De Repente Papai escrita por Lady Black Swan


Capítulo 42
Um lugar ao qual pertencer


Notas iniciais do capítulo

Não! Isso não é uma ilusão, é mesmo um segundo capítulo em um mesmo mês! Mas não se acostumem não! XD
Não sei se já tinha comentado isso antes, mas por via das dúvidas vou falar aqui: De Repente Papai está entrando em sua reta final! O.O



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Rin gostaria de agradecer um milhão de vezes a Kagome por aquele celular!

Pois sem ele, ela não poderia tirar todas aquelas maravilhosas e raríssimas fotos de Sesshoumaru-Sama usando camisas e tiaras engraçadas com orelhas de personagens de desenhos animados.

—Normalmente se visita a loja de souverniers por último, Rin. — Sesshoumaru-sama reclamou sério enquanto ela tirava mais meia dúzia de fotos suas — Pensei que queria vir a um parque de diversões para andar nos brinquedos e não para tirar centenas de fotos inúteis.

—Comprar soveniers, tirar milhares de fotos e comer besteiras até explodir são tão necessárias em uma visita a um parque de diversões quando andar nos brinquedos. — citou.

Sesshoumaru-Sama arqueou uma sobrancelha.

—Quem lhe ensinou isso?

—Vovó Izayoi!

—O senso de responsabilidade daquela mulher é inversamente proporcional a idade dela? — criticou tirando o celular de sua mão.

—Ei! — reclamou.

—Já chega de fotos. — decretou guardando o celular dela na pochete que trazia atravessada diagonalmente no peito.

Inconformada, Rin cruzou os braços.

—Vovó Izayoi tirou fotos suficientes minhas para poder admirar uma por dia até a próxima visita dela.

—Mas você vai me ver praticamente todos os dias, e não uma ou duas vezes por ano.

Quando ele devolveu a camisa e a tiara para as prateleiras e começou a se afastar, Rin correu para se por ao seu lado e pegar sua mão.

—Então o que o senhor quer fazer agora?

Sesshoumaru parou e olhou-a.

—Com exceção de tirar mais fotos ridículas, o que mais te faria sorrir?

Rin sugeriu que eles fossem comer primeiro, mas Sesshoumaru-sama recusou porque, dependendo da quantidade que ela comesse e dos brinquedos que escolhesse depois o resultado poderia ser inevitavelmente vômito nos sapatos dele, algo que ele pretendia evitar a todo custo. Até que tinha lógica. Especialmente quando se considerava que o primeiro brinquedo que ela escolheu foram as xícaras.

—O senhor tinha razão sobre ter menos gente hoje no parque, Sesshouma-sama. — comentou feliz, lendo a estimativa de espera de quarenta minutos na fila.

Sesshoumaru-Sama arqueou uma sobrancelha.

—Você só pode estar brincando.

—Não, quando vovô e vovó trouxeram Miroku, Tio Inuyasha e eu, a estimativa de tempo de espera da maioria dos brinquedos estava entre uma hora e vinte minutos e uma hora e quarenta e cinco minutos. — contou-lhe.

Ele a olhou em silêncio por alguns segundos, talvez tentando decidir se ela realmente estava falando sério ou não, e então olhou para a fila diante deles.

—Cem minutos de espera por quinze de diversão?

—Mas vale à pena! — garantiu pegando-lhe uma das mãos com ambas as suas e o puxando em direção à fila — E ás vezes nós ganhamos uma foto também.

Na verdade “ganhar” não era bem a palavra, já que eles só poderiam levar a foto para casa se pagassem por ela, mas Sesshoumaru-sama não reclamou em momento algum sobre isso.

—Sete ligações perdidas. — comentou a certo ponto da fila — Os parasitas estão enlouquecendo.

—E o senhor não vai atender? — mas assim que olhou em seu rosto ela percebeu que foi uma pergunta idiota. — Tio Inuyasha e os outros sabem a verdade?

Ele a olhou.

