Olhe para mim escrita por Fadaravena


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Mais uma karatodo, dessa vez uma curtinha. Foi uma ideia que eu tive navegando pelo pixiv. Então, mais uma vez, baseado numa comic do pixiv.



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Já faziam seis meses. Tinha sido num outono, quando as folhas se tornavam vermelhas e o céu mais branco, repleto de nuvens. Com um sorriso travesso, ele segurara em sua mão e selara um beijo, um toque delicado, e então colocava o dedo indicador próximo dos lábios, seria o segredo deles. Karamatsu se lembrava bem daquele dia.

Agora estavam só os dois na sala, e em vez de Todomatsu lhe dar atenção, não desgrudava os olhos da tela do celular. O que era tão interessante assim que não podia dedicar um pouco de seu tempo ao namorado, pensou.

Eles estavam perto um do outro no chão da sala, tão perto que arriscou apoiar a cabeça em seu ombro, mas para sua infelicidade, não houve reação. Sem desistir, chegou ainda mais perto e deu um beijo em sua bochecha, mais uma vez, não houve reação.

— Está muito quente aqui, não, honey. – Tirou o casaco e ficou só de regata.

Deu uma espiada furtiva para seu lado, Todomatsu continuava no celular.

— Acho que as portas do inferno foram abertas. – Tirou a regata. Agora estava só de calça jeans.

Deu outra espiadela. Ainda estava no celular.

Resolveu pigarrear, e nada adiantou. Todomatsu ainda olhava para a maldita tela.

— Oh my god! O que é isso? – Exclamou em pânico. -  É uma invasão de abelhas? Quando foi que-!

Celular.

Já estava ficando sem ideias. Voltou a sentar-se no chão, deitou mais uma vez a cabeça em seu ombro.

Começou a lembrar dos primeiros dias de namoro, quando saiam para lanchonetes, dividiam um doce, iam para o cinema, saiam de mãos dadas no entardecer, quando o sol se punha e ficavam só os dois sob a iluminação da rua. Todomatsu tinha o costume de ficar bem junto dele, agarrar em seu braço, aninhar seus cabelos quando se deitava em seu colo. Gostava em especial quando o mais novo lhe chamava de “Karamatsu-niisan”, soava doce no timbre manhoso de Todomatsu.

Gostava de sua voz, sempre pedindo algo, não se incomodava quando ele reclamava de seus trejeitos, achava fofo. Tudo em Todomatsu era fofo, como falava de seus amigos, em especial, como mencionava um sujeito elegante, Atsushi-kun. Queria ouvi-lo chamar seu nome assim, deveria soar como os céus. Estar com Todomatsu era como estar no paraíso.

Gostava de fazer amor com Todomatsu. Sua voz ficava ainda mais deliciosa quando gemia por mais. Gostava de como seu corpo respondia com tanta sinceridade. Todomatsu era quente e apertado, sua boca tinha gosto de avelã, seu membro tinha gosto de mar, um mar cristalino. Seu toque era suave como tecido de algodão, sua pele era alva. Seus lábios pareciam mais finos, apesar de partilharem do mesmo rosto.

Todomatsu o lembrava um cãozinho bem pequeno, dos que mordem se provocados, mas que continuam sendo adoráveis. Sentia-se sortudo por tê-lo como namorado. É verdade que também eram irmãos, mas isso nunca o incomodou. O amor devia ser livre, era uma dádiva divina se apaixonar, e estava certo em seguir seu coração.

Por isso não entendia como foram ficar assim, tão afastados um do outro. Já ouvira falar que a paixão se apagava com o tempo, mas nunca deixou de sentir aquele calor no peito quando estava perto dele. Eram bons os momentos a sós, eram também raros. Uma fagulha de desapontamento lhe vinha, e receava que Todomatsu não o amasse mais, não como antes, não da mesma forma.

Via Todomatsu como se fosse um amuleto da sorte, era místico e belo. Queria ser visto assim. Queria que o olhasse como se fosse único

Karamatsu ajeitou a cabeça, encaixou-a em seu pescoço, sentiu a fragrância adocicada de sua pele. Sentiu suas pálpebras pesadas. Adormeceu.

 

Todomatsu despedia-se de Atsushi quando escutou um ronco baixo perto de si, virou o rosto e viu um Karamatsu seminu cochilando em seu ombro. Abriu um sorriso cheio de ternura e deixou o celular em cima da mesinha. Afastou algumas mechas de seu cabelo, observou-o por um tempo, admirava-o com um olhar sereno, aproximou-se de seu rosto e depositou um beijo delicado em sua testa.


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