What About Now? escrita por Manih


Capítulo 2
Esgrimando


Notas iniciais do capítulo

Ola!!!! Boa leitura para todos!



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Ao descer as escadas, pude ouvir a risada de Miss Eliza e senti meu estomago revirar. Adentrei o salão e a vi conversando animadamente com Charles. Ignorei uma pontada de ciúmes e cumprimentei os Gardiners e sua sobrinha. Enquanto Elizabeth, sra. Gardiner e Georgiana conversavam com Charles sobre alguma aventura dele, os cavaleiros falavam sobre a pescaria do dia anterior.  Caroline, Louisa e sra. Anneley ainda não haviam descido. Aproximei-me de Elizabeth e me pus a ouvir a história de Bingley. Creio não ter escutado muito, pois minha atenção estava em Elizabeth. No modo como ela cruzava suas mãos no colo. Em seus cabelos, seus olhos, seu sorriso. Repreendi-me por estar a observando por muito tempo e olhei para minha irmã. Fiquei contente por ela aparentar tranquilidade. Parecia estar gostando da noite.

Por fim as senhoras restantes desceram e fomos para a mesa. Como proprietário de Pemberley, sentei-me na ponta da mesa. Ao lado esquerda estava minha irmã, e ao direito estava um dos meus convidados. Infelizmente não pude conversar com Elizabeth durante o jantar e a minha tortura continuou quando estava no salão dos cavaleiros. Apenas quando fomos para o salão das damas senti-me aliviado. Sorri, ao ver Elizabeth conversando com Georgiana sem a ajuda da sra. Anneley. Esta conversava com a sra. Gardiner e Caroline e sua irmã estavam conversando entre si, afastadas.

A primeira coisa que sr. Hurts fez foi chamar os presentes para jogar. As mesas de jogos foram postas. Observei minha irmã falando animadamente com Elizabeth e não pude evitar um sorriso. Fiquei por um momento em dúvida sobre deixa-las conversando a sós para se conhecerem melhor, ou me aproximar e permanecer perto de Elizabeth. Por fim, recusei a oferta do jogo e aproximei-me das duas.

“Georgiana está a contar suas travessuras na escola para Miss Eliza?” eu disse, um pouco divertido e sorri ao ver minha irmã corar com meu comentário.

“Garotas não aprontam tanto quanto os cavaleiros, sr. Darcy.” Elizabeth e defendeu, com o seu costumeiro sorriso malicioso. “E eu devo perguntar, o que pretende ao esconder suas mãos nas costas?”

“Certamente que não, miss Eliza” respondi. Mostrei para as senhoras o jogo em minhas mãos. “Talvez as senhoras possam se sentir inclinadas a jogar Charadas comigo?”

“Oh, eu gosto muito deste jogo.” Exclamou Georgiana. Sra. Anneley e sra. Gardiner se juntaram a nós. Quando estávamos prestes a começar, Caroline decidiu fazer parte do grupo.

Jogamos por uma metade de hora e então Caroline, de forma subitamente amável, pediu para que Georgiana tocasse para que os convidados pudessem dançar. Percebendo o embaraço que minha irmã se encontrou, Elizabeth se ofereceu para fazer um dueto com ela e eu a agradeci mentalmente. Caroline não tem a sensibilidade de Elizabeth. O sr. Gardiner tomou sua esposa para dançar. Charles chamou sua irmã Louise e percebi Caroline se esgueirando para perto de mim. Imaginei que ela queria ser convidada, contudo decidi frustrar seus planos ao me aproximar e contemplar a dupla ao piano. Ao final da música, Caroline não tinha desistido de tentar chamar minha atenção e pediu que Georgiana a deixasse tocar, alegando querer mostrar uma nova música que tinha aprendido. Não perdi tempo e convidei Eliza para dançar.

