What About Now? escrita por Manih


Capítulo 9
Honra


Notas iniciais do capítulo

Depois de tanto tempo, uns dois anos, surge a continuação.
Oi, sumida...



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Pegamos uma carruagem e nos dirigimos diretamente para a casa onde Wickman estava hospedado.

Vazia.

Fomos informados por uma vizinha (após liberar três moedas) que o mesmo saía toda noite para beber e jogar em um bar próximo. Dirigimo-nos apressadamente para o local e não precisamos entrar para escutar gritos animados. Adentrando o local, refleti brevemente sobre o quão movimentado minha vida estava pelas atitudes do afilhado de meu pai e lembrei rapidamente das tardes em que brincávamos juntos quando crianças. O lapso de memória passou quando avistei Mr. Bennet com a espada na mão tentando acertar Wickman, que ria e desviava facilmente das investidas do homem.

Mr. Gardiner tentou interromper a briga, mas Mr. Bennet gritou para que ficasse longe. Wickman estava brincando com o pai de Lizzie e, devido ao seu caráter perverso, creio que após cansar-se da briga finalizasse este da pior forma possível para nós. 

“E se o tirarmos a força da briga?” Charles sussurrou ao meu ouvido.

“Acho que feriria a honra dele. Ele está duelando pela honra de sua filha”. Eu respondi, alarmado.

“Se ele morrer não terá honra que o reviva”. Charles me respondeu e eu acenei com a cabeça levemente. Eu e Charles nos acercamos da luta vagarosamente e chegamos perto de Mr. Gardiner. Senti um nervoso percorrer pelo meu corpo. Percebi que atrás de Wickman havia uma outra pessoa bebendo e incentivando Wickman e uma pequena ideia percorreu a minha mente. Felizmente não precisei esperar muito para por em prática. O cafajeste acertou Mr. Bennet e cortou sua camisa. O homem desviou a tempo de escapar de uma espada perfurada em seu coração, mas pude ver que a mão que segurava o peito estava cheia de sangue. Wickman levantou a espada para finalizar o duelo.

“Espere!” Eu gritei e avancei. Wickman me olhou confuso. “Todo duelo precisa de padrinhos. Vejo que já tem o seu. Onde está o de Mr. Bennet?” perguntei.

“O idiota não quis um!” caçoou o amigo bêbado.

“Então eu serei seu padrinho” eu respondi e me ajoelhei para pegar a espada. Chamei mr. Gardiner e Charles para perto. “Tirei-o daqui e o levem para casa. Chamem o boticário”.

“Não faça isso jovem” Disse Mr. Bennet me segurando pelo casaco. “Essa luta não é sua”.

“Perdão Mr. Bennet, mas esta luta também é minha” eu respondi e, segurando a espada, levantei-me. 

Encarei o homem que quase arruinara a vida de minha doce irmã e avancei para cima dele. Imediatamente ele aparou o meu golpe, porém sua expressão de zombaria transformou-se em uma carranca e ele foi obrigado a largar o copo de cerveja no chão. Avancei uma, duas vezes e quase o fiz desequilibrar-se. Mas George Wickman mostrou que não tinha se alistado apenas para enganar jovens donzelas. Ele bravamente pulou para o lado e tentou me acertar com sua lâmina, restando me apenas poder desviar por pouco. Rolei para baixo de uma mesa e quando me levantei, a suspendi e atirei contra parede. Ouvi um grito de reclamação, provavelmente do barman, mas ignorei. Tive que fazer uma defesa rápida colocando a espada em cima de minha cabeça, pois Wickman havia pulado de uma mesa por cima de mim. Após me defender, esquivei-me para o lado e foi minha vez de tentar acertá-lo pela lateral.

Ele conseguiu defender-se e subiu em cima de uma mesa, afastando. Percebi que ofegava um pouco. Mentalizei uma estratégia e subi em cima da mesa, seguindo-o. Ele partiu para cima de mim e eu esquivei, pulando para outra mesa. Assim que ele pulou para minha direção, saltei para outra mesa. Assim sucedeu mais duas vezes e pude confirmar que ele estava cansado. O álcool devia estar fazendo efeito e o tornando mais lento. Além disso, a luta com Mr. Bennet, apesar de muita zombaria por parte de Wickman, deve ter durado por bastante tempo.

“Está fugindo Darcy!” Wickman gritou. “Talvez seja melhor chamar o seu amiguinho, ele parece mais homem que você!” ele avançou e eu esquivei novamente. ‘Ou então a adorável Lizzie! Ela é dura na queda, não é mesmo rapazes? “ele riu.

 Mesmo sem saberem quem seria Lizzie, os homens ao redor urraram em incentivo e eu aproveitei o momento em que Wickman ria e olhava ao redor para avançar. Ele conseguiu bloquear por pouco, porém perdeu o equilíbrio e eu caí em cima do homem, com a espada conflitando com a sua. Coloquei toda a minha força para empurrar a espada dele contra sua garganta. 

