Durante o Fim escrita por Van Vet


Capítulo 45
Quinto Dia - Rose


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demorinha. Correria da vida...
Boa leitura, gente :*



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É, alguma coisa aconteceu entre aqueles dois malucos, mais conhecidos como seus pais, novamente. Eles transpiravam um bom humor assustador…

 

ー Acredita que já tinha um garoto enfiando caraminholas na cabeça do Hugo, no refeitório? ー Rony chegou dizendo ー Não se tem um segundo de paz nesse lugar.

 

  Hermione afastou o corpo para o lado e ele foi se sentar próximo a ela… Bastante próximo…

 

ー Não acredito… Eu estava aqui, justamente falando sobre isso com Rose, nesse exato momento ー e olhou para adolescente de modo cúmplice.

 

Era mentira. Elas não conversavam sobre aquele bando de mal-educados que os cercavam. O assunto era mais pessoal e secreto. Ela encontrou uma brecha, depois de Hermione insinuar, para falar sobre como Hugo vinha se machucando na escola. Contou tudo. Sobre o bullying da outra turma, o mesmo que ela socou para defender o irmão. E antes disso, que ele era perseguido no período entre aulas e ganhava alguns tapas do espírito de porco quando a inspetoria não olhava. Após Rose fazer seu papel de irmã mais velha e dar um basta naquilo, as agressões físicas terminaram, mas não as verbais. As crianças sabiam ser cruéis na prática da exclusão como em nenhuma outra faixa etária…

 

   Existia uma promessa feita ao garoto, ele não queria que os pais soubessem. Naturalmente, ela respeitou isso por muito tempo, ainda que ele fosse apenas uma criança. Acontece que passado dois dias naquele lugar, um olhando para a cara do outro, sem nenhum tipo de entretenimento, os assuntos enterrados no dia-dia entre pais e filhos não tinham outra opção a não ser vir a tona.

 

     Rose continuava a manter seu maior segredo guardado dentro dela… embora esconder o fato de que tinha um namorado talvez fosse irrelevante por completo àquela altura das coisas. Scorpions poderia não estar mais entre os vivos.

 

    Antes de encerrar o tema de Hugo, ela pediu apenas para a mãe manter o conhecimento sobre isso para si, afinal detestava a ideia de desapontar a confiança do pequeno menino.

 

ー Como tá esse tornozelo? ー Rony perguntou para Hermione, cutucando carinhosamente entre as costelas dela.

 

ー Para, eu tenho cócegas aí e você sabe! ー ela alertou ー Vou cutucar as suas costelas e você vai ver…

 

ー Estou fraturado…

 

ー É por isso mesmo ー e sorriu.

 

   Sim. Eles fizeram as pazes, a garota concluiu. Como saíam da água para o vinho, do ódio ao amor, era uma incógnita. Ela apenas esperava que desta vez fosse definitivo, porque era cansativo bancar a inabalável no meio das brigas. A raiva que sentia antes nem entrava mais nas próximas opções. Antigamente era só fechar a porta do quarto e ligar o som no máximo nos fones de ouvido. Fazia cinco dias que não existia mais essa escapatória. Era Rony e Hermione em tempo integral… Em doses cavalares.

 

ー E esse é pra você ー Hugo deixou os pais agindo estranhamente entre eles e entregou uma barra de chocolate que um soldado estava distribuindo para as crianças no refeitório à irmã.

 

   Os olhos dela brilharam quando viram a oferta de doce.

 

ー Meu? Onde conseguiu isso, Hugo?

 

ー Estavam dando para nós na hora da sopa ー ele respondeu dando de ombros.

 

ー E o seu, já comeu?

 

ー Eu não quero. Não estou com vontade, e além do mais, papai me contou que as mulheres precisam de porções constantes de chocolate para não endoidarem.

 

   Espantada e extasiada pelo cavalheirismo do seu irmão mais novo, Rose não resistiu e apertou a bochecha sardenta dele, que reclamou.

 

ー Au! Isso doeu! ー o menino exclamou, massageando a pele.

 

ー O que está havendo? ー Hermione perguntou, curiosa ao ver a cena entre os filhos.

 

ー Nada, é só Hugo sendo fofo. Não pude resistir ー Rose sorriu.

 

ー É sobre o chocolate, não? ー Rony comentou retoricamente, sorrindo ー  Esse garoto só me orgulha.

 

ー Como assim? Estou por fora aqui ー a morena se fez ouvir.

 

ー Como você é curiosa, hein ー o ruivo voltou a cutucá-la nas costelas e ela, por sua vez, irritada com aquilo, lhe aplicou um tapa no ombro ー Aí, minhas costelas! ー ele se contorceu de dor.

 

ー Oh… desculpe, desculpe... Mas você…. é um idiota! Sabe que eu não gosto de cócegas aqui.

 

ー Tô brincando, nem senti nada ー o pai voltou a se endireitar, rindo.

 

ー Idiota! ーrecebeu outro tapa, mais forte dessa vez.


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