POV Jason

Fui pra casa direto da oficina, porque tinha umas coisas do trabalho pra fazer.

No caminho, fiquei pensando... Fazia anos que não via Piper, e agora ela está de volta, quer dizer, vê-la novamente é o que eu quero desde a nossa formatura, eu só não esperava que ela trouxesse o filho. Isso só comprova minha teoria de que ela seguiu em frente, provavelmente se casou e agora tem um filho. Fico feliz que ela esteja feliz, esperei sete anos pra saber se ela estava bem, como tem passado e se está feliz, que bom que ela está... Feliz. Enfim! Tinha que assinar algumas coisas, enviar uns emails e agendar algumas reuniões pra semana que vem, tinha muito trabalho a fazer.

Cheguei em casa antes das 3 horas e me sentei na mesa da cozinha, na frente do computador.

Estava indo bem, nas primeiras duas linhas da primeira página, depois me desconcentrei totalmente.

— Tá bem, eu consigo! Foco! — falei pra mim mesmo.

Me sentei novamente e continuei fazendo meu trabalho por algum tempo.

Mas e agora que a Piper tem sua própria família? Eu vou fazer o que? Quero dizer... Não tinha todas as minhas esperanças em que ela voltasse e me aceitasse de volta, mas uma pequena parte de mim queria isso. Agora não tenho nada. Ela tem um filho, uma família, uma vida...

Os últimos sete anos da minha vida foram dedicados à minha carreira e às minhas estúpidas esperanças de que um dia eu teria Piper de volta. Sempre que essas esperanças pareciam sumir do nada, eu saía, me divertia, conhecia outras garotas e... Eu sei, não era o melhor a se fazer. Mas eu me sentia sozinho, pensava que nunca mais teria Piper, eu... Eu a amava, mas agora ela já tem alguém.

Então... Por que não fazer o mesmo já que minhas esperanças foram jogadas de lado de uma vez por todas mesmo?

Olhei no relógio. 7 horas. Era bem cedo, resolvi ir pra um lugar onde sabia que não ficaria pra baixo.

Bar Veloce. Um dos melhores lugares da cidade pra quem quer se divertir até 2 da manhã.

Eu ia lá muito desde que me mudei.

Estacionei do outro lado da rua e entrei no bar.

Estava cheio. Tinham pessoas dançando, conversando nas mesas e se divertindo. O lugar era bem legal. Era um ambiente um pouco escuro, mas tinham muitas luzes coloridas acima dos que passavam pelo centro do bar.

Entrei e peguei um lugar no balcão.

— Jason! — um dos baristas me reconheceu.

— E aí, cara?

— Você tá bem?

— Claro, saí pra me divertir um pouco! — eu ri.

— Vai querer beber algo?

— O drinque mais forte que você tiver — respondi.

O barista sorriu e foi até o outro lado do balcão preparar a bebida.

— Com licença, esse lugar está ocupado? — ouvi uma voz atrás de mim. Me virei e vi uma garota. Era loira de olhos escuros e usava um vestido preto. Bonita... Ela estava muito bonita.

— Ah, não — sorri — fique à vontade.

Ela sorriu e se sentou.

— Obrigada.

— Aqui — o barista chegou e me entregou a bebida.

— Obrigado — respondi.

— E pra bela moça? — ele se virou pra garota que se sentou ao meu lado.

— Ah, um Martini, por favor — ela sorriu.

— Então — me virei pra ela — você vem muito aqui?

— As vezes, eu vinha mais com meu namorado, mas ele se foi.

— Ele... Ele morreu?

— Ah, não — ela riu — ele se mudou pra Austrália.

— Ah — fiquei um pouco aliviado.

— Sabe, é meio que um alívio — ela disse — manter um relacionamento requer sentimentos, e preocupações e... Bem, dá trabalho, é mais simples apenas, sabe, a parte do sexo. Sem compromissos ou sentimentos profundos.

— Eu costumava ser assim... — falei mexendo na minha bebida.

— Huuuum, costumava? Então alguém o fez mudar?

— É... Uma garota, que eu amo...ava. Amava muito. Mas ela, ela tem uma família agora.

— Uh, sinto muito.

