How I Met Your Mother escrita por Paulie


Capítulo 3
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Dizem que quem é vivo sempre aparece, né?

Primeiramente (fora T... Ops, força do hábito), gostaria de pedir desculpas imensas pela minha demora fora do normal - fora do aceitável, pra ser sincera. Ingressei na universidade (estou no 2º período já, haha) e minha rotina mudou completamente. O curso é puxado, o ritmo de estudos é louco e além de tudo morar sozinha, está sendo um desafio. Espero que entendam.
Em segundo, gostaria de agradecer a todos que tiraram um tempinho lendo e mandando um comentário, me alegra muito! Prometo que responderei a todos, assim que possível.

E por último, espero que gostem!



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Capítulo III

2040

— Então, sua namorada era alguém que saia por aí pichando as ruas e fumando de madrugada – Teddy olhava para mim com estranheza, provavelmente nunca havia imaginado que eu, seu pai, tivesse namorado pessoas assim – Quer dizer, o senhor ainda tem coragem de dizer para mim escolher bem as pessoas com quem eu ando?

— Mas então vocês terminaram por causa disso? – Victoire continuou, depois de ter rido um pouco da fala de Teddy e do meu dar de ombros como resposta a ele.

— Naquele dia, eu voltei para casa sem chão, porque aquela não era a Dorcas completamente maravilhosa que eu conhecia (quer dizer, nem sequer hálito de fumante ela tinha!). Logicamente, não dormi nada no resto de noite que tinha e no outro dia logo cedo eu fui para a casa de Tio James, onde despejei tudo para eles. Eles ficaram tão surpresos (até mesmo Tia Lily, que quase nunca não sabia de alguma notícia relevante). Nós acabamos terminando, e foi horrível, porque eu realmente gostava dela.

— Você nem tentou conversar com ela?

— Claro que tentei! Mas como ela não sabia que eu sabia (urgh, que tanto de sabia), ela continuou negando e negando qualquer coisa, e eu cansei. Mentira é algo que não suporto. Fiquei muito tempo magoado pelo que aconteceu, mas depois acabou passando (como é que dizem? O tempo cura tudo? Não concordo muito com isso, mas...).

— E aí você conheceu a mamãe? – Teddy sorriu esperançoso, esperando que aquele fosse o final da história.

— Não vamos apressar as coisas, Teddy. E aí...

2010/2011

— Vamos lá, Remus, você não pode ficar aqui sozinho na noite de ano novo! – Lily disse, sentando-se a meu lado no sofá.

Ali estava eu, pleno 31 de dezembro de 2010, com um controle remoto na mão e tentando encontrar um canal na televisão que não estivesse mostrando uma contagem regressiva no canto da tela, ou que tinha explosões de fogos esporádicos na tela.

— Eu não estarei sozinho, Lily – respondi para ela – Eu trouxe companhia – então ergui a capinha do DVD de Se Beber Não Case, uma das melhores comédias de todos os tempos – Quer um jeito melhor de passar a noite de ano novo?

— Sabe, Remus... Uma hora você vai ter que esquecer de Dorcas. Não adianta ficar pensando no que não deu certo. A mulher certa pra você pode estar nesse exato momento lá no bar, para onde estamos indo, pode estar esperando alguém para beijá-la quando o ano virar... – ela começou, amansando a voz a medida que ia dizendo – Mas, como você prefere ficar aqui assistindo, não vou mais insistir. Feliz 2011 adiantado, Remus. Vamos?

— Mas, Lily, a gente não pode deixar ele aqui – James tentou argumentar.

— Jay, vamos – ela usou um tom autoritário que poucas vezes eu havia visto ela usar antes, e James a seguiu, desejando um “feliz ano novo, Moony” no caminho.

Sirius deu de ombros, e os seguiu também, lançando um “muitas garotas nesse novo ano, Moony; considerando que não vai ter uma em pleno ano novo, sei lá ein”.

E então, fui deixado em companhia somente da voz irritante da repórter na televisão, refletindo sozinho com aquela fala – irritante – da sua tia Lily. Teddy (não vou falar pra você, Victoire, porque vocês mulheres aparentemente tem um curso sobre isso ainda dentro do útero), as mulheres são especialistas em um negócio chamado psicologia reversa. Sim, é aquilo que fazemos com as crianças quando queremos que elas façam o que nós queremos, quando dizemos pra elas fazerem exatamente o contrário do que queremos que elas façam. Mas elas são mais sutis. Veja bem, Lily me mostrou o quão burro eu estava sendo e aí, ao invés de me chamar para descer novamente, bum! Ela simplesmente não me chama de novo, como se já tivesse decidido que eu não iria (sim, tudo bem, eu havia dito que não iria algumas muitas vezes, mas esquece esse detalhe, Victoire).

