De Repente Papai escrita por Lady Black Swan


Capítulo 29
Incômodos da febre.


Notas iniciais do capítulo

Acho que nunca tive tanto trabalho com um título de capítulo do que dessa vez, eu devo tê-lo renomeado mais de cinco vezes kkkk e no fim ainda tive que ir pedir ajuda kkkkk



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Sesshoumaru detestava se envolver em dramas.

Sempre detestara, afinal ele não tinha paciência para isso, por isso seus relacionamentos eram sempre curtos e diretos, sem complicações.

E em especial dramas adolescentes, não gostava disso nem mesmo quando ele próprio era um adolescente, e se já não gostava de envolver-se em dramas adolescentes, muito menos queria que aqueles pivetes idiotas — especialmente seu estúpido irmão mais novo — envolvessem Rin nisso também.

Afinal o que dizia respeito à Rin, também dizia a ele.

—Obrigada por ter ido me buscar no pronto-socorro. — Eleonor agradeceu durante o caminho de volta com os olhos fixos no celular, no qual mexia com dificuldade por estar usando-o com a mão esquerda.

Sesshoumaru conseguia usar ambas as mãos para o que quer que fosse, mas parecia que ela não tinha essa mesma habilidade.

E, no entanto, ainda que gostasse de viver sua vida longe de problemas e complicações, havia momentos — poucos, é verdade — em que Sesshoumaru, talvez por tédio, se permitia uma boa ação.

—Desde quando você tem o número do meu celular?

—Algum.

Sesshoumaru girou os olhos.

—Sempre acreditei que você fosse uma mulher que preferisse não se meter em nada que não tivesse relação consigo Eleonor.

Comentou referindo-se ao fato de Eleonor obviamente ter mexido em seu celular sem permissão para conseguir o número, apesar de que não estava realmente irritado, mas, como já era de se esperar, Eleonor respondeu de maneira categórica:

—É sensato ter ao menos um número de emergência para contato em caso de emergências.

—E por que eu sou seu contato de emergência?

—Meus pais se mudaram há pouco mais de um ano para o interior, então não tenho parentes na cidade. — ela deu de ombros.

Talvez ele devesse acrescentar seu número de telefone como número de emergência, à agenda do celular de Rin.

—Foi uma queda e tanto daquela escada, você teve sorte de só ter fraturado três dedos na mão direita. — comentou observando de canto a mão direita de Eleonor toda enfaixada e com os dedos médio, indicador e anelar presos em talas que descansava sobre as pernas dela.

Ainda concentrada em seu celular Eleonor acrescentou como quem comentava sobre o tempo:

—Também estou com um hematoma no ombro e um galo na parte de trás da c...

—Aquela é a Domadora? — interrompeu-a, ao avistar Domadora ao longe acenando para o carro por debaixo da chuva.

E, em fim erguendo os olhos do aparelho celular, Eleonor comentou ao também avistar a garota:

—Ela me parece um pouco nova para os seus padrões.

Ignorando-a Sesshoumaru parou o carro no meio fio e baixou a janela.

—Domadora, o que...?

—Seu irmão é um idiota! — Domadora disparou de repente, inclinando-se sobre a janela aberta — Pode me levar para casa?

Sesshoumaru não gostava de se envolver com o que não tinha nada haver com ele, mas ao invés de simplesmente fechar a janela e seguir seu caminho — aliais poderia nem ter parado o carro — ele respondeu:

—Entre.

No entanto preferiu não fazer pergunta alguma, havia uma lista interminável de motivos para chamar Inuyasha de idiota, e Sesshoumaru definitivamente não estava disposto a ouvi-la.

—E no caminho pare em alguma farmácia, eu quero comprar os analgésicos que o médico me receitou. — Eleonor pediu com a atenção posta de volta no celular.

Ela também não perguntou coisa alguma.

—O médico não te receitou nada.

—Mas eu faria bom uso de alguns.

Sesshoumaru não tinha notado naquele momento, mas tinha certeza que tudo havia começado ali, afinal Rin também estava debaixo daquela chuva.

Antes da chegada de Rin, Inuyasha sempre precisava se virar para arranjar qualquer coisa na cozinha com o que pudesse fazer o desjejum, e agora era como se houvessem voltado aos velhos tempos.

