Civil War: Moon. escrita por Barbs


Capítulo 15
Se cuida.


Notas iniciais do capítulo

Oi lindezas, boas noticias, hoje tem dois capítulos e depois explico o porquê. Amo vocês! ♥



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Escutei o barulho grudento da teia e abri meus olhos para fitar a janela dando de cara com a silhueta de Peter no escuro e em sua posição clássica de aranha. Ele era iluminado apenas pela luz do poste que vinha do lado de fora e um pouco da luz do luar, que começava a entrar por minha janela em meu quarto.

Sentei-me na cama dando um breve sorriso e ele saltou para dentro do meu quarto silenciosamente enquanto retirava a máscara deixando-a em cima de minha cama, ele se manteve de pé e permanecemos em silêncio por alguns instantes quando falamos juntos:

— Você falou com ela? – perguntei.

Ele respondeu de imediato – Falei com ela.

Soltamos uma risada abafada e cruzei as pernas de modo que ele se sentasse na minha frente e ele assim o fez sentando na cama de costas para a janela.

— Como foi? – perguntei o fitando com medo da resposta.

— Não foi muito legal – ele me fitava um pouco tímido – ela tava chorando quando cheguei lá. Ela nem queria falar comigo, mas eu insisti. Ela falou algumas coisas sobre você e acho que as duas tem que conversar – abri a boca para hesitar e mostrar a tronozeleira, mas ele rapidamente balançou a cabeça positivamente – eu sei, eu sei, não é como se pudesse. Ela falou sobre os sentimentos dela, como se sente em relação à mim e tudo o que eu fiz foi pedir desculpas. 

— Falarei com ela amanhã. Tentei falar com ela por telefone, mandei mensagens e liguei, mas, obviamente, foi em vão. 

— Sinto muito – Peter sussurrou desviando o olhar para suas mãos- mesmo.

— Não é culpa sua, Pete.

— Como não? – ele soltou uma breve risada sem me fitar – eu sabia do que ela sentia e… – ele fez uma breve pausa – beijei a melhor amiga.

— Apenas porque eu beijei primeiro – sussurrei me sentindo culpada, ele não respondeu nada, ergueu seu rosto e me fitou sem sorrir, sabia que ele também se sentia culpado e isso me deixava ainda pior. Eu quem realmente tinha sido a imbecil por ter traído a confiança da amiga, não por tê-lo beijado, não me arrependo do beijo, de ter gostado e nada disso, mas sim de ser a maior culpada por ter deixado Jullie magoada. E com toda a razão, não podia culpá-la.

Nos fitávamos fixamente em silêncio e senti meu coração disparar enquanto olhava nas íris castanhas de Peter, mesmo com a pouca luz podíamos ver um ao outro nitidamente. Desviando o olhar, visivelmente nervosa, comentei algo, rindo, sobre sentar-me para sentir a luz do luar já que não estava mais permitida a sair de casa, pelo menos não após o horário estipulado.

Peter apontou para o meu lado gentilmente perguntando se podia se sentar ao meu lado, sorri balançando a cabeça positivamente e ele então sentou na outra parte iluminada pela lua, no chão do meu quarto. Ficamos mais um tempo em silêncio enquanto olhávamos o céu através da janela aberta, meu coração estava acelerado o suficiente para que eu ficasse me perguntando o porquê. Estava começando a acostumar com meu coração dando saltos repentinos com Peter ao meu lado. E foi quando puder ouvir seu coração, batia tranquilamente enquanto ele, com as mãos apoiadas nos joelhos e as pernas entreabertas na direção dá parede, olhava para as estrelas pensativo. 

Queria perguntar o que passava por sua cabeça, mas temi ser algo particular o suficiente para que ele não quisesse compartilhar, afinal, tínhamos o costume de contar um para o outro tudo o que desejássemos, por mais que não tenhamos feito acordo algum para decidirmos isso, apenas acontecia. Com Peter eu sempre me sentia segura para expressar e falar o que desejasse e sei que ele era da mesma maneira.