— Tudo bem, eu... É culpa minha, terminamos há anos, mas eu mantive minhas esperanças e espectativas muito altas e recentemente ela voltou com o filho, destruiu minhas esperanças e... Agora eu estou aqui.

— Deve ter sido péssimo.

— Ah... É.

— Então, ainda pensa que se apaixonar é uma boa ideia?

— Depois de hoje, não vejo razão pra pensar assim — bebi um pouco do meu copo.

— Entendo... — ela me observava.

— Meu nome é Jason — olhei-a.

— Sou a Alex.

— Muito prazer — estendi minha mão.

— Você não faz ideia — ela disse apertando a mesma.

Olhei pro meu copo e sorri. A bebida possivelmente estava começando a fazer efeito. Era bem forte.

— Então... Está afim de dar uma volta? — perguntei me virando para Alex.

— Claro — ela sorriu, terminou sua bebida e se levantou.

Observei-a e sorri. Terminei minha bebida, deixei o dinheiro no balcão e acompanhei Alex até o carro.

Alex chegou até a porta do carro e se virou pra mim. Ela me observou e depois me puxou, pressionando a si mesma contra o carro, e eu ajudei um pouco...

Ela pressionou os lábios contra os meus e praticamente se sentou no capô do carro, colocando uma perna em cada lado do meu corpo.

— A gente vai fazer isso no meio da... — comecei, mas Alex se inclinou e puxou meu rosto, me beijando agressivamente (isso não é uma reclamação).

— Não fala — ela disse parando pra respirar.

— Tá... No meu apartamento ou no seu? — perguntei.

— Tanto faz, onde chegarmos mais rápido — ela disse segurando meu cabelo.

Ela me olhou e entramos no carro.

Minha casa era a umas quatro quadras dali, chegaríamos rápido.

Alex encarava a rua, mas tinha sua mão em minha perna. Ela passava suas unhas no meu jeans e... Percebi que ela estava subindo sua mão pela minha coxa.

— Estamos chegando? — ela perguntou.

— Estamos próximos — respondi.

Ela continuou subindo sua mão até... Chegar lá.

— A-Alex... — falei com dificuldade.

— Shhhhh — ela continuou pressionando sua mão.

— Chegamos — respirei fundo.

— Pronto pra diversão? — ela me olhou.

— Claro.

Ela sorriu e saiu do carro.

Fomos até o elevador, onde entramos e ficamos ao lado de uma senhora. Ela apertou o 3º andar e eu o 11º.

Ficamos os três lado a lado até as portas se abrirem e a senhora sair, então Alex me empurrou contra a parede do elevador e começou a me beijar.

Segurei seu quadril e a virei, pressionando-a contra a parede e comecei a beijar seu pescoço.

— Jason — ela murmurou.

— Shhhh — acariciei seu cabelo enquanto deixava marcas em seu pescoço.

Finalmente a porta abriu. Segurei sua mão e a guiei até a porta do meu apartamento, fechei a porta com o pé quando entramos e nos guiei até o quarto.

POV Calipso

Leo ia vir me buscar às 7:30. Já eram 7 horas.

Tinha acabado de tomar banho e estava me trocando. Depois de um longo tempo decidindo, coloquei um vestido vermelho com meus saltos favoritos, que eram quase do tom da minha pele.

Depois de fazer uma maquiagem e pegar minha bolsa, fiquei esperando.

Meu telefone começou a vibrar. Era Leo, óbvio.

— Hey, já está pronta?

— Aham... Ai!

— O que foi?

— Nada, esses brincos são impossíveis de colocar!

— Ah... Se machucou?

— Não... Tudo bem.

— Já estou quase chegando.

— Okay.

(...)

— Você é a garota mais linda do mundo — Leo disse quando estávamos saindo do restaurante.

— Obrigada... — sorri — posso saber o motivo de variados elogios na mesma noite?

— Você merece — Leo passou o braço pela minha cintura — Posso saber o motivo de você usar um vestido incrível da minha cor favorita essa noite?

— Você merece — sorri e o beijei.

— Quer dar uma volta?

— Claro.

POV Leo

Decidi levar Calipso pra dar uma volta. Queria o lugar perfeito pra pedí-la em casamento.