Fiquei mais um longo tempo só sentado ali, olhando sem realmente ver a filmagem da London Eye e os preparativos para os fogos ao fundo, meus olhos pregados naquele timer ali do lado, mudando os números de segundo em segundo.

Faltavam exatamente vinte minutos quando desliguei a televisão, me levantei em um pulo, arrumei meu cabelo, vesti meu casaco e desci para o Três Vassouras. Quando cheguei lá – o que não demorou nem cinco minutos, considerando que só tive de descer algumas escadas e caminhas poucos metros – eu juro que nunca tinha visto aquele lugar tão infernalmente cheio. Tinha – literalmente – gente saindo pelas janelas, gente na calçada, gente no meio da rua.

Quando eu enfim consegui entrar, o que demorou mais cinco minutos, vi até mesmo gente (bêbada) em cima do balcão. Mas eu não conseguia ver em lugar algum seus tios – havia uma alta probabilidade que, vendo aquele movimento anormal, tivessem decidido ir a outro lugar.

Mas eu não tinha mais tempo para procura-los em outro lugar, considerando que faltavam algo menos de cinco minutos para o tão esperado – ou nem tanto assim – 2011. Comecei a andar em passos  apressados por ali, tentando encontrar em qual lugar eles estariam, até que alguém gritou “um minuto!”.

Todos então pararam tudo que estavam fazendo, e prestaram atenção na grande televisão daquele lugar. Muitos abraçavam seus companheiros, davam as mãos a quem estava do seu lado ou sorriam para ninguém em específico.

Todo mundo acha lindo esse clima que as festas de fim de ano trazem, mas, para ser sincero, eu sempre achei um pouco falso. Quer dizer, é um novo ano, tudo bem, mas o que isso vai mudar na sua vida? É só um dia qualquer, eu quero dizer. E o Natal? Ah, eu adoro o clima do Natal e tudo mais, mas, meu Deus, é muita falsa cordialidade, sabe? Se conseguem ser assim por um dia, porque não o ano inteiro?

Enfim, depois desse meu pensamento não muito feliz, comecei a observar os outros contarem os dez segundos. Quando estávamos no sete, ou no cinco, não me lembro muito bem, uma mulher, baixinha e loira, com os lábios em um sorriso, me cutucou. Olhei para ela, tendo de abaixar meu rosto no processo e, quando a contagem zerou, sem aviso, ela subiu nas pontas do pé e me beijou.

Ela, Teddy, era Emmeline Vance (“Eu supostamente deveria reconhecer esse nome?”).

— Então... Qual é o nome de quem vai me trazer sorte em 2011? – ela disse, assim que se separou de mim.

— Remus, Remus Lupin – eu disse, sorridente – E o daquela que não me deixou ter azar esse ano?

— Emmeline, Emmeline Vance. É um prazer te conhecer. Então... Acho que já vou indo – ela sorriu mais uma vez, piscando um dos olhos.

— Espera – eu disse, colocando a mão no seu pulso – O que acha de uma bebida para inaugurar esse novo ano?

***

— Remus, cadê você caralho? – esse era James deixando um recado de voz na minha caixa de mensagens em sua forma sutil de ser James.

Mas eu não foi ouvindo a mensagem que escutei esse doce verso saindo com a voz mansa dele (“Pai, para de falar esquisito, pelo amor de Deus”). Nessa hora, eu estava abrindo a porta do apartamento dele.

— Remus, é você? – ele desligou o celular e veio ver a porta, assim como Lily e Sirius (que estava no sofá e só virou o pescoço) – Puta que pariu, Remus, você quer matar a gente do coração e... Oi, quem é você?

Ele amansou a voz depois que viu que eu estava entrando de mãos dadas com uma moça, e sorriu amarelo.

— Emmeline Vance, muito prazer – ela disse, dando alguns passos para frente e estendendo a mão para apertar a de James.

— No próximo ano, eu vou ficar assistindo filmes de comédia em casa – Sirius comentou, se levantando do sofá e parando em frente à Emmeline – Prazer, Sirius Black.

— Ah, se você é o Sirius então você deve ser o James – ela apontou para ele – e você a Lily. É um prazer te conhecer também – ela disse abraçando Lily.

Enquanto elas se abraçavam, James me disse sem emitir som um “quem é ela?”, pergunta a qual eu respondi rindo e acenando positivamente, fazendo ele ficar sem entender.