Ele retirou suas luvas de aranha mantendo os atiradores de teia que pude perceber serem novos também, esticou a mão até minha tornozeleira passando as pontas dos dedos por cima da faixa fina de luz verde. Olhei para a tornozeleira e em seguida ergui meu olhar para ele quem, fixado na mesma, pensava em algo que o incomodava, podia afirmar já que sua testa estava franzida.

— O que foi? – sussurrei tentando ver seus olhos.

— Parece incômodo.

— Na verdade, se não fosse pelo peso emocional que ela tem, eu mal perceberia que ela está ai – sorri o tranquilizando. 

— Eu realmente sinto muito.

— Peter – virei meu rosto para olhá-lo – Por favor, pare de se desculpar. Toda vez que você diz que sente muito ou se desculpa após se culpar eu fico pior. Olha, você se lembra de quando me contou sobre seus poderes? – ele virou seu rosto para me olhar, ele esboçou um pequeno sorriso em seu rosto triste – lá você disse que não queria que me envolvesse nessa vida de heroína, que não queria que eu ficasse com medo toda vez que colocasse a roupa e fosse prender caras estúpidos pelo centro da cidade – fiz uma breve pausa sorrindo – você me avisou como isso era e mesmo assim eu fui. Não queria de princípio por causa da falta de controle dos meus poderes e ainda sim tenho medo de machucar alguém ao tentar ajudar, mas… Nada disso é sua culpa. Você tem que parar de se culpar por algo que eu escolhi, foi minha escolha e você não tem nada a ver com isso.

— Eu deveria ter negado quando você veio – ele jogou as luvas no chão desviando o olhar mais uma vez – não devia ter deixado…

— E desde quando você decide por mim? – perguntei em um rápido sussurro enquanto o fitava ainda sorrindo – compreendo sua preocupação e entendo, mas as escolhas que faço cabem apenas a mim. Se não quero algo, não farei, não importa o que aconteça. Então, eu escolhi ajudar as pessoas ao seu lado e mesmo que você tivesse me afastado eu faria assim mesmo, mas sozinha e, honestamente? Ainda bem que tive e tenho você por perto – sorri abertamente quando ele virou seu rosto para me fitar no instante em que agradeci por tê-lo – porque foi tudo mais fácil, divertido e legal ao seu lado.

— Posso dizer o mesmo – ele sorriu novamente me fitando – é meio chato sem você por ai comigo.

Deitei meu rosto em seu ombro enquanto olhava a janela a nossa frente – E é chato ficar trancada em casa, sozinha. Obrigada por vir.

Ele deu de ombros – De nada.

Ficamos em silêncio novamente, escutava seu coração ainda mais próximo e com o auxílio da minha audição avançada pude perceber que estava, mais uma vez, acelerado. Mas desta vez não fiz nada e nem mesmo Peter, permaneci com meu rosto repousado em seu ombro sentindo a textura fina da roupa nova contra minha pele, era incrivelmente bom tê-lo ali por mais que eu soubesse que deveríamos estar dormindo para a aula que iniciaria daqui há algumas horas. Mas eu não dormia muito pela noite mesmo e minha maior preocupação deveria ser Peter, mas não queria ficar sozinha pensando nas milhares de coisas que atordoavam minha mente então, eu estava sendo completamente egoísta.

— Como ela está funcionando? – Peter, novamente, apontou para a tornozeleira.

— Das sete da manhã às seis da noite posso me locomover de casa para a escola. Se passar desse horário sou eletrocutada até ficar inconsciente e então sou levada para a prisão.

— Isso é sério? – ele perguntou virando o rosto para me olhar.

Enxerguei um pouco de seu rosto – Sim.

— Por que eles fariam isso?

— Não posso usar meus poderes também, não sem a autorização deles – sorri olhando para frente – ou sou eletrocutada. Tudo acaba em choque e prisão.

