Maria Madalena escrita por Beatrice do Prado, Arrriba, Beatrice do Prado


Capítulo 6
Bônus Madalenístico: Não Aprendi Dizer Adeus...


Notas iniciais do capítulo

Quero ouvir todo mundo cantando em coro: HOJE É SEXTA FEEEEIRAAA! XD Dia de cerveja e de que mais? Isso mesmo, meu povo, Maria Madalena!
Não vou me alongar muito por aqui porque não quero correr o risco de me empolgar e "falar" mais do que devia, então vamos ao bônus, suas lindas!
Esperamos que gostem x)



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Anteriormente, nesta porra:

“-Juro, ‘tô até sem palavras depois do capítulo passado... Faz o previously dessa vez, Madalena, eu ‘tô caindo fora...”

“-Com muito prazer, Jesus, seu banana! Aposto que não aguenta o fato de euzinha, Maria Madalena, ter matado o Negan, né?”

“-Nem os leitores entenderam isso, verdade seja dita...”

“-Bando de cuzões! Ninguém dando nada por mim e eu salvei a pele de geral. É só isso que vocês precisam relembrar, galera, eu matei o Negan! E com a própria Lucille, o que foi ainda mais like a boss e fuck yeah, bitches...! Hey, peraí, eu conheço esse rosto... Duny...? Duny, garota, é você?”

“-Escuta aqui, figurante, me desbanquei da Pensão da Tia Ruiva até aqui ‘pra perguntar que caralho de plágio é esse com o meu previously... Priscilão já ‘tá chegando ‘pra meter a navalha na tua cara!”

“-Duny, que emoção, eu sou sua fã! E não é que você tem uma puta voz de homem mesmo, até na leitura a gente pensa que ‘tá conversando com um cara de um metro e noventa...”

“-Como é que é...? Escuta aqui, filha da puta, voz de homem é o caralho! Quero saber quem é o desgraçado que vai me reembolsar por esse uso da minha imagem e...!”

“-EU VOU TE ABRAÇAR, SUA GOSTOSA!”

“-Sai, filha da puta!”

...

No desfecho daquele excêntrico dia, o sol tardara a desfalecer em Hilltop, onde todos os famigerados personagens – cujos atores são citados na abertura da série –, assentavam-se em ordem numa roda descontraída de cantorias. Todos sentados de forma simétrica ao redor de uma fogueira aconchegante, o fogo estalando em crepitares esporádicos, que por alguns agradáveis momentos fez tudo parecer normal na vida dos sobreviventes.

Glenn e Maria Madalena encarregaram-se de manter as cordas de seus vilões em movimento constante, os instrumentos musicais bem afinados tamborilando o princípio de um fim tranquilo, amigável. Seu acordes harmônicos sempre acompanhando o coro daqueles que se dispunham a segui-los com suas vozes, e a aqueles cantores, agora aspirantes ao programa “The Dead Voice”, era notória a mescla de vários timbres exprimindo lamento, saudosos pelo término daquela narrativa que rendera risadas de todos os leitores, e até deles mesmos.

Afinal, é como dizia o sábio e milenar ditado mandarim: the zueira never ends!

Em meio àquela obrigação de seguirem o roteiro da fanfic, todos os personagens foram forçados a cantarolar em plena empolgação a última música. Que marcaria de uma vez a derradeira despedida de todas aquelas pessoas que agora se reuniam com tranquilidade, ainda aliviados pela morte de Negan e extermínio dos Salvadores.

"-Quantas vezes como agora...— puxou Maria Madalena, tendo por companhia todos os colegas ao seu redor. – A reunião se estendeu, até que chegou a aurora e nos surpreendeu...— houve uma breve pausa, em que apenas as notas dos violões mantinham viva aquela música – As estrelas testemunham nosso amor e semelhança! Boa noite, meus amigos, boa noite, vizinhança! Prometemos despedirmos, sem dizer "adeus" jamais... Pois haveremos de nos reunirmos muitas vezes mais...!" – cantavam, com os braços erguidos a um ritmo harmônico, digno de uma plateia do programa do Gugu e seu pintinho amarelinho.

"-Ela merece! Ela merece!..." – interromperam a música, sem entender ao certo o motivo de estarem gritando aquelas palavras. Todos ali cientes de que eram vítimas das últimas gozações das autoras, portanto não chegando a se importar.

Logo retornariam à realidade deprimente da série, e cada último segundo daquela descontração era precioso...

...Único, no mais profundo sentido da palavra.

"-Bom, antes que essa fanfic louca acabe de vez, eu preciso fazer um pronunciamento a todos... – Tara levantou-se da conformação com um meio sorriso satisfeito no rosto, e ao limpar a garganta prosseguiu. – Eu tive um episódio só meu mesmo, aceitem, seus cuzões. Obrigada, de nada." – finalizou, curvando-se em agradecimento aos que ali estavam antes de novamente sentar.

