Quente escrita por AdrewLDDD


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Adivinhem quem estava morrendo de calor nesse dia infernal que nem de verão é e precisava desesperadamente matar o tempo para não morrer de desidratação e desespero enquanto sentia o corpo derreter? Muito bem, crianças, tio Adrew!
Acho bom avisar que tem o Ford se sentindo extremamente atraído pelo Stan todo suado nessa bagaça, achei melhor avisar porque minha "editora" (nah) não gostou muito e ficou tipo "nojinho" e, sei lá, mandei ela catar coco.
Bom, fiz isso mais pra matar o tempo, então, se quiserem fazer o mesmo com o de vocês, boa leitura o/



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— Hoje o dia está quente.

—Muito quente! – Foi tudo que conseguiu responder, sem muito animo para nada. Era difícil ter vontade de alguma coisa ou conseguir ser produtivo em dias assim. Porque era simplesmente quente demais. – Não dá pra ser produtivo assim!

— Você não costuma ser produtivo mesmo. – Ford provocou e riu ao receber um soco de leve do irmão.

 Estavam aproveitando o dia livre com as reformas do Stan de Guerra, mas não era como se tivessem conseguido grande progresso devido a temperatura. Esse devia estar sendo o dia mais quente do ano. A ideia de deixar tudo de lado por hoje e se jogar na água era tentadora demais até para o Ford, mas Stan começara o dia tão entusiasmado, tendo esperado a semana inteira para poderem entrar de cabeça na restauração do barco que ele nem cogitou a ideia dar a ideia. Gostava de quando o irmão ficava animado assim com alguma coisa, e,se era relacionado ao Stan de Guerra, ele sempre estava, embora agora ele parecesse bem mais desanimado, isso sendo efeito do sol e do calor.

— Podíamos nadar um pouco. – A sugestão acabou vindo do próprio Stan, enquanto ele terminava de pregar uma tabuas no chão, os joelhos e uma das mãos no piso, o suor escorrendo pelo seu rosto. Ford lambeu os lábios enquanto fitava o irmão e negou com a cabeça em seguida, corando, quando se deu conta do que havia feito. – Ei, você está vermelho.

— É o sol. – Tentou disfarçar, passando a mão pelo rosto. – É... Mas eu não se vou ter muito animo pra continuar depois. Acho que nem vou querer sair da água.

— É, acho que vou querer morrer lá. – Agora de joelhos Stan tirou a blusa, jogando-a no canto. Ford engoliu em seco.

— O que você está fazendo?

— Está quente. – Stan deu de ombros, Ford assentiu. – Tira a sua.

— Não, eu estou bem. – O irmão voltou a dar de ombros e pegou o martelo de volta, retomando as marteladas, agora coisa ou outra no mastro.

 E eles ficaram  em silencio  por um tempo. Eles vinham tendo momentos assim ultimamente, de silencio. Eles sempre costumaram ter muito o que conversar e agora, com todas essas mudanças e hormônios Ford sentia que eles ainda tinham muito para falar, mas já não conversavam tanto quanto costumavam fazer. Não que fosse ruim ou que houvesse algo errado, mas, ah, talvez fosse só coisa da sua cabeça. Talvez fosse o calor. Pegou a velha bussola e tentou concentrar-se nos ajustes que ela precisava. Talvez só estivesse se sentindo culpado. É, por que não? Culpado por não andar compartilhando algumas coisas com o irmão. Eles sempre contavam tudo um para o outro, não é? Mas tinha coisas que Ford não sabia como abordar. E, se ele tinha segredos, por que Stan não teria também?

