Amor Desconhecido escrita por Agent Krysten


Capítulo 15
Um Olhar de Mil Palavras


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores (as)! Como estão? Espero que bem.
Agradeço quem está acompanhando a fic e também quem deixou comentários.
Bem, segue um novo capítulo. Se houver algum erro, por favor me avise.
Obrigada e aproveitem!



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Amanda se aproximou lentamente de Mac, receosa com as condições físicas dele.

Ele estava amarrado em uma cadeira e com o rosto bastante machucado. Sua roupa estava banhada em sangue e uma mordaça tapava a sua boca.

— Mac? – a voz trêmula dela invadiu timidamente o armário.

Antes que ela pudesse pressionar o pescoço dele para verificar a pulsação, ele abriu os olhos repentinamente, a assustando.

Mac reconheceu Amanda e começou a resmungar e a se mexer na cadeira, mas a mordaça o impedia de se expressar adequadamente.

Cuidadosamente, Amanda removeu o pedaço de pano da boca dele, e acariciou seu rosto, profundamente machucado.

— Foge, Amanda. – ordenou com dificuldade.

— Quem fez isso? O que aconteceu?

— Amanda, foge. Ele está aqui.

Amanda sentiu um calafrio inundar suas veias quando compreendeu a mensagem dele. Aterrorizada, ela deu alguns passos para trás e só parou quando sentiu algo gelado encostar em sua nuca.

— Oi, Stella. Quando tempo, não é mesmo?

Ela se virou devagar e reconheceu sua ameaça.

— Philip?

— Eu te falei que ia te achar e te matar. Você achou mesmo que essa coisa de proteção às testemunhas ia funcionar? Conversa fiada! Esse processo tem mais furo que queijo suíço!

Amanda trocou um olhar triste com Mac e decidiu se entregar.

— Deixa ele em paz, Philip. Vamos, eu vou com você. Faço o que você quiser.

Mac arregalou os olhos, nervoso.

— Não, Amanda!

Philip se irritou com a intromissão de Mac e reposicionou a mordaça em sua boca. Isso não o impediu de continuar resmungando e nem de se mexer impacientemente na cadeira.

— Fica quietinho aí, xerife!

Após amordaçar Mac, ele amarrou os braços de Amanda e a colocou sentada na cama.

— Sabe, não sei por onde começar. Se machuco você primeiro e faço ele sofrer. – disse apontando a arma para Mac. – Ou se machuco ele primeiro e faço você sofrer.

— Pare com isso, Philip! Seu problema é comigo, então vamos resolver logo!

O bandido soltou uma risada sarcástica.

— Mas aí não tem graça, não é cunhadinha?

Philip puxou uma faca que estava presa em seu tornozelo e a levantou contra a luz, fazendo o metal brilhar.

— Acho que vou terminar o que meu irmão começou. Deita de costas.

Mac tentou gritar, contudo, amarrado e amordaçado, nada podia fazer para evitar que a machucassem.

— Se você não fizer o que eu mandar, ele vai pagar as consequências. – ameaçou apontando a faca para o xerife.

Ela fechou os olhos e respirou fundo. Deitada na cama, sentiu sua roupa ser rasgada e suas costas ficarem à mostra.

A ponta da faca entrou facilmente na pele dela, deixando um rastro de sangue. Amanda não se manifestou e suportou a dor, em silêncio.

A ausência de sofrimento dela o irritou e ele manuseou a faca de forma a aprofundar o corte. Desta vez, ela não aguentou e gritou de dor.

— Você devia ter morrido, sua vadia!

Philip assistiu o corpo dela se banhar em suor e se contorcer em dor, antes de desferir um novo corte. Ao posicionar a faca de ponta na pele dela, um barulho soou do andar térreo da casa. Ele cessou seus movimentos e focou sua atenção para identificar o ruído.

Em alguns segundos, o ruído foi ouvido novamente.

Nervoso, apertou a faca contra o pescoço dela e a levantou da cama, a empurrando até o banheiro. Ela caiu no chão e antes que ele fechasse a porta, a alertou.

