Cuide Bem do Seu Amor escrita por Little Queen Bee


Capítulo 7
Meia-namorada?


Notas iniciais do capítulo

Oi, amores! Desculpa, eu sei que tinha dito que iria postar logo o próximo. Me perdoem. Gostaria de agradecer às lindas S2gleicinhaS2 e a Princess Eleanor pelos comentários ♥
Aqui está mais um capítulo, continuação do flashback que já está chegando no final, daremos uma acelerada no tempo.
Boa leitura!



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POV. Miguel

Lembro que chegamos um pouco atrasados no show dos Paralamas do Sucesso, mas a meu ver valeu muito à pena. Ô se valeu...

Discutíamos toda hora por pensarmos diferente, ríamos como crianças de coisas bestas, conversávamos sobre o dia do outro. Carolina, por sua própria experiência, sempre achou que as pessoas nunca se importavam com ela. Sempre quis ser independente e mostrar que não se abalava, mas a cada dia que passávamos juntos eu tentava demonstrar o quanto eu me importava com ela.

Não há pedi imediatamente em namoro. Eu ainda não tinha pensado em como conversar com ela. Aconteceram algumas coisas antes disso...

Era carnaval de 2000. O Rio estava muito conturbado. Ruas fechadas, muitos blocos pela cidade. Sempre participei. Todos os anos. Não preciso nem falar que Daniel era o que mais se sobressaía no carnaval. Quando não namorava Bruna, meu melhor amigo terminava com suas namoradinhas antes do carnaval para ficar com todas que pudesse durante o feriado, sem culpa. Porém, nesse ano até ele havia desistido. Nós quatro, Daniel, Bruna, Carolina e eu decidimos fazer algo diferente e melhor do que se misturar na confusão do carnaval. Era como uma viagem de casais, mas não sei se Carol nos considerava como um casal.

Nós quatro fomos para uma pousada em Petrópolis, serra do Rio de Janeiro. O Rio é maravilhoso, repleto de praias e pontos turísticos paradisíacos, mas a cidade maravilhosa também é cidade da correria. E ás vezes é bom se afastar de tudo isso, principalmente ao lado de quem você gosta.

Fomos no carro de Daniel e em menos de duas horas já estávamos lá. A pousada era a cara do descanso. Chalés, piscinas, saunas, um rio que cruzava a pousada, com uma cachoeira e um clima bem mais fresco que o Rio.

Ficamos em um chalé pequeno e aconchegante. Joguei-me sobre a cama enorme e respirei todo aquele ar novo. Carolina ficou uns dez minutos arrumando as malas do jeitinho dela e depois disso se jogou na cama ao meu lado.

— O que você quer fazer? – ela perguntou e puxei- a  para mais perto mim.

— Eu não quero fazer nada. Quero apenas ficar aqui deitado com você. – falei e enchia de beijinhos na bochecha, fazendo-a rir.

— Ah não, vamos sair. Curtir esses cinco dias.

— Fazendo o que por exemplo? – perguntei

— Não sei. A pousada tem tantas coisas... Sauna, piscina... – ela dizia e minha mente se iluminou.

— A cachoeira! – falei, interropendo-a.

— Está maluco?! Eu não sei nadar. Não vou entrar lá.

— Mas eu sei e isso é um ótimo motivo para você ficar bem perto de mim. – falei piscando para ela e levantando-me para arrumar as coisas para a cachoeira.

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— Eu ainda acho que você surtou de vez. – disse Carol, sentada em uma pedra.

Estávamos na famosa cachoeira do hotel. Por sorte a encontramos completamente vazia e pudemos aproveitar, apenas nós dois. Logo depois do almoço, peguei uma cesta de piquenique e arrastei Carolina comigo para lá. 

Daniel e Bruna, logo depois do café, haviam ido conhecer o centro de Petrópolis e passar um tempo apenas eles dois. Em que planeta Daniel Oliveira estaria fazendo isto em pleno carnaval? Acho que nenhum, mas Bruna o mudou. Eles namoram desde que se conheceram no colégio. Já tiveram muitas idas e vindas, porque, aliás, meu amigo não é uma pessoa tão fácil de se lidar, mas Bruna tinha o jeito dela. Qualquer um que olhasse para os dois juntos não duvidaria do amor deles.

— Venha. A água está uma delícia. – falei, molhando a cabeça no riacho. 

— Nem pensar. – negou Carol.

— Onde está aquela garota corajosa que me acalmou no avião? – perguntei.

— Ficou no quarto no momento em que você falou: cachoeira. – ela disse e eu ri. 