—O que está fazendo? — perguntou ao entrar na cozinha e encontrar o irmão mais novo idiota bebendo suco direto da caixa.

Não era do feitio de Inuyasha levantar-se tão cedo, certamente que havia caído da cama depois de passar uma noite inteira sem dormir, virando-se de um lado para o outro remoendo o que quer que tenha sido a causa da briga com Domadora no dia anterior. Inuyasha limpou a boca com as costas da mão.

—Rin não levantou ainda. — respondeu.

Aquilo era incomum, a menina sempre era a primeira entre os três a se levantar — mesmo nas noites em que Sesshoumaru sequer chegava a dormir, tão imerso que estava em seu trabalho, ela ainda era a primeira a sair do quarto — era como se ela possuísse um relógio despertador interno.

Mas Inuyasha tinha sua própria teoria sobre isso:

—Ela está zangada comigo. — tomou mais um longo gole de suco e deixou a caixa sobre a pia — Feh. Por que ela sempre fica do lado da Kagome?!

—Por que a culpa é sua.

Inuyasha enrijeceu.

—Você sabe o que aconteceu?

—Não, mas não me resta dúvida de que a culpa é sua.

E disse isso em tom tão penetrante que até mesmo um idiota como seu irmão poderia compreender que não somente não sabia como também não queria absolutamente saber de nada.

—Feh! — Inuyasha pegou a mochila de cima da mesa e estendeu a mão de forma mal humorada — Só me dê o dinheiro para o almoço imbecil!

Para livrar-se logo dele Sesshoumaru puxou a carteira do bolso, tirou dali uma nota de ¥ 1.000,00[i] — mais do que o necessário certamente — e a deu a ele. Ainda era muito cedo para sair para a escola e ambos sabiam disso, mas Sesshoumaru não tentou impedi-lo.

Sesshoumaru não se lembrava de já ter preparado uma refeição para o desjejum antes, Rin amava cozinhar e parecia ter prazer em preparar todas as refeições do dia, e embora às vezes ele tomasse sua posição para preparar o almoço ou o jantar, nunca tencionara preparar o desjejum e, como Inuyasha, antes ele geralmente se conformava em arranjar-se com qualquer coisa que pudesse encontrar na cozinha, no entanto… não seria incomodo algum ligar a máquina de arroz enquanto tomava seu café e esperava que a menina viesse, ela provavelmente viria quando tivesse certeza que Inuyasha já fora embora.

Mas ela não veio.

O arroz já havia ficado pronto quando Sesshoumaru em fim decidiu ir buscar por Rin no quarto.

—Rin. — chamou-a entrando — Rin você têm de ir para a escola.

A garota havia se enrolado numa bola amontoada de cobertas no meio de seu futon, e mexeu-se minimamente ao som de sua voz, mas fora isso não deu qualquer outro sinal de tê-lo ouvido entrar.

—Rin. — voltou a chamá-la, abaixando-se e apoiando sobre um joelho — Inuyasha já saiu, e se você não se levantar agora irá se atrasar para a aula.

Ele puxou-a pelo ombro e Rin virou-se arfante.

—M-minha… garganta dói... — ela balbuciou, e pareceu não ter forças para dizer mais nada.

Sesshoumaru arqueou as sobrancelhas e tocou ligeiramente a testa de Rin, afastando-a quase imediatamente depois ao sentir o calor que emanava dali.

A menina estava simplesmente queimando de febre!

E naquele momento nada mais lhe ocorreu além de pegá-la e correr com ela cinco lances de escadas até o décimo andar, onde residia Eleonor, no entanto a mulher ainda estava dormindo, ele deu-se conta disso depois de esmurrar a porta uma dúzia de vezes e não receber qualquer resposta, mas ainda assim continuou a bater.

A velha que morava na porta ao lado apareceu inclusive antes de Eleonor, para espiá-lo pela porta entreaberta e recolher-se para dentro de casa novamente, resmungando consigo mesma, como sempre fazia quando Sesshoumaru passava dias e noites na casa de Eleonor, ele a ignorou como sempre e continuou batendo à porta de Eleonor até que ela finalmente abriu-a.

—Quem é que...? Sesshoumaru! O que você pensa...?!

—Ajude-a! — o pedido soou muito mais como uma ordem.

