição confiante. Hinata se remexia nervosamente, sem saber se torcia para Naruto ou para seu parceiro.

—Vocês estão prontos? Então comecem. – A ruiva deu a partida. Kiba ativou seu jutsu e se chocou contra Naruto, derrubando-o rapidamente. O loiro não se mexeu por um bom tempo.

—Ei, sensora, parece que o moleque não vai acordar. Encerre a luta.

Haruka estava boquiaberta. Aquilo tinha sido tão rápido.

 

Não...

 

Não, não podia perder a fé nele daquela maneira.

 

Naruto se levantou devagar, causando alívio em Haruka, Kakashi, Sakura, Lee e Hinata.

—Nunca mais... Nunca mais me subestime! – Os olhos azuis do garoto queimavam com mais pura determinação. Kiba teve a ligeira sensação de que aquilo seria mais complicado do que ele pensava.

O Inuzuka jogou duas granadas de fumaça, bloqueando a visão de todos. Naruto tentou sair do meio, mas Akamaru pulou nele e o jogou de volta. Houve silêncio por alguns segundos antes da fumaça abaixar, revelando um Naruto caído e Akamaru sentadinho ao seu lado.

—Muito bem, Akamaru! Quem é o bom garoto? – Kiba abriu os braços para receber o cachorrinho, mas no momento em que Akamaru pulou nele, o canino cravou as presas no braço do dono. Haruka sorriu, já suspeitando do esquema. A habilidade do irmãozinho com henge era bem avançada comparado a alguns ninjas, então Naruto, mesmo não tendo muitas técnicas, conseguia utilizar o pouco que tinha a seu favor. – Ei, Akamaru, o que você tá fazendo? – O cachorro se transformou no loirinho, que recuou quando Kiba sacudiu o braço. O clone do Uzumaki tinha Akamaru preso pelas patinhas do outro lado da arena. A própria sensora e o professor do rapaz arregalaram os olhos. Bunshin e Henge ao mesmo tempo.

—”Brilhante, Naruto!” – A Uzumaki pensou, orgulhosa. Um sorriso largo se manifestou nos lábios dela, mas ao sentir o olhar duro de Sarutobi em sua nuca, deu uma tossidinha para disfarçar.

Kiba sorriu, jogando uma pílula na boca de Akamaru e uma na sua própria. O cachorro começou a se alterar e eriçar os pelos, que lentamente ficaram avermelhados. O clone de Naruto sumiu e o cão pulou nas costas de seu dono, se transformando em um clone do mesmo. O olhar e aspecto dos Kibas ficou mais selvagem, feral, com dentes e garras afiadas.

—Quê?! Ei, Haruka, ele tomou alguma coisa, isso é contra as regras!! – O loirinho chiou, arrancando um suspiro da ruiva.

—Sinto muito, mas é pílula de comida. É uma ferramenta ninja, então sim, está nas regras.

—Você não tá ajudando em nada. – O Uzumaki bufou e estreitou os olhos, insatisfeito com a resposta. Kiba e Akamaru começaram sua investida, desferindo ataques poderosos contra o oponente, que não tinha muita alternativa além de desviar. Ficando vulnerável ao pular, ele foi pego no Tsuuga duplo de Kiba e lançado ao chão. Trêmulo, ele se levantou devagar, mantendo a determinação de aço pela qual era conhecido pelos companheiros. A essa altura já tinha ferimentos por todo o corpo, e o sangue escorria quente por seu rosto.

—E-eu vou me tornar Hokage... Eu v-vou me tornar Hokage... – Naruto repetia fracamente ao se levantar com dificuldade. Kiba riu.

—E como vai fazer isso, no chão, de bruços? Pode esquecer, eu é que serei o Hokage! Você acha que um fracote, um ninguém como você pode ser o Hokage? Não me faça rir, perdedor!

—Cala a boca... Você não sabe de nada. Pode esquecer de ser Hokage. – O jinchuuriki cambaleou, finalmente pondo-se de pé. Embora ensanguentado e ferido, cuspiu uma bola de sangue que se formara na garganta e ainda conseguiu dar um sorriso para o oponente. – Afinal, todo mundo sabe que eu sou o melhor cachorro daqui.

