Never Really Gone escrita por LStilinski


Capítulo 13
Causando Estragos


Notas iniciais do capítulo

OLÁ VOCÊS QUE AINDA NÃO SUPERARAM *O BEIJO* Eu já rebloguei aquela cena umas 163546 vezes e continuarei reblogando pq não me canso de ver aqueles dois juntos aaaaa eu ainda não consigo acreditar....

espero que esse capítulo não tenha ficado muito confuso? Anyway, boa leitura:)



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Lydia nunca acreditou em pactos com o demônio. Isso até concordar em fingir namorar Theo.

Arrependeu-se de ter aceitado a proposta quase imediatamente, e sua mente parecia estar lotada de mini-Lydias berrando “Merda! Merda! Abortar Missão, abortar missão!” À noite, sentada em sua cama, ela se deu conta de que a situação seria mais complicada do que pensava.

Lydia se considerava uma boa mentirosa; não que ela mentisse muito, mas sabia enganar muito bem quando precisava. Mas nem ela sabia se conseguiria enganar uma pessoa sequer de que estava apaixonada por Theo. A raiva e a repulsa que ela sentia por ele com certeza ficariam evidentes em cada sorriso falso que ela daria – ou, provavelmente, estariam escritos em sua testa. E o plano era fazer Stiles acreditar que ela queria mesmo ficar com Theo? Depois de tudo que ela havia dito a ele na manhã após a festa? Aquele plano tinha tantas falhas que Lydia começou a creditar que Theo não era tão perigoso, só maluco.

Mas, mesmo duvidando que ele levasse a sério todas as ameaças que havia feito a Stiles, Lydia não podia arriscar. Se namorar Theo era o que o manteria afastado do seu melhor amigo, então ela estava disposta a fazer esse sacrifício. Sabia que vê-los juntos afetaria Stiles, e pensar em machucá-lo a fazia querer desistir de tudo, mas qual era a pior coisa que podia acontecer? Stiles ficaria puto com ela, pararia de olhar na cara dela, desistiria de protegê-la... Tudo isso parecia bem horrível, mas ela esperava conseguir consertar tudo depois que Theo a “libertasse”. Lydia explicaria tudo, e eles ficariam bem. E Theo podia ir se foder, ela não estava nem aí.

Na manhã seguinte, enquanto se arrumava, recebeu uma mensagem de Theo a mandando estar pronta em cinco minutos, e para não se atrasar. Lydia revirou os olhos, jogando o celular na bolsa. Podia ver muito bem a forma que ele achava que aquele “relacionamento” iria funcionar: ele a dizendo o que fazer, e ela obedecendo sem pestanejar. Bem, ele estava muito enganado. Lydia Martin não funcionava daquela forma.

— Quer carona até a escola? – Mônica perguntou ao ver a sobrinha descendo as escadas.

— Não precisa, eu... – Sua fala foi interrompida por duas buzinas insistentes no lado de fora da casa. A garota suspirou. – Já tenho uma.

Lydia foi tranquilamente até a cozinha, onde colocou um pouco de suco no copo. Comeu uma torrada e bebeu todo o conteúdo do copo, depois o colocando na pia. Pegou outra torrada, deu um beijo na tia e saiu pela porta da frente, andando sem pressa até o carro de Theo.

— Caralho, Lydia, eu mandei você não se atrasar! – reclamou ele assim que ela fechou a porta.

— Talvez esse tenha sido seu erro – disse ela, dando uma mordida em sua torrada.

— Vê se não suja a porra do meu carro – ele resmungou, acelerando o veículo e saindo da rua. Lydia apenas deu de ombros, despreocupada, e fez questão de deixar algumas migalhas caírem no banco.

Com a velocidade em que Theo dirigia, eles chegaram na escola em pouco tempo. Lydia, que segurava com força o banco de couro, saltou do carro assim que ele estacionou. Antes que ela pudesse ir andando até o prédio, ele a mandou esperar. Theo saiu do veículo com calma, como se estivesse sendo filmado, e colocou o braço nos ombros da garota. Lydia revirou os olhos; claro que ele queria fazer a ceninha do casal chegando junto.

