Seguindo em Frente escrita por liamara234


Capítulo 3
De Volta a Ativa


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas estou aqui.
Boa Leitura!
Música: Radioactive (Imagine Dragons)
O capítulo ficou muito grande, me empolguei além da conta.



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Estou acordando em cinzas e pó

Limpo minha testa e transpiro minha ferrugem

Estou respirando as substâncias químicas

 

Os raios de sol que invadiam entre as ruínas do castelo foi, aos poucos, despertando os que conseguiam dormir. A maioria não conseguia nem descansar alguns meros segundos, preferiam ficar andando de um lado para o outro, vigiando com a mesma atenção dos tempos de guerra, como se a qualquer momento algum inimigo restante fosse invadir a escola. Era um dia um pouco mais triste - se é que poderia ficar mais triste ainda -, para os que perderam entes queridos.

Aconteceria uma cerimônia em aberto para homenagens e depois, seria o enterro. Harry acordou suando frio após outro pesadelo que insistia ser o mesmo. Já estava começando a irritá-lo. Virou-se para o outro lado do colchão onde dormia e viu Gina se aproximar, agachar-se e lhe entregar os óculos.

— Bom dia - ela sorriu tristemente enquanto Harry se erguia do colchão.

— Bom dia - beijou o rosto da ruiva em uma tentativa de animá-la. - Você está bem? - Mesmo sendo idiotice perguntar, não segurou o impulso.

— Um pouco - optou por ser sincera.

Harry pegou sua mão e juntos, caminharam até a família de ruivos do outro lado do salão. Ele sentiu falta de duas pessoas que não estavam reunidos junto da família já toda acordada. Olhou para os lados e não os encontrou.

— Onde estão Rony e Hermione? - perguntou a Gina, quando a mesma o entregou uma xícara de chá.

— Estão ali - apontou para a mesa mais afastada do salão. - Tomando café juntos - finalmente Harry viu um sorriso lindo no rosto dela.

Mirou os amigos e não escondeu seu próprio sorriso bobo ao vê-los, supostamente, apenas compartilhando um café da manhã. Talvez Rony tenha falado algo engraçado porque ele viu amiga começar a rir, abafando o riso com a mão. Balançou a cabeça e se sentou perto de Gina. 

 

Estou invadindo, tomando forma

E estão conferindo o ônibus da prisão

É isso, o apocalipse 

 

Depois de um tempo, as pessoas já despertas e prontas para enfrentar o que vinha a seguir, prof. McGonagall informou que a cerimônia para os enterros começaria e pediu ajuda a alguns homens. Todos foram - até alguns ainda machucados -, carregarem em fila única para o jardim de Hogwarts. Harry, Rony, Percy e Jorge carregaram o caixão de Fred. O Sr. Weasley caminhava logo atrás com a esposa um pouco chorosa.

As vítimas seriam enterradas nos terrenos da escola que serviu de lar por tantos anos. Fileiras de covas recentemente abertas podiam ser vista de longe. Nas lápides, os que conheciam os falecidos, deixavam suas palavras de conforto, seguidas de um pequeno discuso que McGonagall proferia, lembrando os feitos, a sua coragem na luta contra as artes das trevas, a personalidade, até momentos engraçados que tinha presenciado na companhia de alguns. Mesmo sendo doloroso, Molly não quis ir embora nem quando Fred já tinha sido enterrado.

Quando viu o caixão do filho, ela interceptou por um momento e olhou para ele, pela a janelinha de vidro. Disse seu último "eu te amo" e deixou que o enterrasse. Ao se alevantar, sentiu uma mão em seu ombro e fitou Jorge com o rosto sem expressão nenhuma, duro como uma pedra.

— Pelo menos a senhora vai saber quem é quem - ele forçou um sorriso e a matriarca da família entendeu que era seu jeito de tentar reconfortá-la.

Abraçando Jorge, foi para mais perto dos outros filhos. A dor dela não passaria tão cedo - e nem ela achava isso -, mas teria que aprender a conviver com ela sempre presente. Olhando para o marido e os outros filhos, prometeu ser forte, afinal, perdera um filho mas continuava rodeada de amor.

 

 Estou acordando

Eu sinto isso em meus ossos

O suficiente para fazer meu sistema explodir 

 

Ao término da cerimônia, as varinhas foram erguidas. Um minuto depois, uma salva de palmas foi puxada. Aos poucos foram voltando para dentro da escola; embarcariam no próximo expresso em meia hora e teriam que resolver quem ficaria para ajudar.

Na terceira fileira de lápides, Harry e Gina estavam abraçados, mirando as frases postas no granito de Lupin e Tonks. Enterrados lado a lado, regra imposta por Harry que foi aceita sem questionamento, ele lembrava com nostalgia o casal maluco que formavam. Maluco mas que se amavam, amor esse que tinha gerado uma criança que ficara órfã. Só de pensar em Ted sem os pais, Harry sentiu a raiva fluir por seu corpo; Ted cresceria como ele, sem o amor de uma mãe ou sem as broncas de um pai.

Mesmo sabendo que os Weasley e Andrômeda não o deixariam sem todo o carinho do mundo, mas o amor dos pais - Harry sabia disso -, era, de alguma forma, insubstituível. E como padrinho dele, não deixaria que faltasse nada a Ted. Estaria ao lado dele até o fim.