 Kiba mais uma vez utilizou a tática da bomba de fumaça. Naruto continuou esquivando, pensando em uma saída. De repente, ele teve uma ideia. Transformando-se novamente, ele caminhou para fora da nuvem. Quando ela se dissipou, três clones de Kiba estavam parados na arena. O Inuzuka deu um sorriso torto.

—Muito esperto. Conseguiu me distrair, mas eu sinto o seu cheiro! – E desferiu um soco poderoso contra um dos clones, que se revelou como Akamaru.  Perdeu a cabeça por ter sido enganado e socou o outro, também transformado em Akamaru. O primeiro cachorro tomou a forma do loiro, que deu uma voadora em Kiba quando este se virou. O Inuzuka bateu com as costas no chão, atônito. Ao notar o plano do adversário, seu rosto se contorceu em uma carranca perigosa. – Seu trapaceiro maldito!

—Um shinobi inteligente deve tomar cuidado ao usar seu jutsu, caso contrário pode recebê-lo de volta, trouxa!

—*gota*Espera aí, essa frase é minha. Ou quase. – Kakashi franziu o cenho.

Haruka cruzou os braços. Embora estivesse preocupada, ela tinha que reconhecer que ele tinha garra. A luta não estava boa para Naruto e ele estava enfrentando um adversário perigoso. Mesmo assim, conseguia se virar com táticas rápidas e inteligentes para confundir o oponente, utilizando as próprias características do Inuzuka contra ele. Kiba era impulsivo assim como Naruto, mas a diferença entre os dois era que enquanto Kiba estava em uma posição de força e atacava sem preocupações, Naruto analisava seus movimentos cuidadosamente. Ela nunca o havia visto tão concentrado. Ele era genial!

—”Está vendo, otou-sama? Ele é um gênio! Olhe o quanto ele cresceu.”

Os dois se prepararam para atacar. Naruto começou a fazer um selo de mão, mas os ataques de Kiba o distraíram, forçando-o a desviar. Haruka tinha os punhos cerrados, vidrada na luta. Deu um passo a frente, mas se lembrou por que estava ali e recuou.

—”Heh. Uma ninja especialista em diplomacia, infiltração e espionagem que não consegue se manter imparcial, não em relação a ele. O sentimento dela é realmente muito forte, não é, Minato, Kushina?” – Sarutobi sorriu, voltando o olhar para a luta.

Jogando Naruto pro alto, Kiba perseguiu-o com o Tsuuga, mirando em um ponto vital. Naruto se encolheu, tentando proteger seus órgãos da melhor forma que podia. Em pleno ar, do esforço de Naruto, algo se projetou de suas costas, lançando-se sobre Kiba e imobilizando-o. A maioria dos espectadores arregalou os olhos.

—Não é possível... Ele conseguiu liberar isso agora?! – Kakashi sussurrou, totalmente atônito.

—Kakashi-sensei, o que é aquilo? O que é aquilo saindo do Naruto?! – Sakura perguntou. Naruto também estava confuso. Uma corrente de puro chakra dourado se projetava das costas do Uzumaki e se enrolara ao redor de Kiba, atando seus movimentos. A extremidade era extremamente pontiaguda e os elos da corrente tinham pequenos espinhos, que poderiam perfurar a pele do oponente se pressionados.

—C-Chakra Kusari... – Haruka era de longe a mais chocada entre os ninjas que observavam a luta. Como ele poderia ter despertado as correntes em uma hora daquelas?!

—”A proximidade com um membro de seu clã deve ter despertado o sangue Uzumaki em Naruto. Interessante...” – Sarutobi inclinou a cabeça, tragando levemente em seu cachimbo.

