Amor Desconhecido escrita por Agent Krysten


Capítulo 7
Nós Já Nos Conhecemos


Notas iniciais do capítulo

Olá a todas(os)! Espero que estejam bem.
Obrigada pelos comentários, e por todas (os) que estão acompanhando a fic.
To Lily Moonlight: you got it right! :D. I would love to see Mac and Gibbs working together...or as friends!
Segue mais um capítulo. E já sabem: qualquer erro, por favor me avisem.



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Jess arregalou os olhos assustada, como se estivesse vendo um fantasma.

Mac observou Amanda e Jess e estranhou a reação das duas.

— Vocês já se conhecem? – perguntou surpreso.

Amanda balbuciou quando percebeu sua reação totalmente inoportuna. Jess apenas a olhava imóvel de boca aberta, sem acreditar no que estava vendo à sua frente.

— Ah, sim – tentou disfarçar – se lembra, Jess? Daquele treinamento que fizemos em Nova Iorque?

Jess mexeu os lábios nervosa, sem saber o que dizer.

— Sou Amanda, se lembra? – disse reforçando a voz.

A policial compreendeu o sinal de Amanda e se posicionou na conversa.

— Ah, claro! Oi Amanda, já faz tempo né?

Um silêncio desconfortável invadiu o ambiente e Mac tratou de interromper aquela estranha situação.

— Esse é o detetive Flack. Trabalha comigo na delegacia.

— Muito prazer, Flack.

Os dois se cumprimentaram com um aperto de mãos.

— Por favor, entrem. – convidou Amanda.

— Não queremos te atrapalhar. A Jess está voltando para Nova Iorque amanhã e veio se despedir. – explicou Mac.

— Ah, entendo. Mas vocês não querem entrar um pouco? Tomar alguma coisa?

Jess aproveitou a oportunidade para investigar mais sobre Amanda.

— Amanda, se não for incômodo, gostaria de um copo de água.

— Claro, vem comigo.

Intrigado, Mac ia seguindo as duas para dentro da casa quando Flack o atrapalhou.

— Olha só, xerife! Então esse é o tal balanço que vocês reformaram! Me mostra essa obra-prima!

Ele andou até o balanço e Mac, que ainda olhava as duas ininterruptamente dentro da casa, teve que desviar a sua atenção e acompanhar seu colega policial.

Dentro da cozinha, Jess se certificou de que os dois policiais estavam fora de alcance.

— Meu Deus! – levou as duas mãos sobre o rosto – Amanda?

— Você tem notícias da Kirsten?

Jess teve que respirar fundo para voltar à realidade.

— Ela está em Phoenix. Está indo bem na força policial do Arizona. Ela sofreu muito quando você...sabe, mas agora ela está bem.

Amanda respirou aliviada, porém triste.

— O que você está fazendo aqui? Como isso aconteceu?

— É uma longa história. Não conte nada a ninguém.

Jess deu uma breve gargalhada.

— Claro que não vou contar nada! Ninguém vai acreditar mesmo.

Mac tentou espiar as duas pela fresta da cortina da janela e foi interceptado pelo olhar de Amanda. Para disfarçar, ela foi até o armário e pegou um copo para enchê-lo de água.

— E como estão as coisas em Nova Iorque? – perguntou Amanda lhe entregando o copo de água.

— Loucas, como você deve se lembrar. Eu trabalho no décimo segundo distrito, junto com a equipe do laboratório de criminalística. Na verdade, eu trabalhei com o Mac por alguns meses antes dele pedir transferência. Ele era meu chefe.

Jess aproveitou e tomou toda a água do copo, matando a sua sede inexistente.

— Mas e aí? Você e o Mac estão...está rolando alguma coisa?

Amanda negou com um movimento negativo de cabeça.

— Não, não temos nada. E nessas condições, nem posso me envolver com ninguém.

— Que pena. O Mac é um homem maravilhoso, honesto, corajoso, amoroso. Um ótimo pretendente.

— Talvez seja por isso que eu não posso me envolver. – suspirou Amanda decepcionada.

— E aí meninas, como está o papo? – disse Flack invadindo a sala da casa e interrompendo a conversa.

