Heart of Ocean escrita por Cristabel Fraser


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá preciosos leitores aqui quem vos escreve é a Bel, quero desejar as boas vindas a todos, eu e minha irmã nos sentimos honradas em te-los por aqui. Pessoal só dando uma pequena notinha que não estaremos fazendo apologia a nada, lembrando bem que isso é apenas uma fanfic, e o nosso desejo é apenas entretenimento. Não sei se todos entenderam, mas essa fic será postada a cada duas semanas por contas das correrias minha e de minha irmã. Comentários e críticas construtivas são bem-vindos. Qualquer coisa nos procure nas MPs. Espero que gostem e curtam essa ideia rss.

Olá leitores aqui é a Deborah rss. Já gostava de ler e um dia eu li em algum lugar assim "se você gosta de ler, então escreva também".

Vamos ver se vocês aprovam a ideia... nos vemos lá embaixo e boa leitura.



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Watford era uma cidade e distrito do Condado de Hertfordshire, na Inglaterra. Estava situada à 32 quilômetros a noroeste de Londres. E, bem ali no lado urbano do condado uma bela mansão colonial que acolhera a nove gerações prestigiava mais um baile. O duque Charlie Coriolanus Snow não gostava nada, nada de ter sua casa invadida por um grande grupo, mesmo este sendo da sociedade elevada como a sua. Ele era o tipo reservado.

A harmonia dos instrumentos adornava o salão de bailes e vários casais já rodopiavam o ambiente, deixando-o tudo mais alegre.

— Nenhum cavalheiro tirou você para uma dança, irmã?  - Hazelle perguntou a sua irmã gêmea.

— Não, pelo menos nenhum que eu queira, mas os que solicitaram evitei.  – respondeu ela com a mesma determinação de sempre.

Eleonor não estava interessada em nenhum cavalheiro cujo a idade era muito mais avançada que a sua. Ela em seus 20 anos sonhava com algo mais grandioso. Não grandioso como joias, riquezas, ou posições, mas um cavalheiro que pudesse fazer seu coração saltar somente em vê-lo. E, talvez, isso já estivesse acontecendo. Edward McGregor, filho de um camponês a salvara de alguns ciganos que queriam roubar suas joias e vestimentas numa tarde em que mais uma vez se desentendera com seu pai, o duque. Eleonor era muito diferente de sua irmã que se casara sem ao menos completar 18 anos. Ela não entendia como a irmã era tão submissa ao pai, ao ponto de em sua primeira temporada de bailes já conhecera - o que mais tarde seria seu marido - e logo o arranjo de casamento estava feito.

A jovem sabia que em tempos como este uma dama vivia como uma prisioneira, além do mais tinha que obedecer ao pai e mais tarde ao marido. Sua vontade era de fugir e, foi naquela tarde em que conheceu o jovem Edward que tinha posto seu plano em ação. Para os demais ela tinha ido apenas caminhar, mas em sua cabecinha queria fugir daquela prisão de deveres. Seus olhos logo se encontraram com os de Edward e bem ali no coração da floresta próximo ao distrito Three Rivers um amor nascia. Mas o que Eleonor não fazia ideia era de que, esse amor cresceria cada vez mais resultando na perda de sua pureza. Edward por sua vez conhecia aquele ato que basicamente todas as jovens desconhecia, ele não queria ter avançado tão rapidamente no relacionamento, mas Eleonor já se sentia enfeitiçada por aquele sentimento. Os dois se encontravam semanalmente na cabana em que ele guardava seus instrumentos de caça e lenhador. Lá era o local que se entregavam um ao outro.

— Eleonor, não estou vendo você dançar com nenhum cavalheiro. O que está acontecendo com você? – o duque engoliu sua ira ao atravessar o enorme salão de bailes de sua mansão para questionar a filha.

— Comigo não está acontecendo nada papai. Só me sinto indisposta a dançar com qualquer cavalheiro deste salão. – disse ela com ar desdenhoso, ato que seu pai odiava.

— Estou tentando casar você com algum nobre e continua fazendo pouco caso? – inqueriu ele entredentes.

— Ora, papai se pretende me unir com algum desses trogloditas estou desinclinada a aceitar. – continuou ela com aquele ar.

— Me respeite jovenzinha! – exclamou o velho sem transparecer raiva para os demais – Veja sua irmã...