Eu estava nervoso. Dava pra notar? Não sabia se estava mais hiperativo que o normal, mas acho que já teria quebrado algo e por enquanto não causei dano a ninguém, então está tudo sob controle.

Caminhamos até o parque, fomos andando pelo gramado, de mãos dadas.

POV Calipso

— Ah... Espera, amor, seu sapato está desamarrado — Leo disse se abaixando e eu fiquei parada observando as estrelas, estavam tão bonitas...

Mas então eu pensei... Eu estou de salto.

— Mas, Leo, eu... — olhei pra baixo e vi que Leo sorria. Ele tinha uma caixinha azul nas mãos.

— Eu menti — ele sorriu.

— O que... — sorri, mas por dentro estava começando a infartar.

Leo segurou minhas mãos e ficou apoiado em um joelho.

— Calipso... Você é a garota mais linda, inteligente, gentil e sexy do mundo. Eu te amo mais do que tudo... e quero passar o resto da minha vida com você — ele disse abrindo a caixinha e, nesse momento, por um segundo, eu esqueci como se respira — então... Casa comigo?

Fiquei com medo de não conseguir falar, então fiz que sim com a cabeça freneticamente.

— Eu... Caso, caso sim! — consegui falar. Eu estava surpresa, feliz e animada.

Leo colocou o anel no meu dedo e eu me abaixei pra beijá-lo e ele se ergueu para me beijar.

— Eu te amo tanto — falei parando para recuperar o fôlego.

— Eu te amo mais — ele me puxou e voltou a me beijar.

(...)

POV Jason

Quando acordei, tudo o que sentia era minha cabeça latejando. Encarei o teto por um tempo. Não conseguia me lembrar de muita coisa. Eu estava no bar, depois de pedir minha bebida, conheci aquela garota, Alex... Ah não.

Olhei pro lado e lá estava ela, dormindo de bruços enrolada no cobertor.

Olhei pra baixo. Por favor, que eu esteja vestindo alguma coisa, qualquer coisa. Levantei o cobertor e... Droga.

O que eu estou fazendo com a minha vida?

Alex se mexeu e tirou o cabelo do rosto.

— Ai — ela colocou a mão na cabeça com uma expressão de dor.

Ela olhou ao redor e me observou, ajeitando o cobertor em seu corpo.

— Oi — ela sorriu.

— Oi — falei me deitando de volta.

— Por que essa cara? Não foi tão bom? — ela mordeu seu lábio.

— Não, foi... Ótimo, eu só... Estou com dor de cabeça.

— Ah, eu também — ficamos deitados lado a lado no silêncio — Eu só... Você foi incrível — ela sorriu.

— Obrigado — falei, me cobrindo com o cobertor.

Nesse momento a campainha tocou.

— Eu vou atender... Você...

— Se importa se eu usar o banheiro?

— Não, fica a vontade — disse tentando pegar minha calça no chão.

Alex se levantou e foi até o banheiro enrolada no lençol.

Tudo bem, nada de pânico... A campainha tocou de novo.

Desci as escadas correndo terminando de vestir a calça.

— Que cara é essa? — Thalia se assustou quando abri a porta.

— Bom dia — falei e caminhei até a cozinha.

— Você bebeu? Você tá cheirando a vodka e perfume — Thalia se aproximou e me cheirou, o que eu não achei nem um pouco estranho — feminino... Isso em você é batom? Jason...

— Olha, eu...

— Jason — ouvi Alex descer as escadas — eu deixei o lençol no... — ela parou quando viu a Thalia — cesto de roupa suja.

Alex tinha se vestido, mais ou menos, em seu vestido de ontem à noite e terminava de calçar seus sapatos. Seu cabelo estava... Bagunçado, e a maquiagem que até dez minutos atrás estava borrada, agora estava menos borrada e mais clara, como se tivesse lavado o rosto.

— Oi — Thalia sorriu.

— Oi — Alex sorriu de volta — eu... Estava de saída — ela veio até mim — ontem à noite foi divertido — ela sorriu e me beijou — a gente se vê por aí — ela foi até a porta.

— Não me julgue — falei para Thalia.

— Eu não vou — ela levantou os braços em rendição.

— Obrigado.

— Me diz que você não pagou ela pra...

— Thalia!

— Desculpa!

— Eu tô com uma dor de cabeça terrível — falei escorando minhas costas na bancada.

