Mestiças: A vingança dos Hereges. escrita por Closer


Capítulo 7
VI - Recebemos a visita dos chefões


Notas iniciais do capítulo

Hello peoples, tudo bem com vocês?
Bem, espero que sim :)
Desculpem a demora do capítulo, eu estava viajando e não tive como postar antes, mas esse cap já estava escrito a um bom tempo. Sei que é um capítulo bem chato, mas será necessário para o desenrolar da história. Prometo que o próximo será mais animado :3

BOA LEITURA!



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O azarado não tem outra medicina que não a esperança.

 

Blake nunca havia passado mais que 15 minutos na companhia de Quíron, ele sempre fora muito ocupado com os grandes semideuses e missões para dar atenção a mais uma criança problemática de Hermes; ela não sabia nem como agir na presença do centauro de 3000 mil anos de idade. Mary-Kate repassava mentalmente uma lista de porque não deveria ser expulsa da sua corte ou do Acampamento Júpiter enquanto encarava Reyna sem desviar os olhos, agora marrons de medo e seriedade, da pretora, que também não fazia questão de desviar os olhares fulminantes da menina de Vênus. Stella parecia muito mais interessada em brincar com o enfeite de pena de pavão falsificada que pendia entre seus fios loiros. Já Davina trocava vários olhares com Quíron, preparando um de seus discursos salvadores da pátria que suas amigas tanto ansiavam que começassem. Rachel encarava as quatro jovens com ansiedade, como se quisesse contar alguma história impressionante imediatamente, porém tinha que se conter e esperar a sua deixa.

— Não sabemos nem como começar isso senhoritas...—Quíron iniciou sua fala surpreendentemente calmo – Nunca em meus milhares de anos cuidando de semideuses eu perdi duas jovens e as vi reaparecer em uma escola de magia do outro lado do oceano, escola essa que até então deveria estar separada do nosso mundo. Creio que a Pretora Ramíres-Arellano compartilha da mesma opinião que eu, estou certo senhorita? – Quíron se dirigiu a Reyna que concordou com um aceno positivo ao passo que se colocava de pé. As semideusas romanas se encolheram em seus lugares, nem de longe a líder delas seria tão paciente como Quíron.

— Os romanos sempre foram muito disciplinados, regras e ordens para n,ós são coisas imprescindíveis e vocês pisaram em todas as lições que ensinamos a vocês como só um grego faria, sem ofensas é claro, Lord Quíron – Reyna se voltou para o centauro com uma olhar de perdão e respeito, e o mesmo apenas concordou com um singelo sorrisinho de lado e acenou para que a jovem romana continuasse – Um semideus não pode sair dos limites de Nova Roma sem permissão de seus superiores, ainda mais os que moram integralmente sobre nossa custódia. Espero que estejam cientes dos riscos que correram e da sorte que tiveram, ainda mais contra o leão de Nemeia. Acho que Lady Vitória deve gostar muito de vocês para terem derrotado tamanha fera e saírem ilesas.

— Eu não chamaria aquilo de sorte, Pretora, semideuses e sorte na mesma frase não combinam e acho que a senhora sabe muito bem disso – Blake teve a audácia de comentar isso, atraindo os olhares de fúria da filha de Bellona. – Se tivemos algum sucesso sobre a fera de Nemeia, foi inteiramente graças aos nossos esforços nos treinamentos fornecidos por nossos acampamentos. – sorriu singelamente lançando uma piscadela para Quíron, que sorriu em negação para a jovem.

— Bajulações não vão fazer com que seu castigo seja menos severo, senhorita Parker, quando chegarem ao acampamento, cuidarei pessoalmente para que a senhorita fique tão ocupada que não arranje tempo para muita coisa, principalmente no que se refere as suas brincadeiras com os gêmeos Stoll. – dito isso o sorriso de Blake murchou como uma flor quando Apolo passa muito perto com o carro do sol – No entanto, enquanto as senhoritas estiverem sobre a jurisdição da Diretora McGonagall, creio que a pretora Ramíres e eu não possamos fazer muita coisa em relação a vocês.

— Quer dizer que não seremos arrastadas pelas orelhas de volta para a América? – Stella perguntou com seus olhinhos azuis brilhando de excitação e esperança, ela já havia se afeiçoado a escola e aos seus companheiros de casa, seria difícil pra ela uma despedida tão repentinamente.