— O que vocês acham de assistirmos Se Beber Não Case? – eu chamei a atenção de todos.

— É o melhor filme de comédia – Emmelinne disse, já se sentando no sofá ao lado de Sirius.

Lily e James só deram de ombros, e, enquanto Lily disse que ia fazer pipoca, eu fui ajeitando o dvd para rodar. Assim que o filme chegou ao fim – depois de muitas risadas (a maioria vinda de mim e de Emme, e de Sirius quando as fotos do fim começaram a rolar na tela), ela despediu-se de todos, alegando já estar tarde. Abraçou Lily e os dois rapazes, me deu um selinho, pegou o casaco e foi embora.

Aquele estava sendo um dos melhores primeiro dia do ano em vários anos, Teddy, estava sendo incrível. Antes de chegarmos ao apartamento deles, tínhamos passado a noite e grande parte da manhã simplesmente andando por aí e conversando. Encontramos as coisas mais estranhas em Londres aquela noite – e eu prefiro acreditar que aquilo eram os turistas, e não os moradores daqui realmente – que iam desde um cara com uma fantasia de caixa de cereal até um táxi pintado de fogo escrito “passagem só de ida” (realmente ficamos com medo, o motorista nos encarou de um jeito nada amigável).

O mais incrível é que, sabe, quando menos estamos esperando boas coisas acontecem conosco. Se eu tivesse bem no dia antes daquele, eu teria saído com seus tios, teríamos ido a algum lugar (e nos divertido bastante, com certeza), eu beijaria alguém a meia noite e provavelmente nunca mais veria essa pessoa na vida. Mas, como eu não estava nada bem, saí de casa em cima da hora, desencontrei com James, Lily e Sirius, e uma garota que me beijou a meia noite – e ela era uma pessoa simplesmente incrível.

Mas, como boa curiosa que era, Lily só esperou que Emmeline batesse a porta antes de disparar com as perguntas:

— Quem é ela?

— Emmelinne, ela disse a vocês – eu respondi simplesmente.

— Muito engraçado, Remus – ela comentou, aparentemente não achando graça nenhuma – Como vocês se conheceram?

— É, cara, a gente deixou você assistindo filme aqui ontem. Garotas não aparecem de repente assim.

— Bom, ela apareceu – eu contei a história do que tinha acontecido – Ela é incrível, ela é nutricionista, mas gosta de dançar, e, bem, é incrível.

— Tenho a ligeira impressão que você já disse isso – Sirius comentou, enquanto apertava os olhos para ele – Na verdade, eu estou extremamente chateado com você. Quer dizer, você quebrou o BroCode, você me deixou sozinho com um casal que se comporta como velhos (desculpa James, você não é mais o mesmo de antes) para assistir filmes. Ah, tadinho, tá com o coração partido, vamos deixar ele seguir sua intuição (coração partido uma merda, na minha opinião, mas Lily é a psicóloga aqui). Agora, você sai pra noitada aí e ainda volta com uma loira gostosa do lado? Meu amigo, estou chateado... Por você não ter compartilhado essa ideia comigo. Toca aqui, isso merece um high-five.

Eu sorri e balancei a cabeça em negação, rindo da reação que eu só poderia esperar de Sirius, e ninguém mais.

— Qual dança ela faz? – Lily sorriu, puxando assunto.

— Ballet, ela é bailarina – sorri, como bobo – Ela tem uma apresentação na semana que vem, convidou vocês também.

— Claro que vamos! – Lily respondeu.

— Ãn... Não! – Sirius respondeu – Não tô muito a fim de ver caras naquelas calças justinhas e tudo mais.

— Bem, mas também tem aquelas bailarinas lindas... – Lily comentou.

— Tá, vamos lá – Sirius comentou, fingindo desinteresse.

***

Durante aquela semana nós nos encontramos quase todos os dias, e eu só via mais e mais como ela era uma pessoa maravilhosa. Gostava de cachorros, não de gatos, ela definitivamente conhecia os Beatles (“Quem não conhece os Beatles?”, Victoire riu daquela minha exigência; “A outra namorada maluca dele, a que você pegou o final da história, ela não conhecia”, Teddy explicou) e, mais que isso, gostava deles (ela tinha uma edição comemorativa de um copo todo trabalhado em uma sombra dos quatro, era um copo realmente bonito, dele eu sinto falta). Ok, ela era uma pessoa matinal, daquelas que levantam com todo o bom humor do mundo, dando bom dia para os pássaros, e para as formigas, e cantarolando. Isso era péssimo domingo de manhã, confie em mim.