— Sorria, Lydia – ele murmurou em seu ouvido. Resistindo ao impulso de fazer uma careta, ela colocou um pequeno sorriso no rosto, como se ele tivesse dito algo doce para ela. Lydia podia sentir os olhares focados neles, mas não olhou ao seu redor. Não queria saber o que eles achavam daquilo tudo.

— Que merda é aquela? – perguntou Scott de repente, interrompendo a conversa que estava tendo com os amigos.

— O que? – perguntou Allison, olhando na mesma direção que o namorado. A morena ergueu ambas as sobrancelhas e piscou, incrédula, ao ver os dois entrando juntos no prédio. – Não tô acreditando nisso.

— Eu achei que ela tinha dito que não queria mais nada com ele.

— Vai ver Theo é mesmo o tipo dela – disse Malia, dando de ombros. Allison a lançou um olhar irritado.

— Sério, Malia? Ele a traiu na frente de todo mundo, não faz sentindo ele ainda ser o tipo dela.

— Obviamente ela não se importa muito com isso – murmurou a loira. Allisou bufou, sem acreditar no que a amiga dizia, e olhou para Stiles. O garoto havia assistido a cena em silêncio, e seu rosto estava vazio de expressão. Ele não sabia muito bem o que pensar sobre o que haviam acabado de ver. Ainda esperava que tudo não houvesse passado de um truque da sua mente, uma miragem.

— Vamos, já vai bater – disse ele, levantando-se. Scott e Allison trocaram olhares e levantaram-se também.

Xxxx

Era irreal o fato de que, depois de tudo que havia acontecido, Stiles estivesse vendo aquela cena novamente: Lydia, com as costas apoiadas nos armários. Theo, perigosamente próximo a ela. Ele inclina o rosto e a beija nos lábios.

O garoto quase não percebeu que estava parado no meio do corredor cheio, observando os dois de longe. Aquela era a pior sensação de dejá-vu que ela já sentira; era como assistir um episódio do especial dos Piores Momentos de Stiles Stilinski. Ele não compreendia, o que ele via não fazia sentido. Por que Lydia estava com Theo? O que estava acontecendo? Será que ele estava dormindo?

— Inacreditável – disse Scott, assustando Stiles, que não havia percebido que o amigo havia parado ao seu lado. Voltou o olhar para o casal e suspirou, franzindo os lábios.

— Ela deve saber o que está fazendo – disse ele, colocando as mãos nas alças da mochila. Scott olhou para o amigo, erguendo uma sobrancelha.

A verdade era que Lydia sentia vontade de vomitar. Já tinha que lutar contra si mesma para não empurrar Theo para longe, mas se deixar ser beijada por ele quase a fazia se engasgar com o próprio nojo. Ela mal se lembrava como era querer ser tocada por ele, como era querer estar perto dele.  Era uma sensação que ela queria esquecer completamente.

Os lábios dele se demoraram nos dela. Theo sabia que Stiles estava lá, então o show tinha que acontecer. Lydia fechou os olhos com força e contou os segundos para o fim daquilo. Quando não pode mais esperar, afastou o rosto com o máximo de delicadeza que conseguia no momento.

— Se você quer mesmo que acreditem que eu gosto de você, não me beije por tanto tempo – mumurou ela, com um falso sorriso doce no rosto.

— Por que? Nossos beijos costumavam durar muito mais que isso – disse ele, acariciando o rosto dela com as pontas dos dedos.

— Isso foi antes de eu querer vomitar em você – disse ela, olhando-o nos olhos. Theo gargalhou de leve.

— Eu imagino que o seu amiguinho esteja bem chateado agora – ele murmurou, aproximando deus lábios da orelha da garota. – Mas se você não quiser continuar com esse plano, posso arranjar outra forma de chateá-lo...

Lydia respirou fundo.

— Pode parar com as ameaças? Eu já disse que vou seguir esse plano ridículo.

Theo gargalhou novamente, afastando seu rosto alguns centímetros.

— É só isso que você vai dizer? – perguntou Scott, estranhando a atitude do amigo.

— O que mais você quer que eu diga? – Stiles virou-se para ele. – Eu não posso interferir em todas as decisões que Lydia toma.

— Eu sei, mas...

