Questão de Tempo escrita por


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Ai demorei mais do que eu pretendia mas o trabalho em homeoffice e a faculdade me consumiram. Vocês querem Mac de joelho pedindo desculpas a Stella? Teremos! kkkk
Espero que gostem do cap.

Bjos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/712205/chapter/14

Cap 14

Danny – O que foi Lindsay? Você tá com uma cara. – entrando na sala de descanso e vendo a esposa olhando o celular. – Aconteceu alguma coisa com as meninas?

Lindsay – Não, não, está tudo bem. Era o Mac. – guardando o aparelho no bolso detrás da calça e voltando a tomar seu café.

Danny – Ele já tem alguma coisa mais concreta para nos dizer? – se servindo do café que ainda tinha na cafeteira.

Lindsay – Não. Ele ligou apenas para avisar que vai pegar Sophie.

Danny – Mas já? Eita saudade, tá um paizão mesmo. – rindo se recostando na bancada observando Lindsay que sorria sentada a mesa.

Jessica – Quem é esse paizão? Você Danny? Lucy faz o que quer com você. – entrando na sala e ouvindo uma parte da conversa.

Danny – Logo é o Mac que estará assim.

Jessica – Ele ainda não entregou a criança para o abrigo? – o divertimento de antes dera lugar a uma pontada de preocupação com o irmão.

Lindsay – Não. Pelo contrário.

Jessica – Como assim?

Lindsay – Ele acabou de sair da vara da infância, pediu permissão pra ficar com Sophie.

Jessica – Mac fez isso? – agora a preocupação dera lugar ao espanto.

Lindsay – Fez sim.

Jessica – Ele bateu a cabeça enquanto eu estive fora? Fala a verdade.

***

Algumas horas depois Mac toca a campainha da casa de Stella com Sophie no colo.

Lisa – Mac?!! – surpresa com a presença dele ali junto com Sophie.

Mac – Bom dia Lisa. Stella está? – Lisa estava parada na porta observando o homem e a bebê sem convidá-los para entrar.

Lisa – Sim, está sim. – balançando de leve a cabeça como se afastando algum pensamento. – Ela está no quarto, não quis descer para tomar café. Entra por favor. – dando espaço para que ele entrasse.

Mac – Eu preciso conversar com ela.

Lisa – Claro. – fechando a porta que ele acabara de passar. – Só não garanto ela querer essa conversa também.

Mac – Tenho um trunfo. – olhando Sophie que o olhava de volta com um estranho mexer de sobrancelhas que ele se reconheceu, depois a garotinha cuspiu a chupeta e mostrou um lindo sorriso banguelo. Mac voltou a chupeta para que a criança não os denunciasse.

Lisa – Qualquer coisa eu estou na cozinha com a Sam. – Mac apenas assente e lança sua esperança para o alto da escada com a lembrança de Stella ali dando um olhar em sua direção com um leve sorriso, os dois ainda molhados depois do beijo na chuva. Ele respira fundo e inicia seu trajeto, mal chegara na porta do quarto que estava aberta Sophie cuspiu mais uma vez a chupeta e deu gritinhos como se reconhecesse o lugar, ela batia palminhas e balbuciava na  sua linguagem própria dos bebês. Stella imediatamente olhou a porta e tinha a visão mais desejada na vida, Sophi no colo de Mac, ela correu e tomou a menina dos braços dele e a encheu de beijos.

Stella – Ai que saudade Soso. Saudades meu amor.

Mac ficou em silêncio o tempo todo apenas a observando e eram as imagens mais lindas que ele poderia apreciar e com certeza iriam povoar de vez em quando sua mente quando estivesse desprevenido. Ele esperou pacientemente em pé que Stella matasse a saudade de Sophie para que ele pudesse se pronunciar, ele sabia que Stella deveria está bem chateada com ele e que estava pisando em areia movediça mas ela apenas o ignorou, continuou com seus carinhos a bebê que se derretia em seu colo, na esperança que ele desse meia volta e fosse embora.

Stella não queria as sensações que a presença dele lhe causava, não queria sentir as pernas lhe faltar como estava prestes a acontecer caso a voz grave dele chegasse aos seus ouvidos, por isso lhe dera as costas. Ela tinha que se agarrar as lembranças dos momentos que passou na delegacia e na sensação de traição que isso provocava em sua alma.