Elas deram uma risadinha morna.

— Estávamos nos lembrando desse treinamento que fizemos em Nova Iorque, sobre táticas forenses. Foram dias loucos. – disfarçou Amanda.

— Se foram. – complementou Jess.

Flack também pediu um copo de água para Amanda, que logo o atendeu. Mac apenas observava aquela conversa a uma certa distância, intrigado como fato delas se conhecerem. E principalmente, de Nova Iorque.

— Bem, eu tenho que ir. Tchau Amanda, foi um prazer revê-la. – despediu Jess, dando um abraço nela.

— Se cuida. E cuida da Kirsten para mim. – cochichou Amanda – O prazer foi meu. Apareça mais vezes. – disfarçou.

Ela se despediu de Flack e apenas lançou um olhar para Mac.

Na varanda da casa, o xerife esperou que o casal se distanciasse um pouco e se virou para Amanda.

— Quinta, às sete? – suspirou.

— Quinta, às sete. – confirmou usando o mesmo tom.

Amanda manteve seu sorriso falso até que os policiais se distanciaram. Quando eles saíram de sua visada, fechou a porta de sua casa e se encostou nela, se repreendendo pela tremenda falha que havia cometido. Seus pensamentos borbulharam em sua cabeça e ela torceu arduamente que Jess soubesse responder às milhares de perguntas que fatalmente Mac faria. Afinal, outro passo em falso, sua vida mudaria outra vez.

O toque estridente do celular seguro atrapalhou os pensamentos dela e instintivamente, ela correu para atendê-lo.

Assim que o protocolo de segurança fora completo, a voz conhecida se apresentou do outro lado, como sempre fazia.

— Oi Amanda. Como você está?

— Estou bem.

Amanda tentou disfarçar sua respiração ofegante, todavia, não o suficiente para não ser percebida do outro lado da linha.

— Está tudo bem, mesmo? Você pode me confirmar?

Um onda gelada viajou pelo corpo dela. Aquela era a frase padrão para verificar sua real condição. Ela fechou os olhos e deixou sua mente trabalhar por alguns milissegundos. Sua única oportunidade de reparar o erro que havia cometido há alguns minutos atrás estava disponível. Era somente prover a resposta padrão que tudo mudaria em questão de horas. Entretanto, seu emocional atrapalhou seus pensamentos e tomou a decisão final.

— Sim. Está confirmado.

Ela respirou fundo e continuou a conversa normalmente. Jocelyn questionou e explicou todos os itens, como sempre fazia e Amanda respondeu e confirmou todos eles. E como sempre, ela tinha que repetir sua única pergunta.

— Jocelyn, e o Josh? Tem notícias dele?

— Infelizmente não. Eu sei que a espera é difícil, mas estamos procurando.

Amanda suprimiu um soluço que choro.

— Não importa. Eu vou esperar por ele pelo resto da minha vida. Podem aparecer milhares de pessoas até lá, mas quando ele aparecer, minha vida será só dele.

Jocelyn se despediu e encerrou a ligação. Amanda encostou o telefone na testa e se repreendeu fortemente por desrespeitar uma das regras. Ela deveria ter informado imediatamente que havia sido reconhecida e assim, evitar consequências maiores. Entretanto, seu emocional dominou seu raciocínio e não permitiu que ela assim fizesse. Ciente do risco, decidiu prosseguir e rezou para que tudo aquilo não passasse de uma simples coincidência e que logo seria esquecida.

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Durante a longa semana, Mac repetiu o hábito de passar todas as tardes na frente da casa da Amanda e, conforme esperado, ela estava em seu balanço e acenava para ele, sorrindo. Eles trocaram mensagens pelo aplicativo de conversa online e se falaram pouco nesse período. A ansiedade pelo jantar cresceu exponencialmente e engoliu o tempo, fazendo o grande dia chegar mais rápido do que eles imaginaram.

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Mac Taylor se olhou no espelho pela milésima vez. E pela milésima vez, desesperou-se.

Apesar do barbear impecável e o cabelo bem penteado, ele não conseguia acertar seu figurino.