— Quer que eu prepare alguma coisa pra você?

— Não... Eu só...

— Pelo bem de nós dois, vai tomar um banho, eu faço seu café.

— Eu te amo.

— Eu também — ela sorriu — vai lá, você tá fedendo.

— Obrigado?

— De nada.

POV Thalia

Jason foi tomar banho enquanto eu preparava o café dele. Fiz café e torradas.

Foi quando meu telefone começou a tocar na bolsa. Mensagem das meninas.

Calypso: Estão afim de sair hoje à noite?

Hazel: O que sugere?

Calypso: Sei lá, podemos ir a qualquer lugar.

Piper: Mas não tenho com quem deixar o Tyler.

Hazel: Ele pode ficar lá em casa, o Frank vai ficar com a Chloe.

Calypso: Ou com o Leo, eles ficaram bem amigos hoje.

Eu: Provavelmente os meninos vão se reunir se sairmos.

Piper: É uma boa ideia?

Eu: Relaxa, vai ficar tudo bem, ele vai se divertir.

Calypso: Leo disse que vai adorar ficar com ele.

Annabeth: Que horas e onde, então?

Calypso: Me encontrem lá em casa às 7.

Todas concordamos.

Nesse momento, Jason desceu as escadas com lençóis e cobertores nas mãos.

Ele jogou tudo dentro da máquina de lavar e voltou pra cozinha.

— O que eu estou fazendo? — ele me olhou.

— Boa pergunta — respondi — vem cá, come alguma coisa — fiz ele se sentar à mesa.

— Obrigado por cuidar de mim.

— Eu sempre vou cuidar de você, mesmo que você tenha feito besteira — fui até ele é beijei sua cabeça.

— Pode esperar até à noite pra me dar o sermão?

— Falando nisso, hoje à noite os meninos vão pra casa do Leo, vou sair com as meninas... Vai estar afim ou...?

— Acho que não vou estar no humor — ele disse esfregando os olhos.

— Tudo bem — sorri. Ele ficava tão fofo assim com sono e de ressaca.

Jason comeu devagar enquanto eu checava uns emails.

— Posso te perguntar uma coisa? — perguntei.

Ele fez que sim.

— Fez isso por causa da Piper?

— Quê? Que ridículo! Não!

— Tá bem... E você fez o que eu te pedi pra fazer ontem?

Ele me olhou com cara de cachorro de rua.

— Tá, vou deixar o sermão pra amanhã então.

— Eu só... Não conseguia focar no trabalho, não tinha cabeça pra isso.

— Você não tinha cabeça ontem — falei.

Jason não retrucou, ele encarou a mesa triste.

Foi aí que eu percebi. Isso só confirmava o que eu achava que era. Ele fez isso por causa da Piper. Não conseguiu focar por causa da Piper, decidiu sair pra esquecê-la, pelo menos por ontem à noite.

— Você precisa resolver isso — falei.

— Eu vou enviar todos os emails que você quiser que eu envie, só...

— Não! Me refiro à Piper.

— Thalia, para.

— Não, olha, sei que ela voltou de repente e que vocês se viram por último em uma situação péssima sete anos atrás, mas ela voltou...

— Com o filho dela! Ela provavelmente se casou e é feliz...

— Ela não se casou.

— Não?

Fiz que não.

— Mas então ela cuida do Tyler...

— Sozinha — respondi — ela viveu com o pai dela por muito tempo e ele a ajudou, mas agora ela está por conta própria com o Tyler. Ela não quer que saibamos quem é o pai, ela não quer saber dele. Disse que ele não quer saber deles também...

— Isso é horrível... — Jason disse. Ele parecia pior do que estava a cinco minutos.

POV Piper

Estava na cozinha mexendo no meu computador quando ouvi Tyler descer.

— Bom dia — sorri.

— Bom dia... — ele disse se sentando ao meu lado — O que tá fazendo?

— Só olhando algumas coisas do trabalho, quer tomar café?

— Sim — ele se levantou e foi até a pia — pode pegar o cereal pra mim? — ele apontou para o armário, onde ele não alcançava.

— Claro — eu ri e me levantei.

— Quando nossas coisas vao chegar, mamãe? O apartamento tá meio vazio — ele olhou ao redor. Era verdade.

