Clementine escrita por CleanLee


Capítulo 8
Capítulo 7 - Tenho que escolher entre zumbis e um carro.


Notas iniciais do capítulo

Voltei!!!!!

Me desculpa pela demora, mas o ano novo o atrapalhou. Mas aqui vai outro capítulo.
Aviso: pra quem já jogou/assistiu uma gameplay do jogo de TWD, que já lançou a terceira temporada, vai se lembrar de alguns personagens. Sim, em alguns aspectos eles vão ser parecidos, mas algumas coisas eu vou mudar, mas nada que atrapalhe a história.

Enfim, boa leitura!!!! :) :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/715794/chapter/8

Eu queria estar morta.

Era melhor eu ter sido morta pelo número 4, pois, se ele não me matou, o cara das lanças me matará. Mas ele não fez nada. Nós dois apenas ficamos parados olhando um para o outro por um longo tempo. Ele tirou um pódio de sangue de seu rosto de pele negra. Eu ainda tentei me afastar dele, mas ele percebeu a minha dificuldade por causa de minha perna.

Por fim, o cara das lanças se aproximou e estendeu a minha mão. Mas eu não aceito a sua ajuda.

— Eu não consigo me levantar — avisou. Era por aquele motivo e por não confiar totalmente nele.

— Deixa eu ver — disse o mais velho, aparentando ter entre os seus 20 a 30 anos, ajoelhando-se ao meu lado e tocando na minha canela direita. Dou um pequeno grito de dor.

— Será que quebrou?

— Acho que não! — respondeu o cara das lanças, arregaçando a minha calça até os meus joelhos, dando para ver a canela vermelha. — Só é uma dor.

Ele se levantou e, assim que ele fez isso, escondo o meu rosto com a minha mão, fechando os olhos e esperando ele me matar. Mas nada aconteceu. Abri os olhos lentamente e vi que ele abria a boca para falar.:

— Eu não vou machucar você!

Mas é claro que não! Em um jogo onde você tem que matar para viver você não vai machucar ninguém! E foi exatamente isso o que eu disse:

— Estamos em um lugar onde temos que matar todos do seu grupo e você não vai me machucar?

— Eu não sei.

Ele estendeu novamente a mão. Eu estava muito confusa com aquela situação. O que ele queria? Por que não me matou logo?

— Vamos ver se consegue se levantar! — falou ele.

Olho para a mão estendida dele. Pego-a impulsivamente, não pensando em ser uma armadilha feita por ele. Mas o cara das lanças me olhava sem o receio de matar. Levantei-me com difuculdade. Ele me puxou e m ajudou a se equilibrar. A perna direita não pisava direito no chão. Ele mantinha as mãos ao meu redor, mas sem tocar. Apenas se prevenindo caso eu caia.

A minha perna doía. Mas, mesmo assim, consegui pisa-lá direito no chão. Ando um passo, e foi aí onde doeu. Fiz uma careta de dor.

— Consegue andar?

— Mais ou menos — falo. Olhei com medo para o cara das lanças. — Por que me salvou?

Ele demorou para responder. Parecia estar indeciso.

— Eu também não sei! Apenas vi a luta de vocês dois e... Te salvei. — disse ele. — Eu estava o seguindo. E ele havia seguido as suas pegadas.

O cara das lanças apontou para o chão por onde eu havia passado. Vi que as minhas pegadas foram o motivo de ser quase morta. Sentiu-me uma completa idiota. Como não previne quilo?

— Você vai me matar?

Ele não me respondeu.

— Você está sozinha? — perguntou ele, ignorando a pergunta. Assenti.

— Desde que começou. — falo.

— Está procurando a sua mãe?

Assenti com a cabeça.

— Estava tentando caçar!

Ficamos em silêncio, apenas olhando um para o outro. Não faço a mínima das mínimas ideias do que ele está pensando enquanto me olhava, mas deve saber que eu estava com medo e com os olhos vidrados caso ele me atacasse. Com o que ele fez agora, e com a sua voz calma e o olhar sereno, não sei se ele quer ou é capaz de me matar. Mas pode ser um truque. Mas, de que adianta fazer este truque, se poderia me matar logo de uma vez? Pegar logo o meu machado e a minha mochila?

— Qual é o seu nome? — indagou ele, dando um pequeno sorriso sem amostrar os dentes, ajoelhando-se até ficar da minha altura, só que um pouco mais maior. — Clem, não é? Ouvi a sua mãe te chamando desse jeito.

— Clementine — respondo.