Lá vem ele com essa mesma história, pensou ela entediada.

Duque Snow havia conseguido um bom partido para sua filha, o Conde Francis Luke Hawthorne que era dez anos mais velho que a jovem, a desposara e a levara para a agitada Londres, lá viviam em uma enorme propriedade herdada dos ancestrais da linhagem Hawthorne. Pais do pequeno Gale de apenas um ano e seis meses, viviam felizes mesmo que a jovem aprendera com o tempo a amar seu marido.  

— Já acabou? – Eleonor perguntou quando observa o pai dar um breve silêncio.

— Ora, se não é o Visconde Wilder. – o duque sorriu olhando por cima dos ombros da filha que nem se deu ao trabalho de girar o corpo, pois o mesmo cavalheiro interviu entre eles.

— Muito obrigado pelo convite duque Snow. Saiba que para mim é uma honra estar aqui em sua presença. – disse reverenciando como se estivesse na presença do rei.

— A honra é toda minha, visconde. E, aproveitando deixe-me apresentar minha filha Eleonor Georgiana Snow. – logo o visconde tomou a mão da jovem levando até os lábios, depositando um suave beijo na delicada mão enluvada e proferindo estar encantado em conhece-la.

— Me daria a honra da próxima dança? – antes que ela movesse os lábios o duque foi mais rápido ao lança-la para os braços do nobre que com um sorriso enfeitando seu rosto de... sabe se lá a idade, mas parecia ser bem mais velho que ela, talvez até mais que o marido de sua irmã – O salão é amplo e belo. Nem todos os salões de baile que frequentei antes eram tão magníficos como este. 

Muda, era pouco para se dizer o estado em que Eleonor se encontrava. Depois de certos movimentos, de idas e vindas com seu parceiro finalmente a música sessou. Ele gesticulava os lábios para dizer algo, mas Eleonor fora mais rápida.

— Preciso tomar algo, estou com muita sede. Com licença. – delicadamente – ou nem tanto – sorriu de um modo zombeteiro, fez uma pequena reverência e se retirou.

— Hum... será que papai pretende casar-te com o Visconde de *Sie Heart? – Hazelle se aproximou da irmã cochichando com certa animação fazendo a mesma quase se engasgar com a limonada fresca que bebericava.

— Estas... louca, irmã? Obvio que nem em outra vida me casaria com aquele emproado que só sabe se gabar. – a jovem fez uma cara de nojo quando sua gêmea a repreendeu com um olhar severo.

— Ainda vais morrer solteira, irmã.

— Não vou, não. – sorriu vitoriosa.

— Por que então negas qualquer pretendente que papai lhe arranja? – perguntou a irmã com os braços cruzados na altura dos seios.

— Porque meu coração já está enamorado a alguém... – Hazelle prendeu um som de espanto enquanto puxou a irmã para algum canto mais secreto.

— Como assim? Conte-me essa história direito.

— Só o que precisa saber, é que, o amo de verdade e ele me ama. Nada que fale ou faça, ou o que o papai exija irá me apartar dele. – Eleonor nunca proferira tais palavras com tanta convicção.

— Eleonor, isso é muito perigoso. Se o papai descobrir... – logo Hazelle pôs as mãos em sua boca tapando-a para não se espantar mais ainda com tais pensamentos de que, o duque com toda certeza não pouparia sua ira contra quem quer que, seja que lhe atravessasse o caminho – Está se relacionando com este cavalheiro?

Hazelle não precisava de nenhuma resposta já que os olhos azuis de sua irmã brilharam denunciando uma afirmação. Abalada com o relato de Eleonor, Hazelle praticamente a arrasta para o terraço.

— Hazelle, pare de agir assim, está me machucando! – a irmã a segurava pelo braço.

— Basta Eleonor, diga-me de uma vez com quem tem se relacionado e até que ponto isso chegou? – Hazelle soltou aos poucos a pressão que fazia no braço de Eleonor.

— Não sei por que se preocupa tanto já que, vive presa em seu “conto de fadas”. – riu ela com escárnio.

— Eu não vivo em um conto de fadas como acabou de dizer, mas quem me dá forças para levantar todos os dias da cama é o meu pequeno Gale. Sabe muito bem que o amo incondicionalmente. – Eleonor viu uma lágrima listrar as bochechas rosadas de sua amada gêmea.