Só então ela pareceu se dar conta da criança toda embrulhada em cobertas cor de rosa com estampas de estrelas coloridas que ele carregava, Eleonor não era nenhuma médica ou mesmo enfermeira, mas quando ela tocou a testa de Rin afastou-a imediatamente depois, exclamando:

—Ela precisa de um banho! Já!

Por um segundo ela pareceu fazer menção de tirar a menina dos braços de Sesshoumaru, mas então se deu conta dos dedos quebrados na mão direita e, ao invés disso, usou a mão boa para afastar Sesshoumaru um passo para trás e sair de seu apartamento fechando a porta atrás de si ainda de pijama.

Sesshoumaru a seguiu pelo corredor e de volta pelos cinco lances de escada a baixo enquanto Eleonor enumerava uma lista de medicamentos que ele deveria comprar e entrava em seu apartamento dirigindo-se diretamente ao banheiro como se fosse o dela própria, parecendo tão familiarizada com o ambiente que ninguém poderia dizer que estivera ali tão poucas vezes.

Embora a presença de Sesshoumaru não fosse estranha no apartamento de Eleonor, aquela era apenas terceira vez dela ali, a primeira fora menos de um ano depois de ambos terem descoberto serem vizinhos e ela bateu a sua porta dizendo que havia perdido as chaves de casa e ficaria ali até o chaveiro chegar, porque não tinha intenção alguma de ficar sentada no corredor durante esse meio tempo, e foi-se embora cerca de duas horas depois, isso também foi um pouco antes de Inuyasha mudar-se para lá. Quanto à segunda vez, talvez uns quinze meses atrás, Sesshoumaru nem sequer a tinha visto, estava em seu quarto passando roupas pelo que podia lembrar, quando ouviu Inuyasha falar com alguém, naquele seu tom reclamão de sempre algo como “Espera aí, quem é você?!”, ele também viera importunar Sesshoumaru logo depois, batendo a porta de seu quarto para dizer “Sesshoumaru, uma de suas amigas está aqui”, ao que a voz de Eleonor respondeu de algum lugar próximo dali “não preciso do Devasso-sama, só do telefone.”, então ele não se deu ao trabalho de sair para vê-la, ela passou cerca de dez minutos ao telefone e então se foi. Até onde Sesshoumaru sabia, aquela foi a única vez que seu irmão e ela se encontraram.

Sesshoumaru deixou Rin sobre o banco.

—Não posso colocá-la na banheira porque com essa mão seria capaz de afogá-la então terá que ser um banho de ducha. Prenda o cabelo dela no alto, isso, e leve o cobertor. — Eleonor gesticulou com a mão enfaixada — Eu posso lidar sozinha com ela a partir daqui.

Antes de Rin chegar, Sesshoumaru poucas vezes deixava o apartamento, ou mesmo seu próprio quarto, e mesmo quando saía na maioria das vezes não chegava sequer a deixar o prédio e quando deixava dificilmente ia a mais de dois quarteirões de distância, pois sempre fazia suas compras de mercado pela internet e, afinal, havia uma lavanderia pública na próxima esquina e uma loja de conveniências na esquina seguinte.

E, no entanto, não se sentia incomodado em levá-la e buscá-la na escola todos os dias — pelo contrário, ficaria completamente inquieto se não o fizesse — e não era tão relutante em acompanhá-la, mesmo que apenas algumas vezes, a eventos ao ar livre aos quais, até pouco tempo atrás, teria preferido morrer a ir, assim como também não hesitou em procurar a farmácia mais próxima onde pudesse encontrar tudo o que lhe fora solicitado por Eleonor, sem nem sequer ter lhe passado pela cabeça simplesmente comprar o que pudesse encontrar na loja de conveniência — como teria sido exatamente de seu feitio antes.

Quando Sesshoumaru retornou, Eleonor e Rin ainda estavam trancadas no banheiro, “ela está bem” Eleonor lhe disse por através da porta quando Sesshoumaru bateu “traga roupas que sejam fáceis de vestir”, e quando enfim abriu à porta ela própria parecia muito mais molhada que Rin.

—Achei que iria ajudar a garota a tomar banho, e não aproveitar você mesma da ducha em minha casa. — comentou erguendo a criança.

—Não seja ingrato. — Eleonor o censurou seguindo-o.