— Fica quietinha, senão eu volto e acabo com a vida do seu xerife. – ameaçou guardando sua faca no suporte em seu tornozelo.

O bandido empenhou sua arma e deixou o quarto, para verificar o origem do ruído. Após checar todos os cômodos e possíveis esconderijos dentro da casa, ele observou o exterior do imóvel e não notou nada de anormal, e não havia ninguém por perto da cabana.

Entretanto, outro ruído foi percebido no primeiro andar da casa. Furioso, ele correu pelas escadas e foi de volta ao quarto, onde estavam seus prisioneiros. Ao chegar lá, encontrou tudo como havia deixado: Mac atado na cadeira e agora desmaiado e Amanda, com as mãos amarradas e caída no chão do banheiro.

Intrigado, Philip olhou ao seu redor antes de levar Amanda de volta à cama. Ela disfarçou e se sentou na beirada, preparada para agir.

— Onde eu estava mesmo? Ah, é. Vai, deita na cama de costas. – ele ordenou e descansou sua arma em cima da cama.

Quando Philip desviou a atenção para resgatar sua faca, ela o chutou com força, acertando-lhe o rosto. Ele caiu no chão, se distanciando de sua arma.

Amanda chutou a arma para o lado oposto da cama, e rolou por cima dos lençóis, até cair do móvel para resgatá-la. Ele percebeu a intenção dela e se levantou, um pouco tonto, enxugando o sangue que escorreu de seu nariz.

— Belo truque, Stella. Como você acha que vai usar a arma? Com a boca?

Ela se levantou e nada respondeu.

Philip expirou forte e se abaixou para pegar a sua faca do chão. Rindo sarcasticamente, ele se dirigiu a Mac para atingi-lo. Todavia, ele congelou seus movimentos quando ouviu o conhecido clique de uma arma sendo engatilhada.

Surpreso, ele se virou para Amanda, que tinha a arma apontada para a cabeça dele.

— Eu podia usar a minha boca, mas já que soltei as minhas mãos, vou usar elas mesmo. Agora joga essa faca para lá. Agora!

Ele fez um movimento negativo com a cabeça, desacreditando nas reações dela.

— Você é uma covarde, Stella. Não vai atirar em mim. Não fez na primeira vez que teve a chance, por que acha que vai fazer isso agora? Naquele dia, no galpão, se você tivesse atirado, poderia ter seu filho nos braços, mas não, a policial fofoqueira amarelou quando se viu de frente com bandidos de verdade!

Irritada, Amanda baixou a arma e desferiu um tiro, acertando a perna de Philip.

— Sua desgraçada! – reclamou, gemendo de dor.

O barulho do tiro despertou Mac, que apenas observou o bandido segurar seu ferimento.

— Joga a faca! – gritou Stella.

Philip obedeceu e jogou a faca para longe de seu alcance.

— Você não vai querer atirar em mim, pois tenho uma informação que te interessa.

— Ah, é? E o que seria?

— Eu sei onde Josh está.

Mac resmungou e fez um sinal de negativo insistentemente com sua cabeça, ao mesmo tempo que se mexia desesperadamente na cadeira.

Amanda engoliu seco e quando sua mão começou a tremer junto com a arma, respirou fundo e manteve seu foco.

— Então me fala onde ele está.

— Assim, de graça? Claro que não!

Ela mordeu os lábios nervosa e reposicionou a arma na direção da cabeça dele.

— Fala onde está meu filho! – Gritou.

— Com uma condição. Você vai ter que atirar nele.

Sem analisar a situação, Amanda mirou Mac, que tentava sem sucesso sinalizar que tudo aquilo era mentira.

— Se afasta dele, Philip.

Philip sorriu vitorioso e se afastou um pouco, desobstruindo o alvo para ela.

A respiração dela começou a falhar e seus olhos se encheram de lágrimas.

— Eu sinto muito, Mac.

— Vai atira, Stella! Seu filho é mais importante que esse xerife intrometido!

