57 escrita por cerlunas


Capítulo 1
1


Notas iniciais do capítulo

Oi gente.
Então, eu estava postando essa história no wattpad, mas agora consegui de volta meu notebook (♥) e tô passando pra cá também.
Escrevi esse capítulo no início do ano, então me desculpem se tá meio bosta, eu acho que vai melhorando, sla kjasdkasdjhad
Boa leitura. ♥



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Aquela era sua semana de sorte. Steve tinha certeza disso.

Primeiramente, ele não teve que ir ao hospital. Sequer teve uma crise asmática. Sua bombinha continuava no bolso do seu jeans, esquecida.

Em segundo lugar, ainda não tinha se metido em brigas. Ainda.

Isso queria dizer alguma coisa, já que Steve sempre estava disposto a brigar com algum otário.

Sam costumava dizer que ele tinha 1,54 de pura raiva. Claro que as coisas não eram bem assim, não era sua culpa por ser baixo e existir muita gente babaca nesse mundo. Steve ainda tinha esperança da sua puberdade estar atrasada, ou algo assim.

Então é, tinha sido uma boa semana. Sua mãe até conseguiu uma noite de folga onde eles ficaram vendo filmes ruins dos anos 80. Ela também não precisou passar seus velhos discursos sobre “razões para Steve ficar longe de problemas e sua saúde frágil”, que sempre pareciam infinitos aos ouvidos do garoto.

Para completar, ele tinha tido a sorte — que um tempo atrás chamaria de azar, mas aquela era sua semana — de esbarrar em Peggy Carter.

Steve não se lembrava de quando tinha começado a ter uma quedinha por ela. Mas teve um momento em que ele começou a observar como Peggy era incrível jogando futebol, e como seus sorrisos eram bonitos. Principalmente os que ela dirigia para Angie Martinelli, líder de torcida e sua melhor amiga.

Steve sabia que nunca conseguiria dela um sorriso daqueles, mas ele não precisava. Era só um sentimento idiota que ele superaria rápido.

Ou era o que dizia para si mesmo.

Enfim. Naquele dia, Steve estava andando pelo corredor quando Peggy esbarrou em si.

Ele quase não acreditou quando viu os livros e papéis dela no chão, e foi rápido ao se ajoelhar e ajudá-la a recolher as folhas espalhadas.

"Obrigada," agradeceu, sorrindo doce. "Steve, certo?"

Ele ficou surpreso com isso. Até cogitou ter ouvido errado por conta de alguma falha no seu aparelho de audição.

"Eu sou Peggy." Apresentou-se.

"É, eu sei." Soltou, corando em seguida. "Quero dizer, todo mundo conhece a melhor jogadora do nosso time."

Ela riu.

"Já estou com esse título, huh?"

Ela raspou os dentes nos lábios, tirando um pouco do seu batom vermelho.

Steve sentiu que poderia morrer.

Observou-a por um tempo e notou que ela ainda esperava uma resposta. Suas orelhas ficaram vermelhas, e achou que não poderia se envergonhar mais.

Isso até abrir a boca, e mudar totalmente de assunto:

"Sabe, esses dias eu estava amarrando os tênis pelos corredores e acho que te vi. Qual é o número do seu armário mesmo? Só para ter certeza."

Steve quis bater com a cabeça na parede. Qual era o seu problema?

Peggy ficou nervosa, por algum motivo.

"Eu... Hm... 57."

Steve sorriu e soltou um "ah, lembrei". Peggy sentiu-se mal por ter dito isso. Era mentira, pois seu armário na verdade era 64, mas não queria voltar atrás da sua resposta. Costumava mentir sobre essas coisas porque garotos eram um pé no saco, mas Steve era Steve, pelo amor de Deus. Ele tinha um senso de justiça muito forte para ser um babaca.

"Tenho que encontrar Angie agora... Te vejo por aí, Steve." Despediu-se apressada.

Peggy acenou, e Steve retribuiu o gesto.

Então é, bastante sorte.

***

"Essa foi a pior ideia que você já teve. E isso quer dizer alguma coisa, levando em conta que você costuma brigar com pessoas que são no mínimo 20 centímetros mais altas."

Steve revirou os olhos.

Depois de conseguir o número do armário de Peggy, não sabia bem o que deveria fazer com ele. Se ao menos tivesse pedido seu número de telefone...

Mas pouco tempo depois, pensou que não seria má ideia deixar bilhetes lá.

Era muito clichê, sabia disso, mas o que mais faria?

Sam, por outro lado, não parecia entender sua lógica muito bem.

"Não seria mais fácil você só falar com ela?" Questionou. “Ela não vai saber quem exatamente está fazendo isso. Sem falar que a escola toda anda comentando que ela e Angie... hã... não são tão amigas.”

"É esse o ponto, sabe?" Ignorou os outros comentários do seu amigo. "Ela não saber."