— Amanhã — respondi — demora pra atravessar o país, filho.

— A gente atravessou rápido de avião — ele disse fazendo aquela carinha de "mas e se..." que ele fazia cobrindo o lábio superior com o inferior.

— Eles estão vindo pela estrada — falei arrumando o cabelo dele.

— Tá, com isso eu não posso discutir.

— Então, se divertiu com os meninos ontem?

— Ah, muito! Seus amigos são muito legais...

— Legal, o que acha de ficar com eles de novo hoje à noite? Na casa do Leo.

— Sério? — ele pareceu animado.

— É, as garotas me chamaram pra sair e os garotos vão se reunir lá, quer ir?

— Claro!

POV Calipso

Tinha passado o dia com Leo na casa dele. Bom, eu dormi aqui, depois ficamos na cama conversando até quase meio dia, mais tarde saímos pra almoçar e ficamos à tarde toda de bobeira em casa. Agora eu estava me arrumando enquanto ele tomava banho.

Durante esse tempo, discutimos se devia ligar pros meus pais antes ou depois de decidirmos a data do casamento. Minha mãe ficaria louca pra ajudar com tudo e meu pai ficaria 10 vezes mais superprotetor. Já tinha sido difícil fazê-lo gostar do fato de eu ter um namorado... Me casar? Eu precisarei ser cuidadosa ao dar a notícia.

O pai de Leo sabia, na verdade, Leo me disse que ele dera o anel que tinha sido da mãe dele pra ele me dar. Ele é o melhor namorado do mundo.

— Leo — bati na porta do banheiro.

— Tá aberta! — ele gritou do chuveiro.

— Por que deixa a porta aberta? — perguntei entrando.

— Porque só estamos nós dois em casa.

— Mas o pessoal tá vindo pra cá.

— Tudo bem, você tá certa — ele disse colocando a cabeça pra fora do chuveiro — entra aqui — ele sorriu.

— Não posso — eu ri e me virei pra pro espelho.

— Por quê?

— O pessoal tá vindo pra cá.

— Essa é sua desculpa agora?

— Vai, Leo...

— Entra, pra gente comemorar — ele fez a carinha de bebê dele.

— A gente comemorou muito ontem... E hoje de manhã... — me virei pra ele — preciso contar pras meninas e comemorar com elas também... De um jeito diferente.

— Tudo bem... — ele fez biquinho e voltou com a cabeça pra dentro do chuveiro e desligou a água, se enrolando na toalha.

— Ei... — fui até ele — nada nos impede de comemorar mais depois — sorri e o beijei.

— Tudo bem — ele sorriu.

— Agora me ajuda — corri até o quarto e Leo me seguiu.

Peguei dois vestidos que coloquei encima da cama.

— Azul ou preto?

Leo observou os dois.

— Azul?

— Acha que fica bom?

— Acho que você fica linda nos dois.

— Obrigada — sorri — acho que vou usar o azul — disse e tirei o roupão que estava usando.

Leo ficou me olhando colocar o vestido.

— Gostou? — perguntei ajeitando o vestido e olhando no espelho.

— Eu amei — ele chegou por trás de mim e apoiou a cabeça no meu ombro.

Fiquei olhando nós dois no espelho quando ouvi a campainha.

— Alguém chegou — falei.

Leo foi trocar de roupa e eu desci pra atender.

(...)

Quando abri a porta, Thalia entrou correndo.

— Oi, adorei o vestido. Licença, preciso usar o banheiro — ela correu e subiu as escadas.

— Oi — Luke sorriu.

— Oi — respondi e fiz pra que ele entrasse.

(...)

POV Piper

Já tínhamos chegado no prédio onde Leo morava. Estava esperando o elevador.

Não demorou muito pra que chegasse.

Tyler e eu entramos e, quando a porta estava prestes a se fechar, alguém gritou pra que segurasse.

— Espera! — gritaram e segurei a porta, e então vi Jason entrar no elevador.

Ele parou e me observou na porta, e a mesma começou a fechar, esbarrando nele.

— Vai ficar aí? — perguntei.

— Ah... Obrigado — ele disse entrando.

— Tudo bem.

— E aí, Tyler? — ele sorriu.

