Seguindo em Frente escrita por liamara234
Notas iniciais do capítulo
Oi:D
Boa leitura.
Não era como se gostassem do ambiente frio que se instalou.
A missão havia fracasso - e admitir isso parecia o certo e doloroso - mas não viam outra alternativa enquanto ouviam o sermão do ministro, mantendo-se calados diante das palavras mais que merecidas. A situação da última hora parecia ter acontecia sem intervenção de um grupo de aurores treinados, os melhores. A decepção pairava acima deles como uma nuvem negra que surgira desde a descoberta do caso que já os fazia arrancar os cabelos de impaciência.
A roda de cadeiras onde estavam não os tinham chances de olhar para outro ponto a não ser os rostos dos companheiros, da direita e esquerda e a frente tinha Kingsley que não parava de falar. Suas alternativas de sugar a bronca para um lado de realidade e foco para resolver tudo era essencial para eles. Ficar relembrando a invasão e de como aquela bruxa tinha escapado entre seus dedos - e ainda por cima levando mais uma criança - não ajudaria em nada.
— Se vamos resolver esse caso logo, que seja agora - Harry se ajeitou na cadeira, antes deitado e de braços cruzados. - Sei que o seu discusso está presente nos termos de ser um auror, ministro...
— Mas nada. Quero resposta já e uma estratégia de resgate para ontem. Não quero saber quanto tempo isso vai levar, sendo que já levou tempo o suficiente, mas quero provas concretas e confiáveis. Aquele pais desesperados lá fora não querem saber o que acham ou o que pensam, apenas querem os filhos bem e ao lado deles. Daremos sorte se permitirem que os filhos frequentem Hogwarts após isso e só façam o que estou mandando. Agora, se fui claro, ao trabalho!
A ordem dele fez a Ordem da Fênix assentir e levantarem, afastando as cadeiras. Kingsley saiu primeiro, batendo a porta com força e deixando para trás seus funcionários de olhos arregalados.
Pouco a pouco a sala foi esvaziando, murmúrios aqui e acolá deles mesmos combinando o que fariam.
— Acho que o ministro não aceitará mais nenhuma falha nossa - Hermione murmurou.
— É, mas não é como se o falar dele tivesse ajudado em alguma coisa - Rony reclamou, torcendo a barra da camisa, fazendo careta quando a água pingou no chão.
— Mas ele já deixou passar o bastante. Kingsley está certo, o que está acontecendo não é um dos treinamento em que a gente pode refazer de novo. Vidas inocentes estão em jogo e se até agora não descobrimos quase nada, é compreensivo a reação dele.
Harry estava certo.
Rony e Hermione assentiram para o amigo. Saíram da sala em silêncio e abaixaram as cabeças ao ver a mãe da última criança na recepção, totalmente desarrumada e sem qualquer expressão do contra a uma funcionária que tentava secá-la com a ajuda de uma varinha. Aparentemente o fato de o objeto cumprido está sugando a água de suas roupas não a afetavam tanto quanto ter visto sua filha ser arrancada de casa.
O moreno e o ruivo estavam prontos para se separarem quando foram puxados pela morena, desviando seus caminhos para o escritório dela.
— Temos que trocar de roupa, Mione, vamos atrás de respostas daqui a cinco minutos.
— Esperem aqui, vocês dois - retrucou ela, conferindo que a porta estava trancada e caminhando pesadoramente para sua mesa, sacudindo os braços pelo peso da água. Fuçou em suas gavetas e puxou de uma delas uma bolsinha tão conhecida pelos três.
— A bolsinha de contas - murmurou Rony, andando até ela. - Você ainda tem ela?
Hermione deu de ombro.
— Não tenho tempo o suficiente para esvaziá-lo por completo - explicou displicente, colocando a mão dentro da bolsa até o ombro e sorrindo ao encontrar o que queria.
De dentro ela começou a tirar algumas roupas. Calças, blusas de mangas cumpridas e até sapatos antigos deles. O barulho de livros ainda podia-se ser ouvia com o reboliço que ela fazia.
— Meu vestido amarelo! - guinchou surpresa, tirando um lindo vestido de alças trançadas. - Você estava aqui e eu nem lembrava! Ok, temos que fazer isso logo. Ir para casa demoraria muito e não sei se resistira a minha linda cama que não uso desde a noite de ontem.
Rony e Harry se entreolharam e riram diante da imagem da amiga. Vaidade era uma coisa nova para eles.
Hermione esqueceu o vestido e entrou as roupas para eles, começando a chutar pelos calcanhares os tênis encharcados que calçava.
— Se querem ser rápidos sugiro que se troquem logo - ela avisou, vendo nenhum movimento dele. - Andem logo!
Os outros dois concordaram, começando a despir das peças ali mesmo. Quando a garota se virou - dando uma olhada do tipo não-olhem-ou-arranco-seus-olhos - eles lhe deram as costas também. Os arquejos por conta do frio era o único som a ser ouvido.