— Eles vão fazer falta - Gina disse com a voz abafada por conta de está com o rosto parcialmente colado ao peito de Harry.

— Vão sim - a apertou mais e sorriu quando Gina reagiu, beijando o rosto dele. E viu que ali, junto a ele, tinha outra razão para fazer de sua vida a melhor possível.

Escutou o barulho do cascalho quebrando, provavelmente alguém se aproximando e não demorou muito para saber quem era. Hermione ficou do lado deles, de braços cruzados, a testa vincada como se estivesse tentando resolver uma questão da N.O.M's. Ele sabia que ela estava tendo as mesmas reflexões que ele e não demoraria para ela o repreender. Até podia escultar as engrenagens do cérebro da amiga trabalhando.

— Sei no que está pensando - Hermione disse finalmente, ainda sem fitá-lo.

— O quê? Aprendeu legilimência agora? - fugiu do assunto.

— Muito engraçado, Potter - riu forçadamente. - Mas não é preciso legilimência para saber que você está aí, se lamentando.

— Me lamentando? - Agora estava ficando com raiva. Encarou a amiga - Não estou me lamentando — Gina se soltou de seus braços e segurou sua mão.

— Mas está se culpando - Gina arriscou.

— Exatamente. Obrigada, Gina - Hermione sorriu para ela e depois olhou para Harry. - Essa sua alto-culpa não vai trazer ninguém aqui de volta. Eles sabiam os risco que enfrentariam participando da guerra. Até Lupin e Tonks. Ficar remoendo o "como seria se eu tivesse mesmo morrido" os farão ter morrido totalmente em vão, não acha? - Hermione finalizou com as sobrancelhas arqueadas como sempre fazia quando sabia que tinha razão. Harry fez uma careta de frustração que fez as outras duas rirem.

 

 Bem-vindo a nova era, à nova era

Bem-vindo a nova era, à nova era

 

— Sempre com razão, não é mesmo Hermione? - Rony murmurou quando se juntou ao grupo sem ser visto. Hermione corou furiosamente e sorriu em resposta.

 

Sou radioativo, radioativo

Eu sou radioativo, radioativo

 

— Crianças, venham. Vamos embora - escutaram a Sra. Weasley os chamar. Os quatro foram de encontro ao casal que os esperavam. Depois de muitos sermões de Molly e Arthur, Harry apenas abaixou a cabeça e entrou no trem. Queria ficar na escola e ajudar na reconstrução já que - a partir dele - aquela guerra tinha sido sua culpa.

Mas ao ver o olhar furioso de Molly, já que a via como a imagem mais próxima de uma mãe, não lançou mais nenhum argumento para ficar. Ao entrarem no trem, procuraram a cabine mais ao fundo e trancaram a porta para não serem incomodados.

Estava sentado em um banco com Gina grudada ao seu corpo. Mesmo com os olhares tortos de Rony, que estava sentado no banco da frente com Hermione, não deixou de provocá-lo, acariciando os cabelos da ruiva ao seu lado.

— Para de encarar eles - Hermione deu um pequeno esbarrão no braço do ruivo ao seu lado - Não estão fazendo nada de errado!

— Nada de errado? Eles estão quase um em cima do outro Hermione! - sussurrou de volta.

— Você exagera de mais. Não vejo ninguém melhor para Gina do que o Harry. Preferi um desconhecido ao seu melhor amigo? - falou se aproximando dele para fazer o menor barulho possível.

— Será que dá para vocês falarem baixo? Estou tentando dormir aqui! - Gina disse sem abrir os olhos.

— Você que deveria desgrudar um pouco do Harry.

— Por que você não me deixa em paz e não vai cuidar de outra pessoa? - a ruiva ergueu a cabeça e sorriu para eles marotamente. Harry se segurava para não gargalhar. 

— Gina! - gritaram Rony e Hermione depois de entenderem o que ela quis dizer. Ambos ficaram da cor de um tomate.

 

Todos os sistemas se vão

O sol não morreu 

Profundamente em meus ossos

Em linha reta a partir do interior

 

— Vocês que sabem - voltou a posição inicial.

— Desculpe - Rony disse envergonhado.

— Não tem problema. Conheço Gina o suficiente - sorriu.

De repente a cabeça de Hermione pesou e, como estava perto de Rony, descansou no ombro dele. Rony prendeu a respiração mas, ao ver os olhos já fechados da amiga, pensou no quão estaria cansada. Correndo o risco se ser estapeado quando ela acordasse, passou o braço na cintura dela e a trouxe para mais perto. Encostou a cabeça no vidro da janela e foi ficando sonolento com o balançar do trem.

 

Bem-vindo a nova era, à nova era

Bem-vindo a nova era, à nova era  

 

Harry e Gina que fingiam não se importar com o casal a suas frentes; sorriram cúmplices vendo a cena. 

Desejavam muito que eles ficassem juntos.

Mas nem sempre as coisas acontecem como planejamos.


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Notas finais do capítulo

Então? Gostaram? Alguém aí já foi ver Animais Fantásticos e Onde Habitam? Eu não (ainda). Bom, vou postar os próximos capítulos mais rápido possível, se eu demorar, não me culpem, ainda estou me acostumando com o site. BJOS!



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