Não demorou muito para que Naruto notasse que podia controlar os movimentos da corrente. Com um sorriso maligno, ele a agarrou e girou, atirando Kiba contra a parede. A corrente se dissipou quando o Uzumaki pousou no chão, observando o Inuzuka se levantar, cambaleando. Naruto começou a fazer um selo de mão, mas a raiva e a velocidade de Kiba foram maiores do que a reação dele. Aquilo não era nada bom. Ele era muito rápido! Naruto precisava pensar em algo! Pensar, pensar...

 

Kiba se aproximou pela retaguarda. E essa foi sua ruína.

O Inuzuka ficou completamente atordoado. O olfato supersensível do garoto foi severamente atingido pelo intestino do oponente, que decidiu soltar seus gases na hora certa.

—*gota* Meu Deus... – Haruka espalmou a própria cara, sem saber se ria ou se sentia vergonha alheia. Foi um golpe bem sujo, mas até que funcionou.

—É isso aí! Não sei o que você comeu, Naruto, mas tirou ele do jogo!! – Sakura vibrava na arquibancada. Naruto observou o inimigo atordoado e aproveitando a chance, fez 5 clones.

—Agora é a minha vez, dattebayo!! Uzumaki Dai Rendan!

A corrente mais uma vez se projetou das costas dele, enrolando-se em Kiba. Os clones se aglomeraram ao redor do Inuzuka e o chutaram para cima, lançando seu original também pela força da tração da kusari. Naruto chutou o estômago do oponente bem no local onde dois elos se localizavam, empurrando os espinhos contra sua carne. Ele descia rapidamente e o Uzumaki permanecia atado a ele, desferindo socos e chutes contra o garoto. Com um último gancho de direita direcionado a sua face, Kiba caiu no chão com força, e Naruto caiu sobre ele. A corrente desapareceu e o adestrador de cães permaneceu no chão, imóvel. Pequenos pontinhos de sangue manchavam seu casaco, local onde as correntes o perfuraram.

 

Haruka se aproximou e se agachou ao lado de Kiba. Ela brilhava tanto de felicidade que tremia. Os espinhos da kusari eram bons para perfurar, mas não tão fundos nem tão letais quanto a ponta, que era a parte mais perigosa das correntes. Kiba não tinha nenhum órgão vital atingido. Ele ia sobreviver.

A ruiva levantou o olhar para o irmão. Naruto a olhava com expectativa, mas no orbe azulado da Uzumaki mais velha ele vira algo novo que o pegou desprevenido: um brilho de mais puro orgulho. O sorriso dela desabrochou tão largo que ele duvidou se fora ele quem havia vencido a batalha ou ela, e aquele sorriso, aquele olhar, aquela felicidade... Eles aqueceram o coração do Uzumaki menor. Parecia que havia alguém que se importava com ele. Que torcia por ele. Será que...

Haruka se levantou. Sua voz serena se elevou pela arena, mais alta e carregando mais emoção do que em todas as lutas anteriores.

—E o vencedor da sétima batalha das preliminares é... UZUMAKI NARUTO!!

—YEEEEEEAH! VENCI, VENCI VENCI, -TTEBAYO!!! – Ele pulava de alegria, lançando o punho ao ar.

—É ISSO AÍ, NARUTO!! ESSE É O MEU PARCEIRO!!

—Yokatta, Naruto-kun! – Hinata comentou baixinho, aliviada. O loiro voltou para as arquibancadas e Hinata retirou algo da bolsa, correndo em direção a ele. Era agora ou nunca. – Na-Naruto-kun!

—Hm? O que foi, Hinata? – Ele perguntou, curioso pela aproximação da menina. Ela tamborilou os dedos no potinho, desviando o olhar. O rosto estava completamente vermelho.

—Eu.. Eu... Eu queria... Hm... Pa-parabéns pela v-v-vitória... P-p-por favor, aceite isso! – Ela lhe estendeu o potinho de unguento. Ele alteou uma sobrancelha, enquanto Kurenai olhava, admirada.

—”Hinata...”

—O que é isso? – O Uzumaki perguntou, mas a Hyuuga já havia extrapolado seu limite de palavras sem desmaiar. Aquilo era um novo recorde. Haruka observava tudo da arena, com uma sobrancelha erguida e um meio sorriso.