“Seu pedido é tolerável,” Ela respondeu-me com o seu sorriso habitual e a malicia nos olhos. “mas não é suficiente para me tentar e não estou com humor para dar atenção a cavalheiros que foram desprezados por outras damas.”

Apesar da recusa, ela continuou parada, me olhando e desafiando em sua esgrima de palavras.

“Talvez,” eu respondi prontamente, “a senhora seja má qualificada para recomendar-se à estranhos em um salão de baile. Provavelmente, possui talento algum para conversar facilmente com aqueles que nunca viu antes. Contudo, creio que simplesmente a senhora não se dê ao trabalho de praticar.”

A minha mão ainda estava estendida e, sorrindo mais largamente, ela colocou sua mão na minha.

Juntamos-nos àqueles que já dançavam: Charles com Georgina E Louisa com, inesperadamente, sr. Gardiner. Provavelmente sua educação falou mais alto que seu desprezo pela profissão do cavalheiro.

“Está é uma dança agradável.” Ela disse.

“Certamente. E agora eu devo comentar sobre o tamanho de salão e o número de casais, correto? Pois eu declaro que se este fosse um baile oficial, o anfitrião estaria redondamente equivocado. Contudo, o salão é agradável e amplo, considerando o número de casais.”

Ela riu. “Por isso bailes privados são melhores que os públicos.” Ficamos alguns instantes em silêncio. Puxei em minha mente o restante da conversa daquela noite. “Eu devo perguntar,” comecei. “Ainda é de sua opinião que somos de uma disposição anti-social e taciturna e que prefiro falar apenas para causar espanto à todo o salão?” Sua expressão tornou-se pensativa.  Por fim ela deu um pequeno sorriso. “De certo que está não é uma similaridade do seu caráter. Pelo contrário, afirmo que eu sou aquela que tal descrição está mais perto de ser verdadeira.”

“Não cabe a você decidir sobre a sua própria performance.” Eu disse, sério. “Pelo contrário, suas palavras são sempre verdadeiras e se causam espanto para alguém, decerto que os sentimentos desta são contrários a tudo o que é bom e justo.”

“O senhor é muito bom.” Ela sussurrou e caímos em silêncio. Estará ela agradecida? Envergonhada? Não é de costume ver Elizabeth sussurrando por quaisquer motivos. Decidi continuar a conversa que levávamos em forma de jogo. “Acho que devo perguntar sobre um passeio seu, contudo já fiz perguntas demais sobre sua viagem à essas redondezas.” Comentei.

“Fico feliz que não comente sobre Meryton. E posso acrescentar que fiz uma amizade aqui em Derbyshire.” Ela olhou para Georgiana e eu sorri, muito feliz por ela chamar minha irmã de amiga. “Georgiana ainda está aprendendo a interagir com desconhecidos e, por isso, para ela é um pouco difícil fazer novos amigos. Mas creio que seja certo declarar que ela é altamente capaz de mantê-los por perto.”

“Ela é feliz por ter sua proteção, de uma forma que acredito que será plenamente feliz por toda a vida dela.” Ela disse suas palavras sorrindo e eu senti que meu sorriso era largo ao ouvi-la falar de minha irmã. “Eu sou agraciado por ter Georgiana como irmã.” Alguns segundos passaram e ela comentou divertida. “Eu ainda não quero falar sobre livros. Apesar de ter ouvido falar que a biblioteca de Pemberley é uma das maiores do mundo.”

“Poderá usufruir de meus livros o quanto quiser. Penso que já visitou minha biblioteca antes de nos encontrarmos, mas não teve a oportunidade de olhar cada livro.”

“Olhar cada livro? Isso levará tempo demais.” Ela disse ao final das últimas notas da música.  “Leve o tempo que desejar.” Eu respondi. Ela fez uma mesura e eu a respondi igualmente.  Nossa dança me fez refletir e constatar mais uma vez que o lugar de Elizabeth era ali em Pemberley, ao meu lado. E certamente, eu faria de tudo para que ela aceite ser minha esposa.


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