Ao perceber que Stella não lhe oferecia nem ao menos um olhar de raiva que fosse, Mac teve que tomar a rédea da situação ou ela simplesmente fingiria que ele não estava ali a manhã ou o dia todo.

Mac – Stella precisamos conversar. – sua voz grave fez Stella arrepiar mas ela não demostraria isso. Apenas o olhou rapidamente lhe jogando um olhar de perfil mas atravessado e continuava de costas. – Eu sei sobre o que aconteceu na Grécia. – Stella paralisou e ficou encarando a janela a sua frente.

Mac – Stella? – ela virou-se e seus olhos estavam assustados. Mac viu Stella perder a cor do seu rosto. – Você está bem? – ele se aproxima.

Stella – Segura Sophie. – ele toma a menina no colo. Stella da dois passos para trás mas esbarra na mesinha de cabeceira da cama e agradeceu por isso ou desabaria ali mesmo, ela se apoiou, respirou fundo mas o ar lhe faltou. Ela não conseguira ficar de pé quando sentiu que Mac passou o braço em sua cintura, ele a trouxe junto ao seu corpo e girou para que ela não caísse e pudesse sentar na cama. Ela escorregou devagarinho e conseguiu sentir a cama.

Mac – Stella. Stella você está bem? O que está acontecendo? – segurando atrás da cabeça dela para que não virasse. – Stella fala comigo. Respira devagar. – parecia que a voz dele estava longe, sentia o suor frio escorrer pelo seu corpo e aos poucos como se a aquela voz fosse um comando ela foi despertando e tomando controle do seu corpo que estava completamente inerte apoiado no corpo dele com a cabeça praticamente no colo dele junto de Sophie. Mac sentia Stella se mexer e a chamou mais uma vez.

Mac – Stella. Stella fala comigo.

Stella – Eu to bem. – se afastando. – Não foi nada. – sentando mais no centro da cama e se afastando ainda mais dele, evitando a todo custo que os olhares se cruzassem. Stella passa as mãos por suas têmporas enxugando o suor que acumulava.

Mac – Eu já volto.

Stella – Mac. – com um fio de voz retirando os óculos que estavam desajeitados em seu rosto.

Mac – Eu já volto, vou deixar Sophi com sua irmã. Eu não vou embora. – ele sai rapidamente e vai até a cozinha, encontrando Lisa e Sam sentadas a mesa tomando café.

Lisa – O que aconteceu, Mac? – o vendo um pouco abalado ao entrar na cozinha.

Mac – Fica com Sophi, Lisa. Eu vou levar uma água para Stella. – Lisa pega Sophi no colo.

Sam – Aconteceu alguma coisa com ela?

Mac – Não mas pela conversa que vamos ter. – Mac andava pela cozinha pegando um copo e agua na geladeira.

Lisa – Mac não é melhor eu esta lá? Ela não vai querer falar nada.

Mac – Não tem problema Lisa, ela vai contar o que precisa no tempo dela. Ta bom? Eu não vou pressionar. – em seguida ele deixa a cozinha e volta ao quarto.

Sam – Lisa, você viu?

Lisa – O quê?

Sam – Ele sabia onde estava tudo na cozinha. – Lisa se deu conta que era verdade.

Lisa – O que você quer dizer com isso?

Sam – Que eles fazem um lindo casal. – sorrindo.

Lisa – Você acha que eles dois...

Sam – Eu nunca vi Stella sorrir como ela sorri quando recebe uma ligação dele, eu nunca a vi tentar se vestir melhor quando sabe que ele vai aparecer e olha que eu sou vizinha dela desde que ela veio pra cá e nós sempre nos demos muito bem, eu sei que ela tem seus segredos mas quem não os tem? Isso não me interessa gosto dela e tenho um carinho imenso por ela e só quero vê-la bem. – Lisa sorria como uma forma de agradecimento, pois sentia que aquelas palavras eram sinceras.

***

Mac – Stella, toma. – estendendo o copo com água. Ela tremia ao pegar o copo, visivelmente abalada. Stella não conseguia erguer os olhos para encará-lo. – Fica calma.

Stella – Eu não tenho como ficar calma. Eu vou precisar mudar toda a minha vida ....

Mac – Não se preocupe com isso, eu já conversei com a agente Danville. – ele parou de falar quando pela primeira vez Stella o olhou diretamente. – Sabe que sou policial que mais cedo ou mais tarde eu acabaria descobrindo e pra minha sorte a agente que toma conta do seu caso na federal é alguém que conheço. – ela levanta-se e fica de frente pra janela. O silêncio perdurou por mais tempo, dava pra ouvir a respiração dos dois.