—”Uma Hyuuga? Olha só, o otouto é melhor do que eu pensava. Ela até que é fofa...”

—É um remédio, Naruto. Aceite. – Kurenai ajudou a aluna, que estava a beira do colapso. Naruto deu de ombros e aceitou o potinho, retribuindo em seu melhor sorriso colgate.

—Obrigado, Hinata!

A azulada assentiu nervosamente e se afastou, já estourando seu limite de interação diária com o Naruto-kun. Este retornou para o lado de seu mestre e colega, onde Rock Lee e Sakura se juntaram em um abraço.

—Você foi incrível, Naruto-kun!! – O moreno exclamou.

—Sim, com certeza! Eu nunca soube que você tinha aquelas correntes, Naruto! Escondendo o jogo da sua parceira, que feio! – Sakura sacudiu a cabeça em um falso tom de reprovação, levando as mãos à cintura. Naruto ponderou. Ele nunca havia visto nada como aquilo antes.

—Eu não sabia que podia fazer aquilo. Quando eu vi, elas já estavam lá. Eu percebi que podia controlar e usei contra Kiba. Aquilo foi realmente incrível...

—Foi o Chakra Kusari. Não pensei que você fosse capaz de liberar esse jutsu, Naruto. – Kakashi interveio, se aproximando do grupo.

—Hein? – O trio perguntou em uníssono. O professor explicou.

—Chakra Kusari é uma técnica antiga do clã Uzumaki. Não é algo que possa ser ensinado, ou você nasce com ela, ou não. É quase como uma Kekkei Genkai. – Os olhos de Naruto brilharam.

—Kekkei Genkai? Eu tenho uma kekkei genkai, dattebayo?! – Ele se inclinou para a frente, os olhinhos brilhando de excitação. Se ele tinha uma Kekkei genkai, poderia rivalizar com o Sasuke!

—Quase. É mais uma característica de clã do que uma habilidade especial. Os membros do clã Uzumaki possuem um tipo de chakra diferente e mais forte do que o normal: O chakra de força vital. Ele tem uma cor dourada e pode se manifestar na forma da Chakra Kusari. Essas correntes são boas tanto para ataque quanto para defesa, servem como imobilização, podem formar barreiras poderosas e ser usadas em técnicas de selamento.

—Uau, isso é incrível! Eu não sabia que o Naruto podia fazer isso. – Sakura exclamou. Naruto olhou para as próprias mãos.

—Caramba... E essas correntes podem fazer isso tudo... Isso é tão legal, -ttebayo!!

Kakashi sorriu por baixo da máscara. Naruto estava descobrindo sua ascendência Uzumaki, e do jeito que ele era curioso, ia descobrir toda a verdade mais cedo ou mais tarde. O jounin olhou discretamente para Haruka, que notou o olhar dele sobre si. Ela precisava contar logo, ou Naruto descobriria por conta própria.

 

 

—Naruto cresceu bastante. – Sarutobi largou-se sobre uma cadeira. As preliminares haviam finalmente acabado, e só ele, dois ANBU e Haruka estavam sobre a torre naquele momento. Ela pegou o assento a seu lado, suspirando.

—E pensar que ele liberaria o Chakra Kusari daquela maneira... Sinceramente, pensei que ele não tivesse herdado isso da okaa-sama. É um traço raro mesmo entre os Uzumaki.

—Eu acho que foi a convivência dele contigo que puxou isso, Haruka.

—Hm? – A jounin piscou, sem entender.

—O chakra de força vital estava adormecido dentro dele todo esse tempo, assim como o chakra da Kyuubi. Com a proximidade a um membro do próprio clã, o chakra dele se moldou à presença do seu, e como um imã, o seu puxou o dele para fora.

—Entendo...

—Algumas pessoas despertam o Kusari normalmente. Mas Naruto precisou de um empurrãozinho, mesmo que mínimo. É incrível que ele tenha despertado em um momento tão crítico. – O ancião riu, mas seu olhar ficou sério logo em seguida. Ele tragou seu cachimbo, dando uma lenta baforada antes de falar. – Os conselheiros estão me perguntando quando você contará a verdade para ele. A quebra do sigilo é um assunto delicado.