— Vocês ainda são adolescentes que precisam estudar, e bom, isso é uma escola – Reyna disse de maneira obvia – Se vocês estão aqui é porque pertencem a esse mundo tanto quanto pertencem ao nosso mundo, e embora tenhamos cuidado de vocês desde que tinham oito e nove anos— destacou bem essa parte com ironia na voz, fazendo com que as romanas sentissem um peso na consciência por terem traído a confiança daqueles que as acolheram desde menininhas; e embora Quíron não tivesse dito nada desse gênero, as gregas também não puderam deixar de se sentirem mal por fazerem o velho centauro atravessar o atlântico por culpa delas. – Não podemos interferir no destino de vocês, e além de ser uma herança de sangue a estadia de vocês nessa escola, não podemos ir contra a vontade das parcas, vocês estão onde devem está.

— Se não vão nos levar de volta, porque vieram até aqui? – Davina perguntou encarando o centauro desconfiada, às vezes alternando o olhar para a ruiva que parecia prestes a ter um treco de ansiedade – Pretora Ramíres-Arellano e Lord Quíron, com todo respeito, os senhores não perderiam seu tempo turistando em outro continente se não tivesse alguma necessidade. Creio que a necessidade primitiva de nos dar uma bronca por quebrarmos algumas simples regras, que são quebradas quase o tempo inteiro, não os tenha trago até aqui. Ainda mais na companhia da senhorita Dare, que nunca saí do acampamento para nada que não seja os estudos.

— Além de que, essa bronca foi bem fajuta para o calibre habitual da nossa querida pretora Arellano – Mary-Kate acrescentou imediatamente após Davina terminar sua fala. – Ela não viria pessoalmente atrás de semideuses indisciplinados, mandaria no máximo, algum semideus qualquer nos levar de volta para aplicar uma verdadeira punição digna de romanos quando estivéssemos em seus domínios. Isso se resolvesse não nos esperar chegar acabadas em casa.

Reyna ia rebater a audácia de Mary-Kate com mais um belo discurso sobre não contrariar ou expor seus superiores em hipótese alguma, mas Rachel foi mais rápida, iniciando finalmente o falatório que desejava desde que chegou a escola.

— Há seis meses atrás eu proferi a profecia mais estranha da minha vida, e olha que esse título é concorrido. A profecia não havia sido destinada a nenhum semideus como de costume seria, eu estava na companhia de Quíron quando o espirito de Delfos me tomou. A profecia dizia: As mestiças de pura magia, Hogwarts devem salvar. Por Godric, Rowena, Helga e Salazar batalhar. Coragem e liberdade para sacrifícios realizar, Inteligência e astúcia para os inocentes libertar. Os inimigos mais antigos se mostrarão inabaláveis, mas com o sacrifício do amor a queda será inevitável. – após Rachel terminar de citar a profecia, as jovens estremeceram e trocaram olhares de pavor e dúvidas. A profecia deixava muitos pontos claros, mas as dúvidas eram muito maiores. – A princípio eu não entendi nada, Quíron e o Sr.D pareciam saber de muito mais do que queriam me contar, então eu achei que Hogwarts era algum templo ou ruína amaldiçoada, como o labirinto de Dédalo. Eu também achei que Godric, Rowena, Helga e Salazar eram semideuses importantes para nosso mundo, cheguei até a achar que os inimigos antigos eram Gaia, Cronos ou algum outro maluco da linhagem. Então fui tirar minhas dúvidas com Annabeth, procuramos por dias sobre todos os dados que a profecia oferecia, mas era como se o lugar e as pessoas não passassem de delírios de Delfos. – Minerva quase riu da maneira como a ruiva falava da suposta inexistência de Hogwarts e seus criadores – Decidimos parar de fuçar as histórias gregas e romanas e nos focarmos nas nossas próprias vidas, e então se passaram seis meses e vocês duas desapareceram levando junto duas romanas intercambistas e depois disso chega um pergaminho dos deuses, ironicamente falando sobre onde quatro irresponsáveis garotas estavam, e finalmente Quíron me conta toda a verdade. A profecia claramente pertencia a vocês e aqui estamos nós, lhes comunicando a próxima grande profecia.

— Acho que houve um engano aqui – Blake começou ironicamente – Entregar o destino de um mundo em nossas mãos é como mandar o minotauro cuidar de uma porcelana fina, não vai dar certo. Voltem para casa e passem a missão para o Percy e companhia, ou chamem o pai do James, ouvi dizer que ele já salvou esse mundo uma vez.