 Olhou para ele. Stan parecia tranquilo nos próprios pensamentos e nas marteladas. As coisas pareciam fáceis quando se é o Stanley, não é? Ele não conseguia complicar muito. E Ford ficou fitando-o por um tempo, o calor ainda subindo um pouco à sua cabeça. Porque só podia ser culpa do calor! O cabelo do irmão estava molhado e algumas gotas de suar escorriam pelo seu rosto, assim como pelo seu peito. Ford lambeu os lábios mais uma vez e desceu os olhos pelo peito do irmão, os traços todos, e os mamilos, que pareciam ser algo tão bom de tocar, até a vista chegar na sua calça. Será que Stan ficava como ele quando se masturbava? Porque, é claro que ele também se masturbava, não é? Será que fazia como ele? Engoliu em seco. Que se sentia bem como ele? Será que Stan... Pensava nele enquanto estava gemendo? Não, não, claro que não! Stanford negou com a cabeça, sozinho nos próprios pensamentos. Só podia ser o calor! Stan provavelmente pensava naquelas garotas daquelas revistas que ele tinha escondidas e só Ford sabia. Porque ele já havia o pego folheando-as uma vez. E o irmão simplesmente lhe lançou aquele sorriso pervertido “Você pode tentar usar algum dia, Fordsy”. É claro que ele pensava nelas. Porque Stanley era normal e Ford era uma aberração.

— ... E eu estava pensando nisso. O que você acha, Poindexter?

 Porque, claro, aquilo havia sido o cumulo. A situação já estava bem ruim antes. Stanford Pines, como se já não bastasse ter seis dedos em cada mão, tinha fantasias com o irmão. Agora era como se o calor tivesse realmente aumentado de vez e finalmente alcançado o seu corpo, porque ele estava tenso e sentia o suor escorrer pelo seu rosto e pelo meio das suas costas, embora ele não estivesse prestando tanto atenção no seu estado físico, nem na bussola nem em nada. Porque ele estava pensando demais. Em todas as vezes que se trancava no banheiro, para aliviar aquilo tudo que os hormônios dos seus 14 anos traziam, ele pensava no irmão. Seu irmão gêmeo. Quão errado era isso? E narcisista? Não. Não porque Stan, apesar de ser seu gêmeo idêntico conseguia ser tão malditamente sexy! Mas, se masturbar na frente do espelho havia sido simplesmente demais.

— Ei, Ford?

 Bem, como se isso não bastasse agora estava ali, praticamente babando com a vista de Stanley suado e sem camisa, tentando se conter para as coisas não saírem do controle demais. E esse maldito calor! Só podia ser culpa do calor! Tinha que parar de pensar nisso, focar em outras coisas, consertar a bussola, ajudar no resto de tudo, mas ele tinha que...

 E então sentiu a mão de Stan no seu ombro. O que, certamente, o fez dar um salto para frente, corando forte.

— Stanley?!

— Eh, eu estou falando com você, Poindexter! – Ford engoliu em seco e arrumou os óculos. – Acho que o calor está te fazendo mal.

— É... Eu acho que está... – Stan sorriu e negou com a cabeça, passando uma das mãos pelos cabelos molhados. Ele era malditamente sexy, droga!

— Olha, Fordsy... Não devíamos fazer isso. – Ele disse baixo, se aproximando, as mãos agora alcançando a final da camisa de Stanford, que corou ainda mais, como se isso fosse possível. Céus, o que Stanley ia fazer?! – Mas acho que você vai ter um ataque se não fizermos. – O coração disparou quando o irmão começou a tirar sua blusa e ele não sabia como reagir então foi só se deixando levar, como se o calor todo do dia não fosse suficiente ele conseguia sentir o calor do corpo do gêmeo agora, assim, tão perto. E logo sua blusa já estava no chão e ele não sabia se cobria o peito ou se tentava se aproximar ou... Ele simplesmente não sabia! Então Stan colocou uma das mãos no seu ombro, o contato da sua mão molhada com a sua pele úmida e ele se desesperou um pouco mais. Olhou para ele e, com o olhar, perguntou o que ele pretendia. Porque não aguentaria aquela aproximação por muito mais tempo sem ter mesmo um ataque. E então sorriu animado. E o pegou no colo, como uma princesa.

— S-Stanley!

— Vamos nadar, sixer! – Stanford Filbrick Pines definitivamente ia ter um ataque.

 Stan o carregou até o mar, e, com certa dificuldade, por um pedaço dele, chegando em uma parte que achava que não machucaria Ford o jogou na água. E Ford acabou rindo, a água, que, apesar de não estar tão fria, refrescando suas ideias. As coisas pareciam um pouco menos complicadas, como se não fossem o fim do mundo. E Stan salpicou uma boa quantidade de água nele e ele devolveu a altura. Então eles riram e continuaram batendo na água, espirrando-a um no outro. Mas Stan continuava incrivelmente sexy.