Saí da água e sentei-me ao lado dela na pedra. A cachoeira não era perigosa. Tinha apenas um pequeno fluxo d’água descendo sobre ela. A pousada permitia que seus hóspedes visitassem livremente a cachoeira já que ela não oferecia risco algum.

— Confia em mim? – perguntei.

— Não, você vomitou em mim, enquanto eu estava tentando te acalmar.- disse ela se fingindo de ofendida e ri.

— O que confiança tem a ver com isso?

— Tudo, querido. – disse ela e eu ri.

— Então eu também não devia confiar na menina que pediu pra levá-la em casa, ficou bem agarradinha em mim na moto e depois vomitou nos meus sapatos.

— Ah, mas isso não vale.

— Vale, sim. – falei. – O que não vale é você ter pego o último pedaço do pavê que a minha mãe fez.

— Ai, ai. Estava muito bom, mas, em minha defesa, eu dividi com você.

— Uma única colher. – falei, fingindo de indignado.

— A culpa não é minha se você queria comer o pavê inteiro, seu guloso. Não sei como consegue manter esse corpinho comendo tanta besteira.

— Está dizendo que me acha sexy? – falei tentando fazer uma voz sedutora.

— Não! – disse ela, rindo e me fazendo rir também. – Besta!

— Venha. – falei, levantando.

— Não, não, não, não! – ela disse e peguei uma de suas mãos.

— Anda, pode vir. – falei e ela rendeu-se levantando. Ela sabia como eu conseguia ser insistente.

Entrei na água lentamente, segurando a mão dela para que viesse comigo. Carol, descia a rocha com um certo receio, até que, por ser um pouco desastrada, ela escorregou direto para o riacho.  Peguei-a em meus braços antes que caísse.

Nos encaramos por uns bons minutos, sem saber o que falar um para o outro. Meu coração havia acelerado.

— Eu nunca te falei, mas sabia que eu gosto muito das suas tatuagens? – disse ela, passando a mão pelas tatuagens que havia em meu braço. Senti um arrepio passar por todo meu corpo e torcia para que ela não percebesse. Apenas sorri como resposta.

Nossas bocas estavam bem próximas e puxei-a para um beijo calmo e suave, acabando com a pequena distância que havia. Eu sentia necessidade de beijá-la, de ficar perto dela, de amá-la... Sempre senti.

Caminhei para perto da cachoeira com ela em meus braços. O olhar de Carolina de sereno passou para desesperado.

— Confia em mim. – falei e ela se acalmou.

Adentramos a água um pouco mais fundo. Quase todo o corpo de Carolina estava submerso, com exceção da cabeça, onde ajudei-a a molhar seus lindos cabelos castanhos.  Ela ria ao sentir a água gelada em sua nuca. Sorri ao vê-la mais tranquila e aos poucos pegando confiança e superando seu medo. Era bom poder envolvê-la em braços, senti-la tão assim... próxima de mim.

Segurei-a e puxei-a comigo para debaixo do pequeno fluxo de água da cachoeira. Encostei-me com ela, em meus braços, nas rochas. Ficamos um bom tempo, apenas ali, olhando a água. Apenas eu e minha namorada... Não. Ela ainda não era. Ainda. Eu tinha que expor para ela tudo o que eu sentia, tudo o que eu queria, mas eu era receoso demais. Por que eu sempre tinha que ficar pensando duas vezes antes de fazer aquilo que o coração manda?

Passamos a tarde ali nos refrescando, já que o dia havia sido muito quente, bem típico do verão fluminense. Saímos da cachoeira, quando o sol começou a se pôr e retornamos para o chalé.

— Você é louco, sabia? – ela disse.

— Vai me dizer que você não gostou da cachoeira.

— Eu quase levei um tombo. – disse ela ao entrar em nosso chalé.

Entrei logo atrás dela e fechei rapidamente a porta em seguida. Imprensei-a na parede com meu corpo, aproximando cada vez mais nossos rostos. Carolina esta desconsertada e sem palavras.

— Ainda bem que eu estava lá, não é? – sussurrei para ela com uma voz rouca.

— Que bom que você estava perto de mim... – ela respondeu

— Eu sempre vou estar...- falei antes de beijá-la.

O beijo antes calmo e suave, deu lugar à outro mais aprofundado, demonstrando a necessidade que tínhamos um do outro. Levantei-a do chão e ela enlaçou suas pernas em minha cintura. Beijei seu pescoço e coloquei-a na cama, ficando sobre ela. Os beijos se intensificaram cada vez mais. As peças de roupa que estavam molhadas da cachoeira, rapidamente foram parar no chão. Quando dei por mim já havia anoitecido.