— Não seja medrosa Blake, essa é a nossa grande chance – Mary-Kate rebateu irritada – Treinamos a vida inteira para uma missão importante, e quando finalmente ganhamos uma você fica de mimimi de entrega-la a outra pessoa?

— Recuperar o espelho da sorte de uma deusa louca por beleza é algo que eu sou capaz de fazer sem quebrar a cara, e sabe por quê? Porque eu sou realista o suficiente para reconhecer que se não sou capaz nem de cuidar da minha irmã, não vou conseguir salvar um mundo. Eu não vou ser a responsável pela destruição de Hogwarts – a filha de Hermes esbravejou irritada e saiu da sala sem dar a chance para alguém impedi-la.

— Ela se culpa pela destruição da nossa família, mas vai reconsiderar logo, logo – Stella diz simples, envergonhada pelas ações da irmã.

— Por que, exatamente, a missão nos pertence? – Davina questionou calmamente – Quer dizer, deve haver outras pessoas com quem a profecia se encaixe, não é?

— A profecia é bem especifica senhorita Nott, as mestiças de pura magia é quem devem batalhar por Hogwarts contra os inimigos mais antigos – a Diretora McGonagall finalmente se manifesta desde que a reunião começou – Claramente são vocês: metade deusas e metade bruxas, podem ser curadas tanto com feitiços como por ambrósia e néctar, podem guerrear tanto com varinhas como com espadas, assim como tem duas vezes mais vulnerabilidade. O sangue de vocês é puramente mágico, não há brechas para sangue trouxa em suas veias. Não temos ninguém como vocês andando por nossos corredores há, pelo menos, mil anos.

— Há alguma chance dos “inimigos mais antigos” ser um deus antigo se reerguendo com a ajuda de bruxos? – Davina perguntou receosa com a resposta.

— Presumo que sim, senhorita Nott – Minerva respondeu arrancando uma careta de Davina, mas não sabia se foi pelo sobrenome usado ou pela resposta positiva – Desde que Voldemort foi eliminado, os bruxos das trevas que conseguiram escapar a Azkaban permanecem quietos demais, escondidos da sociedade em seus refúgios que pouco se sabe. Uma das razões para os bruxos terem sido separados dos semideuses a milhares de anos atrás foi esse: há muitas brechas para voltar dos mortos no mundo de vocês, para um bruxo maligno isso seria um prato cheio, novos inimigos não parariam de surgir e a paz nunca chegaria para nós. O mundo dos greco-romanos tem fontes infindáveis de magia poderosa, magia negra, que não pode de maneira nenhuma chegar às mãos de bruxos malvados. Quanto menos nossos mundos souberem um do outro, melhor será. Mas então vocês apareceram, a junção dos dois mundos, destinadas a derrotar as forças antigas do mundo da magia, que ironicamente, surgiram a partir do poder dos deuses.

— Resumindo: Temos que arrumar a bagunça que um deus fez a milhares de anos atrás? – Mary-Kate indagou e Minerva assentiu positivamente – Porque será que eu não estou surpresa? – ironizou.

— O que temos que fazer exatamente, Quíron? – Davina indagou observando atentamente Rachel, Quíron e Reyna se entreolharem com expressões que definitivamente não passavam nenhuma confiança as semi-bruxas ali presentes.

— Vocês sabem que as profecias nunca oferecem repostas fáceis ou obvias, mas geralmente nos dão algo para seguir – foi Rachel a tomar a explicação, com o consentimento silencioso do centauro e da pretora – Acho que está claro             onde vocês  devem estar. O resto vocês saberão quando chegar a hora certa. Por enquanto só aproveitem esse novo lado da vida de vocês, Zeus sabe o que eu daria para poder estudar aqui também – a ruiva sorriu divertidamente, o que acabou contagiando as outras garotas. As garotas conheciam Rachel o suficiente para saber que ela estava apenas brincando, e que já era muito feliz do jeito que era: uma clarividente, oráculo e que agora conhecia um novo mundo que o restante dos semideuses não fazia a mínima noção que poderia existir.

— Não deem ouvidos a Srta.Dare, vocês estão aqui para estudar, mesmo que tenham chegado aqui quebrando todas as regras e arriscando seus pescoços de mil maneiras possíveis. Espero ao menos que suas notas compensem suas imprudências, ou passarão as férias trabalhando na limpeza do acampamento – Reyna estabeleceu as semideusas romanas, ainda muito irritada com as fugas delas. Stella agradeceu a Júpiter por o destino de sua irmã não está sobre a jurisdição de Reyna, ou ela ficaria muito mal vendo Blake passar o verão condenada a limpeza.