— Oi — Tyler sorriu.

Jason parecia desconfortável. Parecia ansioso pra dizer ou fazer algo.

— Você tá bem? — perguntei.

— Sim — ele disse, não apenas batendo o pé no chão, mas parecendo ter levado um choque.

— O que acontece se eu apertar todos os botões do elevador? — Tyler me olhou.

— Vai parar em cada andar — Jason disse.

— Que maneiro! — Tyler riu — Mamãe...

— Não — respondi.

— Por quê? — ele se desanimou.

— Porque não vamos descer em todos os andares.

— E daí?

— Daí que outra pessoa pode precisar usar o elevador.

— Mas...

— Ty — o repreendi.

— O que tem de mal em tentar? — Jason disse, com um sorriso de leve no rosto.

— Posso te dar uma lista.

— Certo, sua mãe está certa, Tyler, você é criança e precisa obedecer... — Jason disse erguendo suas costas da parede do elevador — porém, como adulto, eu acho que tudo bem eu... — Jason se aproximou do painel e apertou uma fileira direto dos botões.

— Jason! — disse brava quando o elevador parou e abriu no terceiro andar.

— O quê? — ele disse rindo inocentemente.

Tyler estava rindo e aproveitando o momento.

— Ele não conta como exemplo, Tyler! — falei.

As portas abriram de novo no quarto andar.

— O que tem de mal? O elevador só vai parar algumas vezes mais — Jason disse.

— É, mamãe...

— Você é uma criança — disse olhando para Jason — uma criança enorme — falei.

O barulho do elevador parando de andar em andar estava me irritando. Decidi poupar meu tempo e saí no sétimo andar e peguei as escadas. Não falei nada, apenas deixei os dois, que não paravam de rir, se divertindo no elevador.

POV Jason

Piper se irritou e nos deixou sozinhos no elevador quando paramos no sétimo andar. Tyler estava se divertindo e eu também, era engraçado quando ela se irritava por coisas simples assim.

— Ela ficou brava — Tyler riu.

— Um pouco — disse observando as portas se fecharem. Estávamos quase no décimo — olha, não faz isso com ela, eu estava brincando, okay?

— Eu sei — Tyler sorriu — mas foi engraçado...

Algum tempo depois, já estávamos no décimo primeiro andar.

As portas se abriram e vimos Piper abrir a porta das escadas de incêndio.

Ela parecia cansada, mas não me surpreende, depois de subir pela escada.

— Nós... — comecei.

— Não — ela disse.

— Mas...

— Jason...

— Desculpa, mamãe — Tyler disse.

— A gente sente muito — sorri.

— Aposto que sentem — ela continuou andando e tocou a campainha do apartamento de Leo.

— Não fica com raiva — falei ao lado dela, me escorando na porta.

— É, a gente te ama — Tyler disse e ela o olhou.

Nesse momento Calipso abriu a porta, quase me derrubando.

— Oi — me recompus.

— Oi — ela sorriu.

— Oi — Tyler disse e olhou pela porta — O Leo tá aí?

— Tá sim, lá encima, pode ir lá — ela abriu caminho pra ele passar.

Tyler entregou seu casaco pra Piper e entrou correndo.

— Tyler, não corre! — Piper disse enquanto entrávamos.

— Deixa ele — Calipso riu.

— Você também? — Piper perguntou indignada.

— O que...

— Eu dei um mal exemplo pro Tyler no elevador, apertando todos os botões quando ele perguntou o que acontece... — expliquei.

— Ah...

POV Leo

Estava acabando de me trocar quando ouvi alguém me chamar. Tyler apareceu na porta.

— Oi — ele sorriu.

— Hey, Ty — falei saindo — pronto pra jogar com a gente?

— O que vamos jogar?

— Alguns jogos que acabei de comprar...

— Legal!

— É... Mais alguém já chegou?

— Bem, minha mãe, Jason e eu acho que o Luke...

— Ué, e a Thalia?

— Eu...

— Olá, rapazes — Thalia apareceu na porta quando disse seu nome.

— Ah... Oi, você tava...

— No banheiro — ela sorriu — vejo vocês lá embaixo... — ela disse e desceu.

— Vamos? — perguntei para Tyler.

— Claro — ele sorriu.