— Eu sinto muito. – se aproximou mais a abraçando – Não quero discutir com você, mas eu amo o Edward e ele me ama. – voltou a afirmar.

— E, o que pretende agora? – perguntou Hazelle se afastando poucos centímetros.

— Ele quer se casar comigo, mas ainda está construindo nossa casa.

— Sabe que papai ficará uma fera, não sabe?

— Eu sei, mas... por favor irmã, não conte nada a ele por enquanto.

A doce irmã apenas assentiu e prometeu não contar nada. E quando adentrou o salão sentiu uma pequena fisgada em seu coração, pois sabia muito bem o que acontecia com duas pessoas que se amavam de verdade. Sabia que não existia limites quando aquilo era real e que a entrega era total. Ao girar o pescoço e olhar por cima dos ombros para Eleonor que se recostava ao parapeito do terraço soube que já era tarde demais. Uma hora, ou outra o duque descobriria sobre aquele amor proibido.

(...)

Dito e feito três meses se passaram e o duque percebera que havia algo de muito estranho acontecendo com Eleonor. A filha que tanto amava e desejava o melhor mal saía do quarto, pois sentia-se indisposta para comer quase todo tipo de alimento. Isso só indicava um fator...

Naquela tarde começou a relembrar de sua conversa com Edward há duas semanas.

— Edward, não sei o que será de mim se não nos casarmos logo e irmos morar juntos.

— Por que minha querida? – disse ele afagando os compridos e ondulados cabelos quase louros.

— Sinto que estou sendo seguida todas as vezes que nos encontramos. – ela acariciava a nuca dele.

— Deve ser impressão sua, há muitos animais pela floresta pode ser algum deles. – disse ele ajeitando-a melhor em seu colo.

— Não, tenho certeza de que é alguém... – ela balançou a cabeça negando – Meu pai anda muito estranho. Ele tem estado bastante na presença de seu capataz Romulus Thread, estou com medo. – ela apoiou sua cabeça no ombro de seu amado antes de pensar em dizer seus reais temores.

— Não temas, eu a protegerei...

— Você não entende Edward... – Eleonor ergueu a cabeça e o encarou com lágrimas nos olhos – Minhas regras não vem há um tempo e pelo que ouvi dizer é porque existe um bebê gerando dentro de mim.

— Oh... Eleonor eu bem sabia que isso poderia acontecer, mas saiba que ainda esta semana termino nossa choupana. – ela conseguiu emitir um fraco sorriso em seus lábios antes de beija-lo.

Choupana, que jovem em sã consciência aceitaria uma vida humilde em uma pequena propriedade longe de tudo e de todos? Edward revelou as condições financeiras a ela antes de tudo, mas a jovem não se importou. Disse que o amor que sentiam um pelo outro supriria tudo.

— O que farei? – perguntou acariciando o rosto do homem que havia plantado sua semente dentro dela.

— Irá para casa e daqui a alguns dias irei buscar-te. – afirmou ele – E, quando nosso filho nascer você começará a tomar um chá que uma senhora curandeira me ensinou.

— E para que?

— Para não enchermos a casa de filhos. – revelou ele com preocupação, pois bem sabia Edward que, poderia sustentar Eleonor e um filho, mas não tinha certeza de poder sustentar alguém mais.

Algumas batidas na porta tiraram a jovem de seus pensamentos.

— Eleonor precisamos conversar. – o duque não estava para brincadeiras naquele momento.

— Sobre o que, papai?

— Sobre o que? Como tem coragem de me perguntar? – seus olhos transmitiam toda raiva acumulada há décadas – Pensa que não seu do seu segredinho sujo? – a jovem que estava deitada sobre a cama com uma manta a cobrindo sobressaltou-se com as acusações e logo sentou sobre a cama sem conseguir proferir uma palavra – Você é uma abastarda mesmo. – cuspiu ele desferindo em seguida um tapa no rosto de sua filha que quase caiu da cama com o impacto – Eu podia manda-la agora mesmo para bem longe, mas você ficará aqui até esse ser repugnante nascer e só depois a mandarei para bem longe. Você me envergonha e sofrerá as consequências de sua própria escolha. Escolheu viver com um ninguém que tirou sua pureza? Pois bem, a partir de agora eu a proíbo de sair desta casa até isso aí sair de dentro de você e providenciarei imediatamente um cômodo longe dos demais.