— Não acho que seja para tanto pretora, elas foram capazes de lidar com o Leão de Nemeia perfeitamente bem, sem danos graves. Acho que nem Jason ou Percy teriam realizado tal feito sem acabar com metade da estação de King’s Cross. – Quíron soltou uma risadinha abafada ao lembrar dos estragos que os poderes do dois garotos poderiam causar de vez em quando. – O ponto é: elas podem se virar perfeitamente bem longe dos acampamentos, já provaram isso, nós as treinamos bem Srta.Ramíres. Mas é claro que se elas não obtiverem boas notas, terão que passar o verão estudando as matérias para recuperarem o que não foi aprendido. – a diretora de Hogwarts pareceu muito satisfeita ao ouvir isso, pelo menos com essa supervisão em ‘casa’ ela esperava não ter problemas com as semideusas.

— Estão dispensadas senhoritas – Minerva disse indicando a saída para as jovens semideusas que a encararam confusas. Então era isso? Já tinha acabado a reunião que colocaria metade da vida delas nos trilhos? – Tenho assuntos particulares a tratar com os senhores aqui presentes, e creio que vocês devem estar ansiosas para saírem daqui e conversarem com a senhorita Parker – Minerva lembrou-as de Blake, que por um mínimo instante, haviam conseguido esquecer o show que ela dera antes de sair rudemente da sala. Davina suspirou pesadamente, ela sabia o quanto a amiga podia ser irredutível; Mary-Kate revirou os olhos em desaprovação, no momento ela estava achando a filha de Hermes muito imatura. Já Stella sentia uma culpa imensa pela reação da irmã, ela sabia que Blake se culparia eternamente por tudo que aconteceu com a família delas, e estava pronta para defender a irmã de possíveis comentários maldosos.

— Com licença Diretora – Mary-Kate pediu se pondo de pé, sendo seguida pelas duas loiras – Até mais ver Lord Quíron, Pretora Ramírez-Arellano – cumprimentou a mulher com um gesto no qual levava o braço direito com a mão fechada a pousar atravessado sobre seu peito. Stella imitou a gesto, e Reyna também. Davina se despediu rapidamente de Reyna, e avisou a Quíron que depois o mandaria uma mensagem de íris ou uma coruja, como o pessoal de sua casa havia lhe explicado sobre o correio-bruxo.

As garotas saíram rapidamente da sala e começaram a caminhar para o salão comunal, o horário do almoço já estava quase no fim. Quando adentraram o salão, elas logo avistaram Blake sentada a sua devida mesa e parecia se divertir bastante jogando ervilhas em James Potter. Ela parecia totalmente alheia a profecia e a missão    que acabará de receber, não aparentava em nada a raiva e frustação que a pouco demonstrará. Mary-Kate fez logo a menção de ir até a mesa vermelha e dourada e arrancar a grifinória dali grosseiramente, ela estava pronta para abrir os olhos de Blake para suas obrigações, não importa a maneira que teria que fazer isso acontecer. Davina não queria impedir Mary-Kate de ir até lá, ela também concordava que Blake precisava de um choque de realidade para acabar com todo seu vitimismo, mas ainda lhe sobrará muito bom senso para saber que o horário e local eram desapropriados para tal conversa, então ela impediu que a filha de Vênus continuasse avançando até a mesa grifinória. Stella suspirou tristemente vendo a reação de Mary-Kate, como uma boa romana, Mary honraria seus deveres e não aprovava que Blake não fizesse igual. A filha de Apolo também sabia que Davina compartilhava de uma opinião parecida com a de Mary-Kate, ela sabia o quanto essa missão era importante para a filha de Atena, era a chance dela se provar para sua mãe.

— Deixem que eu fale com ela primeiro, precisamos ter uma boa conversa antes de vocês simplesmente a acusarem de mil e uma coisas. – Stella diz simples e segue até sua mesa sem esperar a reação das amigas. Ela se sentou em um canto afastado do resto do pessoal que terminava seu almoço na mesa amarela, e observou sua irmã se levantar e ir embora com uma garota morena, elas pareciam muito felizes em sua conversa, o que levantou muitas dúvidas e incertezas em Stella. Essa conversa não seria nada fácil.    


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Notas finais do capítulo

Bem, espero que tenham gostando pelo menos um pouquinho desse ~ meio muito chato ~ capítulo.
Kisses e até a próxima ;3



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