No Olho da Tempestade Reboot! escrita por P r i s c a


Capítulo 7
Chamas


Notas iniciais do capítulo

GEEEEENTE

CAPITULO
NOOOOOOOOVO



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“Ora… Miura?” Cabelos longos e pretos feito nankin caiam em cascatas sobre o uniforme do Colégio Feminino Midori “Ainda não está pronta pra aula?”


Shizuki Osamu. Terceiro Ano.


“H-hai… senpai…”


De repente, já não se sentia tão feliz assim...


***


Já de uniforme no corpo e insegurança no peito, a morena segue sua colega veterana pelas ruas tranquilas da vizinhança. Lá pela terceira curva que fizeram, Haru teve certeza de que não estavam indo pra escola.


Mas continuou seguindo-a sem questionar.


No caminho, um delicado miado a tira de seu estado de pânico.


Uri.


A mini oncinha às estava seguindo de cima de uma mureta, mas trazia algo em seu pescoço. Sem fazer alarde nem diminuir o passo, Haru estica sua mão pra fazer carinho e discretamente pega os dois pequenos itens em sua palma.


Dois anéis. Um prata com uma esfera pequena e dourada, feito bolinha-de-gude… e outro todo preto. A figura de uma caveira entalhada no metal escuro.


Gokudera.


Tudo bem. Ia ficar tudo bem.


“Chegamos.” Diz a mais velha. Uri sumiu e Haru guardou os anéis no bolso da saia.


Estavam na frente de uma cafeteria.


Da curta espera na fila até cada refinada palavra que vinha de Shizuki ao se oferecer para comprar o que a morena quisesse… Da escolha dos lugares ao momento que sentaram-se para “o desjejum” tudo, tudo, tudo o que a menina fazia dava a Haru uma intensa vontade de sair correndo. Podia ser efeito dos filmes hollywoodianos, não sabia… mas quanto mais polida e generosa eram as atitudes da garota, mais ela parecia apta para uma sacar uma espada e cortar a cabeça de Haru.


Mas o cappuccino quentinho era realmente muito bom. E tanto Hayato quanto Uri estavam perto, então… ficaria tudo bem.


Após um último gole e o delicado movimento de devolver a xícara ao pires sem qualquer ruído, tomando cuidado para ajustar a aba e passar um paninho na sua parte da mesa antes de apoiar as brancas mãos com finos dedos entrelaçados, o desjejum fora oficial e ritualisticamente concluído.


Lindos olhos amendoados, escuros como o metal do Anel Vongola de Hayato a encaravam com interesse e frieza.


Era hora de tratar de assuntos.


“Você já deve imaginar o porquê de eu te trazer até aqui…” sua mão branca jogou uma longa e sedosa mecha de cabelo preto para trás e ela sorriu “...sobre o rapaz de cabelos prata que você conheceu em Namimori…”


Lá estava!


“... ele é da máfia.”


A frase parou aí por alguns segundos nos quais Haru não tivera qualquer reação que fosse. Não sabia o que fazer! Não havia o que fazer!


Shizuki prosseguiu.


“Mas não apenas isso…” a menina fechou os olhos, o sorriso crescendo de orgulho e ostentação “a verdade é que… eu também sou da máfia.”


E ficaram em silêncio.


Passou-se quase um minuto inteiro até Haru entender que estava recebendo uma deixa pra ficar surpresa. Ela abriu olhos e boca afastando queixo e sobrancelhas de maneira TÃO consciente que quase bocejou. De alguma forma, conseguiu emitir um longo “Oohh!”, que, no contexto podia ter soado tanto como “Não sei se acredito em você” quanto “Definitivamente não acredito que você pretendia me surpreender”


Ou assim Haru esperava… E como se tivesse acabado de fazer a revelação do ano, a veterana começou a assentir com a cabeça, satisfeita.


“Hmm-humm! Eu sei, eu sei… é difícil de digerir tudo isso…” era difícil digerir como a colega havia comprado sua reação, isso sim “E foi por isso que te trouxe aqui, Miura. Reiko e Megumi acham que eu não deveria contar essas coisas pra você...” Oh, ok! Essa era novidade! “...Mas quando se vem do Submundo como eu, a gente desenvolve um olho para essas coisas…” e jogou o cabelão escuro pra trás com pompa, classe e nenhuma noção que fosse.


Aquilo era, tipo… uma armadilha…? Num era…? Tinha que ser… Por que não parecia uma, de verdade…


O que podia significar que era mesmo. E das boas.


“B-bom...” se forçou a perguntar “...e o que Haru… deve… fazer?”


