[...]

— E corta!  Ótimo trabalho, meninas. — Falei para elas, recebendo um agradecimento de Carly e uma língua para fora de Sam.

— Parabéns para mim não recebo, não é mesmo?! Logo eu, o mais esquecido. Snif. — Gibby reclamou fazendo um falso choro e retirando sua fantasia de pasta de dente. Era um especial de halloween e Gibby adorou a ideia de ser uma pasta de dente.

— Não é aniversário de ninguém aqui não, sua baleia. — Sam falou irritada, ela estava usando uma roupa de enfermeira que era Carly como fantasia, já que tinha esquecido a sua em casa, e isso não a agradava nada. (A mim sim, mas acho melhor eu ficar calado, né?)

— SAM! Peça desculpas a ele agora! — Uma Carly vestida de unicórnio ordenou.

— Está bem mamãe — Sam virou-se para Gibby —  Desculpa... baleia. — Ela sorriu sarcástica, recebendo olhares mortais de Carly e Gibby. Essa Puckett... não adianta em nada!

— Você viu Carly?! Ela é muito malvada! Como consegue ser amiga dessa bruxa? — Gibby choramingou e caiu sendo atacado por uma bota.

— Cale a boca mané! — Falou mais irritada.

— Aí meu senhor, não vou falar mais nada, vocês que se virem! — Levantou-se do puff amarelo onde estava sentada — Eu estou indo me arrumar para ir no meu encontro com Adam, estou muito feliz! — Suspirou e sorriu com um olhar sonhador.

— Por que não vai assim mesmo? Ele vai adoraaar te ver como unicórnio. — Sam ironizou, sentando-se no puff roxo.

— Não Sam, eu prefiro ir normal mesmo. — Carly respondeu sarcástica. 

— Eu acho uma cilada ir num encontro bem no dia do Halloween. — Falei depois de muito tempo observando. E não. Não era ciúmes e nem nada, era só medo de acontecer algo com minha amiga nesse dia tão estúpido.

— Ah, eu vou mesmo assim, afinal ele é o Adam né? Eu vou ficar com medo, ele vai me abraçar, AI QUE MARAVILHA! — Gritou, quase estourando nossos tímpanos.

— Beleza, tchau Carly! — Sam falou mandando ela ir embora, cansada de tanto gritinhos insuportáveis e sonhadores da morena.

— Hump. Quando você tiver um namorado você vai ver! — Exclamou e foi embora irritada.

Vi Sam revirar os olhos. Depois da dramática Shay se mandar, o estúdio permaneceu silencioso, mas em alguns minutos depois, o silêncio foi quebrado por um "fantasma" entrando pela porta.

— BUUUUUUU — Tentou aterrorizar, mas acidentalmente tropeçou-se no pé de Gibby e caiu de cara no chão, ou de cara nos sapatos de Sam.

O "fantasma" se levantou do chão e tirou sua fantasia revelando ser Spencer, com uma cara amassada, marcada e fechada.

— Já era de se imaginar. — Falei revirando os olhos e sentando no puff ao lado da Puckett.

Spencer sorriu e começou a falar animado:

— Pessoal! Vamos lá! Animação nesse dia tão maneiro!! — Começou a pular e dançar, esquecendo do incidente segundos atrás.

— NÃO! — Sam gritou emburrada. — Vou trocar essa roupa totalmente estúpida. — Saiu do estúdio e fechou a porta com muita força.

Nós ficamos quietos por uns segundos, então decidi falar:

— O que propõe nesse dia tãooo "maneiro", Spencer? — Perguntei entediado.

— Brincar! — Respondeu. Ora, quantos anos ele tem mesmo?

— Claro que não!

— Esse meu brincar se refere a jogar jogos de tabuleiro ou jogos caseiros de terror que podemos procurar na internet. — Disse. Bom, até que isso não tem muito problema, a Sam iria adorar esses jogos de terror.

— E-eu não acho i-isso uma boa ideia. — Gaguejou Gibby.

— Por que não, Gibby? — Perguntei.

— Err... nesses jogos, eu meio que me cago todo... literalmente. — O gordinho falou.

Spencer e eu fizemos uma careta ao ouvir a fala do moreno. Era melhor deixar essa jogos de terror para lá, afinal, ninguém está afim de ver Gibby fazendo suas necessidades nas calças e na frente de todos.

— Bom, podemos brincar de verdade ou desafio! — Sugeri um pouco animado, era legal brincar de verdade ou desafio, o jogo não fazia nenhum mal e todos se divertem.

— Pode ser. — Os dois concordaram e sentaram-se no chão.

Catei uma garrafa de água que estava ao lado do meu notebook e sentei também, fazendo uma roda entre nós.