— Bem, Clementine, está escurecendo — avisou ele, me dando conta de que eu não tinha noção do tempo. Fiquei caçando por horas e horas sem perceber. Gelo ao perceber que posso ter dormido até mais tarde. Olhando para os céus, percebo que deve ser mais de meio-dia. Pois, quando está nesse horário, o sol fica bem no topo. Mas me esqueço para que lado o sol se põe. — Precisamos buscar um abrigo! Anoitece muito rápido por aqui.

Eu, a partir daquele momento, percebi que teria que passar a noite em um abrigo com o cara das lanças. Meu estômago ainda roncava.

— Onde passou essa noite?

— Em uma mini-caverna. Mas mal dava eu lá dentro — respondi — Eu acho que dormi tarde. Não faz muitas horas que fiquei caçando.

Eu ainda tremia.

— Sabe escalar uma árvore?

Dei de ombros.

— Depende. Eu só sabia subir nas que tem na praça.

O cara das lanças olhou ao seu redor. Olhou para uma árvore alta e depois para mim.

— Eu não sei escalar essa. É muita alta — aviso — Por que você quer me ajudar?

Ele me olhou confuso.

— É muito perigoso você ficar por aí sozinha — eu negaria, mas não estou afim de passar a noite em uma mini-caverna — Isso não é brincadeira! Aqui nesta região tem muitos cobaias. E há mais deles por aqui.

— Mas eu não... — olho para ele, ainda assustada — Não nos conhecemos. Como vou saber que...

Olho de repente para o corpo do número 4 e desvio imediatamente, traumatizada.

— Você quer ficar sozinha? — aquela pergunta ferrou a minha mente. Que nem as perguntas na prova de química.

Eu estou com medo. E, depois dessa morte, não conseguirei dormir sozinha. Não tem para onde eu passar a noite. Outra cobaia poderá me localizar e não terei o número 11 do meu lado, ou o ara das lanças. Não sei onde está a muni-caverna. Se eu seguir os meus passos na neve, poderei me encontrar com outra pessoa.

Apesar do cara das lanças me parecer confiável, eu não o conheço. Mas, se fosse para me matar, ele já teria me matado. E não quero passar a noite em uma caverna que mal cabe eu dentro, querendo e pensando na minha vida antes de tudo isso acontecer, pensar em mim, na minha mãe e no Panquecas, querer Thor do meu lado e debater de qual dos dois meio-irmãos é o mais bonito(Eu ainda acho ser Loki. Isso o TDAH não explica. Até a minha mãe julgou a minha decisão). Tenho que pensar agora em qual dos dois irmãos caçadores de monstros é mais bonito...

— Eu não quero passar a noite sozinha — falei, parecendo assustada.

Quer saber? Se eu não for com ele, eu morro. Se eu for, eu morro também. Não quero morrer de frio.

— Me ajuda a subir?

Ele assentiu.

Durante esse trajeto até a árvore, perguntei:

— Qual é o seu nome?

Ele olhou para mim.

— Lee — respondeu ele. Ele colocou a mão na sua mochila — Você disse que estava caçando. Eu consegui algumas frutas, mas não tenho água.

— Eu tenho um pouco de água — falei, aceitando as frutas.

Paramos em frente à árvore. Lee juntou as suas duas mãos e m mandou eu me apoiar nelas, formando um apoio para subir no tronco da árvore. Subi com dificuldade. Depois foi Lee. O mesmo instruiu-me a subir de galho em galho. Ele me avisou para não olhar para baixo. Segui em frente e ambos paramos em um galho mais grosso. Nos apertamos para caber ali.

Quando paramos, mordisquei um pedaço de maçã. Imediatamente bebi um pouco de água. O gosto não era um dos melhores, mas era o que tinha. Logo percebo que Lee olhava para a minha garrafa d'Água. Ele até agora me ajudou. Salvou-me de ser morta, ajudou-me a andar e me ajudou a subir uma árvore. E, ainda por cima, deu comida para mim. Quando na verdade ele podia se livrar logo de mim e ficar com tudo o que eu tinha — o machado e a garrafa d'Água —, ele não me matou.

Ofereci água para Lee, sem falar nada. Ele negou com a cabeça.

— Não. É melhor você ficar com o resto.

— Procuramos amanhã. — foi uma surpresa até mesmo para mim quando disse "procuramos". Quer dizer que nós dois iríamos ficar juntos? Eu não sabia ao certo.