Foi na quarta, eu me lembro bem. Eu estava lá no apartamento dos seus tios (Sim, Teddy, eu tinha casa. Mas Lily tinha me convidado para ir lá experimentar alguma coisa nova que ela estava tentando fazer – você não quer que eu lembre o que, quer? – e você sabe como ela fica quando recusamos as coisas...) travando uma (árdua) discussão com eles sobre quem era o melhor goleiro da temporada europeia, quando meu celular tocou.

Achei estranho, porque, vocês sabem, eu não sou de receber muitas ligações. Emmelinne havia mandado um SMS a pouco tempo (“SMS, rá!” Teddy riu, como se eu tivesse contado uma piada realmente engraçada), eu estava com todos os meus amigos ali e estava fora do horário comercial, provavelmente não era a operadora – como vocês podem ver, meu arsenal de contatos que possivelmente me ligariam não era muito extenso. E ali na tela estava, em letras bem chamativas, MÃE.

Não que eu não ame sua avó, Teddy, eu amo. Muito. Mas ela sabe quando as coisas acontecem – ela sabe antes das coisas acontecerem, pra ser bem sincero – e ela definitivamente sabe quando estou mentindo – ou omitindo – alguma coisa. Foi assim que ela descobriu que eu estava saindo com Dorcas (ela ligou ainda na primeira semana), assim que descobriu que eu não estava mais saindo com Dorcas e agora seria assim que ela provavelmente também descobriria sobre Emme (coincidência, também na primeira semana). Ela não é de ligar, e sempre que liga, tem algo.

Mais uma vez, não que eu não quisesse que ela ficasse sabendo sobre Emme, não que eu quisesse esconder Emme de toda minha família ou algo do tipo. É só que, quando a gente começa a ver alguém, precisamos desse tempo só nosso, sabe? Apresentar para a família cedo demais acende imediatamente uma grande placa de perigo em cima do – possível – relacionamento de qualquer um.  

O celular ainda tremia na minha mão, enquanto o MÃE aparecia ali.

— Não vai atender não? – Sirius perguntou, chegando mais perto de mim para ver o nome no indicador de chamadas – Ih, os instintos de tia Hope já identificaram Emmelinne no radar.

— Me dá aí! – James disse, passando do meu lado e pegando o celular da minha mão, atendendo a ligação em seguida – Oi tia! E aí, como a senhora tá? Remus tá no banheiro e... É, ele deixou eu e o Sirius vendo um vídeo aqui, por isso que ele deixou o celular aqui de fora e... Tudo bem, tô passando – ele então estendeu o celular pra mim, e deu de ombros murmurando um “eu tentei”.

Estiquei a mão e peguei o aparelho, colocando na orelha e levantando da poltrona, me dirigindo para a sacada, ao mesmo tempo.

— Oi mãe!

— Remus, meu bem, por que não queria me atender?

— Claro que eu queria atender, mãe, James que é um enxerido e...

— Tem alguma coisa a ver com a garota nova?

— Honestamente, como a senhora descobre essas coisas, mãe? – eu já tinha cogitado a ideia de que ela contratava alguém para me espionar e hackear meu celular, ideia que ainda não havia sido completamente refutada.

— Querido, mães sabem de tudo. Como chama a sortuda?

— A gente ainda não tem nada, mãe, acabei de conhecer ela, é tudo muito novo.

— Sim, sim, claro – ela disse concordando com tudo que eu estava falando, me fazendo respirar fundo, achando que íamos enfim mudar de tópico – Mas qual é o nome dela mesmo?

— Emmelinne, mamãe.

— Acho que já ouvi esse nome em algum lugar... Emmelinne do quê?

— Vance. Emmelinne Vance.

— Você está namorando a ex-noiva do seu primo, Remus? – ela praticamente gritou do outro lado.  


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Notas finais do capítulo

Conhecem alguém com mais azar em relacionamentos que Remus? Só se for eu mesma haha

Bem, nesse capítulo conhecemos Emmelinne Vance. Aqui está uma foto de como imaginei ela: http://68.media.tumblr.com/bfe3be8698dd1fcd32cf6326b68e6312/tumblr_ovks8yhWGi1v9dzdgo1_400.jpg

Ah, sim, o nome da mãe do Remus. Bem, tem uma árvore genealógica no Wikipedia (nem um pouco confiável, eu sei, mas...) que me informou esse nome. Caso alguém tenha certeza do nome canon, por favor, me avisem, sim?

Vamos ressaltar também que mudamos o ano da narrativa, e agora estamos em 2011 *fogos*

Enfim, espero que tenham gostado, prometo tentar não demorar tanto, e aguardo vocês nos comentários!

Beijinhos,

Paulie.



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