Say You Miss Me escrita por Downpour


Capítulo 7
Parte VII - Coffee


Notas iniciais do capítulo

Annyeonghaseyo ♥
Estou programando esse capítulo com algumas horas de antecedência, e eu queria dizer que eu realmente me empolguei com esse capitulo. Ele ficou bem grande, mas acredito que não foi um dos melhores que escrevi ;-;.
Quero agradecer as visualizações e os leitores, mesmo que fantasmas, muito obrigada por estarem lendo.
Eu mencionei anteriormente que essa fanfic teria no máximo 8 capítulos, e sabe quando a história foge do seu controle? Está sendo algo mais ou menos assim, acho que a história está seguindo um rumo diferente do qual eu estipulei, mas já tenho um final em mente. Não sei quantos capítulos a mais serão acrescentados, não pretendo estipular e sim deixar fluir.
Boa leitura!



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Bangtan Boys - Jin

Say You Miss Me

Parte VII - Coffee



“Eu fiz uma aposta com o mundo todo e quanto sucesso eu tive

Meu sorriso meia-lua que eu só mostrava para você,

eu estou fazendo isso de novo estes dias.”





Naquela manhã, o escritório do roteirista Oh SoYoon estava prestes a se tornar um inferno. O senhor analisava atentamente um enorme catálogo, contudo seu rosto demonstrava enorme descontentamento. Os dois homens sentados a sua frente não sabiam o que fazer, olhavam-se de canto como se estivessem pedindo ajuda um ao outro. Não era como se aquela cena não tivesse se repetido meses atrás, mas aquela repetição tinha que acabar logo.

— O senhor ainda não está satisfeito? — um dos homens ousou perguntar, o senhor levantou os olhos do catálogo com certo tédio confirmando a pergunta com apenas um olhar.

Oh SoYoon estava na casa dos cinquenta, seus cabelos pretos com algumas mechas cinzas eram repartidos no meio jogado para os lados. Usava um óculos redondo e suspirava constantemente ao olhar para o catálogo. Tinha dedicado muitos anos naquele roteiro, o aperfeiçoando sempre que possível com zelo e perfeccionismo. Não queria que aquela ideia que tinha tido depois de anos, que estava prestes a se tornar real fosse feita as pressas e de qualquer jeito.

— O quê você acha? Faz cinco meses que não consigo achar nada, mesmo com longas buscas, — tomou um gole do café em sua mesa e respirou fundo — não consigo achar dois protagonistas!

— Mas senhor, esse é o nosso melhor… — um dos homens suspirou olhando para o roteirista, então uma ideia passou-lhe pela cabeça — Talvez pudéssemos tentar atores internacionais?

O senhor balançou a cabeça negativamente. Oh SoYoon tinha os personagens perfeitamente estipulados em sua mente, se não fosse de seu jeito simplesmente não teria gravações.

— Não, a história se trata de um casal coreano. — disse bruscamente fechando o catálogo e entregando para um dos homens.

— Appa! — uma garota em seus quinze anos abriu a porta do escritório bruscamente tropeçando no tapete vermelho, sorriu envergonhada ao perceber que seu pai tinha companhia. — Bom dia, desculpem-me pela entrada desrespeitosa, eu gostaria de falar com o meu pai por um instante.

— Diga filha. — ergueu as sobrancelhas, certo de que até mesmo o que se sua filha tinha a lhe falar era menos desperdício de tempo do que os rapazes a sua frente.

— Eu queria dinheiro, para ver o filme que as minhas amigas tanto falam...O filme da Lee Young-Hee, pelo trailer me parece um ótimo filme. — a garota disse empolgada.

Lee Young-Hee? — o roteirista murmurou — Então a garota dos Lee é atriz?

A família Lee era extremamente conhecida e respeitada pela empresa até então liderada pelo falecido senhor Lee, que agora estava nas mãos de Lee YoungWon, o filho mais velho.

Os dois homens se entreolharam com certa esperança no olhar, prontos para convencerem o senhor de contratá-la, afinal tinham um prazo para definir o elenco e começaram as gravações logo, a emissora não iria esperar muito tempo.

— Oh sim, — um dos homem pigarreou — pelo o que estão comentando, Young-Hee está na cidade faz alguns dias…Ela já tem seus 25 anos e se formou dois anos atrás em uma faculdade de teatro e cinema dos Estados Unidos…

— Filha, poderia nos falar um pouco sobre esse filme?