Mac parou de se mexer na cama e esperou ser atingido. Mesmo que ele morresse, Amanda reencontraria Josh. Naquele encontro em Nova Iorque, Jo garantiu de que iria contatar Jocelyn e avisar sobre a localização dele. Em adição, sua mãe tinha instrução específica de contatar Jo caso acontecesse alguma coisa. Por isso, a última coisa que desejou foi que ela apenas se salvasse daquele criminoso.

Ele lançou um olhar sereno para ela, se despedindo. Uma declaração de amor saiu abafada pela mordaça, e mesmo assim, os ouvidos dela conseguiram decifrar.

Amanda respirou fundo e endireitou a arma na direção de seu alvo. Philip ria enquanto a aguardava atirar.

— Vamos, Stella! Quero ver a sua cara quando disparar contra seu grande amor!

Ela lançou um olhar fulminante para Philip.

— Vai para o inferno, seu desgraçado!

Outros três tiros foram deferidos na direção do armário. E todos eles acertaram Philip, que foi imediatamente ao chão.

Um suspiro de alívio a acalmou e ela correu para Mac, que lutava para manter os olhos abertos.

— Adam! Adam!

Sem demora, o Adam apareceu no quarto, pálido e ofegante.

— Você chamou ajuda conforme te falei?

— Sim. Eles estão a caminho.

Amanda acariciou o rosto machucado de Mac e retirou a mordaça.

Sem forças para dizer a ela sobre Josh, ele apenas balbuciou e lutou para manter os olhos abertos.

— Está tudo bem, xerife.

Lágrimas começaram a deslizar pelo rosto dele, e os soluços de choro o engasgaram, misturado com o sangue que molhava a sua boca.

— Me ajuda a colocar ele na cama.

Os dois desamarraram o xerife e o transportaram para a cama, sob seus gemidos de dor.

— Adam, você cuida dele até o socorro chegar. Eu tenho que fazer uma coisa.

Para o desespero de Adam, Amanda os deixou sozinhos no quarto.

— Amanda, espera! Onde você vai?

O xerife apertou a mão de Adam e quis se levantar, para ir atrás dela.

— Calma, xerife. – disse Adam o empurrando de volta para cama.

Os soluços de choro e desespero se intensificaram e o corpo de Mac não suportou mais, e desfaleceu.

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Mac despertou bruscamente de seu pesadelo e se sentou na cama, lutando para respirar.

— Hei, calma Mac. – uma mão carinhosa o empurrou de volta para o colchão macio.

Nem a pequena máscara de oxigênio colocado em seu nariz parecia lhe ajudar na respiração.

— Jo? Onde está a Amanda?

— Ela não está aqui.

— O que? Onde ela está? Eu preciso falar com ela sobre o Josh.

Jo firmou seu tom de voz para fazer com que ele a escutasse.

— Mac, ela está em outra ala do hospital. A Jocelyn está furiosa lá fora, mas concordou em deixar você falar com ela mais tarde.

— Ela está bem?

— Sim. Apenas um corte nas costas. E você?

Uma estranha e doce lembrança hipnotizou sua mente.

— Ela preferiu não saber do filho dela do que atirar em mim.

Jo franziu a testa, curiosa.

— Como assim?

Ele explicou para a colega detetive o que aconteceu no quarto da cabana, e a decisão inesperada de Amanda.

— Uau! – comentou Jo admirada. – Mas você tinha comentado com ela?

— Não. Ela não sabia de nada.

Mac perdeu seu foco naquele pensamento por alguns segundos e logo sua mente te trouxe de volta aquele quarto de hospital.

— E o Josh?

— Sua mãe está com ele na cidade, em um hotel. Ela me contatou, a seu pedido.

O xerife respirou aliviado, e seus músculos relaxaram. Desta forma, ele se permitiu deitar completamente no leito.

— O que o Adam estava fazendo na cabana?

— Bem, ele mesmo pode te dizer.

Jo sinalizou para o Adam, que olhava para dentro do leito pela fresta de vidro da porta. Ele pediu licença aos detetives e questionou como o xerife estava se sentindo.