—Eu sei. Pretendo contar para ele em breve, Saru no Jiji. Não é algo que se conte de uma vez. Se eu chegar pra ele e disser “Ei, Naruto, advinha só: eu sou sua aneue! E o cara que selou a Kyuubi em você? Sim, ele é seu pai!”, provavelmente vou assustar o menino. Estou sondando ele, tentando descobrir como ele funciona. – Ela olhou para o teto. Um sorriso se manifestou em seus lábios. – Mas você tem que admitir que ele estava incrível hoje. Eu tive que usar toda a minha força de vontade pra não abraçar ele na arena.

—Sim, eu vi. Você estava brilhando. – Sarutobi a olhou, divertido. Haruka corou. – Você conseguiu se segurar bem ali. Alguns deslizes, mas fora isso, sua performance foi a mais neutra possível.

—Obrigada. – Ela coçou a cabeça, meio sem graça. Sim, ela sabia que tinha escorregado no sabão algumas vezes durante as lutas. Mas ultimamente suas emoções estavam muito mais fortes. Ela não estava conseguindo controlá-las eficientemente. Provavelmente era Konoha. Ou outra coisa... – Saru no Jiji, e a menina Hyuuga? Ela vai ficar bem? – Aquilo não saía da cabeça dela. Naruto tinha realmente se abalado com o desfecho da luta dos Hyuugas, a ponto de fazer um juramento de sangue. E pra piorar, ele ia enfrentar o garoto dos Hyuugas nas finais. Aquilo embrulhava o estômago da Uzumaki de preocupação.

—Hinata é uma menina forte. Ela ficará bem. Mas suponho que você esteja mais preocupada com Neji, não é?

—Não vou negar. Aquele garoto é forte e muito frio. Mas estou preocupada com Sakura-san e Sasuke-kun também. O ninja de Otogakure e o jinchuuriki de Suna... Pobre Sakura-san. O terror nos olhos dela ao ver qual oponente ela ia enfrentar nas finais foi quase palpável.

—Você parece se preocupar bastante com o time 7.

—E como não? São ótimas crianças, todos eles. Kakashi-senpai pegou um ótimo time. De todos os professores que meu otouto poderia pegar, fico feliz que tenha sido ele. Além disso, o senpai parece diferente. Eu nunca o vi tão solto... Tão feliz.

—O time 7 está tendo um efeito muito positivo sobre Kakashi. Minato ficaria aliviado, já que ele tentou tanto amolecer o coração do aluno. Kakashi era muito importante para ele.

—Sim. Otou-sama tentou muito mesmo. Mas às vezes, por mais que a gente queira, não podemos curar todas as feridas das pessoas que amamos. Só podemos ficar ao lado delas e lhes oferecer conforto quando precisarem.

—Isso é um pensamento sábio, Haruka.

—É uma verdade, Saru no Jiji. Uma verdade aprendida a duras penas. – O olhar dela se demorou sobre a janela, totalmente absorta em seus pensamentos. Sarutobi suspirou.

—Você está pensando nele, não é? – O olho da jovem se arregalou e se voltou para o ancião, cheio de perplexidade. Como...? – Você não é do tipo que quebra um laço tão forte. Não. Você é o tipo de pessoa que mantém os laços que tem independente de qualquer circunstância. Essa é quem você é. – Haruka desviou o olhar, corada.

—Sim. Eu ainda o vejo, às vezes. Consigo aliviar a dor dele. Consigo fazê-lo esquecê-la por algumas horas. Mas apagá-la... Não. Isso é totalmente intangível. – Sarutobi podia ver a angústia na safira da ruiva. Ele colocou a mão sobre o ombro dela.

—Vocês dois são fortes. A dor dele nunca irá embora, assim como a sua. Vocês têm que aprender a viver com ela. Eu sei que isso é... – Ele engoliu as próprias palavras. Sentia o peso da dor daqueles jovens em seus ombros, assim como lhe pesavam o haori e o chapéu que vestia.