A garota franziu a testa, contudo acenou animada para começar a tagarelar.





[...]



“Ah, e eu não bebo mais macchiatos

Você sabe que eu comecei a beber Americanos por sua causa

Quando nós namoramos, eu me perguntava que tipo de gosto tinha

Mas esse sabor frio e amargo faz sentido agora que você não está aqui, garota”





A senhora Lee olhou para a sua filha, enquanto a garota lhe explicava como tinha sido sua vida quando estava fora. Sua mãe ora ou outra franzia a testa preocupada, ficará contente em saber que sua filha tinha se formado em uma ótima faculdade e extremamente descontente ao saber quem realmente era o ex de sua filha, o cara qual Hee nunca quis lhe apresentar.

— Como sua mãe eu deveria lhe dar uma bela bronca por ter se envolvido com esse tipo de rapaz, — a senhora Lee suspirou — eu sei que eu e seu pai não fomos um bom exemplo disso, mas um relacionamento filha, se trata não só de amor como também amizade e confiança. Tudo o que eu menos quero é que você acabe como eu, casando-se com alguém que não amava.

Sua filha deu um sorriso torto desviando o olhar, enquanto sua franja encobria seus olhos cansados,

— Talvez isso realmente esteja nos nossos genes. — a garota riu fraco — De qualquer forma, meu objetivo agora é manter-me aqui em Seul. Passei muito tempo longe de casa, talvez esta seja a oportunidade perfeita para que eu possa descansar a minha mente de todas essas confusões.

Um sorriso surgiu no rosto de sua mãe, enquanto ela servia a filha com uma panela de ramén.

— Acho que alguém deve ter sentido falta da minha comida todos esses anos. — sua mãe sorriu enquanto Young-Hee ocupava-se em comer a comida silenciosamente apreciando cada momento.

— Aigo, nenhum hambúrguer substituiria o seu ramen omma! — YoungHee disse com a boca cheia de macarrão fazendo com que sua mãe risse da filha.

O toque do celular de Young-Hee atrapalhou aquele breve momento familiar.

— Atenda, criança.

— Eu já sou uma adulta omma. — Hee resmungou atendo a chamada.

— Senhorita Young? Teria um minuto?

A garota franziu a testa ao perceber que não conhecia a pessoa do outro lado da linha.

— Hum, sobre o quê seria?

— Meu nome é Park JaeDoo, trabalho como diretor cinematográfico de dramas. Gostaria de saber se a senhorita teria tempo para tomar um café e ouvir uma proposta.

A mente de Hee estava a mil, pensando seriamente se aquilo pudesse ou não ser verdade. Depois de alguns instantes de silêncio acabou por responder.

— Hum sim, quando?

Um suspiro de alívio foi ouvido do outro lado da linha.

— Hoje mesmo, por favor, estarei lhe passando o endereço. Às 15h! — o homem respondeu com uma entonação animada.

— Quem era? — a senhora Lee perguntou quando a filha terminou a ligação.

— Um cara chamado Park JaeDoo… — disse enquanto terminava de comer o macarrão, assim que ergueu os olhos estranhando o silêncio de sua mãe, reparou que a mesma estava com os olhos arregalados. — o quê?

— Você tem certeza?

Ela assentiu, agora prestando mais atenção na conversa.

— Ele é um antigo amigo de família, um ótimo cinegrafista por acaso. — sua mãe disse, e logo um sorriso surpreso surgiu em seu rosto. — Ele provavelmente está te convidando para seu mais novo projeto!

— Sinceramente, não faço a mínima ideia. — Young-Hee respondeu se perdendo em seus próprios pensamentos, foi surpreendida por um homem alto entrando pela porta da cozinha.

— Ajumma, eu consegui! — SeokJin tinha entrado pela porta de sua cozinha com um sorriso de orelha a orelha, olhando para a mãe da garota. — Me chamaram para interpretar!

Young-Hee piscou olhando para Jin, o fato de ele simplesmente ter entrado pela porta da cozinha de sua mãe, como se fosse algo corriqueiro não parecia-lhe real. Depois de tantos anos sem o ver, imaginando como ele poderia estar, o quê ele estaria sentindo...E agora ele simplesmente entrava pela porta de sua casa falando como sua mãe, com toda a naturalidade do mundo. Estava em choque demais para entender que a ideia de ter-lo de volta ao seu cotidiano demoraria para fazer sentido. Sentia como se pudesse chorar ali, pois estava vendo o sorriso que ela tanto desejou ver em seu rosto por tantos anos.