Rony teve que se esticar para pegar os outros sapatos que usaria quando notou que Hermione tirara a blusa. A imagem das costas brancas dela fizeram suas orelhas pegarem fogo e ao vê-la colocar as mãos para trás afim de tirar o sutiã ele se ajeitou, voltando a sua arrumação. Não tinham intimidade para ele se atrever a olhar.
Hermione encarou o enfaixe improvisado enrolado em seu braço e sorriu, tocando o local. Lembrou que estava trabalhando e tratou de buscar o frasco de ditamno. Queimou um pouco, mas logo em seguida a fumacinha branca sua pele se juntou aos poucos, cicatrizando mais o corte. Não era o primeiro e nem o último. Só ela sabia o quanto de cicatrizes tinha em seu corpo por conta das missões.
— Agora o total é de dez - informou, caminhando no meio dos amigos até as celas. - Talvez haja uma relação, uma conexão de criança para criança, ou uma ponte que ligue a vida ou poderes de uma a outra.
A bruxa agora de face raivosa e não debochada estava sentada no banco de concreto de sua cela. Ela grunhia palavras bem baixinho, torcendo as mãos e olhando para os lados enquanto sacudia a cabeça altamente brava.
— O que ela está dizendo? - perguntou Rony ao auror ao lado. Era alto e loiro, em uma postura mais magrela para a profissão. O colete preto e com um simbolo dourado denunciava que ele era de outro departamento.
— Ladrões - esclareceu, virando-se para eles e levantando uma mão. - Lowell Ralpe, vim para descobri o que ela fala.
— E qual seria a língua? - Hermione enfatizou, acenando para a bruxa.
— Latim. O mais antigo. Não seria uma coisa que eu lembre agora com exatidão, mas me parece que ela sabe muito bem.
— A palavra servi bem para o que está acontecendo agora. O que não entendo é o porque de logo o latim ter sido escolhido para isso.
— Talvez o búlgaro estivesse muito ultrapassado - Rony riu da própria piada, o que não agradou muito Hermione.
— Tenho um palpite - Ralpe continuou, circulando eles e abrindo um pergaminho, mantendo suas extremidades esportas para todos os quatro. Com a ajuda da duas mãos de Harry, apontou para algumas anotações próprias. - O ministro já tinha me adiantado um pouco e eu pesquisei a relação do latim com lendas antigas. O problema é que são incontáveis formas na qual ele foi usado. Reparem nesse - ele circulou com o dedo o título de uma história. - Do Cadafalso ao Inferno, conta a vida de uma criança da realeza amaldiçoada ao nascer, restando a ela uma vida podre de matar todos aqueles que ela se aproxime. Os primeiros foram os criados, depois os pais, recaindo o reino em um inferno sem fim, transformando em um banho de sangue quem tentasse impedir. O latim era como o bebê escrevia com o sangue de suas vítimas o pedido de perdão nas paredes.
"Aqui: Uma Confissão a Lua, retrata a ilusão amorosa de uma plebeia com o príncipe de seu reino, Tambaru, que após ser violentada sexualmente por ele, um fruto do ato nasce e é proferindo palavras em latim que ela mata o filho afogado no rio da aldeia. O sangue nunca saiu das águas e histórias mais antigas falam que a mulher ainda ronda as margens arrependida pelo que fez."
Um arrepio suspeito e incomum atingiu a espinha de Hermione. Maldição, bebê afogado. Era coisas horrendas a se fazer.
— As duas envolvem crianças e o latim - refletiu Harry, olhando para eles. - Sacrifício. Essa pode ser a motivação.
— A motivação para o quê - Rony empurrou a pequena mesa, ficando ereto. Encarou a bruxa, que se agarrava as grades com força e raiva. - Por que não diz logo o que pretendem fazer?
— Medo... medo... - ela sussurrou de olhos arregalados, pisando um pé depois do outro no chão metálico.
Medo. Alguma coisa envolvia medo... franziu o cenho, lutando para lembrar de mais alguma coisa e estudando o contexto das ameaças.
Aquela outra havia falado sobre algo ter sido premeditado.
— Uma profecia - sussurrou para si mesmo, piscando para a descoberta tão óbvia. - Tem que ter uma profecia. Harry, se lembra do que aquela bruxa de ontem disse? As palavras que falou?
O moreno tinha o rosto contorcido também, tentando seguiu a lógica do ruivo.
— Será realizado. O que foi premeditado - citou meio duvidoso. - Merlim, Ronald, você tem razão! Ela não diria aquilo se não tivesse uma profecia!
— Esperem aí vocês dois! - Hermione se entrometeu, dando sinal de vida. - Não é porque ela falou coisas do tipo que tem que ser isso. Não vão com muita sede ao pote ou quebrarão a cara.