“Nunca mais se aproxime dos Darcy, dos Bennet ou quem quer que seja, me entendeu?” Eu gritei olhando furiosamente para ele.

Wickman reuniu toda a sua falta de dignidade e cuspiu em meu rosto, rindo contra a minha lâmina. Apertei mais a espada contra sua garganta, sentindo todo o ódio correr por meu corpo. Eu poderia matá-lo naquele momento e subornar os guardas; poderia usar a minha posição social para livrar-me da prisão facilmente, bastaria somente pressionar mais um pouco… Respirei fundo quando senti uma mão em meu ombro.

“Darcy, vamos para casa. Esse tipo de gente não merece sujar nossas espadas.” disse Charlie.

Continuei pressionando a espada, sem querer ouvir o meu amigo. Ele aumentou a pressão em meu ombro.

“Estão nos esperando em casa. Lizzie está te esperando, meu amigo.”

Relutante, levantei e joguei a arma longe. Ignorei o dono do bar gritando sobre reparos no estabelecimento e, sem olhar para trás, deixei esse homem no passado por completo. Esperava nunca mais ouvir o nome dele.

 

 

* * *

pov Elizabeth

 

Assim que os cavalheiros puseram os pés na rua, corri para o meu quarto e joguei-me na cama. Já estava farta de todos os acontecimentos e desejava apenas minha casa e o colo de Jane. As lágrimas molharam o travesseiro por um tempo, até que consegui me acalmar. Por mais preocupada que estivesse com meu pai, não conseguia esquecer a cena: Mr. Darcy, com os olhos brilhantes e face corada, dizendo me que seus atos eram motivados por mim… Meu coração acelerou tanto, nunca havia me sentido tão atordoada em minha vida.

Estava em frangalhos. Foram tantos acontecimentos, tantas tragédias acontecendo uma atrás da outra que meu coração encontrava-se em uma mistura de sentimentos. Devia manter-me forte, por minha irmã e familiares, mas me permeti despejar um pouco da fraqueza em meu travesseiro. Permaneci assim até que ouvi uma agitação no andar debaixo. Pulando da cama, tratei de enxugar o rosto e desci apressada, para achar o meu pai deitado no sofá da sala, com o peito em sangue. O boticário da cidade já adentrava pel aporta, para meu alívio. Durante longos quinze minutos, que mais pareceram horas, o homem trabalhou no ferimento de meu pai. Minha irmã permanecia chorando agarrada à minha tia e pedindo desculpas, e eu sentei na escada, sem conseguir desviar os olhos do boticário.

“Pronto, Mr. Gardiner. O ferimento já esta limpo e costurado.” disse o homem, para alívio de todos. “Será necessário muito repouso e descanso, além de uma limpeza no local duas vezes ao dia. Aconselho que esperem pelo menos uma semana antes de colocá-lo em uma carruagem.” completou o homem.

Os criados levam meu pai escada acima, para um quarto e certifiquei-me de que ele estava dormindo e voltei para o andar debaixo. Andava de um lado para o outro, aflita, pois os cavalheiros não chegavam. Pareceu-me horas quando uma carruagem parou em frente a casa. Corri até o saguão de entrada e, apesar d eouvir a voz de Charles, só consegui olhar para Mr. Darcy. Ele estava com as vestes levemente rasgadas, com cortes pequenos pelo rosto e um hematoma na testa.

“Oh, mr. Darcy!” exclamei. “Titio contou-me que o senhor duelou no lugar de meu pai…Estava tão preocupada!”

“Não preocupe-se, Miss Bennet, estou bem.”

“Mas está machucado!” exclamei novamente, pegando em sua mão. “Venha, eu mesma cuidarei do senhor.”

Puxei mr. Darcy para a sala de música e pedi a governanta que trouxesse água limpa, álcool, pano e loção para machucados e arranhões. Ele sentou-se no sofá e, molhando o pano no álcool, comecei a limpar os pequenos cortes. Mr. Darcy fechou os olhos e soltou um suspiro. Corei, ao perceber sua reação ao meu toque. Ao terminar, apanhei outro pano e passei a loção por todo o seu rosto. Todo o tempo ele permaneceu de olhos fechados e, quando afastei minhas mãos, ele as agarrou e abriu os olhos. Nos encaramos longamente, e percebi que sua mente estava agitada. Senti-me instantaneamente nervosa, aflita, com frio na barriga. Meu coração batia rápido.

Talvez, naquele momento, mr. Darcy se declarasse para mim de novo, como me pareceu hoje de manhã, antes de sabermos que meu pai havia ido atrás de Wickman. Contudo, pela segunda vez no mesmo dia, fomos interrompidos.

“Onde está o meu sobrinho?” Ouvimos uma voz muito conhecida gritar.

 


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