— Oh, bom dia YoungHee-ah — Jin sorriu de forma cordial para ela, que ao contrário dele ainda raciocinava tudo o quê tinha acontecido da última vez que tinham se encontrado. A ideia de a cena do hospital ter sido um sonho estava sólida em sua mente, mas como poderia ser um sonho se ele estava falando com ela naquele momento?

Não foi um sonho.

— Bom dia. — sua voz falhou.

Não conseguia acreditar que estava realmente o vendo depois de tanto tempo, que nada tinha sido um sonho.

— Está tudo bem?

Ela balançou a cabeça positivamente, evitando falar algo, sua voz a entregaria. Então apenas encheu a boca de ramén enquanto ouvia SeokJin conversar com a sua mãe.

— Então por isso eu as crianças resolvemos fazer um pequeno jantar comemorativo, decidimos convidar vocês para se juntar a nós.

Crianças.

Novamente lá estava Young-Hee atordoada, a ideia de Jin ser pai passou novamente pela sua mente. A maneira como ele falava “crianças” tão carinhosamente fazia com que ela entendesse que ele amava seus filhos.

— O quê você acha filha?

Young-Hee pensou seriamente em não falar nada naquele momento, contudo sua curiosidade parecia ser maior.

— Seria uma honra conhecer os seus filhos. — disse olhando nos olhos de Jin.

O rosto de SeokJin enrusbeceu, seus orbes castanhos encaravam YoungHee atentamente e um leve sorriso de canto surgiu em seu rosto, ele pareceu se divertir com a fala da garota. Abaixou a cabeça ainda não conseguindo conter seu sorriso.

— Você irá amar conhece-los. — ele não sabia exatamente o quê se passava na cabeça de Hee, mas de alguma maneira a pequena possibilidade de ter sentido uma faísca de ciúmes em seu tom de voz o divertia e lhe dava a esperança que ele precisava para dar seu próximo passo. Era a abertura que ele precisava para tornar a entrar em seu coração novamente, e agora que ele a tinha de volta, não tinha a intenção de deixá-la por tão cedo.

A garota fez um biquinho irritado e deu de ombros, algo lhe dizia que Jin estava se divertindo com sua situação a deixando extremamente encabulada. O quê aquele homem queria dela afinal? Ele simplesmente aparecia em sua vida anos e anos depois de se separarem, fazia com que ela duvidasse de seu relacionamento com seu ex, aparecia em sua casa como se fosse algo natural e agora se divertia às suas custas?

— Eu tenho um encontro em alguns minutos, irei me arrumar. — disse irritada se retirando da cozinha, sem sequer perceber que o sorriso de Jin se desmanchou ao ela pronunciar a palavra “encontro”.

A senhora Lee que tinha observado tudo quieta até então deu risada baixinho olhando para SeokJin.

— Ela é uma garota difícil, a sua filha. — disse com um suspiro indignado.

— Pelo que me parece, ela acha que você realmente é pai. — disse balançando a cabeça negativamente enquanto ria, um sorriso de canto surgiu no rosto de Jin, mal esperava para ver a reação de Hee ao se deparar com seus dongsaengs que ela até então pensava ser seus filhos.






[...]



“O copo cheio de memórias é mais amargo quanto mais eu bebo

Mas eu acho que sei porque eu continuo bebendo

Por que eu estou ficando tão triste sendo que todos vivem desta maneira?”



— Você é uma idiota, Young-Hee — disse encarando o seu próprio reflexo no espelho depois de passar quase quarenta minutos se arrumando — É claro que seus sentimentos de adolescente morreram faz tempo, aish.

Sentiu-se mais idiota ainda por estar falando sozinha com seu reflexo, resolveu então analisar sua aparência. Vestia uma calça jeans preta e uma blusa branca regata e uma jaqueta de couro por cima, calçou uma bota e analisou novamente seu reflexo. Seus cabelos castanhos estavam bem alinhados e sua franja arrumada. Depois de um suspiro pegou sua bolsa e resolveu sair logo de casa, quando desceu não encontrou Jin, apenas sua mãe assistindo alguma coisa na televisão, despediu-se dela e saiu Seul afora.

