Casamento Intergaláctico escrita por BlackFlower


Capítulo 1
Capítulo 01: Os aliados vestem laranja berrante


Notas iniciais do capítulo

Falem comigo ♥ Me xinguem :3 Diz que me ama, me joga na parede e me chama de lagartixa u-u

Obrigada a todos que derem uma chance a essa fanfic, ela terá - em planos atuais - menos ou exatos 10 capítulos. Será postada semanalmente.
Sim, poderá ser adiantada ou atrasada, depende da vida.

Leiam as notas finais por favor.



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Capítulo 1: Os aliados vestem laranja berrante

TERRA - 24 de Dezembro de 2017, Belém-PA, Brasil

Você sabe a sensação de que algo vai dar tremendamente errado? É, com certeza deve saber, a sensação de estômago embrulhado, o calafrio na espinha, hoje o dia prometia, olhei para o céu incomum, um cinza forte com trovoadas, dentro do carro podia sentir os tremores da forte pancada de chuva que derramava pela tarde da cidade das mangueiras.

Pelo vidro do carro, eu via as pessoas correndo com sacolas na mão, os ambulantes gritando suas promoções e vendendo seus produtos, mesmo com o toró caindo, as pessoas não deixavam de comprar suas lembranças natalinas. Olhei pelo espelho retrovisor a fila quilométrica de carros parados. Meu celular começou a tocar, olhei na tela vendo o imagem do meu pai.

Oi —  atendi meio sem graça.

Sério isso? Em pleno feriado natalino e você trabalhando Débora?  ele gritava ao telefone.

Sou gerente de uma loja, até as 22hrs estarei trabalhando me defendi enquanto avançava lentamente no trânsito congestionado na avenida principal de acesso ao centro.

Pelo amor de Deus, é FERIADO Débora ele perdeu a paciência, falava como se eu não soubesse o que era a palavra.

Estarei trabalhando hoje, lide com isso, não serei como a noiva de Leonardo, uma dondoca que não faz nada.

Desliguei o celular, suspirei derrotada, oh como eu amava minha profissão, mas odiava os contras dela, na maioria era não ter muito tempo para diversão. Meu pai não entendia, eu não queria ser um fardo, não queria ajuda deles, gostava muito de ser independente. O celular tocou novamente, papai insistiria na discussão, apenas silenciei o celular. No momento, eu não tinha notado isso, mas foi meu grande erro. Um que não esqueceria e me martirizaria por um tempo.

Não fiquei menos de 1 hora presa no trânsito, o engraçado disso é que ainda cheguei a tempo de endireitar uma fileira de roupas que tinha sido distribuída de forma errada. Olhei para os funcionários, realmente era de admirar que todos estavam ali, geralmente um ou dois pedem para não trabalhar na véspera de natal.

A loja em que trabalhava era uma franquia de roupas de grife, se eu sabia de moda? Nada. Mas ajudava muito na parte administrativa e contábil, tinha conquistado a confiança de todos com muito esforço e esperava até um aumento, corrigindo uma promoção. Sairia de gerente para diretora. Isso será ótimo.

Antes de abrir a loja, olhei para os funcionários. Maquiagem simples? Ok. Roupa sem amassos? Ok. Sorriso convidativo? Ok. Ninguém faltou? Negativo. Olhei de um lado a outro e não encontrei minha estagiária Maria.

Alguém viu Maria? perguntei olhando para o grupo.

Ela disse que ia ao banheiro — Carmen respondeu sorrindo.

Balancei a cabeça afirmando entendimento, fiz um gesto para José abrir o portão, e começamos definitivamente as vendas finais de natal. A correria, o bate boca entre clientes, nossa loja atendia a todas as classes, mas devido aos preços a maioria de pessoas era classe A, B e C, essa última sendo a que mais comprava.

Andava devagar pela loja verificando como ia os funcionários, se estavam atendendo bem, como falei, amava minha profissão. O telefone da loja começou a tocar, andei rápido e atendi.

Tu...tu...tu… A linha ficou muda, não entendi na hora, mas houve o tremor. Foi como os que a gente via na TV, aqueles em filmes e séries que tudo se partia, nosso país não deveria ter terremoto, o barulho era ensurdecedor, as roupas voavam, os clientes gritavam, os funcionários em pânico, a nossa frente o chão rachando. Pela primeira vez na vida não soube o que fazer. A loja não tinha ido ao chão por ter sido muito bem construída.