— Olha, eu prometi que não ia mais me meter, ok? Nós vimos o que aconteceu quando eu fiz isso – disse ele, gesticulando para os machucados que ainda cicatrizavam em seu rosto. Scott abriu a boca para argumentar, depois a fechou, assentindo. Stiles achava bom que ficasse claro que ele tinha zero intenções de tentar salvar o dia novamente. A promessa havia sido feita não só a Malia, mas também a si mesmo; a merda quase atingiu o ventilador e fez uma bela de uma bagunça  na última vez que se envolvera na vida de Lydia sem ser chamado, mas por um milagre ele havia conseguido um final feliz. Não iria correr aquele risco novamente.

— Tenho que ir para a aula – disse Stiles, seguindo seu caminho pelo corredor. Não conseguiu evitar olhar para os dois ao passar por eles. Seus olhares se cruzaram por um momento e ele teve a sensação de que algo estava errado. Os olhos verdes da garota diziam algo que ele não conseguiu entender, mas eles definitivamente não estavam felizes. Theo também olhou para trás enquanto Stiles se distanciava, e teve tempo o suficiente para mostrá-lo um sorriso de escárnio.

Assim que Stiles sumiu no corredor, Lydia soltou pesadamente o ar que segurava.

— Merda – sussurou para si mesma.

— Isso foi divertido – disse Theo, ainda sorrindo. Ah, como ela adoraria quebrar aqueles dentes perfeitos. Ao ainvés disso, ela finalmente o empurrou para longe, quase fazendo-o perder o equilíbrio. ele balançou a cabeça, passando a língua pelo lábio inferiror. – Lydia, Lydia...

— Eu vou me atrasar para a aula – disse ela, saindo sem esperar que ele falasse alguma coisa.

Xxxx

Lydia não teve coragem de aparecer no almoço. Preferiu se esconder na biblioteca e dar uma lida em alguns assuntos que eles dariam em sala de aula. Estava juntando o útil ao agradável; livrava-se da humilhação pública enquanto fazia o que mais gostava. Mas, ao mesmo tempo, estava evitando seus amigos pelo medo que tinha do que eles pensariam sobre ela. Lydia sabia todos os papeis que estava desepenhando: burra, cega, ingênua, desesperada... Não queria que os amigos a vissem daquela forma.

 A partir daquele dia, ela passaria mais tempo naquele lugar do que nunca.

Quando viu que faltava pouco tempo até o fim do intervalo, ela tratou de alugar os dois livros que mais a interessaram e saiu da biblioteca. Teve certa dificuldade em andar pelos corredores já cheios segurando dois livros grossos e tentando equilibrar a bolsa no ombro, mas conseguiu chegar até a sala de aula sem causar acidentes. Deixou tudo cair em cima da mesa e sentou-se.

— Hey – disse uma voz conhecida. Lydia virou o rosto e ficou surpresa ao ver Stiles sentando-se ao seu lado. Havia esquecido completamente que tinham aquela aula juntos. – Não te vi no almoço hoje.

— Eu, ahn... Não estava com fome – disse ela, e ele assentiu. Lydia o observou pegar o caderno na mochila, ainda confusa. Ele não devia odiá-la? Ou estar decepcionado a ponto que não querer olhar para ela? Será que eles podiam conversar casualmente, como se aquela cena no corredor nunca houvesse acontecido?

— Então... Você e Theo, hun? – ele perguntou, e Lydia suspirou. Claro que ela não iria se livrar daquilo. Ela teve vontade de esclarecer tudo e acabar logo com aquilo, mas mordeu a língua. Stiles precisava acreditar que eles eram um casal, aquela conversa era crucial para que o plano desse certo.

— Stiles, eu... – ela começou a dizer, mas ele levantou as mãos.

— Não, tudo bem, eu não devia perguntar – ele disse rapidamente. Lydia piscou, surpresa. – Você fica com quem quiser e eu não devia me meter, eu já sei.  

— Ahn...

— Não vou mais tocar no assunto, ok?