Aquelas rudes palavras eram pouco perto da dor que dilacerava seu pobre coração. O duque apenas lhe deu mais uma olhada fulminante e antes de sair dali disse que sua única filha a partir daquele momento era Hazelle Andressa Snow Hawthorne.

(...)

— Thread! – gritou o duque de seu escritório e como ninguém apareceu ele puxou o sino e logo Frederick, seu mordomo surgiu com a mais educada postura.

— O que deseja, milorde?

— Desejo que ache aquele imprestável do Thread e diga que estou solicitando-o.

Rapidamente o capataz apareceu.

— Mandou me chamar, senhor?

— Sim, sim... já encontrou o camponês?

Um mês tinha se passado desde que descobrira sobre Eleonor e o duque tinha decretado em segredo mutuo com seu capataz que encontrasse Edward e o matasse.

— Milorde coloquei alguns homens de minha confiança atrás dele e um veio me dizer ainda esta manhã que o encontrou do outro lado da floresta...

— E, o que está esperando para o matar? – rispidamente o duque proferiu.

— Sim, milorde agora mesmo partirei e realizarei o que me pedes. – antes que o capataz desse as costas a voz do duque se sobressalta.

— Traga algo que o simbolize para que eu saiba de sua morte.

Naquele mesmo dia, quando a lua clareava boa parte da floresta Edward McGregor foi surpreendido e morto por uma pistola. O capataz pegara de seu pescoço um pequeno medalhão cujo as letras na parte de trás lia-se E.G.S.

Sabia que pertencia a família do duque. Com seu trabalho concluído voltou para Watford.

O mais rápido que pôde o duque pediu para Frederick levar a notícia da morte de Edward junto com o medalhão para a jovem Eleonor. Quando o mordomo lhe entregou o pequeno objeto e disse um “sinto muito” entristecido, Eleonor entendera na hora. Seu único e grande amor tinha morrido. Ela pranteou dia após dia e seu único conforto era saber que um pedaço do homem que amava estava ali dentro dela.

— Vai ficar tudo bem, meu bebê. Vai ficar tudo bem...

Ela proferia essas palavras diariamente como uma prece.

 (...)

Algumas semanas se passaram e logo uma carta com más notícias chegara as mãos do duque.

É com pesar que avisamos por meio desta que, o Conde Francis Luke Hawthorne e a Condessa Hazelle Andressa Snow Hawthorne tiveram um acidente ontem pela manhã – ao qual não sobreviveram - quando viajavam para Oxford. O pequeno Gale Hawthorne felizmente estava em casa com a governanta Octavia.

Att. Luiz Gustave Harrison, advogado da família Hawthorne.

O duque urrou tão alto assim que terminou de ler aquelas palavras que poderia ser escutado por todo o condado. Ele não se conformava com aquilo. A filha que nunca lhe havia causado nenhuma vergonha, nenhuma desgraça o deixou, enquanto aquela que ele nem ousava pensar estava viva no antro do casarão.

Quando conseguiu se recompor pediu aos criados para prepararem uma carruagem o mais rápido. Logo partiu para Londres, cuidaria do enterro por lá mesmo e buscaria seu futuro herdeiro. Na verdade, como Gale havia ficado órfão ficaria sob os cuidados do avô, pois era seu parente mais próximo. Na fase adulta poderia escolher entre ser o novo duque da propriedade do avô, retornar a Londres e tomar posse das terras de seu pai e virar o novo Conde Hawthorne, ou melhor, manter os dois títulos. Afinal, na cabeça do duque só haveria um único herdeiro de sua linhagem que passaria pela propriedade e mansão Snow, pois assim que o bastardo nascesse ele daria um jeito e mandaria Eleonor para o mais longe possível.

Mas, para seu neto Gale, daria o mundo se fosse possível. O aconselharia a escolher uma boa jovem para casar e assim presenteá-la com o bem mais precioso que passou por gerações naquela família. Uma joia rara, mas com um grande significado, a joia que fora de sua amada e falecida esposa Emma Mellark – cujo o sobrenome ele odiava e que, acabou banindo daquela casa – e que mais tarde pertenceu a sua amada filha Hazelle. A joia Coração do Oceano agora pertenceria a futura esposa de seu neto.

(...)