"-Eu também tenho algo a declarar... – disse Rick, erguendo-se – Eu andei pensando e... acho que a Judith não é minha filha..." – explicou antes de ser interrompido por um homem robusto que fez uma aparição súbita naquele exato instante, portando um bigode avantajado. Tratava-se de um homem muito famoso no Brasil (infelizmente, diga-se de passagem), conhecido pelo nome de um roedor no diminutivo e muito dado a barracos.

"-Rick Grimes. – chamou o homem enquanto se aproximava do xerife, carregando embaixo dos braços um envelope branco – Você está preparado para saber o resultado desse exame de DNA?" – questionou o homem de voz irritante, que fitava o semblante de Rick com real expectativa.

"-Agora que o capítulo vai ficar bom, finalmente vão começar as tretas! – enunciou Maria Madalena, arregalando de leve os olhos para que não perdesse um único segundo das futuras confusões – Melhor ainda seria se a moça do ‘Casos de Família’ também aparecesse!”

"-Quem é você?" – perguntou o antigo xerife, tentando reconhecer o bigodudo que o encarava de forma um tanto incisiva.

"-É agora que vamos saber a verdade, será que Rick Grimes é o pai biológico de Judith? – perguntou ele ansioso, sem se importar com a pergunta que havia sido direcionada a si – Vamos saber, mas só depois dos comerciais." – concluiu, risonho, olhando fixamente em um sentido do pátio, onde não possuía nada e nem ninguém.

"-Essa porra virou programa de plateia?" – inquiriu Daryl, dono daquele típico mau humor que fazia as fangirls ovularem.

"-Daryl Dixon, responda a pergunta valendo um milhão de reais... – enunciou um homem alto, que carregava um microfone preso ao seu colarinho. Soltou uma risada excêntrica que parecia pouco autêntica antes de formular a questão, sua postura transmitindo elegância – Qual desses objetos é usado ao tomarmos banho? A) Asas de papel; B) Galão de gasolina; C) Flecha; D) Esquilo de plástico; E) Sabonete." – o homem de terno deu as opções para o arqueiro, que desconcertado e sem saber a alternativa verdadeira, tentava colar a solução de um dos seus companheiros, todos soprando de forma discernível a Dixon que a resposta certa constava na opção E.

"-É... acho que é a letra E." – respondeu o arqueiro com confiança, se levantando.

"-Você está certo disso?" – perguntou o homem magro e bem aprumado, a última palavra soando arrastada, como se fizesse parte de um estranho sotaque.

“-Yeah...” – anuiu o arqueiro, confiando nos amigos mesmo que ele não tivesse certeza da resposta.

O autor da pergunta novamente soltou aquela risada que se assemelhava a um “há-hae”, olhando a resposta num cartão.

"-Se a pergunta fosse feita para qualquer outro, a letra E seria a correta, mas no seu caso a craca está tão incrustada que a resposta certa é a letra B." – avisou o homem com alguma decepção no semblante, já se retirando da roda dos personagens em companhia do bigodudo, que jogara o teste de DNA dentro da fogueira, percebendo que não tivera muita audiência com aquele bloco.

"-Caralho, eu sabia que o certo era a B." – reclamou o arqueiro, olhando irritado àqueles que haviam lhe passado a resposta errada.

"-Não gente, volta... – gritou Madalena, agora ela também ereta, de leve encurvando o corpo para frente na direção em que as duas celebridades desapareceram. – Eu quero ver as tretas!" – disse ela chateada ao visualizar os dois homens desaparecerem, sem dispensar qualquer atenção aos seus apelos.

"-Esse enredo já está muito saturado de barracos, Madalena. Sossega" – Paul Rovia se manifestou, seu tom ainda calmo mesmo que recriminando a irmã.

"-Além do mais, a história já está acabando." – disse Michonne, antes que os murmúrios de inúmeras pessoas exprimissem tristeza por aquele fato.

Por mais bizarro que todos aqueles ciclos de capítulos tenham sido, não poderiam negar que suas sextas-feiras se tornaram um alento aos domingos – quando a porra realmente ficava séria para todos eles com a transmissão dos episódios inéditos da série.

"-Essa porra de história me rendeu uma mordida, mas toda essa putaria me divertiu ‘pra caralho." – anunciou Abraham, rindo descontraído com os amigos.

"-Não vou mentir, teve mesmo seu charme... Mas já está na hora de irmos embora." – avisou Rick, ele mesmo sentindo certo vazio com o fim.