Ele não se lembrava mais de como se arrumar para um encontro e se lamentou pela mãe não estar lá e dar sua valiosa opinião, como sempre fez nos vários encontros mal sucedidos que teve após a partida da Claire.

Bufando indeciso, ele tirou a gravata. Depois, decidiu tirar a camisa de dentro da calça. Dobrou as mangas da camisa azul até o ombro e borrifou seu perfume. A noite estava agradável e o restaurante do Sid, apesar de aconchegante, não era luxuoso. Sua última verificação no espelho o agradou e assim resolveu ficar. Se ele entrasse naquele círculo de dúvida novamente, chegaria atrasado na casa da Amanda.

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Segurando um pequeno buquê de flores do campo, Mac subiu as escadas da varanda e quando chegou à porta, seu coração parecia querer sair pela boca.

Nervoso, ele bateu gentilmente na porta e esperou ansioso pela resposta.

Ao ouvir passos vindo em sua direção, seu coração usou os últimos espaços que tinha para bater e quase parou quando a porta se abriu.

— Boa noite, xerife.

O vestido era cor de pêssego, com a saia solta que acabava poucos centímetros acima do joelho. O modelo com alças deixou o seu belo colo a mostra, e só não mostrou mais porque ela usava uma pequena blusinha de renda por cima, decorada com pequenas pedras brilhantes. Seus cabelos estavam presos e alguns cachos caíam pelas laterais, onde as pérolas dos brincos complementavam a decoração. O verde esmeralda dos olhos estavam realçados pelo suaves contorno preto e sombra colorida e os lábios, ligeiramente vermelhos e brilhosos.

— Boa noite, Amanda. Você está linda. – disse Mac com dificuldade.

Ele ofereceu o pequeno buque com as flores e ela aceitou, sorrido.

— Obrigada, xerife.

— Vamos?

Mac ofereceu seu braço e ela entrelaçou com seu, e eles caminharam juntos até o restaurante.

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Sid aguardava o casal ansiosamente, com sua melhor mesa decorada e pronta para recebê-los.

Mac tratou de todos os detalhes com o dono do restaurante durante a semana, tentando transformar o simples jantar em um momento especial e inesquecível para os dois.

— Amanda. Xerife. – cumprimentou Sid abrindo a porta para o casal.

Ele os guiou até o terraço do restaurante, onde a impecável mesa os aguardava, iluminada por pequenas luzes amarelas em forma de cascata na parede e enfeitada com flores típicas da ilha, nas cores branca, roxa e rosa.

Toda a orla da praia era visualizada daquele local e a brisa, refrigerava o ambiente naturalmente.

Mac solicitou velas, todavia, elas não sobreviveriam à constante brisa da praia. Então, para atender o pedido especial do xerife, Sid encomendou velas eletrônicas a LED, que dentro dos pequenos vasinhos de vidro, apresentaram o mesmo efeito aconchegante das chamas amareladas.

Amanda se encantou com toda a decoração e os elogiou.

— Você quer me dar o seu casaquinho? – perguntou Mac ajustando a cadeira dela após ela se sentar.

— Não, estou bem assim.

Mac a deixou analisar o cardápio por alguns minutos e fingiu estar fazendo o mesmo. Se ela tivesse algum problema em sua decisão, um cardápio especial já estava combinado com o Sid.

— Tudo parece delicioso, xerife. – disse fechando o cardápio. – Mas algo me diz que você já tem tudo planejado.

Ele riu surpreso com a astúcia dela.

— Está tão evidente assim?

Ela levantou a sobrancelha, confirmando.

— Está certo, então. Espero que goste.

Um gesto previamente acordado com o garçom disparou a preparação dos pratos planejados. Enquanto o pedido era executado, Mac pegou a garrafa de champanhe que descansava no balde com gelo prateado e o abriu.

O líquido borbulhante encheu as taças e um brinde foi oferecido.

— Tudo aqui é tão tranquilo que eu nem sei o porque vivia naquela correria da cidade grande.

— Acho que todos nós precisamos viver na correria para darmos valor a calmaria. Mas eu tenho que confessar que fazia algum tempo que eu não enxergava a ilha com esses olhos. Eu estava precisando de uma inspiração.