— Dona Débora — gritou Maria em prantos saindo do banheiro.

Olhei para a jovem que correu para fora da loja, corri atrás dela até a entrada, uma multidão de pessoas correndo pelas ruas, a chuva caindo, guarda-chuvas voando, o tremor diminuindo aos poucos, porém vibrações pequenas pareciam que iam continuar. Policiais indo e vindo, bombeiros apareceram para socorrer os feridos,  uma loucura que nunca tinha vivenciado, e realmente não queria.

— Liguem para seus familiares dando noticias agora — gritei entrando na loja — Os deixem saber que estão bem e vivos.

— Os telefones estão mudos — gritou Marcelina.

— Meu celular está sem rede — uma cliente falou.

— O meu também — falou outra.

Logo o pânico tomava a todos, alguns saíram rápido, ao longe podia ouvir sirenes, fui até a sala da gerência e peguei dentro da bolsa o meu celular. Havia 8 chamadas não atendidas, 3 de papai, 2 da mamãe, 2 do chefe e 1 de Leonardo. A boa notícia é que tinha bateria, a má notícia é que também estava sem rede.

“Só pode ser brincadeira”, pensei comigo mesmo, voltei para frente da loja encontrando policiais levando as pessoas. Eles praticamente arrastavam os clientes para fora da loja, nem ao menos falavam algo tranquilizante apenas arrastavam para fora como sacos de farinha.

— O que está acontecendo? — perguntei ao policial.

— Senhora, você tem que sair da loja, agora — ele respondeu me puxando.

Não que esteja reclamando, mas ele devia ao menos acalmar as pessoas, enquanto seguia para fora pude notar que algumas pessoas estranhas, estavam conversando com os policiais. A palavra não era exatamente estranha, eram realmente diferentes, como em filmes com ação no espaço sideral. Podia jurar que por momentos senti o alívio de que podia ser uma gravação de algo.

O chão ainda tremia, isso fez com que boa parte das pessoas tropeçassem uma nas outras, eu mesma andava com certa dificuldade. Estava chegando próximo a uma praça movimentada da cidade, só queria pegar um táxi ou ônibus, o que quer que seja e ir embora pra casa, a minha família precisava de notícias.

As pessoas em pânico é algo interessante de ver, algumas gritavam, outras choravam, havia aglomerações de repórteres, havia os policiais, as lojas fechavam com medo de roubos. Um pandemônio geral, olhei mais atentamente para onde ia, só seguindo a multidão. Parei em frente a um senhor que ouvia a rádio.

“E então Renata, quais as notícias sobre ajuda?” o radialista perguntou em pânico, era a voz do Willian Bonner?

“Bom Dia Bonner e a todos os telespectadores que estão nos ouvindo, ao que sabemos o tremor atingiu todo o mundo. Desde Nova York, Londres, todos os países e toda e qualquer cidade. As nossas comunicações mais modernas foram cortadas, nada funciona desde os televisores à celulares de última geração, o único meio de comunicação presente é o rádio e em baixa frequência. O pânico tomou o mundo, estamos tendo relatos de naves entrando em nossa órbita, ao que sabemos o presidente Temer ainda não entrou em contato para esclarecer dúvidas, estamos tendo ajuda de seres nunca vistos…”

“Você está falando...de aliens?” o apresentador interrompeu a fala da mulher.

“Com certeza Bonner, eles estão entre nós e estão nos ajudando.” a mulher falou.

“Aliens?” perguntei a mim sorrindo sarcasticamente, de tanta coisa pra poderem explicar eles me vem com seres de outro mundo? Qual o problema de falar que a terra está acabando?  Comecei a ouvir gritos, virei a tempo de ver o chão rachando de novo, algumas pessoas corriam e outras olhavam para o céu horrorizadas.

— Oh meu… — as palavras não vinham. Não naquele momento. Não naquela hora.

No céu uma enorme nave pairava por entre as nuvens, por momentos jurei estar no filme dos Transformers, havia a nave central, ela era cromada, tinha a forma triangular, e podia jurar que havia alguns padrões de desenho nela, várias naves menores e idênticas a maior, que estavam ao redor, como um escudo de proteção. Foi quando a maior deu o primeiro ataque, que reconheci não estar num filme.

— Se abaixe — gritou alguém atrás de mim puxando meu braço.