A sede de Lee o venceu. Bebeu um pouco daquela água. Olhei para o céu. Há um dia atrás eu estaria tremendo de frio e de medo após o início do experimento. E agora, estava ao lado do cara da lanças, ou melhor, de Lee. O homem que acabara de salvar a minha vida e até agora não me matou. Vi que ele era alto e forte. Não exatamente com um corpo de um fisiculturista, mas sim com massa muscular para lutar e correr facilmente. Ele estava armado com uma faca em mãos. Era melhor estar com um homem adulto que acabou de matar alguém para te salvar do que ficar nesse frio por aí sozinha, apenas com dois casacos.

A noite estava fria, mas não tanto quanto ontem. Eu tremia e, sem perceber, busquei um encosto em Lee. O mesmo me envolveu em seus braços, me esquentando.

— Por que me salvou, Lee? — indago.

— Eu não sei, Clem. Eu não sei. — disse Lee.

— Então o que vai fazer comigo? — perguntei, ainda olhando para o céu.

Eu sabia o que Lee estava pensado. Talvez ele não tenha coragem o suficiente de me matar por eu ser menor de idade e praticamente uma criança. Mas ele está em um jogo onde tem que matar para estar entre os que vão forminhas vivos. E, para isso, ele tinha que me matar. Então, por que ele não faz isso logo? Eu pensei ser compaixão. Mas Lee parecia determinado a sobreviver de qualquer jeito.

— Te levar para um lugar seguro.

Aquela frase, quando saiu dos lábios de Lee, surpreendeu a mim.

— Não tem lugar seguro por aqui!

— Mas não quero deixar você sozinha por aí.

Eu mal conhecia Lee. E ele já quer uma parceria comigo. Eu me lembro do filme Jogos sei lá o quê, onde no final, as alianças são rompidas e um mata o outro. Mas Lee tem os seus motivos. Além do mais, eu estaria morta se não fosse por ele.

Mas eu devia para Lee. Ele salvara a minha vida. E eu tinha que admitir... Se Lee não me matar, eu mesma vou se matar, pois ficarei sozinha e outra cobaia vai atacar, como há pouco tempo atrás. Eu não vou conseguir sobreviver. Não daquele jeito. Eu precisava de ajuda. Até encontrar a minha mãe. E Lee estava lá, se entregando de bandeja para mim para que fiquemos juntos. Mas será que Lee era tão confiável assim?

— Lee... Nós nos conhecemos hoje — disse por fim. — Não vou conseguir sobreviver sozinha. Nós
dois sabemos disso. Como posso saber se não vai me matar?

Lee parou para pensar um pouco.

— Poderia ter te matado antes.

Eu queria fazer uma aliança com ele, como no filme. Ao lado de Lee, eu me sentia mais segura.

Formulo um plano na minha mente. Se eu fosse fazer uma parceria com Lee, será até encontrarmos minha mãe. Assim que nós a encontrarmos, eu e minha mãe discutiremos o que decidir. Talvez Lee até me deixe com a minha mãe.

— Vamos procurar a sua mãe — disse Lee. — Ela também deve estar te procurando nesse momento.

E olhei para ele.

— Você topa? — perguntou Lee.

— Sim — concordou Clem. — Vamos ser aliados então.

Agora não havia como voltar atrás. E eu até achei que aquela decisão era a melhor, pois não conseguiria sobreviver sem Lee por perto.

— Ela está viva, Clem — avisou Lee, mesmo sendo uma coisa bem óbvia. — Ela é esperta! Vai conseguir sobreviver.

Eu concordei.

— Eu espero que sim.

Deitei a minha cabeça no galho. Aquele fora um longo dia. Quase fui morta e seu u salva pelo cara das lanças, cujo o nome era Lee e fizemos um acordo de não matar um ao outro.

Me esforço para deixar os olhos abertos, mas os mesmos estavam muito pesados.

— Eu posso ficar de vigia! — se ofereceu Lee.

— Tem certeza?

— Tenho. — garantiu Lee. — Pode dormir. Eu te acordo caso haja alguma coisa.

Eu assenti com a cabeça, meio hesitante.

— Não vou te matar, Clem. Fica calma — Lee sabia muito bem que eu estava com medo dele.

Assenti novamente com a cabeça. Não queria dormir mesmo assim, mas o sono me pegou.

Fechei lentamente os olhos e pedi mentalmente para que o dia de amanhã seja mais produtivo e que eu não babe enquanto dormia na frente de Lee. E muito menos roncar.

***

Acordo com algo ou alguém me balançando delicadamente.