— Isso não é...

O interrompi – Obrigada.

Ele arqueou uma das sobrancelhas – Por te colocar nessa situação?

— Não – ri levantando meu rosto de seu ombro enquanto o fitava – já te disse que isso não foi sua culpa. Obrigada por falar com Stark.

Ele balançou a cabeça negativamente – Pelo visto não adiantou muito.

— Mas você tentou – dei de ombros – isso que importa.

— Tentarei falar com ele de novo, eles não podem simplesmente te eletrocutar.

Sorri olhando para a parede – Não. Não precisa falar com ele. Meu pai assinará o maldito acordo e me tornarei uma escrava deles.

— Não acredito que estão fazendo isso com você – ele passou as mãos no cabelo o bagunçando por completo.

— Relaxa, Parker – virei um pouco de frente para ele enquanto segurava suas mãos impedindo que ele arrancasse seu próprio cabelo – estou apenas pagando pelo o que fiz.

— Ou seja – ele me fitou enquanto parava de mexer as mãos – por nada.

Sorri o fitando – Não para eles.

— E quem se importa com o que eles pensam?

— Você – respondi de imediato – Tony Stark, Visão, o homem na outra armadura de ferro, e todos que estão do lado do Governo.

Peter fechou os olhos, soltei suas mãos subindo-as para seu cabelo enquanto o abaixava e arrumava, Peter manteve os olhos fechados e, naquela proximidade, pude ver o quão seus cílios eram avantajados, suas maçãs do rosto combinavam com o formato de sua face e, por um instante, parei de mexer em seu cabelo observando cada traço de seu rosto: seus lábios finos, seu nariz mediano, seus cílios avantajados e curvos, suas sobrancelhas, especialmente a esquerda que era levemente bagunçada no meio, sua testa que não era nem grande, nem pequena.

Peter abriu os olhos e então fitei seus olhos castanhos de imediato, não queria que ele notasse que estava observando seus traços porque, até para mim, isso parecia psicopata demais, mas foi algo tão involuntário que só havia percebido o quanto estranho era, naquele momento onde eu estava com medo dele perceber que o observava. Mas ele nada disse. O silêncio, mais uma vez, era preenchido por nossas respirações e batimentos cardíacos, meu coração estava tranquilo e o dele também, pelo menos pelo pouco que conseguia escutar, afinal, estava vidrada em seus olhos castanhos escuros de um jeito que nunca tinha ficado antes. E então meu coração disparou fazendo com que minha respiração se tornasse falha novamente.

Peter me fitava nos olhos sem se mover, sua respiração também estava falha no mesmo compasso da minha e, por um instante, tudo o que eu queria era beijá-lo sem me importar com Jullie ou qualquer um ao nosso redor. Mas eu não podia e ele sabia que não podíamos, tanto sabia que sequer se moveu para dar o primeiro passo. Não podíamos beijar por mais que quiséssemos, e quando Peter fechou os olhos novamente, se soltando de minhas mãos, pude perceber que ele sabia tanto quanto eu o quanto aquilo era errado.

— Desculpa, Pete – pedi virando-me na direção da janela mais uma vez.

— Desculpa, Luna, eu... – ele começou a falar respirando fundo antes de se virar na mesma direção que eu de modo que mantivéssemos nossos ombros encostados.

— Tá tudo bem, Pete – o interrompi mais uma vez encolhendo meus braços evitando o contato – eu não... Não o beijaria.

— Eu sei – ele sussurrou sem me fitar – eu realmente sei.

Permaneci em silêncio sem o fitar, meu coração se acalmava lentamente.

— Como se sente?

— Sobre o que? – perguntei confusa.

— Não sei... Sobre... Isso.

— Nós? – perguntei virando meu rosto em sua direção.

Ele não respondeu, virou seu rosto me fitando.

— Não quero dizer nós de... Nós... Como um casal ou algo assim – senti meu rosto arder e sabia que estava ficando corada – eu quero dizer... O beijo... E outras...