—Que falar sobre isso agora?

Rin olhou a fila diante deles e deu de ombros.

—Acho que temos tempo.

—Não fazem a mínima ideia. — respondeu por fim.

—Acha que vão me odiar? — perguntou temerosa.

—Que sentido isso faria? — ele arqueou-lhe uma sobrancelha — Eles já te adoravam independente de eu te querer em casa ou não, para eles você ser minha filha legítima ou não, não faz a menor diferença, obviamente eles gostam mais de você do que de mim.

Rin colocou as mãos sobre a boca, para evitar rir, porque Sesshoumaru-Sama só estava dizendo a verdade, mas seria maldade rir disso na cara dele.

—Ah, eu também gosto mais de você do que deles. — ele declarou como se fosse à coisa mais simples do mundo, mesmo que quase tenha feito o coração de Rin explodir. — Acho que vou aproveitar a audição pela sua guarda para pedir uma medida de restrição contra eles.

É claro que ele não estava falando sério… não é?

Hesitou mordendo o lábio inferior.

—Vovô e vovó sabem?

—Alguma hora eles vão saber

Então não sabiam ainda.

—Mas… — deteve-se temerosa — Quando eles descobrirem o senhor acha que tentarão me levar?

—Já estão tentando levá-la agora.

—É verdade. — reconheceu — O senhor acha que quando eles descobrirem vão ficar bravos com mamãe?

—Talvez um pouco. — ele admitiu. — Mas você não deveria se preocupar com isso, ela era a única filha deles e faleceu, então cedo ou tarde se sentirão obrigados a perdoá-la.

Rin olhou-o com uma careta, pensando que às vezes Kagome tinha razão a respeito de Sesshoumaru-Sama: ele não tinha um pingo de delicadeza para falar.

—Não foi para isso que você quis ir ao cemitério mais cedo? Para perdoar Mariko? — ele deduziu. — Eu sei que você estava brava com ela antes.

Rin sentiu suas bochechas esquentarem um pouco.

—Na verdade eu fui para dar uma bronca nela. — confessou.

Sesshoumaru-Sama arqueou uma sobrancelha para ela.

—E você costumava dar muitas broncas na sua mãe?

—Às vezes. — admitiu — Porque ela nunca comia direito, eu cozinhava junto com vovó, porque achei que se fizéssemos comidas gostosas e cheias de amor para ela, Mariko melhoraria.

—Posso imaginar. — ele tirou o celular do bolso e o conferiu — Agora são doze ligações perdidas. — guardou-o de volta — Mas se quiser ficar preocupada com alguém, talvez pudesse considerar pensar em Kinoshita Keiko.

Rin levou quase um minuto inteiro para conseguir entender o significado daquelas palavras e, quando o fez, os olhos se arregalaram e o queixo quase caiu.

—Keiko-san sabe a verdade? — perguntou abismada.

A fila estava andando.

—Aparentemente ela e a professorinha eram muito próximas. — Sesshoumaru-Sama confirmou com um dar de ombros — Ela me disse que nunca conheceu realmente o seu progenitor, mas eu não acreditei 100% nela, então você é livre para interrogá-la se quiser.

—Eu sou? — olhou-o surpresa e confusa. — Mas e se eu quiser ir procurá-lo?

Sesshoumaru-Sama a olhou em silêncio por um longo momento, até que a fila parasse de andar novamente e um pouco mais.

—Mas por que você iria querer ir embora? — perguntou por fim, como se estivesse tentando entender o sentido daquela pergunta — Já encontrou um lugar onde é querida e amada, e logo serei seu responsável legal. O que mais poderia querer?

Realmente… quando dito daquela forma não fazia sentido nenhum.

—Eu… acho que estou curiosa. — arriscou — Se estivesse no meu lugar o senhor também não estaria?

Sesshoumaru-Sama nem precisou pensar antes de responder:

—Eu nunca senti curiosidade para conhecer o pai da Sra. Arina.