Mac – Stella eu quero pedir perdão pela minha atitude, não ...

Stella – Não quero sua pena! – ela fala firmemente ainda de costas. Mac percebeu que não teria aproximação e então deveria ir ao ponto.

Mac – Eu sei. Você não precisa disso mas estou aqui por dois outros motivos. Um deles é Sophi. – Stella reagiu aquela frase virando-se para ele. Mac retira um papel dobrado do bolso interno do blazer e deixa em cima da cama. – Soso ... – repetindo a forma que Stella chamara a garotinha, seus lábios se esticou em um pequeno sorriso e parou de falar para olhar o bercinho, ele se aproxima e puxa o móbile para que tocasse a musiquinha de ninar. Stella apenas o olha sem dizer nada.

Mac – Soso não vai sair daqui, pelo menos enquanto eu estiver investigando o caso dela. Aquele documento diz que ela está sob minha guarda provisoriamente e vou deixa-la com você de forma legal. Ninguém mais poderá tirá-la de você. – ela o olhava emocionada. – Ela não saiu do meu lado desde que saiu daqui. – ele fala em tom de confissão. Stella não acreditava no que ouvia. – Eu queria que você soubesse que ela ficou comigo o tempo quase todo. – ele desviou o olhar como se fosse parar numa lembrança. – Só se afastou de mim para ficar novamente com Lucy e a babá dela e com a supervisão de Lindsay o tempo todo também. – Stella se permitiu sorrir e tirar a angustia de não saber onde Sophie estava.

Stella – Obrigada por tomar conta dela.

Mac – Ela é ... – Mac a encara. – Ela é a filha que gostaria de ter tido se tivesse tido um pouco mais tempo. – dessa vez é Stella que desvia o olhar ao entender que ele estava falando da ex mulher. E não sabia o porquê mas aquele assunto de ex mulher do Mac a incomodava. A musiquinha do móbile para. – Tem mais uma coisa.

Stella – O quê?

Mac – Preciso que fique em casa Stella, dê uma desculpa no trabalho e não apareça na embaixada.

Stella – Mas por quê? Eu preciso trabalhar.

Mac – Eu sei mas Sophi precisa muito mais de você. E eu vou ajudar você com as contas da casa, com Sophie.

Stella – Você ta escondendo alguma coisa?  

Os olhos de Mac reagiram discretamente em resposta.

— Como conseguiu capturar tudo aquilo? – ele pensou.

Stella – Você ... você ... já disse que está sabendo do que ... aconteceu ... comigo. – a sua fala sai entrecortada nervosa com a situação, ela não conseguia. – Tem mais alguma coisa que você descobriu?

Mac – É pra sua segurança Stella.

Stella – Segurança? – ela reagiu assustada mais uma vez. – Ele me achou, Mac! Ele me achou! Ele vai me matar, ele finalmente vai conseguir. – ela andava de um lado pra outro nervosa.

Mac – Calma Stella. Calma. – ela para de andar e o encara.

Stella – É você tem razão é melhor ficar calma. – Stella senta-se na cama. – Logo não vai me restar nada há não ser ter calma. – seu olhar estava distante. – E esperar que ele me encontre e ...

Mac – Não Stella, eu estou aqui. Eu vou te proteger, confia em mim. – agachando-se em sua frente e tocando suas mãos.

Stella – Eu confiei e você me levou para uma delegacia e assinou minha sentença de morte. – tirando suas mãos do contato dele. Mac silenciou diante do que ela disse e se culpou mil vezes pela atitude que teve. Ele levanta-se derrotado.

Mac – Stella eu ...

Stella – Você só fez o seu trabalho? Era isso que ia dizer? – ele calou mais uma vez. Apesar dele está de pé e Stella sentada mas o olhar com as sobrancelhas arqueadas que ela o fuzilava o fez sentir pequeno. – Se você tivesse falado comigo antes de tomar qualquer atitude, tivesse me confrontado por mais que eu não pudesse dizer você iria ver nos meus olhos, você leria as minhas reações, você é da polícia eu finalmente desabafaria com você e contaria sobre...sobre meu passado. – as lágrimas inundaram seus olhos e despencaram pela sua face como dois rios. – Mas ao invés disso você agiu pelas minhas costas, enfiou vários policias na minha casa, revirou minha intimidade e nem se quer esteve aqui pra mim dizer nada, como se eu fosse uma criminosa e a única coisa que fiz foi da abrigo a um bebê. – sua voz saia falha com o choro mal dava espaço para a respiração.