No entanto não entrou no quarto junto com eles.

—Sesshoumaru-Sama...? — Rin o chamou com voz rouca — Eu estou atrasada para a escola?

—Você não tem aula hoje. — informou-a colocando-a na cama de Inuyasha. — Como está sua garganta agora?

Isso o fazia lembrar que ele deveria ligar para a escola e avisar sobre a ausência de Rin, embora provavelmente eles já devessem ter se dado conta àquela altura, era melhor ligar antes que eles começassem a ligar sem parar como haviam feito quando ele a deixara em casa porque precisava sair para uma tarde de autógrafos, eram demasiados irritantes.

—Dói.

Ele colocou em sua testa a faixa térmica adesiva que comprara.

—Mas que bagunça. — Eleonor estava de volta, carregando uma bandeja com um prato e um copo de água, que segurava com a mão esquerda e apoiava no antebraço direito enquanto empurrava a porta com o quadril — Por que esse futon ainda está aí?

Sesshoumaru lançou um olhar de relance ao futon de Rin ainda no chão antes de mover-se para trazer uma cadeira para perto da cama.

—O futon não estava entre minhas prioridades. — respondeu.

—E imagino que ela também ainda não tenha comido nada. — Eleonor sentou-se na cadeira ao lado da cama, pousando a bandeja sobre as pernas — Abra a boca.

Rin não parecia completamente desperta, e pareceu olhar para Eleonor sem vê-la realmente, mas abriu a boca para que uma colher de… mingau talvez? Sim, mingau de arroz, provavelmente — afinal era isso o que se dava de comer aos doentes, não é? — fosse enfiada ali e engoliu obedientemente, enquanto Sesshoumaru se ocupava de dobrar e guardar o futon. Onde ele havia jogado o cobertor?

Foi por volta da terceira ou quarta colherada que ela começou a falar.

—Me desculpe... — uma colherada de mingau. — pelas flores.

Eleonor parou franzindo o cenho, e olhou para Sesshoumaru querendo saber do que a menina estava falando, mas ele não fazia ideia também, Rin continuou a falar:

—Eu queria ter comprado flores para você, mas não consegui… as mães ganham flores no dia delas, mas quando olhei as flores eu quis chorar. — confessou baixinho — Eu não quis voltar ao cemitério, eu… eu… então eu fingi que não havia “dia das mães” algum, me desculpe pelo meu egoísmo mamãe.

Sesshoumaru arqueou as sobrancelhas, ele nem se dera conta da passagem do dia das mães, mas mais importante que isso, seria possível que, de alguma forma inacreditável, Rin estava confundindo Eleonor com Mariko?

Eleonor voltou a franzir o cenho, e enfiou mais uma colherada de mingau na boca da menina.

—Preciso fazer uma ligação. — avisou-as saindo.

Era melhor ligar logo para a escola.

Pouco mais de quinze minutos depois Eleonor fechou a porta cuidadosamente para não fazer barulho ao sair do quarto, e encontrou Sesshoumaru escorado a parede em frente à porta esperando-a com os braços cruzados.

—É só um resfriado comum, ela vai ficar bem. — afirmou passando a mão sadia pelos cabelos, um resfriado comum? A Sesshoumaru parecia bem mais que isso, a criança havia até mesmo delirado. — Ela comeu um pouco e também tomou os remédios, então a temperatura deve baixar logo, mas você precisa trocar a faixa térmica adesiva em uma ou duas horas, e se ela começar a suar terá que trocar suas roupas. Faça-a tomar os medicamentos no horário também, mas não a deixe tomar de barriga vazia, ela pode estar com dor de garganta ainda, e falta de apetite, então algo fácil de engolir seria melhor, talvez um pouco de caldo, sim, uma sopa.

Sesshoumaru ouviu a tudo atentamente, mas não esboçou reação alguma, na verdade ele estava com aquela mesma expressão indecifrável pela qual era impossível dizer se estava ou não ouvindo uma única palavra sequer.

—Se a temperatura volta a subir levo-a ao pronto socorro. — comentou apenas.

Devia ter feito isso desde o começo, na verdade.