Ele soltou uma breve risada abafada – Relaxa, Luna. Eu entendi. E sim, sobre nós.

— Eu honestamente não sei, Pete – respondi me encolhendo ainda mais – realmente não sei.

Ele balançou a cabeça positivamente ainda me olhando – Nem eu.

— Não? – perguntei mudando meu olhar de direção.

— Não – ele respondeu – eu... Não sei.

Soltei uma breve risada abafada, ambos estávamos confusos sobre nossa relação, erámos amigos bem próximos e agora somos como duas pessoas atraídas uma pela outra, mas não podemos falar sobre isso ou beijarmos porque Jullie gosta de Pete de verdade. Talvez apenas eu esteja atraída por Peter recentemente, talvez por beijá-lo na cozinha ele tenha retribuído mais por impulso do que por vontade. Tinha uma série de perguntas para fazer à ele, mas pelo visto estas ficariam para depois já que seu celular chamava, preso em seu novo cinto que também portava seus fluidos de teia recarregáveis.

— Tenho que ir – ele disse segurando o celular na mão esquerda enquanto colocava a luva na mão direita.

— Claro – falei ajudando-o pegando o celular e segurando-o na sua frente – roubo na joalheria no centro. Tão previsível.

— Eles adoram as madrugadas, não é? – ele bufou colocando a outra luva – obviamente faz sentido, mas ainda sim é uma droga.

Ri o fitando – Eles acham que são espertos – pigarrei forçando minha voz a ponto de deixa-la mais grossa – “eu sou um bandido bundão que vou assaltar a joalheria de madrugada porque a rua está vazia, não tem ninguém na loja e sou esperto o suficiente pra dar um jeito nas camêras! Uh! Há!”

Peter riu abafado enquanto ficava de pé, engrossou a voz imitando o mesmo bandido quem quer que fosse – “Mas eu não contava com a presença do incrível e espetacular Homem-Aranha! Oh, droga!”.

Segurei o riso também ficando de pé – “E mais uma vez o dia foi salvo pelo espetacular Homem-Aranha!”.

Ele pegou a máscara em minha cama virando de frente para mim enquanto a colocava – Acho que isso pertence à outras heroínas.

Ri andando em sua direção o ajudando a colocar a máscara, ele obviamente não precisava de minha ajuda, mas queria me sentir útil nem que fosse no auxílio do traje de Peter.

— Você ficará bem? – ele abaixou as mãos me deixando arrumar a máscara em seu pescoço.

— Eu quem devia perguntar isso – falei me afastando com um pequeno sorriso no rosto – pronto, Homem-Aranha, seu traje está incrível.

Ele gesticulava com as mãos enquanto balançava a cabeça positivamente – Irado, não é?

Assenti sorrindo – Definitivamente.

Ele soltou uma breve risada por baixo da máscara enquanto caminhava em direção à minha janela, pronto para ir atrás dos homens que assaltavam a joalheria.

— Pete – o chamei quando ele já estava quase saltando janela a fora.

Ele virou parte de seu tronco e rosto me fitando, esperando que eu dissesse algo.

— Se cuida, ok? – pedi o fitando completamente vestido como Homem-Aranha.

Ele então levantou a máscara me fitando com seus olhos castanhos e seu tão conhecido sorriso nos lábios que, para mim, era uma de suas marcas registradas. Antes de saltar pela janela e lançar suas teias nos prédios a caminho do centro da cidade, ele me respondeu:

— Sempre me cuido por você.


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Notas finais do capítulo

Gentemmmmmm, tá, essa última frase me deixou sem fôlego vou negar não. Foi um capítulo pequeno, eu sei, mas adivinha??????? Tem outro, sim, dois capítulos no mesmo dia, como eu sou boazinha né? Tudo isso pra ver vocês felizes, suas lindezas! Então, deixem um comentáriozinho nesse aqui, por favorzinho, e corram pro próximo!



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