Mas Rin não tinha ideia do que uma coisa poderia ter haver com a outra.

—A Sra. Arina sabe?

—Sabe. — confirmou — Por isso me deu a casa e está pagando o advogado, embora surpreendentemente não tenha pedido nada em troca até agora.

—Ela é sua mãe, é claro que não vai pedir algo por ajudá-lo! — Rin sentiu-se no ímpeto de defender a avó.

—Possivelmente. — mas Sesshoumaru-Sama não parecia grandemente convencido — Se algum dia você quiser procurar pelo seu progenitor, apenas me avise antes.

A fila recomeçou a andar.

—Tudo bem. — concordou calmamente — O… o que exatamente Keiko-san lhe disse sobre ele?

Mas Sesshoumaru-Sama demorou tanto a responder-lhe que Rin já estava começando a achar que talvez ele não a houvesse escutado, então estava tentando decidir se deveria repetir a pergunta ou não quando ele, por fim, respondeu:

—Que era um homem inteligente e mais velho a quem, aparentemente, Mariko conheceu enquanto pesquisava universidades para se matricular.

Quando a fila parou novamente, Rin mordeu o interior da bochecha, pensando se deveria ou não fazer a pergunta que vinha carregando dentro de si desde que lera aquele exame de DNA e da qual tanto tinha medo da resposta, por fim ela ergueu os olhos para o pai.

—Ele sabia sobre mim?

—Sabia.

Ele sabia, Rin fechou os punhos junto ao corpo e apertou os dentes, ele sabia e havia deixado-as sozinhas, ele sabia e nunca havia ajudado Mariko.

Sua mãe sempre havia dito que, por seu egoísmo ela guardara Rin para si e nunca contara ao pai sobre ela, mas era mentira também, porque ele sabia sobre ela e ainda assim nunca a procurara… aquele homem era o verdadeiro egoísta.

E Rin não sabia mais se ainda tinha curiosidade de conhecê-lo.

—E mais alguém sabe? — obrigou-se a perguntar, tentando pensar em outra coisa, qualquer coisa.

—Eleonor.

As sobrancelhas de Rin se arquearam com surpresa.

—Por que Eleonor-san s…?

Mas Sesshoumaru-Sama pegou-a pela mão e a puxou

—Vamos, é nossa vez.

As xícaras foram apenas o começo daquele que foi um dos dias mais divertidos da vida de Rin.

—Quer ir a casa mal assombrada mesmo tendo morrido de medo apenas com aquela encenação de quinta daquele labirinto de papelão na escola dos parasitas? — Sesshoumaru-Sama arqueou-lhe uma sobrancelha perante sua escolha inusitada.

Mas em resposta Rin engoliu um punhado de pipocas, estufou o peito e sorriu com orgulho.

—Eu vou ficar bem! — garantiu…

…E vinte minutos depois saiu do brinquedo pendurada na perna de Sesshoumaru-Sama, completamente agarrada a ele com os braços e pernas e, embora não pudesse dizer com certeza porque estava com os olhos fechados, achou que o havia escutado rindo.

Depois disso os dois ainda foram à roda gigante, ao carrossel — Sesshoumaru-Sama resistiu a subir nos cavalos, mas por fim quando aceitou Rin achou que ele parecia um príncipe —, e à casa dos espelhos.

—O que está fazendo agora?

Ele perguntou-lhe quando ela deixou o milk-shake de lado e sentou-se para tirar os sapatos.

—Nós vamos à montanha russa agora. — respondeu, e ele arqueou a sobrancelha esperando por uma explicação mais satisfatória, Rin sorriu envergonhada — Eu estou uns cinco centímetros abaixo da altura mínima permitida, então tio Inuyasha me ensinou isso: para compensar a altura eu coloco as meias enroladas dentro dos sapatos e piso em cima delas quando as calço.