O pequeno Gale já tinha completado seus dois anos quando semanas depois chegara a mansão de seu avô. O duque contratou a melhor educadora de toda Inglaterra para cria-lo com a mais perfeita etiqueta que um duque e conde teria que ter. Tudo do bom e do melhor seria lhe ofertado. Nada poderia faltar ao pequeno e se, algo estivesse fora do contexto ela acertaria as contas com o duque.

Mais alguns meses se passaram e num fim de tarde Eleonor começou a ter fortes contrações, seu bebê finalmente chegaria ao mundo.

— Ahhhhhhh... – ela gritava enquanto fazia força.

— 1, 2, 3... e respire senhorita. – orientava a parteira.

— Não dá... ahhhhhhh... – mais alguns esforços e logo o quarto foi preenchido por um choro forte – Me deixe vê-lo... – disse Eleonor ofegando enquanto a parteira cortava o umbigo e limpava o pequeno corpinho.

— Senhorita algumas ordens nos foram passadas...

— Não interessa... eu sou a mãe, tenho o direito de segurar e saber o que é... – a parteira olhou rapidamente para sua assistente que assentiu.

As ordens do duque eram claras. Assim que Eleonor desse a luz era para tirar o bebê do quarto. Ninguém poderia tocá-lo, mas a Sra. Nancy ao ver os olhos da jovem mãe não resistiu e permitiu que por alguns minutos mãe e filho pudessem ter um pequeno contato.

— É um menino. Um menino forte e saudável, mas seja rápida. – orientou ela ao passar o bebê que chorava enrolado em um pano de algodão branco para os braços da mãe.

— Olá meu pequeno, sou sua mamãe... – assim que o diminuto corpinho se ajeitou em seus braços o choro sessou e ao ouvir a doce voz de Eleonor. O pequeno lutava para manter os olhos abertos – Você é o bebezinho mais lindo e sei que será um grande homem como seu pai foi. – passos apressados do lado de fora foram escutados e a parteira já pedia o bebê para a jovem – Espere, deixe-me tê-lo só mais um pouco... – disse derramando as lágrimas em cima de seu filho, um filho que talvez nunca mais veria na vida – Sempre amei seu pai e também amo você e sempre vou te amar, nunca se esqueça disso... – ainda em lágrimas beijou a cabeça de seu bebê. A Sra. Nancy pegou o pequeno e saiu dali.

Duque Snow jamais daria esse gostinho em ver Eleonor com a criança. Ele deixara bem claro a ela que permitiria que tivesse a criança ali, mas no momento em que nascesse seria passado para as mãos da parteira. A Sra. Nancy atravessou os vários corredores e desceu pelas enormes escadarias até chegar ao escritório do duque.

— Milorde, a criança. – disse ela parada à porta.

O duque não se levantou de sua mesa nem para ver a cara da criança.

— Entregue a criança ao Frederick, ele já recebeu minhas orientações.

A mulher apenas assentiu e foi até o mordomo que aguardava próximo a saída da mansão. Assim que Frederick segurou o pequeno nos braços sentiu um grandioso aperto no peito. As palavras de seu mestre estavam frescas em sua mente ainda.

— Pegue a criança, leve-o para longe daqui e mate-o.

Mas, ele não faria aquilo, o mordomo tinha o coração bom demais para realizar tal crueldade. O capaz Thread não se encontrava no condado por aqueles dias, por isso a missão havia sido incumbida a ele. De qualquer forma ele não realizaria tamanha maldade com um ser tão inocente. Frederick já sabia demais, presenciara as ordens que o duque dera ao capataz para matar o jovem, pai daquele bebê e agora não faria isso. Tomando o folego aconchegou a criança da melhor maneira que pôde em um cesto que achara na dispensa. O deixou confortável entre os panos e arranjou cobertores também, pois apesar de ser outono o frio daquela noite seria cortante.

Depois entrou na carruagem que era usada para buscar suprimentos na cidade e ordenou ao cocheiro para que andasse o mais depressa. O cocheiro era um velho amigo e nunca diria a localização que levara o mordomo a ninguém, esse seria mais um segredo a ser guardado.

Atravessaram longas estradas, dentre bosques até chegarem próximo ao lago onde o mordomo tinha um conhecido.

— Haymitch! – gritou quando tinha o cesto em mãos – Haymitch! – gritou mais uma vez até uma pequena luz surgir na varanda da casa de madeira.