Eu iria girar a garrafa, mas fui interrompido por Sam com suas roupas normais que entrava pela porta.

— Ei, o que vocês estão fazendo? — Ela perguntou curiosa.

— Brincando de verdade ou desafio, quer brincar? — Sorri.

— Claro, eu gosto de brincar disso. — Sentou-se ao meu lado.

— Então vamos começar! — Disse animado e comecei a girar a garrafa.

[...]

Era a regra de sempre, na ponta da garrafa se perguntava e na "bunda" da garrafa se respondia.

Depois de uns segundos a garrafa parou, era para Sam perguntar e Spencer responder.

— Spencer, Spencer, verdade ou desafio?

— Desafio. — Falou.

— Bom... desafio você me fazer tacos de espaguete! — Sam "desafiou" e eu revirei os olhos.

— O quê?! É sério? Agora não, Sam! 

— É fazer ou sair da brincadeira. — Falou com um sorriso pouco debochado.

— Hump, está bem. Estou indo fazer seus queridos tacos. — Bufou saindo pela porta.

— VALEU! — Gritou para ele ouvir, sem resposta.

[...]

— Está aí sua comida, loira. — Spencer entregou brutalmente o prato com tacos de espaguete para ela.

— Valeu Spencerzinho. — Comeu um pedaço. — Huuum, v-vamos continuar pessoal! — Disse de boca cheia.

Spencer girou a garrafa e ela parou. Era a vez de Gibby perguntar e eu responder:

— Freddie, verdade ou desafio?

— Verdade — Respondi. Era óbvio que eu não iria arriscar respondendo desafio.

— Verdade que você ainda gosta da Carly? — Gibby perguntou e eu revirei os olhos pela décima vez no dia.

— Não. Ela é só uma amiga, e eu considero-a como irmã. Aquilo foi uma paixão infantil. - Eu falei sincero, estava cansado de ter que explicar isso toda hora, parece que ninguém acreditava em mim.

— Beleza então. — Girou a garrafa.

Spencer vendo o resultado, sorriu e olhou para Sam.

— Eu acho que o mundo dá voltas, não é mesmo? — Disse.

— Tanto faz. — Sam respondeu com um pouco de taco em sua boca.

— Verdade ou desafio, Puckett?

— Desafio, eu adoro desafios. — Falou.

— Bem, bem, eu te desafio a sentar no colo do Freddie. — Ele desafiou. O que resultou em Sam e eu com olhos arregalados. Bom, não vou dizer que não gostei, pelo contrário.

— O quê?! Urgh! Eu não vou fazer isso! — Disse desesperada. Confesso, agora estou um pouco decepcionado.

— Ou você faz isso, ou você sai da brincadeira — Ele ameaçou. O mundo dá voltas mesmo.

— Vou sair da brincadeira então. Eu acho que tem uma loja de doces aberta por aí, ou posso roubar de umas criancinhas tontas. — Levantou-se. — Adeus senhor crianção, baleia e nerd!

Antes de começar a andar em direção a porta, acabei a puxando para o meu colo. Acho que meu corpo ficou desesperado e pá. Aliás... O QUE RAIOS EU ACABEI DE FAZER???????

— Hã?! Nerd? Perdeu o amor pela vida agora, foi? — Perguntou irritada e um pouco... corada?

— D-desculpe princesa Puckett. — Dei um pequeno sorriso. Poxa Benson, acredito que você perdeu o amor pela vida mesmo. Você não poderia ficar com esse corpo parado e ter dito apenas "Sam" ou "Puckett"?

Vi Spencer e Gibby sorrirem. Minha nossa, minha nossa! O que esse dois tem na cabeça ao sorrir agora? Querem que eu morra por causa da loira comilona?!  Poxa!

— Já que você não vai mais caçar seus doces, vamos continuar! — Spencer finalmente falou ainda sorrindo. O que eu fiz para merecer isso?

— O-o que? Não! — Sam gaguejou nervosa.

— VAMOS CONTINUAR — Ele gritou meio irritado.

Gibby ao ver a cena começou a rir.

— POR QUE ESTÁ RINDO SUA BALEIA?!- Sam começou a gritar com muita raiva.

— N-n-nada. — Gibby sussurrou e gaguejou com medo.

Suspirei e comecei a girar a garrafa.

— Verdade ou desafio, Sam? Ou Freddie? Ah, eu sei lá!

— Desafio. — Falamos juntos e logo demos um olhar mortal um no outro.

— Eu vou desafiar o Freddie, já que a Sam é muito mal comigo. — Falou, recebendo mais uma vez um olhar mortal da loira.

— Está bem! — Sorri e dei um olhar provocativo nela.