Mac – Me perdoa Stella. – se ajoelhando em sua frente.

Stella – O que eu faço com o seu pedido de perdão se eu vou morrer?!! – ela da ombros e levanta-se mais uma vez ficando de costas. Mac também levanta-se sentindo seu coração se partir com a conformidade que tomara conta dela.

Mac – Não, você não vai. Eu não vou deixar. – atrás dela.

Stella – Você não conhece o Senhor Papakota. Eu vi muita coisa naquela casa e só agora eu tenho noção, ele destruiu a minha família, ele me destruiu. O que restou de mim não serve pra nada. – era um misto de raiva, indignação e tristeza em sua voz.

Mac – Não Stella, você tem Sophie.

Stella – Soso tem você, você logo vai achar a família dela se naquela carta pedia pra encontrar você naquele lugar era porque alguém sabia que você era policial e podia ajudar ou se não era você talvez fosse outro alguém ... não sei mas ela tem um destino.

Mac – E o destino dela cruzou exatamente com o nosso e nós vamos da o melhor pra ela.

Stella – Ela corre riscos estando perto de mim.

Mac – Eu sei que você não deixara nada de ruim acontecer com ela.

Stella – É claro que não! Eu já não tenho mais vida mas mesmo assim eu daria o resto do que ainda tenho ... – Stella cai num choro compulsivo.

Mac – Stella vem cá. – a fazendo sentar-se na cama. Stella encarava as mãos enquanto chorava desesperadamente. Ele queria abraça-la e afastar toda aquela tristeza e enxugar suas lagrimas mas foi travado pelo medo de ser rejeitado e fechar todas as possibilidades de alguma aproximação.

Mac – Stella. – tocando as mãos dela mais uma vez. – Olha pra mim. – ele as traz para si e entrelaça seus dedos aos dela. Como que saindo de um transe aos poucos ela vai olhando na direção da voz dele e encontra os olhos azuis compenetrados nela. – Eu não vou deixar que ele chegue perto de você.

Stella – Eu queria muito acreditar mas o senhor Papakota é implacável, eu tirei dele o seu filho, um desgraçado mas era seu filho.

Mac – Você não me conhece Stella. Eu posso ter sido um idiota com você mas eu não vou deixar jamais que algo aconteça com você e Sophie. – Stella se sentiu aliviada com as palavras dele até ter seus olhos repousados nas mãos unidas, ela tira as mãos puxa as mangas da blusa revelando pequenas cicatrizes em seus pulsos mais uma vez seus olhos se demoram ali e logo ela as revela a Mac.

Stella – Ver isso? – os olhos de Mac recaem nas mesmas cicatrizes o que o fez contrair a mandíbula de raiva. – Eu mesma as causei para fugir do Frank. E mesmo assim Papakota não se importou. – Mac toca-lhe as mãos mais uma vez, acaricia seus pulso e se curva para beija-los. Stella se surpreende com aquela atitude, dessa vez foi ela que paralisou diante da cena que assistia e sentia como se fosse em câmera lenta.

Mac – Mas eu me importo. – a voz de Mac saiu grave e seus olhos incisivos a olhando a desmontou. – E por todas as cicatrizes que tem no seu corpo e na sua alma eu juro que ele vai pagar. – Stella se atira nos braços de Mac tentando se encher da coragem que ele tinha, os braços em torno dela a enlaçando forte pareciam a proteger de todos os perigos. Stella nem sabe quanto tempo ficou ali mas parecia que era aquele abraço que estava buscando por todo esse tempo com o incrível  poder de acalmá-la e ainda lhe fortalecer.

Stella – Desculpa. – se afastando do abraço.

Mac – Não precisa pedir desculpas por nada. – Stella cobre os braços com as mangas da blusa como se assim escondesse uma vergonha.

Stella – Aquelas mulheres que Lindsay me mostrou as fotos elas estão mortas não é? – ela o olha um pouco ressabiada. Mac apenas confirma com um maneio de cabeça. – Por quê me perguntaram delas? Alguma delas é a mãe de Sophie?

Mac – Stella...eu não posso.

Stella – Por favor Mac, eu preciso saber.

Mac – Não nenhuma delas é a mãe de Sophie.