—Está tudo bem, Saru no Jiji. Nós sabemos como isso termina. Já aceitamos o caminho que nos foi imposto. – O sorriso tranquilizador dela mascarava a dor que sentia, Sarutobi notou. Ela era gentil demais para deixar que ele se sentisse culpado ou com pena. Tomaria para si mesma o fardo de sentimentos causados por uma situação que independia de sua vontade.

 

Ela sabia o que viria. Já aceitara isso. Mas se conformar... Aquela era outra tarefa intangível. Falar sobre aquilo era remexer a ferida aberta em seu peito. Doía. Doía tanto...

 

Haruka se levantou, atraindo o olhar de Hiruzen consigo. O olho fixo na janela, e nas gotas de chuva que se chocavam contra o vidro.

—De qualquer forma, não podemos desfazer o que está feito. Preciso me focar no futuro. Para que esse futuro floresça, ele precisa ter uma base sólida. Uma tala. Se eu não for essa tala... Quem mais será? – Ela deu um sorriso gentil para o ancião. Ele quase podia ver os ombros dela se curvando, carregando o peso do mundo e dos segredos que ela guardava.

 

Pobre criança. O mundo era realmente injusto.

 

—Muito bem, Haruka. Conto com você para lidar com Naruto. – Ela olhou para ele, sorrindo levemente.

—Pode deixar.

 

 

O homem corria pela floresta desesperado, os pés chafurdando na lama macia que havia sido humificada pela chuva torrencial. Estava escuro e frio, mas ele tinha que fugir.

Tinha cabelos negros e boa preparação física, mas o terror, o escuro e o frio o deixavam desastrado e estressado. A armadura que usava era típica da guarda pessoal do Daimyo do País do Fogo, vermelha e branca. Era um ninja orgulhoso, mas contra aquele monstro, não restava nada além de medo.

Afobado, ele tropeçou em uma raiz e deu de cara na lama. Tentou se levantar no mais puro desespero, mas a lâmina vermelha ameaçadora se ergueu perto de seu pescoço, limitando seus movimentos. Sobre si, uma aura negra pairava do homem que lá se encontrava, encarando o outro com um sorriso doentio nos lábios.

—Finalmente te encontrei, Tameki-san. Você me deu um trabalhão, ein? Mas sejamos francos, são poucos os que conseguem fugir de mim.

—Akai Yuki... – Tameki sussurrou fracamente o nome de guerra da figura sobre si. Akai Yuki, o assassino da Neve Vermelha. Ninguém sabia seu nome. Fora um assassino a mando do Daimyo antes de ficar louco e começar a matar seus companheiros. Fora capturado e internado em um sanatório, do qual escapara. E começara a matar líderes políticos desde então como um nukenin.

—Sabe, Tameki-san, eu estou um pouco chateado. Fui à mansão do Daimyo para ver se ela estava lá, mas ela tinha partido. Você sabe onde ela está, não sabe? – A voz de Akai Yuki era falsamente arrastada e lenta, pronunciando as vogais em um som nasalado e até meio infantil. Os olhos de Tameki se arregalaram de pavor.

—Ela foi para Konoha! Disse algo sobre reencontrar a família. Por favor, não me mate! – Os olhos negros do assassino se demoraram sobre o rosto apavorado da vítima. Acima deles, um raio cortou os céus, iluminando por um momento a figura de Akai Yuki.

Os cabelos curtos e pele eram claros, brancos como a neve. Os olhos pequenos e negros tinham um aspecto pensativo, e ele utilizava um yukata branco, agora sujo com lama. O corpo alto era magro e esguio, perfeito para alguém que era adepto de assassinato silencioso. A ninjato que ameaçava a vítima era de punho negro e lâmina vermelha, com um pequeno redemoinho encrustado na lâmina, próximo ao anteparo.