Como não tinha um carro, optou por pegar um táxi até a cafeteria em que o endereço apontava, olhou para a tela de seu celular. Se não tivesse muito trânsito chegaria no momento exato. A palma de suas mãos suavam, ainda não sabia como reagir a aquela proposta, parte dela acreditava cética de que era apenas um engano. Apesar de o filme em que ela tivesse atuado como coadjuvante vendeu relativamente bem, não via algum sentido em ser convidada para atuar novamente por tão cedo. O quê tinham visto nela de tão interessante afinal? Sua personagem no filme, Maddison, era retratada apenas como uma adolescente não muito popular que ajudou a protagonista do filme a encontrar o amor de sua vida; embora ela também fosse terrivelmente apaixonada pelo mesmo cara que a protagonista. Justamente por isso Lee Young-Hee não via muito sentido em ser recomendada, afinal quê destaque um personagem na friendzone tinha?

Pensou seriamente se talvez fosse pelo o fato de ela ter realmente se entregado à personagem, pois parte de suas dores ela também tinha sentido na pele. Retirando o fato do casamento. Hee acreditava que sua personagem, Maddison, tinha sido mil vezes mais corajosa do que ela porque mesmo não sendo correspondida Maddie ajudou o casal apesar de tudo.

Bufou, novamente se perdia em pensamentos bobos. Parte dela acreditava que quando chegasse na fase adulta deixaria de ser assim, e se preocupar com coisas tão banais. Novamente ela se enganava, aquilo fazia parte de sua personalidade apesar das contas.

— Parece que está tendo um dia difícil. — o taxista comentou com um meio sorriso.

— Nem me fale. — YoungHee suspirou ao perceber que por sua expressão não fosse muito difícil notar a confusão em sua mente.

— Talvez você devesse apenas relaxar, respirar fundo e resolver seus problemas com calma.

Nunca imaginaria que em sua vida ouviria o conselho de um taxista, ainda mais que o conselho daquele senhor fosse cair como uma luva naquele momento. Sentiu-se obrigada a concordar com o senhor, talvez ela devesse tirar férias em Jeju com sua mãe e seu irmão mais velho que ela não via a anos. Esqueceria todos os seus problemas e sorriria despreocupadamente. Isto lhe pareceu tão distante como um sonho.

— O senhor tem razão, preocupação traz rugas. — fez uma careta enquanto analisava seu rosto no retrovisor do carro fazendo o senhor rir.

Quando por fim chegou em seu destino agradeceu ao senhor e procurou pela cafeteria. Era em uma avenida movimentada, isso fez com que se sentisse mais tranquila.

— Senhorita YoungHee-ssi? — um homem de aproximadamente trinta anos com os cabelos penteados para trás a chamou, Hee sentiu-se simples diante do terno do homem.

— Sim?

— Sou Park JaeDoo, estou extremamente contente que a senhorita veio. — um sorriso de alívio surgiu no rosto do homem, o que fez ela ficar confusa. Por que aquele homem estava aparentemente aliviado em encontrá-la? — Vamos, a cafeteria é logo ao lado, espero que a senhorita goste de muffins.

YoungHee caminhou ao lado do homem para a cafeteria e escolheu um lugar próximo a janela. O café não estava nem muito cheio nem muito vazio, uma música bem baixinho soava próximo do caixa, YoungHee teve que prestar atenção para perceber que era alguma música do 2NE1.

— Então, a senhorita já sabe o porque eu te chamei aqui…

— Pode me chamar apenas de YoungHee — disse com um sorriso torto, não sabia como reagir a pessoas a tratando de forma tão formal.

O homem deu um sorriso torto, como se não soubesse como tratá-la de forma informal.

— Bem, não quero tomar o tempo da senhorita — disse colocando uma pasta em cima da mesa — estamos com um projeto de um drama escrito por um ótimo roteirista, acontece que Oh SoYoon não encontrava o seu dreamcast. Até que a filha dele comentou sobre o filme que você tinha produzido.

YoungHee corou ao notar que seu trabalho estava sendo reconhecido.

— Mas meu papel foi até que simples… — comentou pensativa.

— A senhorita tem o tempo que quiser para ler o contrato.

— Muito obrigada. — disse com um meio sorriso ao abrir a enorme pasta cheia de papelada.