Amanda sorriu envergonhada e tomou um gole do líquido gelado, tentando molhar sua garganta seca.

O garçom serviu as entradas e eles iniciaram o jantar.

— Como estão indo as coisas na escola?

— Os celulares atrapalham um pouco, tiram a atenção deles. O que eu faço é tentar deixar as aulas menos teóricas e mais práticas. Disso, eles gostam.

— Ser líder não é fácil. Em nenhum momento.

Ela limpou a boca em seu guardanapo e tomou um gole de seu champanhe.

— Mas, xerife, me fale como é ser marine. Ser parte do grupo de elite da marinha. É todo aquele glamour que pregam por aí?

Mac descreveu as particularidades das atividades de marine e contou algumas histórias das missões que participou.

O tempo passou depressa e logo os pratos principais chegaram.

Ela analisou o prato com curiosidade e mesmo sem saber o que era, o delicioso aroma a assegurou de que estava delicioso.

— Filé de linguado grelhado com molho branco de ervas com palmito e camarão gratinado na manteiga. Aspargos e batata corada. – explicou Mac.

— Simples e delicioso. – provocou.

— Você me disse que gostava de frutos do mar. Mas não quis arriscar. Bom apetite.

Ao degustar o jantar, Mac questionou Amanda sobre a sua vida antes de Oak Island. Ela inventou histórias, para desviar o assunto e incluiu Kirsten em algumas delas. Ele também complementou com outras histórias e quando se deram conta, o jantar havia acabado.

— Estava delicioso, xerife.

— Quem bom que gostou.

O mousse de chocolate foi servido juntamente com um licor de amora, encerrando o cardápio do jantar.

— De onde você conhece a Jess? – disparou finalmente Mac.

Ela tomou seu licor e deixou a bebida doce queimar sua garganta antes de responder.

— Eu fui para Nova Iorque algumas vezes para participar de palestras na Columbia sobre técnicas forenses. Em uma delas, eu encontrei a Jess.

Mac a olhava, desacreditado.

— O que foi, xerife?

— É que esse mundo é muito pequeno. A gente poderia ter se encontrado em Nova Iorque.

— É verdade.

Um sentimento nostálgico tomou conta do ambiente e incomodou Amanda, que se levantou e decretou o fim do jantar.

Na saída, Sid os aguardava e merecidamente, recebeu outro elogio e o agradecimento de Amanda.

— Sid, estava tudo maravilhoso. Obrigada. – agradeceu com um abraço.

Mac e Sid trocaram olhares maliciosos assim que Amanda passou por eles.

— Boa Sorte. – desejou Sid.

— Obrigado. – agradeceu Mac.

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O casal trocou poucas palavras no caminho de volta à casa dela.

Ele ensaiava o que iria dizer assim que chegassem e ela apenas manuseava as flores de seu pequeno buquê, disfarçadamente.

Ao chegarem no destino, Amanda tomou a frente da conversa.

— Xerife, você aceita um café?

Mac se surpreendeu com o inesperado convite, pois estava preparado para ser dispensado e ter que se despedir ali mesmo.

— Sim, aceito.

Eles entraram na casa e Amanda foi direto para a cozinha preparar a bebida. Diferentemente do que havia feito no dia do reparo do balanço, Mac analisou o interior da casa dela com mais atenção, à procura de alguma pista ou foto que pudesse corroborar com as histórias que havia escutado. Infelizmente, não havia nada.

Sua atenção caminhou pela casa até chegar nela, parada junto ao balcão da cozinha.

Amanda batia um pé descalço no chão, seguindo um ritmo imaginário, enquanto manuseava os utensílios para o café. O contorno do corpo dela era realçado pelas luzes fluorescentes do cômodo, em contraste à pouca luz da sala de estar.

Hipnotizado por ela, ele caminhou em sua direção e se posicionou atrás dela, retirando os itens que manuseava de suas mãos.

— Esquece o café. – suspirou no ouvido dela.

Mac a virou delicadamente e a encostou no balcão. Sua mão segurou delicadamente o rosto dela e ele se aproximou, até os lábios se tocarem.

Amanda não o evitou. Entretanto, não respondeu ao beijo.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Comentem! Obrigada e até a próxima!



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