Eleonor suspirou cruzando os braços

—Francamente Sesshoumaru! — o repreendeu — Eu sei que ao primeiro espirro que qualquer um der por perto você pula no próximo trem bala — um exagero absurdo da parte dela, é claro — Mas ainda assim não saber tratar de um simples resfriado? Por acaso nunca ficou doente? Nem mesmo quando criança?

Sesshoumaru ponderou por um momento.

—A última vez foi há seis anos.

—Oh esqueça. — Eleonor impacientou-se — Preciso trocar de roupa, estou toda molhada, ou serei eu a adoecer aqui!

Mas ao invés de ir embora, ela deu meia volta e fechou-se no quarto de Sesshoumaru, provavelmente não confiava o suficiente nele para deixá-lo sozinho com uma criança doente.

Sesshoumaru nunca havia passado muito tempo no quarto do irmão antes, mas mais de meia hora já havia se passado com ele trabalhando sentado ao lado da cama de Inuyasha — onde haviam instalado Rin — quando ele finalmente deu-se conta do quão silencioso estava o apartamento, teria Eleonor ido embora sem dizer nada? Ou teria simplesmente se apossado de sua cama para recuperar o sono perdido — tomando como exemplo os próprios hábitos de Sesshoumaru quando visitava o seu apartamento?

Mas Eleonor não havia ido embora, e quando Sesshoumaru foi procurá-la em seu quarto não a encontrou dormindo em sua cama, e sim sentada em sua cadeira de vidro, usando uma muda de roupas também sua, e lendo um documento que Sesshoumaru tinha certeza que estivera guardado no fundo de sua gaveta durante os últimos meses.

Ela também não pareceu dar-se conta de sua chegada até que Sesshoumaru comentou:

—Você nunca foi uma mulher curiosa Eleonor, esse era um dos seus pontos positivos.

Eleonor ergueu os olhos ao ouvir a voz de Sesshoumaru, não parecia surpresa e tão pouco ele estava realmente zangado.

—Encontrei isso em suas gavetas enquanto procurava algo para vestir. — contou-lhe, e então hesitou. — Esse teste… é realmente verdadeiro, Sesshoumaru?

—Sim.

—Mas o resultado...

—Sim.

—Por que mantêm a criança então? — ela olhou-o curiosa.

Sesshoumaru fechou a porta atrás de si.

—Rin não teria para onde ir.

Rin achava que havia sido a causa da morte da mãe, como se ela mesma a tivesse matado com as próprias mãos, e a forma como a avó simplesmente a jogara nos braços de um desconhecido qualquer… Sesshoumaru simplesmente não a queria de volta naquele ambiente.

—É pela mãe? — ainda curiosa Eleonor o olhou — Você a amava?

—Nunca amei Mariko, mas tampouco a odiei. — Sesshoumaru respondeu, lembrando-se de uma conversa semelhante a essa que tivera com Mariko tempos atrás. — Mas quer tenha durado uma noite ou um mês ela foi a primeira mulher que tive, então, embora eu a tenha esquecido com o tempo, naquela época ela foi importante.

—Antigamente suas palavras costumavam ser mais duras e cortantes, não estou certa? — Eleonor deu-lhe um sorrisinho, provavelmente chegando à mesma conclusão que Mariko havia chegado quando tiveram aquela mesma conversa — E quanto à garota? Ela já sabe?

Na verdade, por um tempo Sesshoumaru havia pensado em arrumar algum lar para Rin, Domadora vivia em boas condições financeiras, mas era apenas uma colegial, sua mãe também tinha boas condições financeiras, mas não era, de forma alguma, adequada para criar uma criança, ainda menos do que ele próprio, certamente.

Sesshoumaru aproximou-se.

—Se soubesse teria arrumado uma forma de fugir há muito tempo. — afirmou, Rin era obstinada dessa forma, é claro que qualquer um diria que tinha seu sangue... — No final Mariko decidiu que era melhor nos separarmos. — ele pegou o papel de suas mãos. — E eu não insisti.

—E você sabe por que ela quis terminar?

Sesshoumaru passou os olhos pelo documento que já lera uma dezena de vezes antes.

—Ela apaixonou-se por outro homem.

Afinal o resultado para seu exame de paternidade fora negativo.

 


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Notas finais do capítulo

[i] Aproximadamente R$ 51,00 na cotação de agosto de 2020.

Alguém ainda vivo por aí? Tá todo mundo bem?



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