[...]




“Esses sentimentos foram embora como a espuma de um expresso escorrendo

Meu interior doía sem razão, costumava ser tão bom

Terminar foi como um americano amargo

Minhas memórias ainda estão naquele café.”




Quando chegou em seu apartamento Hee evitou ser notada por sua vizinha, as duas tinham um ótimo relacionamento na verdade. Acontece que Jung Chris, uma descendente de coreanos, era um tanto energética e tudo o que Hee queria naquele momento era cair em seu sofá e tirar um cochilo. Mal abriu a porta e recebeu uma mensagem de sua mãe, ela dizia que Hee deveria estar pronta em meia hora para a comemoração que Jin tinha mencionado anteriormente. A mensagem fez com que ela quisesse chorar em seu tapete de boas vindas, ela só queria descansar daquele monte de papelada que ela tinha lido e o trânsito que tinha enfrentado.

Tomou uma ducha rápida e tratou de lavar seus cabelos, procurou desesperadamente por algo que pudesse vestir até que percebeu que em momento algum SeokJin comentou que tipo de festividade era. Bufou, como ela saberia o quê vestir sendo que não sabia do que a festa se tratava? Acabou por vestir um vestido delicado creme rodado com um laço rosa bebê simples na cintura com as mangas caídas e um salto alto preto.

— Estou parecendo uma adolescente. — resmungou enquanto secava seu cabelo com pressa.

Colocou o colar que seu pai tinha lhe dado na infância com receio, ela sentia falta da época em que ela gostava de seu falecido pai. O pingente de coração caía-lhe perfeitamente bem. Cacheou a ponta de seus cabelos e passou um batom rosa suave enquanto olhava-se no espelho, a maquiagem tinha conseguido esconder sua expressão cansada.

Girou observando seu vestido rodar e sorriu de canto, aquela peça de roupa era exatamente algo que ela vestiria em sua adolescência. Até que sentia falta de vestir roupas como aquela. Pegou sua bolsa e saiu de casa pensando em como chegaria no lugar da festa sendo que nem sabia o endereço, provavelmente estava atrasada só pela meia hora que ela gastou retirando toda a roupa de sua mala. Quando pegou seu celular sentiu-se assustada ao perceber que sua mãe tinha lhe ligado sete vezes, e em nenhuma delas ela atendeu. Hee estava seriamente atrasada e só agora tinha se dado conta.

Eomma! — exclamou quando sua mãe finalmente a atendeu — Me desculpe, eu perdi a hora, não faço a mínima ideia de para onde ir…

— SeokJin mandou um de seus amigos e ir te buscar, — sua mãe respondeu — você bem que poderia ter prestado atenção no que ele estava falando hoje…

— Me desculpe! — Young-Hee choramingou pensando em como estaria tranquila em seu sofá cochilando.

Não percebeu quando sua mãe desligou na sua cara, deixando ela na frente da portaria falando consigo mesma.

— Aigoo, francamente…

— Você é a YoungHee-ssi? — um rapaz de no máximo vinte e dois anos sorriu ao abaixar a janela de seu carro na frente dela.

— Aish, que susto. — ela suspirou — sim, sou eu, você deve ser um amigo do Jin, não é mesmo?

O rapaz sorriu de canto confirmando, o que fez com que Hee analisasse se devia ou não chamar Jin dessa maneira na frente de seus amigos. Provavelmente não.

— Entre. — ele acenou a olhando-a por cima de seus óculos escuros passando a mão em seus cabelos castanhos.

Hee acomodou-se no banco de passageiro e colocou o cinto de segurança enquanto o moço dava partida no carro. As pessoas na rua os olhavam com curiosidade o que fez com que ela pensasse que aquele carro deveria ser bem caro, embora ela sequer tivesse noção sobre automóveis. Analisou o rapaz ao seu lado, ele aparentava ter a mesma idade de Seok.

— Então, você é próxima de Jin? — ele ergueu as sobrancelhas a olhando de canto enquanto dirigia.

— Costumávamos ser, — Hee respondeu deixando escapar um resquício de tristeza em seu tom de voz. Repreendeu-se mentalmente, a amizade entre os dois tinha acabado anos atrás não existia mais nada além de suas expectativas ilusórias, nada mais do que isso. Tinha que sair dessa logo.