A pessoa jogou o corpo pesado em cima de mim, senti algo raspar na minha bochecha e algo quente escorrer por ela, uma rajada de ar quente passou por entre nós nos empurrado com força ao chão, bati a cabeça, ficando zonza, meu ouvido ficou tapado e podia ouvir apenas meu coração batendo loucamente.

E então… o silêncio, não tinha percebido que apertava tanto os olhos, mas logo fui abrindo devagar, a cabeça doendo. O céu continuava cinza e cheio daquelas naves, elas só estavam lá paradas,  no chão havia os corpos, os policiais sobreviventes olhavam uns para os outros, e olhei para trás vendo quem tinha me salvado.

O cara, se ele for um cara, era definitivamente não humano, usava um uniforme laranja berrante que tinha alguns planetinhas colado em cima do peito no lado esquerdo escrito em letra de forma a sigla “GSGU”, era bem colado no corpo, as mãos não tinham 5 dedos e sim 4, os olhos eram amarelos vivos, o cabelo era bem arrumado como um socialite, usava uma bota branca com uma listra preta no cano, a boca tinha lábios finos e rosa, ele tinha uma pele azul. Sim, ele era merda de um  smurf alienígena vestido com laranja neon. Ele levantou e ficou incomodado de como eu o olhava, pois deu um bufo e murmurou algo que não ouvi.

— Você tem que seguir aquela fila imediatamente. — ele apontou para trás e virei vendo a fila ao longe. — O primeiro tiro foi o aviso de evacuação. — ele falava, mais saia tudo como um grunhido.

Balancei a cabeça acenando entendimento, olhei para o chão vendo os corpos, alguns despedaçados, não havia um sangue, era como cauterização, um armamento desse com humanos e matariamps uns aos outros…

— Eu disse pra você ir — ele gritou me assustando.

— Entendi da primeira vez — rebati com o gosto amargo da vergonha.

Fui andando passando por aquele tanto de mortos, e minha barriga foi protestando querendo vomitar o que nem comi. Parei de novo e virei para trás vendo o ser analisar detalhadamente cada pessoa no chão. Podemos estar numa guerra, morrendo, sobrevivendo, fugindo, mas o cara me salvou…

— Ei — gritei chamando a atenção do alien. Ele virou desconfiado, pouco confuso. — Obrigada, seja lá quem você for.

— Ah — ele falou perdido.

Dei de ombros, e voltei ao foco, seguir o fluxo de pessoas. Ir para a fila. E… minha família? Será que havia algum meio de contato? Tirei os saltos do pé e andei mais rápido.

Cheguei a fila que o ser indicava, e estava enorme e tudo para entrar em uma nave totalmente diferente a que nos tinha atacado. Essa era bem grande, dava o dobro do inimigo, todas as filas que via era pra entrar nela, e não tinha só uma eram outras várias espalhadas. Todas de cor azul marinho e laranja berrante.

— Pai, cadê a mamãe? — uma criança perguntou chorosa.

— Eu não sei — o pai respondeu com os olhos marejados e confusos.

As prioridades eram mulheres e crianças, infelizmente parecia que os idosos não eram tão importantes assim, para cada 5 mulheres entrava 2 crianças, 2 homens e 1 idoso. A fila andava rápido, esperava mais burocracia. Fui chegando mais perto da nave, e fui ouvindo a rádio de um homem que estava atrás de mim.

“Parece que temos 24hrs para evacuar o máximo de pessoas, William. Os alienígenas que nos ajudam se intitulam como Governo Supremo Das Galáxias Unidas, é como se fosse a ONU do nosso planeta.” a voz da apresentadora Renata estava entre o choque e a surpresa.

“Michelly nós podemos confiar nesses seres?” Bonner perguntou preocupado.

“Eles estão nos ajudando, ufólogos dizem que eles podem se comunicar em qualquer idioma, tanto os que nos atacam quanto os que nos protege.”

“Me diga, o que eles ganham com isso?”

“Não foi nos dito, mas os de laranja berrante estão do nosso lado. Repetindo: cidadãos brasileiros, os que estiverem de uniforme laranja berrante são nossos aliados.”

Então os barulhos começaram a ficar mais altos, quanto mais avançamos para a nave, mais havia discussões. Como a prioridade eram mulheres e crianças, os homens se amontoavam exigindo seus direitos.