—Eu vou socar o bom senso dentro daquele cérebro de noz quando voltarmos para casa. — Sesshoumaru-Sama ameaçou, mas sentou-se ao seu lado e não a impediu. — Vinte e oito ligações perdidas. — arqueou uma sobrancelha para a tela do celular — Parecem que recorreram até ao velho Myuga e tem também uma ligação de…

Ele calou-se subitamente, apertou qualquer coisa na tela do celular e levou o aparelho ao ouvido, Rin o olhou intrigada, afinal depois de tantas ligações ignoradas, quem ele poderia estar retornando…?

—Eleonor, sou eu. — ele disse ao telefone — Foi você quem me ligou primeiro… ah… não, só a trouxe ao parque de diversões… Então confirme que a coloquei em um navio para antártica. — desligou voltando-se para Rin — Você quer cachorro quente?

Rin olhou-o com o cenho franzido, sentindo-se dividida entre perguntar que espécie de ligação maluca foi aquela e aceitar o cachorro quente… mas acabou optando pelo cachorro quente, o que acabou se provando a escolha errada, pois, mesmo que estivesse uma delícia, quando desceram da montanha-russa acabou pondo-o todo para fora, juntamente com a pipoca, o refrigerante, o algodão doce, o milk-shake e tudo mais que havia comido.

—Eu avisei. — Sesshoumaru-Sama comentou oferecendo-lhe um guardanapo de papel com uma mão enquanto com a outra comia salsicha empanada.

—Como é que o senhor consegue continuar comendo? — tossiu aceitando o guardanapo.

Sesshoumaru-sama arqueou uma sobrancelha e ofereceu-lhe a salsicha, então Rin deu-lhe as costas e curvou-se novamente sobre a lata de lixo.

Foi provavelmente um dos dias mais divertidos da sua vida.

Tanto que quando chegou a casa ainda estava dizendo:

—Sesshoumaru-sama o que o senhor faria se amanhã eu dissesse que estou doente novamente e quero ir ao parque aquático?

—Eu te enfiaria no uniforme e a jogaria por cima do muro da escola. — respondeu impassível.

Talvez tenham sido as gargalhadas de Rin que atraíram Kagome e tio Inuyasha correndo até eles, e Kagome inclusive fez um movimento bastante impressionante ao se atirar de joelhos no chão e vir deslizando até Rin, esmagando-a em um abraço.

—Onde vocês estavam? — perguntou angustiada — Ligamos para todos os hospitais, seu celular estava desligado e o idiota do Sesshoumaru não atendia o dele!

—E aquela mulher de gelo não ajudou em nada! — tio Inuyasha reclamou. — Ela nos deu uma resposta absurda depois da outra! Primeiro nos disse: “Oh, ele finalmente fugiu com a criança? Eu procuraria nos aeroportos, mas talvez não estejam usando os nomes verdadeiros”, mas o que é que isso significa?! E depois quando Sango voltou sozinha até lá, ela disse que vocês tinham ido a um parque de diversões! Um parque! E por último sugeriu que Sesshoumaru talvez a tivesse colocado numa caixa e mandado para o Alaska, e aí saiu de casa dizendo que se qualquer um de nós se aproximasse de novo chamaria a polícia e sumiu também!

Eles estavam falando sobre Eleonor-san, a ligação dela havia sido a única que Sesshoumaru-sama havia retornado.

—Você tem ideia de quantas vezes ligamos?! — Kagome-chan afastou-se de Rin, embora ainda mantivesse as mãos em seus ombros — Nós…! O que é isso na sua cara Sesshoumaru?

—É tintura facial. —Sesshoumaru-sama respondeu enquanto pegava o celular, sem perceber ou simplesmente ignorando (o que era mais provável se tratando de Sesshoumaru-sama) a reação de tio Inuyasha que de repente arregalou os olhos e recuou uns dois passos para trás. — Foi ideia de Rin.