— Ele sempre fala de você, — o rapaz comentou com um sorrisinho — hyung comentou que vocês são amigos de infância.

Por um momento o coração dela se apertou, a ideia de Jin falar dela para seus amigos fazia com que as expectativas em relação a ele aumentassem. Sentiu um enorme nó em sua garganta, ele falava dela.

— Oh, — deu um sorriso um tanto triste quanto feliz procurando não chorar — sim, nós crescemos e estudamos juntos.

O rapaz parecia perceber muito bem o tom de voz de Hee, a maneira que ela se perdia em seus pensamentos quando o nome de Jin era mencionado era óbvio. Não demorou a perceber que tinha algo a mais entre os dois, por ambos lados.

— Mas e você, seria grosseiro da minha parte perguntar sobre você? — procurou desviar o assunto com um sorriso envergonhado.

— Meu nome é Kim NamJoon, — disse encostando-se no banco — eu e Jin somos do mesmo grupo musical.

Grupo musical?

Hee então lembrou-se das audiências de Jin, de como ela acordava cedo alguns dias e cozinhava kimbap para ele e o levava nos prédios das empresas. Ficava debaixo de sol esperando o amigo terminar as audiências, e embora Jin não se sentisse confiante ela sempre lhe dizia que ele era e sempre seria o melhor.

— Você esteve fora da Coréia alguns anos?

— Sim. — acenou positivamente com a cabeça enquanto um compilado de memórias que ela sequer se recordava ocupavam sua mente. Por um instante lembrou-se de quando Jin fez uma audiência na SM Ent., lembrava-se de como ele tinha saído nervoso e quando ela lhe disse “SeokJin oppa deveria reconhecer o quão bom ele realmente é, Jin você foi incrível lá, eu confio em você.” ele a segurou nos braços e a girou na frente do prédio enquanto as pessoas passavam os olhando torto os dois apenas riam felizes.

Não chore, não chore.

Torceu o lábio e apertou sua mão forçando-se a se manter estável naquele momento, já bastava ter chorado no carro de Jin. Sentia-se envergonhada o suficiente por conta disso, não queria chorar também agora na frente de um de seus dongsaengs.

— Nós fazemos parte de um grupo bem reconhecido internacionalmente, você já deve ter ouvido falar dele…

Hee com certeza já teria ouvido falar do grupo, Kira sua melhor amiga era viciada em qualquer coisa que viesse da onda Hallyu. A amizade das duas começou justamente por conta de uma música do G-Dragon.

— Bangtan Sonyedan? — murmurou o nome, parecendo-lhe extremamente familiar. — Creio que já ouvir falar do grupo sim, minha melhor amiga ama esse grupo.

— Me desculpe por perguntar, mas você é uma ex do hyung?

Seus olhos queriam transbordar quando ela riu de nervoso balançando a cabeça negativamente. O quê tinha dado em sua cabeça ao cogitar a ideia de ir para aquela festa? Hee deveria ter ficado em casa comendo algum salgadinho qualquer assistindo a programas de variedades na TV e falando com Kira por Skype.

— Apenas amiga. — disse forçando um sorriso bem ensaiado.

 NamJoon pediu desculpas novamente e começaram a conversar sobre mais algumas coisas banais e simples o resto do trajeto e por fim chegaram na festa. Seu coração estava acelerado em seu peito enquanto ela olhava o lugar da festa, era uma casa, não era exatamente uma casa e sim uma mansão. Música alta podia ser ouvida de fora enquanto algumas pessoas comemoravam conversando e rindo na piscina próxima a frente da casa. Lee YoungHee nunca tinha se sentindo tão deslocada em toda a sua vida, aquele era o tipo de festa em que ela ficaria encostada no canto com um sorriso envergonhado no rosto contando os minutos para ir embora.

— Essa crianças, — NamJoon resmungou enquanto abria a porta do carro — TaeHyung e Hoseok devem ter aumentando o som, me perdoe por isso. Nossa comemoração é um tanto mais discreta, a verdadeira festança aconteceu no prédio da empresa, aqui seria apenas um jantar. Essas crianças são realmente exageradas…

YoungHee pensou e repensou se deveria perguntar se as pessoas a quem ele se referia era os filhos de Jin, mas resolveu ficar calada. NamJoon era esperto e tinha percebido em questão de minutos todos os seus sentimentos por SeokJin, se ela comentasse algo do gênero seria apenas uma confirmação do que NamJoon pensava. Agradeceu a carona e seguiu NamJoon pela casa.