Stella – De alguma forma isso me deixa aliviada. – ela levanta e se aproxima do bercinho. – Mas ainda não entendo.

Mac – O nosso dever é perguntar Stella.

Stella – Eu sei bem disso. Mas tem alguma coisa que ligou essas mulheres a mim, a Sophie. – ela vira-se para encará-lo. – Foi a moeda? Foi depois que você mexeu no cestinho de Sophie que você achou a moeda e saiu daqui correndo, foi depois disso que você mandou a polícia pra cá. Foi isso? A moeda é essa ligação? Se for é ainda pior porque significa que o Papakota pode está por trás dessas mortes. – ela já começava se assustar com esses pensamentos.

Mac – Calma Stella, ainda não sabemos. – se aproximando dela. Stella respira fundo e o encara mais uma vez. Aqueles olhos verdes eram questionadores. – Tem uma diferença quase de uma ano da morte entre uma e outra, foram encontradas e lugares bem distintos da cidade e mortes totalmente diferentes.

Stella – Uma delas estava desfigurada não estava? – agora foi a vez dele de olha-la com olhos interrogativos.

Mac – Como sabe?

Stella – Pelo amor de Deus não pense que estava presente. – tentando afastar qualquer suspeita sobre ela. – Uma das fotos. Lindsay me disse que tinha sido construída digitalmente.

Mac – Foi isso mesmo.

Stella – Então eu estou certa? Essa mulher estava tão machucada que era impossível reconhecê-la? – Mac mais uma vez faz um maneio de cabeça confirmando. – Ow meu Deus! Isso foi coisa do Papakota sim.

Mac – O que te faz pensar isso? – ela respira fundo, tinha que contar uma das coisas que viveu para que ele entendesse e nunca era fácil revisitar as lembranças do passado.

Stella – Naquela casa tinha uma rotatividade de empregadas muito grande, toda semana aparecia alguém ou sumia alguém. – Stella institivamente cruza os braços no peito como defesa. Ela nem se deu conta que virava um dos pés constantemente enquanto falava. – Uma vez apareceu uma mulher arrumando o meu quarto, eu reparei nela porque tinha um machucado na boca mas Frank logo mandou ela sair pra não perguntar nada, ele dizia que eu não precisava ter amizade com as empregadas, dias depois a encontrei na cozinha chorando, ela falava muito ruim o inglês mas deu para entender que ela era do México, me pediu ajuda pra sair da casa, eu tentei ajuda-la. Mas dias depois passando os canais da tv sem querer parei num daqueles programas policias sensacionalista, me atentei quando falou que uma mulher foi encontrada completamente desfigurada, com as digitais arrancadas, cabelos raspados outras características físicas era difícil de dizer por tamanha agressões ela teria sofrido, então mostraram uma imagem construída como aquela que a Lindsay me mostrou. Os traços eram muito parecidos com a mexicana que eu tinha ajudado a fugir, a diferença era um sinal, uma marca de nascença que tinha na bochecha e não tinha na foto, no mesmo instante olhei para o Frank e ele simplesmente sorriu, me agarrou e queria me ... queria ter sexo ali mesmo na sala. Eu consegui me desvencilhar e logo o pai dele apareceu e o chamou. – as lagrimas mais uma vez trasbordou de seus olhos, ela parou o relato, enxugou as lagrimas e continuou. – Ele praticamente confessou que ele tinha feito aquilo. Naquele dia eu não quis dormir com ele, eu não conseguia chegar perto dele então ele me trancou no banheiro e fiquei a madrugada toda ouvindo ele transando com outras mulheres na nossa cama e por todo o quarto. Ele chamava meu nome, ele batia na porta do banheiro, ele ...

Mac – Stella. – tocando seu rosto e a fazendo olhar nos olhos dele.

Stella – Não deixa ele chegar perto de mim Mac. – as lagrimas não conseguiram ser contidas e mais uma vez despencam desesperadas pelo seu rosto.

Mac – Prometo que eu não deixo. – a trazendo para mais um abraço e repousando um beijo na sua cabeça.

***

Mac conseguiu que Stella descansasse, estava tão cansada do choro, das lembranças do terror que viveu que apenas deitou na cama e adormeceu. Ele deixa o quarto em silêncio com uma angustia forte no peito por tudo que ela passara que ao chegar no corredor ele não se conteve, se recostou na parede e apoiou todo o peso do corpo e chorou para aliviar toda a tensão daquela conversa. Mac enxugou as próprias lágrimas com ódio, com raiva e jurou que Papakota pagaria por todo sofrimento que Stella passou e estava passando naquele momento apenas por lembrar.