“Huhuhu, não percebeu ainda…?” de repente Shizuki segura sua mão e declara “Aquele rapaz está te usando pra saber mais sobre mim!”


…Tecnicamente… ok, sim, Haru cogitava essa interpretação… Ela realmente esperava que se a Yakuza não achasse que ela tinha algum envolvimento com a Vongola, poderiam pensar que era a Vongola quem estaria atrás de informações…


Mas… tinha algo… diferente…


A conversa prosseguiu por um tempo, e quanto mais ouvia, mais Haru sentia-se calma… e até um pouco estúpida.


“Huhuhuhu… deve ser o peso de nossos segredos nos atraindo… Assim que o vi, tive certeza de que tentaria se aproximar!” E põe ambas as mãos nas bochechas “E pensar que tentaria descobrir mais sobre mim através de uma colega…”


Oooooh… lá estava! O conhecido padrão com o qual a Miura estava há muito familiarizada.


Ilusão Amorosa.


Não se tratava de Vongola vs. Yakuza. A garota à sua frente gostava de Gokudera e acreditava do fundo de sua alma mafiosa que era seu destino ser correspondida.


Só isso.



Que bosta.


Ficara tão alarmada a princípio agora, segurava-se pra não rir. Perceber Hayato, o suposto objeto de afeição, todo encapuzado e observando-as em suposto segredo no fundo do café com um disfarce que mais o fazia parecer Aragorn observando Frodo no Pônei Saltitante, não estava ajudando.


Percebeu que Shizuki-senpai lhe perguntava algo.


“Desculpe, pode repetir?”


“O que mais você sabe! Alguma pista do passado dele, uma amante, qualquer coisa!”


Por um segundo, Haru se pegou pensando seriamente a respeito do assunto. Já estava tão acostumada a estar de alguma forma perto dele no meio de seus amigos que, agora que o próprio era o mais frequente em seu dia a dia, seria de se esperar que o conhecesse.


Ela sabia que Bianchi era sua meio-irmã por parte de pai e que Gokudera era parecido com a mãe… ouvira dizer que essa era uma história trágica. Apesar de tudo, Haru não sente nenhum remorso, ou rancor vindo de qualquer um dos dois.


Muito pelo contrário..,


Os olhos castanhos vagaram pelo fundo da cafeteria, até inspecionar a estranha figura que era Hayato Gokudera, no momento, discutindo com um atendente por tentar acender um cigarro ali dentro De tudo o que ouvira dizer e do que realmente conhecia quanto ao passado do rapaz, o atribulado cérebro da garota Hahi travou na palavra amante.


Estavam com 17 e 18 anos e, até agora, nunca testemunhara sequer uma sombra de qualquer coisa que não fosse relacionado a Tsuna ou a Vongola.


“Bom… ele é muito popular em Namimori…”


“E em Midori também…Não se esqueça!”


“S-sim… Midori também.” Ainda assim, não o imaginava travando tal relacionamento com absolutamente ninguém.


Não conseguia sequer imaginá-lo pensando no assunto com mais seriedade que Lambo, que com oito anos encontrava-se no apse de sua fase de nojinho.


Sem querer, seus olhos cruzaram com os do guardião. Hayato mostrou a mão com os anéis Vongola, indicando o do polegar que estava faltando.


Em baixo da mesa, Haru apontou pro bolso da saia e voltou a olhar pra Shizuki.


“Pense só, Miura... Uma história de amor proíbido! Duas famílias rivais que se odeiam, mas abrigam dois corações que se amam… É tão… Dangerous~!!!” E suspira pela quinta vez “eu não espero que você entenda iaso de imediato… é coisa de submundo, sabe…?”


Antes que seu cérebro pudesse processar o que fazia, ela já segurava ambas as mãos da colega entre as suas, olhos cheios de água e nostalgia.


“Haru… HARU ENTENDE!”


Era exatamente assim que Tsuna a fizera se sentir quando a salvou…


Lá no fundo da cafeteria, Gokudera adquire um semblante tão confuso, que o atendente desistiu de tentar lidar com ele. Mas a morena ignorou.


Finalmente sairam do café, prontas para ir pra escola pra, quem sabe, não chegar na hora do intervalo. Gokudera e Uri as seguiam à meia distância.


No final das contas, Haru começara a gostar da conversa. E do café e da menina e tudo. Era como quando estava com Kyoko…


Hagi! Talvez devesse até apresentá-!


“MULHER! PÕE OS ANÉIS!”


De repente, um ataque. Algo como um touro parecera ter investido nelas à toda velocidade, mas o Guardião às tirara do caminho à tempo, ativando suas chamas.


Infelizmente, sem o Anel que emprestara à Haru, o Sistema C.A.I. não funcionaria.