O carnaval passou voando. Passei bons momentos ao lado de Carolina naquela pousada... Nós quatro nos divertimos muito. Durante uma tarde chuvosa, Daniel e eu nos jogamos dentro do riacho da pousada, cumprindo uma aposta que havíamos feito de quem aguentaria mais tempo. As garotas riam, sequinhas, dos dois palhaços na piscina no meio da chuva. Sorte nossa era que não estava trovejando ou dando raios. No final de tudo, ganhamos apenas um belo de um resfriado.

Na quinta-feira após o feriado, retornei para ás aulas da faculdade e levei Carol comigo para visse o projeto que estava fazendo para finalizar. Antes de entrarmos no laboratório de computação, levei-a para comer na lanchonete que havia ali perto, dentro do campus. Deixei-a sentada no pátio da faculdade, enquanto ia comprar nossos lanches.

Carolina não estava de todo errada quando disse que eu comia besteiras demais, mas eu compensava nos exercícios todas as manhãs. Ela também não estava errada quando disse que deveria tomar um remédio para minha gripe e agora eu estava ali, fungando que nem um idiota, espirrando e tossindo toda hora.

— Cara, vem! – disse Daniel entrando como um louco na lanchonete e me puxando para fora. Até assustei-me com sua chegada repentina. 

— Vem aonde, maluco? O que houve? – falei soltando-me dele para entender o que houve.

— Fernanda e Carolina estão discutindo no pátio. Quer mesmo parar para pensar no que pode acontecer? – ele disse e corri para o pátio logo em seguida.

Que merda! Fernanda tinha que ir perturbar Carolina. Ela não presta. Saí correndo da lanchonete e em poucos segundos cheguei ao pátio. Encontrei várias pessoas apenas observando a confusão. Saí empurrando todos que estavam em minha frente para que pudesse alcançá-las.

— Vai se ferrar, garota! – disse Carol para Fernanda, parecendo extremamente irritada.

— Vai você, piranha! – disse Fernanda. Ela era um nojo. Pude ver o sangue ferver no rosto de Carol.

— Oh! – falei, chegando perto delas e segurando Carolina para que não avançasse em cima de Fernanda.

— Me solta, Miguel! – berrou uma Carolina muito revoltada.

— Vai embora, Fernanda. – falei para ela.

— É assim que você me trata depois de tudo o que passamos juntos?

— Não foi assim que você me tratou durante todo o nosso relacionamento? Você é uma escrota filha da puta! – falei, exaltando-me.

— E você é um idiota ordinário! – disse minha ex-namorada com um grito estridente que fazia o ouvido de cada um ali doer.

— Que se dane! Vai viver sua vida e deixa a minha vida e da minha namorada em paz! – rebati, irritado.

Fernanda ficou sem palavras e totalmente irritada e por fim se foi. Fechei os olhos, respirei fundo e tentei me acalmar. Como essa garota me irritava. Foi, então, que senti o calor da mão dela sobre a minha, novamente. Virei para trás, esperando encontrar uma Carolina irritada ou estressada, mas me deparei com um sorriso lindo. Estranhei e sorri também. Ela me abraçou, encostando a cabeça em meu peito.

— Namorada? – ela perguntou.

Opa! Pensei. Eu havia me entregado.

— É... – cocei minha nuca um pouco sem graça. Fala sério, Miguel! Você pode fazer melhor do que isso! Pensei e endireitei minha postura. – Bom, apenas se você concordar, né? A não ser que você queira continuar sendo minha meia- namorada para sempre? – perguntei arqueando uma das sobrancelhas e ela riu.  

— É, acho que não... – ela respondeu sem graça. Um sorriso começava a se formar em meu rosto. Respirei fundo.

— Carolina Morais, você daria a honra a este cara, que está um gripado... - funguei, fazendo-a rir. -...Rouco, porém extremamente feliz, de ser minha namorada? – perguntei e ela riu.

— Vou pensar no seu caso... – ela falou, segurando o riso e depois pulando em cima de mim. – Sim!

Eu ri e beijei-a, enquanto abraçava-a bem apertado. As pessoas que estavam assistindo a confusão, agora aplaudiam nosso beijo. Carolina deixou a vergonha de lado e me deu um beijo digno de filme.

Aos poucos a multidão de alunos se dispersou e continuamos ali, juntos. Agora eu poderia dizer para todos que Carolina Morais era minha namorada.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Agora vamos dar uma acelerada no tempo. O que estão achando da história do nosso casal? #Miguelina #Caroguel kkkk Não sou pra inventar esses nomes, se alguém achar um melhor, me avise. Kkkkk
Beijos e até a próxima.



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