— Kim TaeHyung! — ele exclamou e um rapaz rindo com um spray de cabelo azul na mão virou-se para NamJoon com os olhos arregalados, ele cutucou o rapaz do seu lado que ria histéricamente, os dois estavam passando spray de cabelo cor de rosa em um outro rapaz que dormia no sofá. — Hoseok!

O rapaz que passava o spray o largou no chão e virou-se para o mais velho assustado, tentando evitar sorrir do garoto no sofá, que tinha os cabelos verdes coloridos de rosa e uma careta desenhada provavelmente com lápis de olho. O olhar do rapaz encontrou-se com o de Hee e ele então arregalou os olhos.

— Você! — apontou para ela com a boca aberta, Hee recuou assustada, tornando a repensar o que ela tinha na cabeça de ter decidido ir até a aquela festa.

Olhou assustada para NamJoon que encarava os dois rapazes sério.

— Minha salvadora, noona do leite! — ele exclamou olhando para ela — Lembra de mim? J-Hope!

Sorriu aliviada e deu risada junto de Hoseok.

— Você conhece a YoungHee-ssi? — ouviu a voz de SeokJin atrás dela, não ousou se virar para trás, pois sentia suas pernas bambearem demais. Jin parou do lado dela e encarou J-Hope, Hee não conseguia ver sua expressão, estava curiosa contanto mesmo que se movesse não conseguiria ver seu rosto direito.

— Sim, a noona me salvou em Nova Iorque, quando eu me perdi no mercado e não sabia falar inglês — J-Hope comentou coçando a nuca rindo enquanto falava com Jin, — ela estava com uma caixa de leite na mão, por isso eu a chamei de noona do leite.

— Essas crianças… — NamJoon resmungou, e naquele exato momento um click na mente de Hee a fez entender a situação. Finalmente entendeu quem eram as crianças que SeokJin mencionara.

— YoungHee-ah, estes são Hoseok,TaeHyung e o dorminhoco Yoongi. — Jin apontou para os meninos que sorriam como anjos, como se não estivessem com sprays de cabelo e lápis de olho na mão.

O rapaz de cabelos verdes com tons rosas murmurou um palavrão e se espreguiçou no sofá acordando lentamente. Os dois outros rapazes se entreolharam como se mentalmente dissessem um para o outro “corra”, antes que pudessem fazer qualquer coisa um garoto entrou pela porta do hall de entrada.

— Hyung eu estou com fome, por favor vamos comer, — disse bagunçando seus cabelos ruivos com uma expressão de frustrada no rosto. Olhou para YoungHee que observava os meninos abismada. — olá, você deve ser a noona Hee-ah!

SeokJin o mandou um olhar cortante, exigindo que ele tratasse YoungHee com respeito, porém ela apenas sorriu abaixando a cabeça.

— Hyung falou bastante de você. — Jimin sorriu de canto desviando o seu olhar de YoungHee para Jin, observando o desconforto de ambos com um sorriso malicioso. Seu hyung tinha lhe pedido milhares de vezes para que não se envolvesse, só que dessa vez Park Jimin teria que descumprir aquela promessa, SeokJin o agradeceria no futuro.




“Enquanto eu bebo este café de menta que você gostava, eu penso em você
Muito tempo passou e hoje em dia, às vezes eu sinto sua falta, eu me pergunto, por quê?”


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, eu realmente tentarei melhorar no próximo capítulo. Não sei se irei conseguir escrever essa semana, por conta disso o capítulo pode atrasar, já peço desculpas por isto. Estou planejando um capítulo bem natalino. ♥
Alguém aqui sofrendo com o comeback do BigBang? Mds é impossível escolher um bias naquele grupo, acho que o Seungri está ganhando toda a minha atenção :''') Alguém aqui por acaso está assistindo Goblin? Pelo amor, preciso falar sobre esse drama haha sz
O quê será que o Jiminnie vai fazer no próximo capítulo? Como o Yoongi vai reagir à tintura no cabelo dele? Kskskks me digam o quê vocês pensam, aliás no próximo capítulo irei incluir o Kook ^^
Acho que já me prolonguei o suficiente, até o próximo capítulo ♥
Annyong