"-Ah pai, podemos ficar mais um pouquinho, diz que sim, não seja covarde, anda, siiiiim?! – Carl o atormentou de forma infantil ao puxar a manga da camisa do xerife, em seguida meneando a cabeça com alguma confusão – Juro que nunca vou entender esse script...”

"-Nenhum de nós, pirralho..." – Dixon concordou, um pouco mais encurvado sobre seu corpo do que os demais naquela postura sentada. De todos, parecia o mais deslocado.

"-Gente, já que vocês vão embora, eu preciso revelar uma coisa." – alertou Maria, pela primeira vez sem nenhum traço de zombaria no rosto.

"-Lá vem mais ladainha." – reclamou Daryl, pouco disposto a ouvir as besteiras da garota.

"-É disso mesmo que estou falando, Daryl... – lançou um sorriso culpado ao arqueiro, em seguida olhando para todos de forma geral, parecendo hesitar numa inspiração mais profunda antes de voltar a falar – Em primeiro lugar, eu queria pedir desculpas pelo meu comportamento nonsense durante toda essa fanfic. Na verdade eu não sou assim, tão sem noção, é que muitas vezes eu me vejo obrigada a vestir essa personagem para sobreviver, e até hoje essa técnica nunca falhou... – olhou fixo para Dixon, mais uma vez se redirecionando especificamente a ele – Daryl, por favor, me desculpe por todas as coisas que eu te disse, por todo o constrangimento, e por ter me atirado em cima de você com tanta insistência a cada capítulo. Tudo isso fazia parte de um papel, uma personagem... Mas finalmente acabou e eu já posso voltar a ser normal.”

“-Voltar a ser normal? Uma personagem? – Jesus arqueou uma sobrancelha incrédula na direção da irmã enquanto sussurrava próximo ao seu ouvido, sem entender nada daquele novo discurso um tanto desconexo para ele, que a conhecia muito bem a vida inteira – Você está nessa personagem há mais de vinte anos então, desde que nasceu...”

Madalena lançou ao irmão um olhar fuzilante, respondendo-o no mesmo tom baixo que apenas ele pôde ouvir.

“-Não me empata, Jesus! Eu já vi que o tio da besta não curte muito o estilo atirado, deixa eu tentar fingir que sou uma pessoa séria e difícil pra ver se ele me dá alguma moral nesse finzinho... É minha última chance, fica na sua! – Madalena limpou a garganta, voltando seu discurso para os outros sobreviventes – Bom, pessoal, era só isso mesmo... agora eu vou indo, preciso descansar um pouco porque esses capítulos foram bem corridos ‘pra mim. Mas antes... – a mulher novamente olhou para o arqueiro, constrita naquela nova expressão ajuizada – Daryl, você me perdoa?"

O arqueiro, parecendo mais sem jeito do que nunca, grunhiu uma afirmação tímida, evitando manter um contato visual longo com a mulher que se transformara totalmente, de uma forma estranha parecendo um tanto madura em comparação à menina inconsequente que cruzara o seu caminho daquela forma tão inusitada.

"-Acho que isso foi um sim, né? Já estou ficando boa em traduzir seu dialeto... – sorriu de forma contida, parecendo de fato outra pessoa – Aliás, vou aproveitar a situação ‘pra explicar outra coisa, antes que meu tempo aqui acabe de vez... Meu nome não é Maria Madalena." – confessou a mulher num repuxar de lábios encantador, quase transparecendo embaraço ante aquela declaração.

"-Isso mostra que seus pais foram bem sensatos – Glenn brincou, ainda tomado pelo alívio de escapar dos golpes de Lucille – Qual o seu nome então?" – o homem que vinha de uma linhagem coreana questionou, nutrindo algum afeto pela moça agora que tudo chegara àquele fim ameno.

"-Me chamo Beth... – a mulher contou, de imediato fazendo uma careta dolorosa, as mãos trêmulas pousando na parte de trás de sua cabeça, parecendo estar realmente incomodada. – Mas vamos falar de outra coisa porque esse assunto sempre me dá muita dor de cabeça, parece até que estouraram meus miolos com um tiro... – comentou, balançando a cabeça com força como se tentasse se recuperar de uma forte pancada – Bom, as autoras pediram ‘pra avisar que na próxima sexta elas farão uma surpresa a todos vocês. Então ainda nos veremos nesse mesmo horário, nesse mesmo canal, porque a praça é nossa. Valeu, falou!"

 

 

 


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Notas finais do capítulo

É isso mesmo que vocês leram, ainda haverá mais um bônus nessa fic antes de finalmente marcarmos a história como "Terminada"! Nós estamos empolgadíssimas para saber o que vocês vão achar, hehehe! Mas, por enquanto, nos contentamos com as opiniões sobre esse capítulo xD



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