— O que você estava fazendo na cabana, Adam?

— Depois que eu mandei a mensagem para o senhor, me dei conta de que a voz da segunda ligação não era igual a da primeira, e que se parecia muito com o cara que conversou comigo procurando pela Amanda. Eu fiz a análise do áudio e consegui tirar o efeito, e a voz pura realmente se parecia com a do cara. Tentei te avisar, mas não consegui. Então eu fui atrás de vocês.

Ele respirou fundo e continuou seu relato.

— Quando cheguei lá, reconheci as vozes, do cara e da Amanda, no primeiro andar. Ouvi ela gritar e eu tinha que ajudar. Consegui tirar ele do quarto por alguns momentos. Subi pela sacada, vi o senhor desmaiado na cadeira e encontrei a Amanda no chão do banheiro. Desamarrei as mãos dela e saí para pedir ajuda, com as informações que ela me deu.

O xerife o encarou e lançou seu conhecido olhar repressor.

— Foi muito inconsequente, Adam.

Ele baixou a cabeça, envergonhado.

— Mas muito corajoso também. Você salvou nossas vidas. Obrigado. – concluiu Mac.

Adam sorriu orgulhoso e desajeitado.

— Você pode ir para casa, Adam. Estamos bem.

— Sim, xerife, mas eu queria muito conversar com a Amanda. Se eu puder.

Jo explicou a ele que só poderiam encontrar com a Amanda depois, e que ela o chamaria quando fosse possível. Adam preferiu esperar no próprio hospital e depois de saber que todos estavam bem, decidiu buscar algo para comer e beber

Mac brigou com seus olhos e os fechou, esgotado.

— Descansa, Mac. Eu te chamo quando a Jocelyn me avisar.

Tendo a sua confiável amiga o suportando e a garantia de que conversaria com Amanda, ele relaxou e se tranquilizou, permitindo seu corpo adormecer em descanso.

==========

Mac bateu levemente na porta do leito de Amanda, chamando-lhe a atenção.

Assim que ela o reconheceu, levantou imediatamente da cama e se jogou em seus braços.

Eles toleraram a dor que seus corpos ainda sentiam e se abraçaram fortemente, seguido de um beijo caloroso.

— Meu amor, está tudo bem?

Amanda consentiu e se preocupou com os ferimentos no rosto dele, o acariciando cuidadosamente.

— Não se preocupe, vou ficar bem.

Ele segurou as mãos dela entre as suas e as beijou delicadamente.

— Vem comigo. Quero conversar com você sobre uma coisa.

Amanda e Mac caminharam pelos corredores do hospital até uma das salas de espera, que estava vazia e provia uma certa privacidade. Ele a guiou gentilmente até sentarem no sofá disponível, um de frente para outro.

— Se você vai me perguntar porque escolhi atirar nele...

— Por que você fez aquilo? – ele interrompeu e perguntou o que seu coração desejava saber.

Ela precisou respirar fundo antes de se explicar.

— Eu conheci todos eles, Mac. Ele nunca iria me falar onde Josh estava. Se eu tivesse aceitado a condição, eu ia ficar sem você e sem meu filho.

— Ah, achei que era porque você me amava. – retrucou fingindo um ar de decepção.

A mão dela apertou a dele, tornando o contato firme e confiante.

— Eu amo sim. Além de que, aquele olhar que você me deu disse tantas coisas e entre elas, que você tem notícias do Josh. Não é verdade?

Um largo sorriso amoroso se desenhou em seus lábios.

— Sim.

Ela fechou os olhos e sorriu aliviada.

— Ele está aqui.

A inesperada informação a fez reverter a condição de seus olhos.

— Aqui? – indagou surpresa.

— Sim. – confirmou.

Um soluço de choro colidiu-se com sua tentativa de respirar e sua mente se apagou. E Amanda caiu desmaiada no colo de Mac.


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Notas finais do capítulo

Como vocês acham que será o reencontro entre mãe e filho? Comentem! Grande abraço e até+!



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