Hermione Malfoy- Presente

Ajeitei minha saia outra vez. Retoquei o batom pela segunda vez, ou terceira, nem sei. Batom escarlate, unhas pintadas me verde musgo, maquiagem profissional, salto quinze verde escuro coberto por uma leve camada macia de veludo, uniforme da Sonserina novinho em folha, babyliss nas pontas. Por que estou tão nervosa? Estou perfeita! Devia me sentir ansiosa e não com medo do que irão achar!

—Hermione, como é linda essa minha filha- se vangloriou minha mãe.

—Tenho a quem puxar, mamãe.

—É tão bom que tenha nos aceitado mesmo depois de tudo o que essa família já te fez...

—Passado, apenas esqueça. Quando descobri a verdade.... wou, foi um choque, sabe? Eu só sentia raiva daquele maldito e daqueles ditos bonzinhos e queria mais do que tudo ser quem eu sou por direito.

—Ainda bem que não nos recusou.

—Uma Malfoy não recusa sua família, tolinha- brinquei

—Me chama de tolinha de novo que eu te arranco esses cabelos maravilhosos- nunca pensei que fosse estar viva para ver Narcisa brincar e me dar língua. 

—Te amo- deixei escapar

Lagrimas escaparam de seu rosto. 

—Não achei que fossemos ficar tão próximas em tão pouco tempo, pequena. 

—Ainda terá muitos anos para me aturar- sorri envergonhada

Estávamos próximas demais para quem se conheceu de verdade a dois dias, é claro. Mas ainda assim... me roubaram uma infância inteira e grande parte da adolescência também! Poderíamos ter uma relação mil vezes melhor!

—Preparadas?- perguntou Draco arrumado daquele jeito sexy dele. Ou seja... desleixado, com o cabelo todo bagunçado. Em meninos comuns isso seria o fundo do poço, mas nele não. Esse garoto realmente é maravilhoso... para com isso, doida! Desejando o próprio irmão? Se bem... ele realmente não é de se jogar fora.

—Vai ficar me encarando ou vamo embora?- perguntou impaciente.

Revirei os olhos e assenti. Aquele seria um longo dia.

Segurei a mão de meus pais e aparatamos para em frente ao castelo. Fechei os olhos e deixei minha mãe me guiar. Nunca estive tão ansiosa/nervosa/assustada em minha vida.

Não me faça assumir o controle, Malfoy! Somos poderosas, lembra?

Eu realmente sempre estou certa. Sorri internamente e abri os olhos bem na hora. Estavamos em frente a porta do salão principal. Meus pais tinham enviado uma carta um pouco antes explicando o ocorrido. Enfim, entre ser caçada pelo ministério e trocar uma aluna de casa... não é tão difícil assim velhota. 

Todos os olhares se voltaram para minha família. Eu me sentia viva. Tantos olhares, cochichos. Os leões me olhavam num misto de nojo e curiosidade, os Sonserinos estavam confusos assim como todo o resto.

—Seja bem-vinda, família Malfoy- disse Minerva com um olhar assustado... pelo visto, ela realmente preza pela vida.

—Draco, vá se sentar, querido.- falou minha mãe. O jeito doce e frio ao mesmo tempo dela é tão encantador e sofisticado... um dia serei assim, mas antes tenho que tacar o terror e aproveitar enquanto posso. 

Malfoy obedeceu sem questionar. Pude perceber um pequeno sorrisinho em seu rosto

—Boa sorte, maninha- sussurrou e eu apenas sorri em resposta. 

—Gostaria de apresentar a todos Hermione Black Malfoy. Irmã gêmea de Draco Malfoy. Hermione nunca foi e nunca será uma sangue-ruim- Minerva fez careta ao ler tais palavras, mas prosseguiu para o seu próprio bem no mundo da magia- por conta de seu sangue e família, a jovem bruxa que já demonstra tendencias de sua superioridade irá se mudar imediatamente para a casa da qual pertence por direito. A casa do grande e poderoso Salazar Slytherin. Onde poderá conviver com seus iguais. Tudo foi apenas um engano, a pequena foi mantida em segredo para sua própria proteção....

