Pov Alvo Potter

Abri meus olhos com dificuldade, e automaticamente me arrependi de ter feito isso.  Meu estômago revirava, minha boca estava com um gosto amargo e minha cabeça latejava..maldita ressaca. Me virei de lado na cama e vi o pequeno vidro com o líquido verde em cima da minha mesa de cabeceira, claramente feito por Rose. Me sentei na cama, peguei o vidro, abri-o e bebi de uma só vez, sentindo o gosto amargo da poção em minha boca.

Fiz uma careta e balancei a cabeça, com as lembranças do dia anterior voltando a minha mente, fazendo com que meus olhos se enchessem de lágrimas.

Flashback on

Alice havia me mandado uma carta no dia anterior dizendo que me amava, que queria ficar comigo e que não se envolveria mais com Christian Pevense, um menino negro e baixo que, além de colega dela , era artilheiro e atual capitão do time de quadribol da Lufa Lufa. Eu sou o capitão do time de quadribol da Sonserina desde o quinto ano, e desde então, a Lufa Lufa não ganhava um único jogo contra nós. Mas enfim , o fato dela finalmente largar  dele era simplesmente tudo o que eu queria ouvir e tudo o que eu mais esperava, pois eu sempre amei a Alice, e eu sabia que mesmo com todos os pretextos , nós ficaríamos juntos. Ela já tinha cometido alguns erros comigo, e por mais que Rose, Lily e Michel sempre me enchessem com isso, não era algo que eu conseguia controlar.

  Estava no corredor da sala precisa quando ouvi duas vozes, então olhei para os lados e para trás para ver se ninguém estava me seguindo, retirei rapidamente a capa de invisibilidade de meus bolsos e me cobri rapidamente com ela. Continuei andando cuidadosamente, até que vi o que eu menos queria ver: Alice e Pevense agarrados, e ela não parecia nada incomodada com aquilo.

—...... isso não vai dar certo !

— É claro que vai ! Ele é louco por mim

— Só de te imaginar com ele..

— Chris, se você quer realmente descobrir toda a tática de defesa do time da Sonserina e ainda acabar com o Potter, você precisa confiar em mim – Senti meu sangue ferver na mesma hora. Eu ouvi direito ? Ela estava comigo só pra isso ? Não, não era possível..eu não podia, não queria acreditar.

Eu queria sair daquele lugar, mas minhas pernas já não obedeciam mais os meus comandos e eu sentia que meu coração já não tinha mais a capacidade de bombear sangue por todo o meu corpo, enquanto eu via Alice Longbottom, a minha “ amiga” de infância, a menina que eu descobri estar apaixonado a dois anos atrás, era uma mentirosa mau caráter. Eu sentia a raiva e a decepção tomarem conta de mim e me cegarem, enquanto eu via os dois se agarrarem, bem debaixo do meu nariz.

Respirei fundo, tentando ao máximo me controlar para não ir lá e jogar um Avada nos dois, e sai de lá o mais rápido possível. Ao chegar no meu dormitório, apenas chorei tudo o que estava acumulado, enquanto bebia uma garrafa de firewhisky , que eu sabia que Michel tinha contrabandeado de algum lugar que eu não me interessava em saber qual era.

Flashback off

Já me sentindo bem melhor por conta da poção, fui em direção ao banheiro e me olhei no espelho, me assustei com o meu reflexo , pois eu estava péssimo. Bufei irritado comigo mesmo e me despi, entrei no chuveiro e tomei um banho longo e quente, como se a água fosse tirar todos esses sentimentos irritantes da minha mente. Me sequei, coloquei uma calça jeans ,uma camiseta vermelha, meu tênis preto, escovei meus dentes e tentei ao máximo deixar meu cabelo descente.

Desci para o salão comunal, que estava surpreendentemente vazio, exceto por Michel, meu melhor amigo. Assim que me viu, Michel deixou o profeta diário de lado

— O que aconteceu ontem cara ? Nunca te vi tão bêbado – Ele franziu o cenho e eu dei uma risada sem humor, enquanto contava para ele tudo o que eu tinha escutado – Aquela garota não vale nada, mas isso é muito baixo, até mesmo para ela

— E pelo jeito, todo mundo sabia disso, menos eu – Eu disse irritado, me jogando em uma das poltronas.

—  Você gostava dela, acontece – Ele deu de ombros e pegou o jornal novamente – Aliás, ela estava te procurando igual uma louca no café da manhã. E a Rose pediu pra você encontrar ela na biblioteca depois – Ele disse e eu assenti, só agora me dando conta do quão faminto eu estava.