— Eu te desafio a... a... eu não sei! Spencer me ajude! — Ele pediu a Spencer que apenas deu um olhar maléfico.

— Ei, ei, ei! — Chamei. — Quem disse que pode ajudar?

— Olha, já que eu que sugeri essa brincadeira, eu que mando nela. — O "adulto" falou. Que raios? Fui eu que sugeri a brincadeira! Hump.

— Eu odeio vocês. — Declarei meu falso ódio e eles reviraram os olhos. — Fala o desafio logo.

Spencer se aproximou da orelha de Gibby e começou a sussurrar. Depois que terminaram, olharam para mim, Spencer com a sua cara maléfica de antes, e Gibby com uma cara totalmente confusa, que começou a falar:

— Eu te desafio a dançar metralhadora.

Realmente? O que bolas é isto?

— Desculpe, eu desconheço essa dança.

— É uma música que fez sucesso no Brasil no carnaval de 2014? 2015? Eu não sei. Só sei que depois descobriram que a música não presta e deixaram ela de lado, ou não... — Explicou Spencer. Vou nem perguntar de onde ele tirou isso.

— Está bem, né? Vamos lá dançar. — Tirei Sam do meu colo (Sim, meus caros. Ela ainda estava lá) e comecei a pensar: Como será que se dança essa música?

Então, imaginei algumas pessoas com metralhadoras e que começaram a dançar. É estranho, eu sei, mas foi a única forma que consegui imaginar sobre a música ou dança, não sei!

 Comecei a dançar, e isso deu um péssimo resultado, eu nunca dancei bem. Até tive que parar, já que as outras pessoas que estavam no estúdio não falaram nada até agora. 

Olhei para onde os três permaneciam, todos estavam no chão rindo de mim com lágrimas nos olhos.

Por que eu fui brincar disso?

— Quer saber?! Já cansei desse negócio de "verdade ou desafio". E também... olha, será que dá para vocês pararem de rir de mim?! — Estava irritado. Eles ainda estavam rindo e não se cansavam de jeito nenhum.

— D-desculpa F-Freddie. — Spencer disse ainda rindo. — V-vamos acabar com essa brincadeira. Portanto, eu quero propor um último desafio para Sam e você.

Sam parou de rir e olhou para Spencer.

— Que desafio? — Perguntou.

— Desafio vocês se beijarem!

— O quê? Não! Você tem falta de neurônio, Spencer?! — Perguntou irritada.

— Hã.. não? E você vai beijar ele sim! — Antes de qualquer coisa, o cúmplice de Spencer, Gibby me empurrou e acabei caindo em cima dela.

Eu conseguia ouvir outra respiração, era a dela. Nós estávamos tão próximos...

— Ai finalmente esses dois. Seddie forever! Vamos tirar fot... — Spencer iria terminar de falar, mas foi interrompido por um alarme soando muito alto no apartamento.

— AAAAAAAAH SOCORRO!! O ALARME TÁ PEGANDO FOGO BICHO! — Gibby se desesperou, nem reparando no que tinha acabado de falar.

Por todo esse impulso Sam e eu nos afastamos e descemos para a parte debaixo, sendo seguido por Gibby e Spencer.

— Iih, a cozinha tá pegando fogo mesmo. — Ela falou relaxada.

— Spencerzinho... O QUE VOCÊ FEZ PARA A COZINHA PEGAR FOGO?! — Gritei.

— Err... já que tinha que fazer tacos para a Sam, decidi fazer mais enquanto brincávamos lá em cima, hehe... — Explicou desajeitado e pouco desesperado também.

— Não é por nada não, mas acho que a gente deveria sair daqui. — Sam avisou parando o nosso assunto "importante".

Escutamos ela e saímos correndo do apartamento.

[...]

— Tente não ligar para mim mais. Nunca mais. — O bombeiro falou (na verdade, ele ameaçou) se retirando do apartamento junto com a sua equipe.

— Pode deixar Dylan! Hehe...

Após a saída dos bombeiros, uma Carly muito desesperada chegou.

— VOCÊS ESTÃO BEM? O QUE ACONTECEU AQUI?

— Acontece que seu querido irmãozinho — Apontou para Spencer. — Colocou fogo na cozinha. — Sam explicou com um sorriso debochado.

— O QUÊ?! EU VOU TE MATAR SPENCER! VOCÊ ESTRAGOU O MEU ENCONTRO COM O ADAM! — Gritou raivosa correndo atrás dele.

— AAAAAAH! ALGUÉM ME AJUDA! — Saiu correndo desesperado.

Gibby, Sam e eu rimos. Parei por um tempo e pensei:

 Nunca jogue verdade ou desafio numa noite de Halloween, você vai acabar se dando bem mal.