Por segundos, pensei ser tudo um sonho. Mas vejo a figura de Lee me acordando. Por sorte, não sinto baba seca ao redor da minha boca. Menos mal. Mas logo percebo o porquê dele me acordar. Ele tapou a minha boca e ouvimos sons estranhos. Sons de tiros e de grunhidos.

Descemos da árvore e tomo cuidado ao descer, tanto pela altura tanto por Lee. Eu ainda não acredito que eu fiz aquilo. Mas, até agora, Lee não aparentou ser uma ameaça. Mas não era ele a ameaça ali.

— O que é isso...

— Corre! — ele pegou o meu pulso firmemente.

Os tiros aumentavam. Lee começou a correr, pegando a sua mochila e a minha. Eu diria que eu mesa poderia levá-la, mas ele não vai parar para me dá-la. Peguei rapidamente o meu machado e corremos.

— Zumbis?

— Zumbis! — ele respondeu.

Meu desespero aumenta. Sabe nos filmes, quando alguma pessoa, na maioria das vezes o protagonista, fica sabendo de algum plano ou outra coisa, ele tem que memorizar isso. Como por exemplo o local, coordenadas ou planos. Dão um milhão de instruções e o protagonista memoriza. Tipo um espião super treinado ter uma mensagem que explica algo e a mensagem explode em poucos segundos.

Honestamente, eu nem me lembro quantos tipos de zumbis tem.

Corremos por um bom tempo, até que chegamos em uma estrada de terra. Os tiros ficaram menores. Ao passarmos pela estrada, imediatamente senti uma luz forte, dois faróis. O sol mal havia aparecido, por isso, ainda estava um pouco escuro, o que me fazia ter medo.

Logo ouvimos o som das rodas freando. Meu coração quase sai pela boca, mas Lee me puxou pelo pulso e ficou na minha frente. O carro conseguiu parar, sem nos atingir. Deixo os olhos semiabertos, pois os faróis incomodavam a minha visão. Ouço a porta se abrindo. Não consigo distinguir quem seja.

— Mãos pra cima! — ordenaram.

Eu e Lee levantamos as mãos em rendição. Mais essa agora.

A luz do farol diminuiu, e pude enxergar um homem alto carregando uma arma. Uma espingarda. Mirava em nós dois. Do outro lado, estava uma mulher, que segurava uma lanterna e nos iluminava. Continuo segurando o machado.

Vejo outras duas pessoas no banco de trás, que também saíram. E um deles era um garoto, provavelmente da minha idade.

O homem com a espingarda aproximou-se de nós. Ao olhar para o meu rosto e o de Lee, ele abaixou a espingarda.

— Kenny, sou eu! — afirmou Lee.

O homem chamado Kenny aproximou-se mais e sorriu, aliviado.

— Lee — ele fez um cumprimento com Lee, pegando a sua mão e cada um batendo as costas um do outro delicadamente. — Finalmente achei outro amigo meu.

— É bom te ver, Kenny — os dois se afastaram.

Os olhos de ambos foram para mim, e percebo que ainda estava com as mãos para cima. As abaixo, percebendo que eles também não eram uma ameaça, talvez.

— O nome dela é Clementine — disse Lee — Eu a acabei há poucas horas.

— Oi — ele cumprimentou. — Meu nome é Kenny.

Ele estendeu a sua mão. A apertei, hesitante.

— Vocês dois se conhecem? — claro que se conhecem Clementine. Pensei comigo mesma.

— Sim. Nos conhecíamos. — Kenny disse.

— É melhor vocês entrarem — aconselhou Kenny. — Eu não sei quais são os zumbis, mas sei que estão vindo.

Assim, eu segui Lee até o carro, mas parei no meio do caminho. Lee percebeu e parou também, vendo que eu encrava o carro, assustada. Ele se aproxima de mim e se ajoelha.

— Você está bem?

— Eu não conheço eles — alego.

— Eles são confiáveis. — Lee me tranquilizava — Não precisa ter medo!

Olhei para ele.

— Os zumbis já estão vindo. Estará mais segura com eles — falou Lee — Você vai ter que confiar em mim. — eu ia retrucar, mas ele continua — Até encontrarmos a sua mãe.

Eu penso sobre isso. Não seria muito bom eu morrer por zumbis. Vejo que Kenny também observava a situação. Isso era angustiante. É aquela coisa de confiar ou não. Se confiar, pode se arrepender. Se não confiar, não conseguirei me virar sozinha.

Assenti com a cabeça. Lee se levanta e o sigo até o carro.

Apenas uma coisa vinha a minha cabeça. Eu fiz a escolha certa?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Clementine" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.