Agora que o tio e Kagome se concentraram em seu rosto e nas asas de borboleta de cor amarela pintadas nele, Rin sentiu-se um pouco constrangida, ela também havia conseguido fazer com que Sesshoumaru-Sama pintasse o rosto, mas ele tinha o olhar tão sério e implacável que o pobre funcionário do parque de diversões pareceu ter ficado completamente sem ideias quando se viu cara a cara com ele, e até agora Rin não sabia dizer bem o que ele havia tentado representar ali pintando aquela meia lua roxa na testa de Sesshoumaru, o delineador vermelho em seus olhos e os dois pares de traços vermelhos em suas bochechas.

—Eu confisquei e desliguei o celular de Rin porque ela não parava de tirar fotos, mas foram trinta e uma ligações perdidas. — Sesshoumaru-Sama começou a dizer enquanto avaliava o celular que tinha na mão. — Uma de Eleonor, duas de Myuga, quatro de Pervertido, sete de Gata Selvagem, oito de Domadora e nova do Idiota.

—Quem é o idiota?! — tio Inuyasha reclamou erguendo o punho.

Sesshoumaru-Sama arqueou uma sobrancelha.

—Se você precisa realmente perguntar então já tem sua resposta.

Por um instante Rin achou que seu tio estava prestes a socar seu pai, mas então Kagome se levantou e ficou, convenientemente, entre os dois.

—Então realmente foram a um parque de diversões?

—É óbvio que sim. — ele respondeu — E se eu realmente ainda estivesse tentando me livrar da menina não haveria nada que vocês pudessem fazer que pudesse me impedir de colar uma porção de selos nela extraviá-la para a Noruega.

Antártica, Alaska, Noruega… Rin fez uma careta e abriu a boca para perguntar por que todos os lugares para onde cogitavam mandá-la sempre eram tão frios, quando ouviu ali a última voz que esperava ouvir naquela casa:

—Essa é uma coisa no mínimo peculiar de se escutar.

Rin recuou com os olhos arregalados.

—Abi-sensei?!

E então ela e Sesshoumaru-sama lançaram olhares bastante irritados para tio Inuyasha e Kagome, por eles terem se esquecido de comentarem sobre aquele pequeno detalhe.

—Abi-sensei. — Sesshoumaru-sama desviou seu olhar para a professora um momento depois, e era admirável como ele conseguia se mantiver tão admirável e impressionante mesmo com uma pintura de parque de diversões no rosto — O que faz aqui?

—Estou esperando-os há quase uma hora, sabia?

—Isso só prova que não sabe à hora de ir embora. — Sesshoumaru-sama começou a tirar os sapatos — Então o que quer?

—A escola ficou preocupada com a ligação informando que uma de nossas alunas estava doente.

—Que atenciosos. — Sesshoumaru-sama comentou sarcástico.

Abi-sensei gesticulou em direção a Kagome e tio Inuyasha.

—E esses dois estavam tentando me convencer que a menina estava internada em algum hospital, embora não soubessem me dizer qual. — continuou, com desdém.

Sesshoumaru-sama arqueou uma sobrancelha.

—Então deve estar aliviada de vê-la bem de saúde.

—Obviamente. — Abi-sensei cruzou os braços mostrando uma expressão que parecia muito longe de satisfeita. — Como a ausência da aluna Kimura Rin por motivos de doenças não especificadas sem nenhuma apresentação de atestados médicos de qualquer natureza já é um fato recorrente, a escola achou melhor enviar alguém para conferir se estava tudo bem, e sendo a professora responsável pela classe, esse alguém sou eu.

—Recorrente?

Sesshoumaru-Sama olhou para Rin pelo canto dos olhos, e ela afastou-se com os olhos arregalados e negando com a cabeça, nunca havia matado aula! E muito menos ligado para a escola e dito que estava doente! Aquilo só podia ser um engano!

—Há uma falta sem qualquer justificativa registrada em novembro do ano passado. — explicou Abi-sensei. — E também passou quase uma semana inteira ausente entre o final do mês de maio e o inicio do mês de junho do presente ano por “motivo de doença”, mas nenhum atestado médico foi apresentado até o presente momento… e então chegamos ao dia de hoje.