— Por que eu iria com muita sede ao pote? - perguntou Rony, confuso sem entender nada.
— Hermione, pense bem. O que foi premeditado... você sabe o que isso pode significar. Lowell nós deu uma pista, Rony outra e bem mais fácil de se encontrar.
— Ir no Departamento de Mistérios sem certeza só deixará Kingsley bravo. Um plano seria uma boa medida - ela foi redutível.
— E desde quando nosso planos funcionam? - Harry retrucou. - Sempre que pensamos em alguma coisa acontece tudo errado.
A garota bufou.
— Tá, talvez você esteja certo. Então onde, senhor-sempre-tenho-razão, vamos encontrar essa profecia sem saber onde ela está?
O barulho de ferro retorcido ficou mais alto e atraiu a atenção dos dois que discutiam. O brilho azul que reluzente do rosto da bruxa do outro lado da sala assustou eles, fazendo-os encararem a luz estranha do olho que estava escondido no meio dos cabelos.
Rony puxou a varinha.
Harry e Lowell o seguiram, mas Hermione permaneceu tateando o corpo em busca da sua. Praguejando, o ruivo imaginou que ela o deixara a sua em seu escritório.
Ficou a frente da morena, sentindo a mão dela agarrar seu braço e mantendo-se fora do perigo evidente por está desarmada. O orgulho não servia no momento de atenção.
As grades saíam do teto em baques ocos, carregando junto pilhas de concreto. Mas assim que se libertavam, outras surgiam. O feitiço posto não era tão bobo a ponto de ser apenas uma tranca. Vendo que não tinha escapatória, a bruxa virou o rosto para os aurores, aguçados para qualquer movimento... sentia seu olho latejando por está sem a varinha. Magia requer um certo esforço.
Estreitou os olhos, soltando uma gargalhada alta ao achar bonitinho o modo protetor com que o ruivo segurava a mão de Hermione - ainda atrás de si. A nuvem de pensamentos que ele tinha mostrava mais o rosto dela. Assim como os dela o dele.
Foi rápida; queria se divertir ali. Sem poder torturar ninguém a tanto tempo estava entediada.
Rony tinha a mandíbula contraída e as veias do braço saltando em apontar a varinha na direção da cacheada.
O choque que atingiu eles deixou o ambiente momentaneamente preto e branco, em um som agudo gritando em seus ouvidos.
O ruivo fraquejou sobre as pernas ao ver a sombra de seu pior pesadelo acontecendo. De novo.
Bellatrix Lestrange ameaçava Hermione, seus gritos se misturando com os da garota. Era uma cena de corpos mais claros, como uma sombra. A Comensal da Morte tinha as pernas circulando o tronco da morena deitada e imobilizada no chão, em desespero. O grito dela estourou seus ouvidos e viu-se novamente naquela mansão, mais precisamente ao porão dos Malfoy. Queria murmurar algo e tirar a tortura dora de cima de sua garota, só que seus olhos estavam vidrados demais de torpor e seu braço tremia. O sangue de Hermione escorria pelo chão.
— Pare! - Hermione, a verdadeira, exigiu, amparando Rony que caíra de joelhos. A imagem de sua tortura parecia rasgar ele por dentro e sua cara de dor a fazia engasgar.
Mas a bruxa não parou. Os gritos de tortura ficaram mais altos.
A ilusão abalou o ruivo de tal forma que foi preciso dois aurores o carregarem para fora. Enquanto a situação dentro da sala era resolvida, a morena dava leves batidas no rosto do garoto. A movimentação no local não ajudava muito. Baixou a cabeça, respirando fundo. Ficaria com raiva de si depois de feito. Pegou no braço de Rony rodopiou com ele para o seu apartamento.
***
Ele continuou calado mesmo após meia hora.
— Rony? - tentou outra vez, se abaixando na frente dele, começando a se assustar com o silêncio. - Rony, por favor, olha pra mim.
Ele focou seu olhar no dela.
— Você está bem?
Nada.
— Ela...
Aleluia!
— Foi uma farsa - esclareceu.
— Mas aconteceu de verdade.
Ela franziu o cenho.
— Anos atrás sim. Hoje não.
O arrependimento ficaria mais pesado.
Deixou ele tocar seus lábios com os seus, torturando em um roçar gostoso.
Quando ele puxou-a para cima pela cintura e cheirou seu pescoço, perdeu a linha da meada e sem pensar demais no que aconteceria - e no que já estava acontecendo - beijou o ruivo com toda a vontade que guardava durante as horas.
Estava ficando cada vez mais difícil.
Não notaram o céu ficando mais escuro.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
*Fatos sobre o latim criados durante um surto da minha mente.
Mais conteúdo nos próximos, prometo, já teve romance demais e esclarecimentos de menos.
Lamento se o capítulo ficou chato, é madrugada e eu escrevendo.
Não ando bem ultimamente.
Até a próxima.