 Depois de uns bons mergulhos e o que foi uma boa hora para refrescar tudo eles saíram da água, com muita determinação, porque, a vontade deles era de ficar ali até aquele maldito calor ir embora. Porque bastou sair de lá e já estava tudo quente de novo. Não perderam o tempo de se secarem, os corpos molhados parecendo aliviar um pouco todo aquele calor infernal. Minimamente que fosse. E voltaram para o Stan de Guerra, encharcados, rindo, um pouco mais leves.

— Eu achei que você fosse ter um ataque. – Stan comentou rindo, jogando o cabelo para trás, as gotas de água salgada escorrendo pelo seu corpo e sua barriga, que Ford jamais conseguiria negar o quanto adorava. – O calor te fez mal.

— É claro que fez. O dia está infernal.

— Ahh, pois é. – Stan se jogou no chão, encostando as costas na madeira quente atrás de si, resmungando um “ai!” ao sentir a pele em contato com o calor, mas não se importou em sair dali, como se já tivesse ficado grudado ao barco. Maldito calor. Ford parou a sua frente, apreciando a cena. Será que seria assim que Stan faria se ele mordesse os seus mamilos ou chupasse o seu pescoço?

— Lee...

— Fordsy...? Ei... Você está estranho... – Ford segurou o braço, um pouco sem jeito, desviando o olhar.

— É só o calor... – Stan fez uma careta, embora parecesse preocupado.

— Tem alguma coisa te incomodando. Por que você não me conta? Vamos lá, Ford, você sabe que pode confiar em mim. –Stanford ponderou um pouco sozinho e, mesmo sem saber o que viria a seguir, sentou ao lado do irmão, ainda sem encará-lo diretamente. Engoliu em seco.

 Era complicado, era tudo muito complicado para ele. Como se o corpo nem estivesse molhado antes, agora completamente seco, ele voltou a sentir o calor do sol, forte, quase queimando-o, fazendo-o suar e era como se suasse frio, porque estava nervoso. Porque ele tinha que dizer alguma coisa.

 Não queria esconder aquilo de Stan. Não de Stan, que era tão, tão importante para ele.

 Mas não era justo, era? Alias, não seria certo, de maneira alguma, não seria certo. Stanley era seu irmão. O que pensaria dele? Se ele dissesse que... Se sentia atraído por ele?

 Não, não era só atração. Era... Aquela vontade imensurável de estar ao seu lado. Se estar com ele, de que fizessem as coisas juntos sempre. De andar de mãos dadas, de que continuassem rindo juntos, de que dormissem juntos quando compartilhassem pesadelos. Que as coisas fossem assim, exatamente como eram. Mas também queria beijá-lo. Não só nos lábios. E queria que Stan o beijasse também. Queria poder aposentar o espelho, que estivessem juntos assim. E era quente, droga, maldito dia quente! A madeira, tanto embaixo de si quanto atrás já estava queimando, como se não bastasse o sol acima deles. Mas, e se ele estivesse mal-interpretando tudo? E se fossem só os hormônios, e se ele só queria ter esse tipo de experiência, e se não precisasse necessariamente ser com Stanley? Não queria perdê-lo por não controlar os malditos hormônios. Era complicado e estava quente e não conseguia pensar. O que faria? Se sempre que tinha um problema recorria a Stan? O que faria se simplesmente não podia contar esse tipo de coisa pra ele? O coração doía, o coração doía e Stanley estava bem ali! Sentiu as lágrimas começarem a se formar e nem o cabelo ainda estava molhado e droga!

— Stanford. – Stan chamou, a voz baixa e calma, embora séria e ele virou para enfim encarar o irmão, que pousou a mão quente e úmida no seu rosto. – Você não precisa pensar tanto, Fordsy.