Rin mordeu o lado interno da bochecha, esperando que a professora continuasse, afinal não podia se tratar apenas daquilo e, aparentemente Sesshoumaru-sama estivera pensando a mesma coisa:

—E? — ele indagou passando pelos dois colegiais e indo na direção da professora.

Abi-sensei ergueu o queixo com uma expressão desafiante.

—É isso. — concluiu.

É isso? — Rin pôde ouvir uma leve entonação de irritação na voz de Sesshoumaru-Sama quando ele parou diante da professora. — Abi você não pode estar me dizendo que três ocorrências são o suficiente para a escola mandar alguém à minha casa para verificar se tem um corpo enterrado debaixo do meu assoalho!

Kagome bateu com a mão na testa e resmungou algo sobre Sesshoumaru-Sama “sempre se expressar da maneira mais esdrúxula e inadequada possível”.

Rin fez uma careta e guardou aquela palavra mentalmente para procurar seu significado mais tarde.

Mas Abi-sensei felizmente — ou infelizmente? — já conhecia Sesshoumaru-sama de tempos antigos e, ao invés de se assustar com sua escolha de palavras, ela as descartou com um aceno de mão.

—Ninguém está aqui para procurar por corpos Sesshoumaru… ainda. E na verdade muitas escolas mandam um professor fazer uma visita a domicilio depois de apenas um incidente. — fez uma pausa pigarreando, parecendo desconfortável pela primeira vez antes de continuar: — E, levando em conta a natureza irregular da atual tutela da criança, a escola achou melhor…

—Natureza irregular da tutela? — Sesshoumaru-sama a interrompeu e dessa vez Rin conseguiu ouvir mais do que apenas uma “leve” entonação de irritação em sua voz. — Muito bem Abi, Rin estava doente pela manhã sim, mas começou a se sentir melhor depois do horário do almoço, já estava tarde para levá-la a escola então eu a levei para passear, e ela esteve doente durante a primavera também, mas não a levei ao médico. O que pensa em fazer agora, aplicar-me uma multa?

—Não, eu…

—Ótimo então você já veio e conferiu que ela está bem, se não tem mais nada a fazer aqui a porta está logo ali. — gesticulou rapidamente em direção à porta e começou a afastar-se impaciente — Jaken! — chamou entrando na sala — Sirva meu jantar no escritório!

Rin olhou para Abi-sensei que havia ficado parada boquiaberta no corredor. Puxa vida, ela havia mesmo conseguido deixá-lo zangado! Rin engoliu em seco e praticamente tropeçou em seus próprios pés quando se apressou a tirar os sapatos e quase caiu quando se curvou apressadamente perante a professora antes de sair correndo atrás do pai.

—Sesshoumaru-Sama! — chamou.

Mas ele só a olhou de volta quando ela o alcançou no meio das escadas e pegou sua mão.

—Amanhã vou enfiá-la no uniforme escolar e jogá-la por cima do muro da escola. — determinou seriamente puxando a mão da sua…

… e então tocou suavemente o topo de sua cabeça e continuou subindo as escadas.

Depois que lavou o rosto, Sesshoumaru-sama desceu e se trancou no escritório, Jaken-san já havia servido seu jantar ali e ele ficou o resto da noite lá trabalhando, provavelmente precisava recuperar o tempo perdido durante todo o dia em que havia ficado passeando e se divertindo com ela… pelo menos ela esperava que ele tivesse se divertido também, mesmo que só um pouco.

 Então ela decidiu deixá-lo em paz e depois de jantar com o tio e Kagome, foi para o quarto e pesquisou o significado da palavra “esdrúxula” e por que as mulheres precisavam sangrar todos os meses.


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Notas finais do capítulo

Percebi que agora tenho a mesma idade que Sesshoumaru tinha no início da história e enquanto meu personagem já morava sozinho e vendia seus livros eu nem consigo arrumar emprego, aí fiquei um pouquinho para baixo...



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