— Até depois – Eu disse enquanto saia do salão

— Até

Fui em direção ao Salão Principal , que estava bem cheio para o horário, e tomei meu café da manhã o mais rápido possível. Eu já estava saindo de lá para ir encontrar Rose na biblioteca, quando a pessoa que eu menos queria ver naquele momento resolveu aparecer, bloqueou o meu caminho.

— O que você quer Longbottom ? Fala logo, porque eu não tenho muito tempo – Eu disse , de forma grosseira e seca. Ela pareceu surpresa.

— Nossa Alvo, acordou com o pé esquerdo hoje ? Me deixe te ajudar – Ela sorriu maliciosa e se aproximou de mim, mas eu segurei seus braços da maneira mais delicada que consegui, fazendo com que ela me lançasse um olhar indignado. Eu sorri irônico para ela e virei meu rosto em direção a mesa da Lufa Lufa, onde assim como eu esperava, Christian Pevense nos observava.

— Sabe Alice, nós Sonserinos temos várias regras..- Comecei e ela me olhou confusa, tentando entender onde eu queria chegar com aquela conversa – Uma delas é nunca adquirir nada de segunda mão..elas são baratas, valem na hora do desespero...mas não duram muito tempo – Eu dei um tapinha leve em seu ombro e apontei na direção de Pevense, e nem reparei que todo o salão nos observava, inclusive o professor Neville. – Mas o Pevense não parece se importar com isso, então acho melhor você ir lá.- Dei meu melhor sorriso irônico novamente, e me virei para o Lufano, que me observava completamente chocado - Bom proveito Pevense ! E se você quer vencer a Sonserina na copa das casas, faça isso por competência, e não usando  uma menina para arrancar informações dos outros times na cama..pode não dar certo – Pisquei para eles e, diante de olhares completamente chocados dos meus colegas, eu sai do salão me sentindo mais leve do que nunca.

Cheguei na biblioteca e demorei um segundo para localizar os cabelos ruivos flamejantes de minha prima, já que só havia ela e mais duas pessoas na biblioteca inteira. Rose aparentava estar mais magra do que quando embarcamos para Hogwarts, ela lia concentradamente uma carta e sua expressão era indecifrável. Haviam alguns livros abertos e pergaminhos espalhados pela mesa. Rose levantou o olhar da carta ao ouvir meus passos e deixou a carta de lado. Minha expressão irônica deve ter me denunciado, pois ela arqueou a sobrancelha e ficou me encarando

— Ok, me conte tudo agora e não ouse me esconder nada – Ela disse animada e eu me sentei na cadeira de frente para ela, contando absolutamente tudo o que tinha acontecido, desde o que eu tinha descoberto na noite anterior, até o meu “ show” no salão principal. Ela ouviu tudo em silêncio, apenas arregalando os olhos e me olhando completamente chocada durante o relato, mas assim como eu esperava, ela não conteve a gargalhada quando eu contei do “gran finale” antes da minha saída do salão, fazendo com que a bibliotecária nos lançasse um olhar mortífero.

— Ai, que orgulho de você Alvo – Rose disse enquanto secava uma lágrima e recuperava o fôlego, enquanto se segurava para não cair na gargalhada novamente – Porque eu sempre perco essas coisa ?

— Você deveria ter visto , até o professor Longbottom ouviu – Eu disse convencido e ela arregalou os olhos, sorrindo logo em seguida

— Mentira ! Será que agora Mérlin vai ouvir minhas preses e ele vai mandar aquele demônio, que ele chama de filha, para a Antártida ?

— Não seria má ideia – Eu disse, dando de ombros. Olhei para a carta que Rose havia deixado de lado assim que eu cheguei. Percebi que havia mais uma carta, além da que ela estava lendo – Alguma novidade ?

— Lembra quando eu te contei que o seu irmão estava estranho comigo ? – Ela perguntou e eu assenti – Daqui a vinte dias ele vai para o Brasil , e vai ficar um ano por lá para aprender a sobreviver em meio as florestas, e como no próximo fim de semana é a visita para Hogsmeade, ele disse que quer me visitar para se despedir – Ela disse e eu lancei a ela um olhar malicioso, e ela gargalhou.

— E a outra carta ?

— É da minha mãe..- Rose disse, já não tão risonha como antes. Eu assenti positivamente. Eu sabia que por mais que as coisas estivessem melhores, o relacionamento da Rose com os pais ainda demoraria muito para ser um relacionamento normal de pais e filha – Perguntou como eu e o Hugo estávamos , disse que está lotada de trabalho no ministério e , aparentemente, ela e meu pai estão..voltando a se entender – Rose disse, olhando desconfiada para o papel em sua mão, me fazendo revirar os olhos. Eu realmente nunca entenderia Tio Ron e Tia Mione.