—Muito bem, velha nojenta- disse meu pai.- Quem ousar se meter com minha filha irá entrar em grandes problemas... digo o mesmo para rapazes que tentarem paquerar ela...

—Pai!- reclamei envergonhada.

—É o meu papel como pai te deixar constrangida e proteger. Se vier os dois ao mesmo tempo é lucro- zombou

Realmente, minha família tem um grande senso de humor. 

—Se cuida- falou minha mãe.

Claro que eu queria correr e abraça-los! Não aguentarei tanto tempo assim para ve-los de novo... mas sei que devo me manter fria, manter a pose e ir para a casa das cobras.

—Ah, antes que me esqueça- falou meu pai me entregando uma caixa de presentes.

—Para mim? Sério?

—Magina- revirou os olhos

—Malfoys deviam entrar para a carreira de humoristas- murmurei comigo mesma.

Fui desfilando para minha nova mesa me sentindo a poderosa. Draco sinalizou para que sentasse ao seu lado.

—Olá, Gran.. ah, Malfoy. Isso é realmente estranhao- falou Blasio Zabini

—Total- falou o Theodoro Nott 

—Theo, 'total' nunca vai entra na moda, aceita que dói menos, cara- falou o Zabini

Eu não pude evitar de rir daquele trio. 

—Então, o que acha de tudo isso?

—Não tenho ideia, Nott. É tudo novo ainda- admiti 

—Me chame de Theo. Somos irmãos agora.

—Como?- perguntei confusa

—Draco é nosso irmãozão de coração, somos sonserinos e prezamos nossas amizades acima de vocês, grifos... não é apenas lealdade, é um laço de sangue, irmandade.

—'Vocês grifos'? Eca, passou o tempo que eu era a queridinha dos idiotas.

Os três sorriram satisfeitos e eu também deixei escapar um risinho.

—Opa, olha só quem vem lá- disse Draco encarando a mesa da Grifinória com um sorriso divertido nos lábios.- Vai ser no minimo interessante.

—VOCÊ É UMA MALDITA MALFOY? SABIA DISSO ESSE TEMPO TODO?

—Abaixa o tom comigo, pobretão. Sou uma Malfoy e com orgulho e respondendo sua pergunta: não. Se sequer desconfiasse teria corrido para assumir meu lugar de direito ao lado de minha família.

—Eles te trataram feito lixo enquanto nós te demos tudo. - rosnou o testa rachada.

—Errado, queridinho. Eu derrotei Voldemort, eu salvei a vida de vocês e sem mim... convenhamos, nem passar de ano vocês passariam, seus bebês chorões. Tá com inveja, Weasley? Sou rica e maravilhosa e você não pode me ter e você Potter... eu pelo menos tenho uma mãe

Todos da Sonserina explodiram em gargalhadas. Acho que peguei pesado... ah, eu realmente devia ter feito isso antes! É tão bom! 

—AVADA....- começou  o tolinho

Lancei um feitiço mudo e o coitadinho *sintam o sarcasmo, babys* estava lá no chão se contorcendo de dor e cheio de feridas expostas.

—Ui, eu se fosse você tomava cuidado... hemorragia pode matar, Potter

—MALFOY, AGORA PARA A MINHA SALA.- gritou a sapa velha.

—Nada disso, foi autodefesa. Todos viram que os garotos que procuraram encrenca e ainda por cima... o muleque tentou matar minha filha. Eu poderia realmente ganhar uma causa e tanto, Minerva... não desafie. Sabe que apesar da guerra minha família ainda é influente no mundo bruxo e trouxa.

Ah, papai. O senhor realmente é o melhor pai de todos os tempos.

Abri a caixa e encontrei um colar em forma de serpente. Analisei um pouco mais... um colar coberto por esmeraldas e safiras? Merlin! Eu realmente sou sortuda. 

—Você foi realmente útil, desgraçado- sussurei.

—O que disse?- perguntou Theo.

—Disse que tudo isso é engraçado- disfarcei rapidamente. 

—Foi hilário.- concordou Blasio.