Lisa – Como ela tá Mac? – o vendo entrar na cozinha.

Mac – A deixei descansando um pouco.

Lisa – Eu vou lá vê-la.

Mac – Ta bom. Eu preciso voltar ao laboratório.

Sam – Eu te levo até a porta. – Mac faz uma carinho em Sophie que brincava no cercadinho antes de sair. – Mac tem mais uma coisa que eu queria dizer.

Mac – O que foi Sam?

Sam – Falei com Jo e ela disse pra te informar caso seja algo sério você saberia o que fazer.

Mac – Você e Jo? Você não é vizinha da Stella a toa, né?

Sam – Não. Jo pediu que eu tomasse conta dela.

Mac – Só podia ser mesmo a Jô. Mas o que você quer me dizer?

Sam – Ontem o chefe da Stella...

Mac – Badford?

Sam – Isso esse mesmo. Ele ficou um bom tempo parado lá fora querendo falar com a Stella mas ela não abriu a porta. Eu achei estranho e fui lá com o Cassius.

Mac – Quem é Cassius? – Sam gira nos calcanhares e caminha em direção à porta da cozinha, ao abrir um pastor alemão simpático dormia com as patas para cima e a língua de fora.

Sam – Cassius assim você me envergonha. – ao ouvir a voz da dona o cachorro se levanta e fica em posição de alerta com as orelhas para cima. – Mac, Cassius. Cassius, Mac. – o cachorro pendia um pouco a cabeça olhando Mac. – Fica ai meu amor. – fechando a porta.

Mac – Por que você achou estranho Bedford aqui?

Sam – Por que ele nunca veio aqui, há não ser uma única vez pegar Stella para leva-la a uma festa. E apesar dele ser muito bonito eu não gosto dele. Você acha que essa informação é útil?

Mac – Acredito que sim Sam, ele não é confiável.

Sam – Ele disse que viria hoje.

Mac – Se ele aparecer fica atenta, Sam e lá fora tem um carro com dois policias a paisana de olho na casa, eu não falei nada para a Stella, ela está um pouco nervosa e achei melhor evitar preocupações mas qualquer coisa eles chegarão aqui no mesmo instante. Samantha, por favor fica com elas, talvez Lisa precise voltar para casa mas por favor não sai de perto da Stella e me liga se você suspeitar de algo.

Sam – Você gosta dela, não é?

Ele tenta esconder mas um sorrisinho bem discreto fez seus lábios se deslocarem um pouco. Mac ficou em silêncio por alguns segundos encarando a senhora sem definir dentro de sí se era verdade a constatação da mulher a sua frente.

Mac – Sam o fato agora é que ela está implicada num caso e eu preciso ajuda-la. – Mac não confessaria para si mesmo quanto mais para uma mulher que ele mal conhecia. – O que eu sei é que fiz foi uma burrada muito grande e ela está muito chateada comigo.

Sam – Sophie e eu vamos debater sobre isso. – a bebê parecia entender e solta uma risadinha, fazendo Mac olhá-la.

Mac – Ta bom mas fica só entre vocês duas, agora eu preciso ir. Toma conta de tudo por aqui.

Sam – Tudo bem, deixa comigo.

Mac – Soso toma conta da Sam. – ele da um beijo na cabecinha da criança que estava em pé no cercadinho e depois deixa a cozinha.

***

Flack >> Fala Mac. << - atendendo logo o telefone ao ver o nome do amigo no visor.

Mac >> Flack preciso que você me encontre em um lugar.

Flack >> Você hoje tá com pedidos estranhos, já não basta colocar policias para vigiar a casa da Stella?

Mac >> É necessário Don. Estou temendo pela segurança dela e Badford foi procurá-la.

Flack >> É o chefe dela, Mac.

Mac >> Espero que seja só isso e ele não esteja envolvido no que eu estou pensando.

Flack >> No que você está pensando?

Mac >> Logo todos vocês vão saber. Agora tira essa bunda da mesa e vem me encontrar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ai gente desculpem se tem mt sofrimento e choro da Stella...acho que to pegando pesado, né?! Mas prevejo momento tenso com fogo e depois cenas legais de se acompanhar do nosso casal favorito.

Mais beijos!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Questão de Tempo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.