Quando subimos os degraus para subir na nave, olhei para trás, uma súbita saudade se apossou de mim. Disse meu adeus silencioso para minha terra, sentiria falta das comidas, sentiria falta do povo caloroso, até dos malditos bregas eu sentiria falta, pois ali era nossa humanidade, sem a nossa Terra seremos o que? Um povo desgarrado no espaço? Acolhido ou jogado em qualquer canto da galáxia?

— Senhora, olhe para frente — virei meu rosto vendo uma mulher com escamas falar comigo e encostando a mão na minha testa.

— O-Oi — gaguejei, o cabelo dela era vermelho fogo, seus olhos eram como os das cobras, a língua bifurcada e orelha pontuda.

— Qual seu nome? Sua idade? Solteira? — ela perguntou sibilante.

— Debora D’Viana Vieira, 35 anos e solteira — respondi.

— Pode seguir direto. 3 andar. Quarto 578 — ela explicou sorrindo meigamente.

Continuei andando seguindo as pessoas, eu devia estar pirando, primeiro um ataque, depois aliens e agora o que? Andar pelo espaço sideral em plena véspera de natal. Os humanos, terráqueos como ouvi alguns nos chamar, se juntavam, davam as mãos, olhavam para tudo e qualquer pessoa com receio, alguns salvadores nos olhavam com desdém como se estar ali fosse apenas mais um dever. Outros nos lançavam olhares compassivos como se entendesse o que estávamos passando.

A nave por fora já parecia enorme, por dentro parecia um mega hotel para abrigar as pessoas, no início da nave era um lugar onde tinha armas e naves de reserva, era amplo e tinha muita gente andando por lá. E quando digo muita gente é literalmente muita gente.

Andei até onde se tinha um elevador, tinha as escadas, mas estava congestionada com pessoas da própria tripulação que estava ali falando com vários policiais federais, estaduais e municipais. Havia os bombeiros que entravam com os idosos, outros com os feridos do terremoto.

Algumas famílias se encontravam, se abraçavam, e meu coração foi apertando, as lágrimas estavam caindo, pisquei rápido, limpei os resquícios de qualquer lágrima que havia no meu rosto e entrei no elevador. Lotado de mulheres e alguns homens pingados.

— Você está sozinha? — um dos homens ao meu lado perguntou.

— Desculpa, não entendi — respondi desconfiada.

— Sem família, eu...não consegui encontrar a minha a tempo, estou desesperado — ele começou a debulhar em lágrimas.

— Vai dar tudo certo terráqueos, vamos levar os sobreviventes dos ataques até o planeta habitável mais próximo dos nossos aliados, devo anunciar que dos 7.8 bilhões de pessoas, não sobraram nem 3 bilhões e meio- o ser que estava mexendo nos elevadores anunciou, ele era uma coisa pequena e molenga, era como os et’s normais, cabeçudos de olhos grande e pretos, de pele molenga.

Se eu me senti bem ao ouvir isso? Bem, não é a palavra certa, me senti aliviada de ter sobrevivido, porém desconfiada e com medo. Quando a elevador parou no meu andar, senti um frio na barriga, diferente dos  2 andares anteriores, esse os quartos eram individuais, e só havia mulheres, caminhei até a numeração indicada pela alien cobra. Por momentos fiquei parada olhando para a porta.

— Vai dar as 24 horas, o governo tinha nos escondido 10 horas antes do ataque — uma mulher saiu da sala alertando a todos do corredor.

— O que você quer dizer? — perguntei a ela — Não vai dar tempo de tirar todos.

— Essas 10 horas que faltam, eles estavam tentando fazer negociações com o líder inimigo — respondeu uma mulher alienígena que não possuía cabelos, era calva de cor de rosa, com o uniforme chamativo laranja.

— Negociações? — perguntei um pouco surpresa, quer dizer que tomaram 10 horas onde poderiam estar salvando as pessoas. Um maldito tempo perdido.

— Sim, em 8 horas eles tentaram fazer o líder da Tropa Intergaláctica de Ocupação de Planetas não Cadastrados recuar. Me desculpem, mas o poder bélico da terra é nível 1 — a mulher explicava calmamente.

— Quantos níveis? — alguém perguntou curiosa.

— E as 2 horas restantes? — perguntei não entendendo.

— Atualmente 25 níveis — a mulher respondeu e então ela parou como se pensasse se respondia ou não.

— E as 2 horas restantes? — perguntei de novo.

— Foram negociações com a GSGU — ela viu a cara de perdida de todas as mulheres — Governo Supremo Das Galáxias Unidas.