Depois que a poeira abaixou e Haru se levantou, Anéis em mãos, foi que perceberam do que se tratava.


Parecia uma rena ou um calibu enorme, mas as patas e as orelhas estavam envoltas de chamas azuis como da Chuva.


Uma arma Box.


E não era a única…


“Tem uma menor que atacou primeiro… pega o Anel Vongola e aponta pro Uri!”


“Certo!” Colocou o anel em seu dedo médio, sentindo-o grande demais pra sua mão. Cerrou o punho e o apontou pra Uri.


Ainda caída sobre as próprias pernas, ligeiramente descabelada, a pobre veterana os observa em pânico.


“M-m-m-iura!! O que foi isso!?!”


A Box Rena começou a pisotear o chão, preparando uma segunda investida.


“Desculpa a susto… Mas a verdade é que Haru também conhece o Submundo-desu~”


Então Haru se concentrou… sentiu o anel reagir, como se vibrasse…!


E soltou duas faíscas.


A rena investiu. Gokudera sacou dias dinamites e as atirou, fazendo ambas explodirem no curso da box, forçando-a a desviar deles.


“DE NOVO, MULHER!”


“Hagi!”


A morena segurou o punho com a mão livre sentindo o anel esquentando. Uri estava em sua frente, os pelos arrepiados de ansiedade, até que algo aconteceu…


As chamas das orelhas de Uri trepidavam, mudando de cor! Haru concentrou toda sua mente na caveira até que as faíscas aumentaram, adquirindo forma…


A Box investiu de novo. Dessa vez, as dinamites de Hayato foram dispersadas pela segunda box, uma espécie de lebre branca, e já não podiam impedir o avanço da rena.


“NÃO SEI O QUE É, MAS FAZ LOGO, MIURA!”


Na última trepidação, as chamas de Uri mudaram do vermelho intenso para um verde claro e elétrico. Na mesma hora, o segundo anel também reagiu. A a pequena jóia explodiu numa chama amarela que envolveu todo o felino, até se dissipar e revelar a Onça da Tempestade…


Ou melhor dizendo… Leopardo Fulmine. Onça do Trovão.


Tão logo avistaram Uri, ambas as boxes inimigas pararam os ataques e recuaram, desaparecendo no ar pouco depois, como quando retornam à caixa que as armazena.


Quem quer que estivesse por trás do ataque não pretendia mesmo machucá-los...


Pretendia testá-los.


“Che. Foi bem como Reborn falou.”


Por fim, acabara tudo bem… Haru conseguira agitar a própria chama, Uri reagira porque era de atributo compatível… Do ponto de vista do Giardião, não poderia ter tido um dia mais pridutivo nem se planejasse…


Ah, sim… Mais uma coisa:


Gokudera acende uma dinamite e aponta para a menina Shizuki.


“PRA QUEM VOCÊ TRABALHA! O QUE PRETENDE?!”


Resistira às explosões, aos ataques de uma rena e uma lebre ardentes em fogo azul, ao testemunhar um gato virando onça… mas a dinamite na sua cara foi demais.


Shizuki-senpai desmaiou.


“Baka!” Na mesma hora que acertou a nuca do rapaz, Uri a imitou, sentando uma patada que o derrubara no chão e apagara o pavio da dinamite. “Ela não é inimiga!”


“Como pode saber disso?!” colocou-se rapidamente de pé, enfurecido, mas mantendo uma distância inteligente de Uri.


“Como pode não saber- desu?”


Haru respira fundo, levanta, pos sua mão sobre o ombro dele olhando Gokudera no fundo dos olhos. Ele franziu o cenho, olhou para a menina desacordada, então pra Haru, depois pra menina de novo, depois começou a fazer uma careta de horrorizado.


“Nãão…”


“Pois ééé- desu”


***
Anoitecia. Enquanto seguiam caminho para a casa de Haru, Gokudera desliga o celular depois de falar longamente com Reborn.


As boxes que descrevera pareciam-se com projetos da Vongola, mas o arcobaleno iria checar com a Sede antes e retornaria quando tivesse uma resposta.


No final das contas, depois que reanimaram a menina, descobriram que Shizuki já tinha ouvido falar de boxes, mas nunca tinha imaginado como eram.


Que dia louco. De volta a forma de gato e cor avermelhada, Uri fora dormir aconchegado dentro da mochila da morena. Nenhum deles fora à escola.


Hayato ainda não confiava nela… principalmente enquanto lhe jogava indiretas constrangedoras a cada duas frases, mas por hora deixariam como estava.


No caminho pra casa Haru notou o rapaz sorrindo. Alguns trechos de sua conversa com sua senpai retornavam só agora, fazendo-a se questionar o que realmente sabia sobre o guardião.