— O que faz aqui a essa hora, meu amigo? – perguntou Haymitch surpreso.

— Por favor, peço-lhe um grande favor... – Frederick já estava implorando quando o amigo fez um sinal para que entrasse.

— Querida, pode preparar um chá para nós? – a esposa sorriu e prontamente dirigiu-se à cozinha – Diga-me em que posso ajudar?

— Oh, Haymitch... algo terrível vem acontecendo, mas infelizmente não posso contar-lhe muito, mas peço que cuide dessa criança como se fosse um filho seu. – o mordomo abriu o cesto e assim que tirou os panos que parcialmente cobriam o rosto do bebê Haymitch vislumbrou o pequeno dormindo – Sei que o Cato é pequeno ainda, mas peço para que cuide deste menininho. Tudo foi arrancado dele. Tudo mesmo. No que eu puder vou ajudar, mas guardem este segredo. Nunca, jamais poderão dizer que eu trouxe esta criança. Como vocês não são conhecidos pelos arredores de  Hertfordshire estarão fora de perigo.

— Tudo bem, posso lhe ajudar meu velho amigo, mas do que exatamente posso saber? – Haymitch concordou em ajudar, mas precisava pelo menos de saber alguma pequena informação que fosse.

— Só o que mais precisa saber é que, ele teve uma mãe muito bondosa, amorosa, um pai honesto e muito valente. – Frederick foi sucinto, nada poderia ser dito além daquilo.

— Mas pelo menos posso te nomear padrinho dele? Essa criança tem algum nome?

Frederick pensou por um momento e lembrou que as poucas vezes que viu Eleonor conversando com o próprio ventre ela proferiu dois nomes... Pétala, se fosse menina e Peter, se fosse menino. Embora Peter possa ser um nome perigoso, pois não sabia se o duque já tinha ouvido ela proferir tal, mesmo que este não quisera olhar mais para a filha, o mordomo preferiu optar por uma variação.

— Que tal, Peeta?

— Peeta Abernathy... – saboreou o nome – Então este será o nome do garoto. – Haymitch sorriu ao olhar para o pequenino que ainda dormia.

Logo a Sra. Abernathy trouxe um maravilhoso chá para aquece-los e a mesma olhou para o bebezinho.

— Mas que coisinha mais linda. – falou amorosamente.

— Gostou Effie querida?

— Se eu gostei? Eu amei...

— A partir de agora somos os pais dele... na verdade, neste exato momento somos tudo o que ele tem. – lamentou ele.

— Não sei se eu disse, mas ele nasceu ainda esta tarde e está sem se alimentar e nada o que vestir. – logo o pequeno deu sinais que despertara.

— Hay querido, tire um pouco de leite da Lady enquanto vou trocar este pequeno. – ordenou ela já pegando o pacotinho nos braços.

— Sei que vão amá-lo, por isso o trouxe aqui e Cato, como ele está? – Frederick perguntou com um sorriso cansado.

— Cato está muito bem. Só crescendo e engordando. Já fica observando Haymitch trabalhar na carpintaria, precisa de ver. – disse ela com o ar de mãe orgulhosa.

Depois de ver o pequeno Peeta limpo, vestido e de barriguinha cheia pelo leite de cabra, Frederick resolveu que era hora de voltar. Sabia que o duque já se encontrava dormindo uma hora daquelas e que o questionaria no dia seguinte.

— Mais uma vez agradeço a vocês dois e sempre que puder virei visar o garoto.

O casal Abernathy que já tinha tudo sob controle despediram-se do mordomo e o viu partir dali com uma aparência um pouco mais aliviada de quando chegara ali. Haymitch sabia que ele trabalhava para o duque e até teve uma breve desconfiança de onde tinha saído aquela criança, pois ele ficara sabendo por alto que a jovem Eleonor havia “desaparecido”, mas talvez não tivesse nenhuma ligação, apenas talvez.


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Notas finais do capítulo

*Sie Heart - nome fictício.

E o que acharam? Conseguiram entender um pouco? A nossa querida Kat não apareceu aí, mas irá aparecer e contarei um pouco sobre ela. Bem esse foi apenas o prólogo, nosso lindo casal irá se interagir no próximo cap ok? Aguarde muitas emoções... comentem e nos diga o que estão achando. Beijos e até.



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