— Hm, ok. – Stiles sorriu e virou-se para frente, onde o professor escrevia algo no quadro. Lydia ainda estava boquiaberta, sem saber ao certo o que pensar. Esperava ouvir um sermão sobre ela estar fazendo a coisa errada e tal, mas ao invés disso ficou sabendo que ele... não se importava? Lydia ficou seriamente dividida entre dar-lhe um abraço apertado ou um soco no braço. Em parte, estava aliviada porque o plano oh-tão-genial de Theo talvez não fosse funcionar, e ele não iria culpar ninguém além de si mesmo porque Lydia havia feito sua parte. Mas, por outro lado, não pode evitar ficar um pouco chateada com a indiferença de Stiles.

Ela não devia ser tão egoísta, então decidiu abraçar a parte que estava aliviada e sorriu. Stiles era uma boa companhia durante as aulas – ou em qualquer outra ocasião, na verdade. Ele fazia a cara mais fofa quando se perdia no meio da explicação, e ela adorava tirar suas dúvidas. Não queria perder esses momentos, rezava para que a vingança de Theo não afetasse sua amizade com Stiles... rezava por um milagre, mas talvez tivesse sorte.

Theo já esperava do lado de fora da sala quando os dois saíram da sala.

— Hm, te vejo amanhã – disse Stiles, antes que o momento se tornasse embaraçoso.

— Ok, até amanhã – ela respondeu. Ele sorriu e foi andando sem olhar para Theo.

— Por que demorou tanto de sair? A aula já acabou faz tempo.

— Achei que você fosse meu namorado falso, não meu transporte escolar – murmurou Lydia, revirando os olhos e andandopara a saída.

— E por que você e Stilinski estavam juntos?

— Nós estávamos na mesma aula – respondeu ela, impaciente. – E ainda somos amigos.

— Se o problema é esse, então não sejam mais amigos.

— O que? Ah, pelo amor de...

— Ei! – Theo a segurou pelo braço, fazendo-a parar de andar. Lydia tentou se soltar, mas ele apenas a segurou com mais força e a puxou para perto. – Eu cito as regras desse jogo. Você e Stilinski não são mais amigos, entendido?

— Me solta, você ta me machucando!

— Entendido?

— Tire as mãos dela – disse uma terceira voz vindo de trás dela. Lydia virou o rosto e viu Scott olhando fixamente para Theo.

— Ou o que? Vai me atacar que nem seu amigo fez? – perguntou ele, abrindo um sorriso no mínimo assustador. Soltou o braço dela e aproximou-se de Scott.

— Você parece estar pronto para um segundo round – disse Scott. – E vai perder. De novo.

Massageando o braço que certamente ficaria machucado, Lydia olhou para os dois garotos, igualmente altos e musculosos, e sentiu um desastre se aproximando. Ela certamente não conseguiria separá-los se eles avançassem. Ela não queria – não podia – ser a causa de mais uma briga; ela já estava causando estragos o suficiente.  

— Ei, parem com isso! – ela gritou, se metendo entre os dois e os empurrando para trás. Nenhum dos dois se mexeu; ela parecia estar querendo mover duas montanhas. – Parem com isso, agora!

— Seu amigo teve sorte, McCall – disse Theo, ignorando os gritos da garota.

— Eu não estou contando com a sorte.

— Scott! Olhe para mim – ela gritou mais alto, colocando a mão no peito do amigo. Ele olhou para baixo, e Lydia esperou que ele visse o quanto ela estava desesperada. – Por favor, não faça isso. Por favor.

Scott pareceu ponderar por uns segundos, mas acabou suspirando pesadamente, incapaz de ignorar o pedido da amiga.

— Tudo bem – disse ele, e Lydia lhe deu um sorriso fraco de gratidão. Scott voltou a olhar para Theo. – Se você colocar as mãos nela de novo, eu não respondo por mim.

Scott deu um beijo rápido na testa da garota e, dando mais uma olhada para Theo, deu as costas para eles e seguiu seu caminho para o estacionamento.

— Você tem que procurar briga com todos os meus amigos? – perguntou Lydia, olhando com raiva para o seu falso namorado.

— São eles quem...

— Não importa, vamos embora – disse ela, indo até o carro de Theo.

 


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Notas finais do capítulo

Avisando aqui que minha faculdade começa semana que vem, ainda não sei se vou conseguir postar toda quarta-feira mas prometo que vou fazer o possível :)



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