As mulheres entenderam o que aquilo significava, eles barganharam algo em troca da salvação, elas pareciam não querer saber o que, até então eu ainda encarava a alien cor de rosa choque. Os lábios eram roxo, será que os extraterrestres gostam de cores muito chamativas pois está no seu DNA?

— E o que eles negociaram? — perguntei não entendendo porque todas as mulheres foram embora e ficaram apenas uma policial e uma mulher do exército, as duas estavam feridas no braço.

— Vocês querem mesmo saber disso? — a mulher perguntou temerosa.

— Olha aqui senhora… — a policial fitou a alien esperando resposta.

— Theny — ela falou cruzando os braços e suspirando.

— Senhora Theny, meu mundo vai deixar de existir, perdi minha família inteira nesse último ataque, tenho direito de saber o que eles deram em troca — ela falou estressada com a situação.

Senti que Theny não tinha gostado da troca, elas nos olhou com pena, e como eu odiava pena, você pode cuspir e pisar em mim, mas olhar com pena não. Ela tocou no ombro esquerdo da policial e olhou para nós.

— Eles negociaram que cada país daria um quantitativo de mulheres — ela falou e um nó se formou na minha garganta.

— Escravas? Tipo...escrava sexuais? — a policial andou para trás encostando as costas na parede.

— Não! — alarmou-se a Theny com os olhos esbugalhados — Vocês irão casar, lá fora não encontram muitas fêmeas e se derem azar ela já é casada ou não curte a praia do matrimônio.

— Então vão nos usar para procriar mais de vocês? — perguntei sem me dar conta da ofensa. — Me desculpe, não que eu tenha preconceito ou racismo, mas forçar alguém é horrível…

— Sinto muito, todas as mulheres que estão solteiras e na idade entre 25 e 45 anos estão alocadas no 3º, 4º e 5º andar. Hoje, a primeira pessoa que aparecer nos vossos quartos, antes de irmos embora para o planeta aliado mais próximo, este será vosso marido — ela explicou para nós com certa empatia, como se tivesse visto isso, várias e várias vezes.

— Pensei que poderíamos ao menos escolher — a mulher do exército suspirou derrotada.

— De certa forma vocês escolhem — ela deu ombros — Quando vocês passaram pelas mulheres draconianas, as que receberam vocês, elas por meio de contato, filtram algumas informações e escolhem a figura mais próxima compatível ao que vocês gostam.

— Então… vocês realmente vão levar isso a frente? — me desesperei. Pelo amor de Deus, eu tinha 35 anos, estava sozinha por um motivo.

— E temos escolha? É viver ou morrer, eu escolho viver. Lide com isso, sobreviva. — a mulher do exército deu as costas.

Logo as duas outras também saíram de cabeça baixa, fiquei olhando para a porta branca do meu quarto novamente. O número em dourado e embaixo uma caixa de correio. Repassei tudo o que vivi até hoje, orei para seja lá qual for o Deus, olhei para os lados vendo mais ninguém no corredor, exceto Theny perto da entrada do elevador, ela seria a guarda-costas. Ela deu um meio sorriso, retornei para ela com educação. Ao tocar na porta, ela abriu e com ela uma voz suave que parecia vir de lugar algum começou a falar:

“— SENHORES PASSAGEIROS, TERRÁQUEOS, E TRIPULAÇÃO, SEJAM BEM-VINDOS. ENTREM NOS SEUS QUARTOS E ALOCAÇÕES PROVISÓRIAS, A TERRA AGORA É PROPRIEDADE DA TROPA INTERGALÁCTICA DE OCUPAÇÃO DE PLANETAS NÃO CADASTRADOS, NÃO TEMOS LISTA DE NOMES DE QUEM FOI SALVO E QUEM FICOU, LOGO MAIS, EM ALGUNS MINUTOS,  IREMOS RETORNAR PARA MAIS DETALHES E INFORMAÇÕES, EVITEM PERAMBULAR PELOS CORREDORES E ARREDORES ATÉ O PRÓXIMO CONTATO. CAPITÃO SHOIL DESLIGANDO.”


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Bem. não era isso que quis perguntar, porém agradeceria se me respondessem:
Querem o capítulo entre 2k e 3k de palavras ou 1k e 2k de palavras?
Esse foi um capítulo introdutório e por isso foi maior, porém a verdade é que os capítulos serão menores.

Legendas
K: mil
Toró: Chuva muito forte



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