 E então aconteceu. Em uma fração de segundos, em câmera lenta, rápido demais. Stan pressionou seus lábios contra os de Ford e Ford corou forte e fechou os olhos, mas não tentou se afastar, sentindo aquele toque macio e úmido ali, junto dos seus lábios. E ele tremia e sentia o corpo quente e suado e estava desesperado e pousou uma das mãos sobre a do irmão, sem o intuito de afastá-lo, mas ele simplesmente não sabia como reagir a tudo aquilo. Era estranho. Era muito estranho. Mas ficou ainda mais quando Stan abriu a boca e Ford, timidamente fez o mesmo, sentindo a língua do irmão dentro da sua. E ele cerrou os olhos mais ainda e tremeu quando sentiu a pele de Stan contra a sua, colada a sua, quente, fervendo. E ter a língua do irmão junto da sua era estranho. Era úmido e era estranho e era quente, de certa forma, e Stan pareceu explorar toda sua boca, cada detalhe, enquanto ele tentava corresponder, sem muito sucesso, sem saber se devia mover a língua também, como fazer, aceitando aquela invasão que era estranha, mas tão, tão quente. Seu primeiro beijo.

 E então Stan se separou e tudo que ainda os unia era um pouco de saliva. E Stan estava ofegante, mas não tanto quanto o próprio Ford, e grudento e quente.

Tudo estava completamente quente.

— Stan...

— Você francamente acha que eu não te escuto gemendo meu nome durante a noite, Ford? – A pergunta não foi rude, mas teve o mesmo efeito que um soco no estomago de Stanford, que se revirou inteiro. Stanley sabia, ele sabia esse maldito tempo todo. E isso o deixou em pânico. Céus... O rosto ficou vermelho como nunca ficara antes e ele realmente queria começar a chorar porque ele não sabia o que fazer. Aquilo tudo era estranho demais, mas ele queria Stanley demais e ele não sabia como reagir a tudo aquilo. – Ei, poindexter, calma! Não é ruim, é?

— É claro que é! Stan, somos gêmeos! E se forem só impulsos da adolescência? E se forem hormônios? E se nos arrependermos depois? E se...

— Ford, pare de se culpar tanto por estar apaixonado por mim. Eu também estou apaixonado por você. Não precisa, sabe... Complicar.

 Apaixonado.

 Então era isso. Era esse o sentimento. Ele estava apaixonado por Stanley. Esse tempo todo. E o sentimento era... Recíproco? Respirou fundo e arrumou os óculos, embaçados por conta da água e do suor e do calor. E de Stan estar respirando tão perto. E Stan sorriu para ele, tocando seu rosto de leve.

— Fordsy, eu sei que parece errado, mas não é. Olha... Você podia não estragar meu primeiro beijo pensando tanto, né?

— É o seu... Primeiro beijo?

— O seu não? Ah, é, você beija o espelho. – Stan riu e ele, como de costume, já um movimento instintivo, intimido entre eles, natural do corpo, deu-lhe um soco carinhoso no ombro, as bochechas ainda coradas, o calor ainda invadindo seu corpo, concentrando-se entre as suas pernas e no seu peito. – Ei, Ford... Não complica tanto isso. Olha pra nós. Finalmente temos 14 anos e agora estamos suados e morrendo de calor e você estava me devorando com o olhar, então, você podia, sei lá, relaxar um pouco. – Ford ponderou consigo mesmo. Talvez Stan tivesse razão, afinal. A grande questão é que ele simplesmente não conseguia pensar com aquele calor infernal. Então por que se esforçar tanto.

— ‘Tá, eu acho... Eu acho que tudo bem. Se você fizer isso de novo. – Stan sorriu e voltou a colar ao corpo ao do irmão, que soltou uma lamuria baixa, logo tomando seus lábios, meio desajeitado, com desejo. Era mais um dia completamente quente e infernal do verão.


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Notas finais do capítulo

Eu comecei 2 fanfics novas por culpa desse bendito calor infernal. A vida não é fácil, crianças. Enfim, Stanlindo e Fordsy de 14 anos me deram um negócio e eu falei "Sim". Não sei, estou pensando tão mal quanto o Fordsy pelo calor. Obrigado por ter lido até aqui o>