—Akaichi no Satsujin. Uma lâmina com um veneno potente das bestas aquáticas do País do Redemoinho. Se espalha pelo corpo rapidamente e mata em menos de 2 minutos. – Os lábios finos do assassino se curvaram em um sorriso. – Dizem que a sensação é horrível.

—Por favor, não... NÃO!! – Sem cerimônia, a lâmina perfurou o peito do homem, próximo ao coração. Akai Yuki não retirou a lâmina, observando com deleite enquanto o guarda engasgava com o próprio sangue e se contorcia em agonia por causa da dor, agarrando a lâmina em uma tentativa de retirá-la de seu corpo. Veios brancos apareceram em sua pele, demonstrando o caminho que o veneno fazia. Os olhos negros brilharam insanos ao notar a força se esvair do corpo da vítima e a luz sumir de seus olhos. Ele parou de se mexer e a cabeça e as mãos caíram, sem vida. O assassino soltou uma risada terrível, retirando a espada do cadáver e inclinando-se para trás enquanto os trovões se juntaram a ele, amplificando o som de sua gargalhada. As gotas de chuva batiam contra sua pele, acariciando-a. A emoção de matar lhe fazia sentir tão vivo. Ele fechou os olhos e relaxou, concentrando-se nas sensações que o ambiente lhe proporcionava.

 

Família, não é?

 

Isso era estranho. Ela não tinha ninguém no mundo. Ninguém além dele.

E se por acaso houvesse mais alguém em sua vida, ele se certificaria de que sua existência findaria. Como aquele homem...

O ódio tomou conta de seu corpo. Ele levou a mão à testa.

—Nada bom... Nada bom, Yukihito. Você estava tão bem antes de pensar nele... – Ele gemeu em tom infantil.

Aquele homem o tirava do sério. Ele queria destruí-lo. Queria rasgá-lo em pedaços, pintar o chão com seu sangue e espalhar suas entranhas pelo ambiente. Aquele homem maldito...

—Não se preocupe, Haru-chan. O seu Yukii vai te livrar dele. Vai te livrar de todas as pessoas más que te machucam. Assim você só terá ao Yukii, para sempre e sempre... – Ele girou em seus calcanhares, abrindo os braços para a chuva. Lambeu o sangue da lâmina em sua mão. O sangue o fascinava. Era quente e vermelho, assim como os cabelos dela...

 

Yukihito embainhou a lâmina maldita e se afastou do corpo. Ele tinha preparativos para fazer antes de ir a Konoha. Pesquisa, pesquisa, pesquisa!

Um brilho terrível e ensandecido cruzou as ônix do jovem rapaz. 

—Só espere, Haru-chan... Seu Yukii está chegando.


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Notas finais do capítulo

Yukihito chutando seu caminho para dentro da história! Sinistro ele, não? Vocês ainda não viram nada.

Chakra Kusari* = São as Correntes de Chakra ou Corrente Adamantina de Kushina. Sempre achei injusto o Naruto não poder usar elas (não, aquela vez foi o chakra da própria Kushina, então não conta). Aqui, tanto Haruka quanto Naruto podem usar. Acho que no anime as correntes são douradas porque no mangá a manifestação de chakra comum é amarelada, não azulada. Mas como já foi especificado mais de uma vez que o chakra dos Uzumaki é especial, peguei essa cor estranha de chakra que as correntes possuem para caracterizar o Chakra de Força Vital aqui.

O Uzumaki Dai Rendan* é uma versão modificada do Uzumaki Rendan do Naruto. Não preciso descrever mais já que vocês já viram como é.

Akaichi no Satsujin* é algo como "A assassina vermelho-sangue" ou "A assassina carmesim". Espadinha tensa. Totalmente não tirei a inspiração pra espada de Akame ga Kill. Não. Nem um pouquinho. Qualquer semelhança é mera coincidência.

Resolvi cortar as outras lutas, porque não tinha muito o que eu adicionar. Cortei logo pro resto da história.

E sim, a Sakura caiu com o Dosu. Mas olha pelo lado bom, ela poderia ter caído contra o Gaara! XD

Vamos ver o que acontece em seguida.

Ja ne

Kissus, Ina-sama



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