"Não acha que seria muito na cara? Você acabou de pedir o número e surpresa, ela recebe bilhetes anônimos. Sem falar que você podia ter pedido isso para mim, já que nossos armários são perto."

Deu de ombros.

"Vou deixar passar algum tempo. E eu não pensei realmente ao falar aquilo. Só saiu."

"Típico" sorriu torto. "E como você vai saber o que ela acha?"

"Eu não vou. Você pode ver o que ela acha. Acabou de dizer que seus armários são próximos."

Sam suspirou.

"Essa é uma péssima ideia."

"Eu sei. E você já disse isso."

"Você tem sorte por me ter como amigo. E ainda mais por eu ir na sua onda."

Steve riu.

"É, eu sei."

Steve esperou um pouco mais de uma semana para deixar o bilhete no armário de Peggy.

No meio do seu período de inglês, pediu para ir ao banheiro. A professora deixou-o ir com  relutância. Por mais que suas notas fossem boas, Steve tinha um histórico de detenções por conta de brigas. Ela deveria achar que sairia para ter um combate mortal ou algo assim.

Pelos corredores vazios, andou até o armário 57.

Talvez Sam tivesse razão, não, Sam tinha razão. Aquilo era idiotice.

Mas agora já tinha começado, e não pararia.

Cuidadosamente deslizou o papel entre as frestas do armário de Peggy.

Era isso.

Observou a tintura desbotada do armário por alguns instantes e desejou poder voltar atrás.

Mas, era isso. Sem escapatória.

***

Bucky reajustou a alça da sua mochila no ombro. Estava rasgando; teria que conseguir uma outra logo.

Andou até seu armário e bagunçou os cabelos, cansado. Pensou que deveria cortá-los, talvez na próxima semana.

Mas ele sabia que não faria isso, da mesma forma que não arranjaria uma mochila nova. Não eram sua prioridade.

Na verdade, ele nem sabia direito se tinha prioridades.

Abriu seu armário, enfiando seus livros dentro dele. Tirou de lá seu maço de cigarros, cuidando para algum professor não ver.

Porém, junto dele caiu um pedaço de papel azul.

Não era seu. Franziu o cenho ao juntar do chão, achando que poderia ser de Clint ou Nat.

Mas acabou que, ele não reconhecia a caligrafia.

"Seu cabelo estava lustroso hoje."

Era tudo que o bilhete dizia. Bucky amassou-o. Só podia ser engano, ou pior, uma brincadeira de mau gosto. Fazia a cara dos seus colegas.

Até porque, quem usava lustroso? Ele não era um móvel ou coisa assim.

Mas por algum motivo, não teve coragem de jogar fora. Guardou no seu bolso junto com os cigarros, fechando a porta do armário.

Antes de encontrar com Clint e Nat atrás das arquibancadas, foi ao banheiro, que no horário do intervalo era vazio. Até porque seus colegas preferiam os do ginásio para fazer suas coisas.

Lavou o rosto e observou seu reflexo por alguns instantes.

É, talvez seu cabelo fosse mesmo lustroso. Não era feio. Só um pouco oleoso. Talvez.

Se viu dando um sorriso pequeno, mas logo fez uma careta. Aquilo não significava nada. O que ele era, um idiota?

Saiu do banheiro. Não era estúpido o suficiente para cair nessa.

Atravessou o pátio da escola, vendo a mesma cena de todos os dias: Peggy Carter com o braço ao redor dos ombros de Angie, Loki tirando Thor do sério, Tony e Pepper discutindo. Deveria ser esse o porquê de Nat estar sempre reclamando de todos.

Quando chegou, seus amigos já estavam ali. A garota estava com seu batom vermelho borrado, e Bucky agradeceu por ter chegado mais tarde. Aqueles dois eram nojentos.

"Demorou hoje, James." Falou Nat, tirando o cigarro da boca.

Bucky revirou os olhos. Detestava quando chamavam-no assim.

"Estava salvando meus olhos de ver a cena nojenta de vocês." Respondeu, mas ele sorria e Clint também.

Ele tirou o cigarro do bolso, acendendo-o no de Nat.

Tragou lentamente, enquanto Clint fazia uma careta. Era o único que não fumava.

"Você parece mais feliz hoje" observou Nat.

Bucky não respondeu.

"Não precisa me olhar desse jeito, só estou falando. É bom não passar o intervalo olhando para sua cara de tartaruga brava."

Clint concordou.

"Não vai nos contar o que aconteceu?

"Não aconteceu nada." Defendeu-se.

"Sei." Nat respondeu.

"Não sei por que ainda falo com vocês." Gemeu.

Nat apagou o cigarro na grama e Clint mudou de assunto. Seu torneio de arco e flecha era em poucos dias, e uma das participantes, Kate ou algo assim, tirava-o do sério.

Mas enquanto Clint reclamava, Nat ficou o encarando.

Aquela conversa não tinha terminado ainda.


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Notas finais do capítulo

Então é isso.
Até o próximo. ♥



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