O sorriso cresceu pra virar uma risada contida.


“Hagi! Qual a graça, Gokudera?”


Já estavam na frente da sua porta de casa, sentindo o frescor do entardecer encerrando aquele dia quando, sem aviso, ele pega sua mão, a traz para a altura dos olhos e diz…


“É. Verde.”



Do fundo da memória de Haru ela escuta os ecos debochados de um “Você é tão densa que…” e explode:


“HAGI! ASSIM NÃO VALE, VOCÊ FEZ DE PROPÓSITO!”


Ele começa a gargalhar até lacrimejar. Uri desperta e pula da mala para a janela, entrando na casa preocupando-se somente com um lugar onde pudesse dormir tranquilo.


“FIZ O QUÊ SUA TONTA?! É A SUA CHAMA! VOCÊ QUE FEZ! EU SABIA QUE ERA VERDE, POR ISSO QUE O ANEL FUNCIONOU” já quase se dobrava de tanto rir “E outra…” o riso já atrapalhava sua respiração” ...que chaminha... ridícula, mulher… mas dava pra categorizar aquela vergonha como faísca, e isso porque você estava em perigo!”


“Deve ser porque Trovão NÃO É a chama principal da Haru!” Ela pega a mão direita do rapaz e tenta tirar um dos outros anéis. “HARU EXIGE UMA RECLASSIFICAÇÃO- DESU!”


Ele continua rindo e tirando sua mão do alcance dela até ela tentar escalá-lo. Depois de um bom tempo, quando começava a ficar dolorido e ansiando por um descanso, é que resolveu deixá-la testar os outros. Sim, só pra CONFIRMAR que ELE estava certo.


“Já vou avisando, mulher… eu sou o único em dez gerações capaz de manifestar mais de uma chama… então não se iluda.”


Haru pegou o anel de caveira do Trovão e o guardou em sua bolsa. O outro, prata e chamuscado da jóia que explodiu era descartável, mas quis guardá-lo também. Hayato girou os olhos, ainda rindo.


Durante o ataque, o rapaz percebera que seu anel do Trovão (perfeito no seu polegar) ficara tão grande que a menina só conseguira sustentá-lo com punho fechado o que certamente influenciava na manifestação da chama.


Nunca admitiria isso pra morena, mas o pouco que manifestou na hora do ataque fora mais do que o esperado, considerando que usara o anel dele, não um específico.


Reborn já tinha mandado fazer um próprio para as meninas, com matéria de amplificação e propagação para ajudá-las a manifestar um mínimo, mas, dadas as circunstâncias ficava difícil saber quando ficariam prontas. O jeito seria adaptar o seu e, por hora, deixar que a menina experimentasse os outros.


Vai que…


Era IMPOSSÍVEL, claro.,,


Mas, vai que…


“Ok, qual você quer?” E ergueu a mão na altura do rosto dela, enumerando os dedos” Fora o do Trovão, eu tenho de Chuva, Tempestade, Sol e Nuvem, nessa ordem…”


Haru tentou pegar o da Nuvem, no dedo mindinho, mas ele tirou do alcance.


“Nah- Nem pense! Meu anel! Eu que mexo!” E o tirou do próprio dedo, pedindo pra Haru estender a mão. “Vai que você força ele e prende na sua mão?”


“Pro seu governo, os dedos da Haru são finos e delicados, ok?!”


“ALGUMA coisa tem que ser fina e delicada em você, num é?”


Depois de uns três ou quatro tapas, já quase esgotados de cansaço, ambos finalmente sossegam e levam a nova tarefa de testar outras chamas a sério.


Pra isso seria justo escolher um dedo que encaixasse o melhor possível. O anel não coube no polegar, então foi pro dedo médio ou pro anelar, qualquer um serviria…


Só que…


Algo pesado caiu no chão e espalhou folhas de papel pela calçada. De pé, estarrecido, de frente pra eles, um homem grande e pesado com o qual chegara a conversar uma única vez os observa em estado de choque.


“Haru… chan…!?”


Ambos os jovens olham um para o outro, para o homem, então para o anel e suas mãos dadas e de volta para o homem.


“Pai… eu posso explicar…”


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Notas finais do capítulo

MAAAAAS QUE CAPITULO FOI ESSE MINHA GENTE!??!?

100% DIGITADO NO CELULAR QUE EU NUM AGUENTO MAIS!!!

Mas tá aí!!!!!! Espero que tenha valido a espera!! Me digam o que acharam e, como sempre....

ATÉ O PRÓXIMO CAPÍTULO!

Ja ne! o//



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