Out Of The Woods... escrita por Day Alves


Capítulo 45
Fica comigo, por favor!


Notas iniciais do capítulo

Oii Tributos! Tudo bem? Espero que sim! O que aconteceu com vocês hein? Sumiram no capítulo passado, quase não tive muitos comentários. Já sei, deve ser o frio hahahaha, todo mundo coloca a culpa de tudo no frio. Mas saibam que minha ausência nos últimos dias infelizmente não foi por culpa do frio, antes mesmo de me recuperar da morte de minha tia à 4 meses atras, eu perdi uma das pessoas mais importantes para mim, meu avô, e eu fiquei uns dias muito abalada, como se as coisas tivessem perdido o sentido de repente, afinal, como uma pessoa que você ama está ali em um dia e no outro simplesmente não está mais? Eu passei uns dias longe da escola, do curso, ou de qualquer lugar que não fosse minha casa, até entender que, eu tinha que seguir em frente, por mais doloroso que fosse, e acreditem em mim, foi muito doloroso inclusive admitir isso. Mas eu me coloquei de pé de novo, admito que ainda não estou totalmente bem, na verdade estou bem longe disso, mas estou tentando me recuperar, então, eu decidi fazer uma coisa que poderia me ajudar muito, e essa é escrever, eu peço desculpas pelos dias em que deixei vocês sem nenhum comentário, ainda mais agora que estamos na reta final, mas eu também sentia que precisava daquele tempo, naquele momento. Espero que entendam, e obrigada desde já.

Boa leitura!



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Dias depois...

Olho o horizonte, o sol está quase se pondo quando eu saio da floresta em direção a Aldeia dos Vitoriosos, o vento gélido do início da noite bate em meu rosto, e junto a uma tranquilidade me bate um certo desespero. Peeta não queria que eu voltasse para lá sozinha, não depois de tudo o que aconteceu. Mas esses dias eu preciso da tranquilidade e segurança que só a floresta pode me oferecer. Já faz alguns dias desde que tudo aconteceu, meu sequestro, a Capital, e mesmo sabendo que não estou sozinha, tudo parece ter ficado tão triste e vazio, eu não paro de pensar em Prim todos esses dias, como ela estaria se tivesse viva, com o seu doce sorriso e sua inocência. Tudo piorou depois da estátua que construíram na Capital em sua homenagem, aquela lembrança tão vivada de tudo o que ela era e que tudo isso foi tirado por minha culpa. Não há como fugir do inevitável. A cada passo que dou sinto a pressão em meu peito aumentar, como um aviso mudo que algo está errado. Assim que entro na estrada para a Aldeia dos Vitoriosos vejo Haymitch correndo para fora dela, e tenho quase certeza de que algo não está bem. 

— Ei, Haymitch? – Chamo, arrumando o arco em minhas mãos.

— Katniss? – Ele fala. — Onde você esteve todo esse tempo? Eu estava como louco atrás de você.

— Eu estava na floresta, avisei ao Peeta que ia passar a tarde por lá. – Respondo e vejo em seus olhos o quão angustiado e nervoso ele está. — Haymitch, aconteceu alguma coisa?

— Eu, você... Preciso te contar uma coisa. – Ele fala meio transtornado.

— Fala logo, Haymitch! – Falo rispidamente me aproximando mais dele. Toda a angustia dos últimos dias parece ter se multiplicado por mil, eu sentia meu estômago se contorcer e uma forte náusea me abater, como se eu fosse vomitar a qualquer momento, minha cabeça latejava e eu estava muito nervosa.

— A padaria foi invadida, estão fazendo Peeta de refém. – Assim que essas palavras saem de sua boca eu queria que ele as pegasse de volta, mas ele não pode, ele fala bem sério, de forma que eu só fico mais desesperada. "Ele não!" — Katniss...

Ele tenta falar comigo, mas é inútil, no segundo seguinte eu jogo minha caça no chão e corro em direção a cidade. Minha mente trabalha rápido, e eu estou sem controle dos meus pés, eu sinto que estou correndo mais rápido do que nunca, minha boca está seca, mas não consigo parar, não tenho muita certeza, mas parece que Haymitch está atrás de mim. Apesar de ser inútil. Ele não poderia me alcançar agora. Ninguém poderia. 

Chego na cidade, e assim que avisto a padaria sinto uma dor em meu peito que me faz parar, mas eu não permaneço assim por muito tempo, existem muitas pessoas ao redor da padaria, obviamente, curiosos. Apesar que no meio delas, eu consigo distinguir a farda do exército que o Gale usa. Entro no meio da multidão empurrando as pessoas, preciso entrar lá dentro.

— KATNISS, NÃO! – Ouço Gale gritar, mas já é tarde, no minuto seguinte, estou dentro da padaria.

Meu coração está acelerado, de forma que sinto meu peito doer a cada batida que ele dá. Olho ao redor, parece que todos os clientes e funcionários foram colocados para fora na hora da invasão, eles queriam Peeta aqui sozinho. Olho em um canto especifico, e o que eu vejo parece fazer cada célula do que meu corpo congelar totalmente. Peeta estava encostado na parede, com as mãos atrás da cabeça e Ramon estava de pé ao seu lado com uma arma apontada para sua cabeça.

— Katniss? – Peeta me chama, apesar de eu ter meus olhos presos nos seus. Sua voz soa lamentosa, como se ele não quisesse que eu estivesse aqui.

— Katniss! Minha querida. – Ramon me salda em um cumprimento caloroso, como se fossemos grandes amigos que não se viam a muito tempo.

— O que é isso? – Eu pergunto como se não acreditasse no que eu vejo.

— Ah, isso? – Ramon pergunta. — Bom, eu fiquei bastante magoado com a forma que você me deixou aquele dia e decidi te fazer uma visitinha. Mas antes, quis vim bater um papo com meu grande amigo, Peeta. – Ele me olhou maldoso e sorriu.

— Não precisamos disso. – Eu disse.

— Não, mas bom, eu tentei fazer as coisas mais fáceis para nós dois, porém você não quis. – Ele dá de ombros.

— Eu... – Tentei falar qualquer coisa, mas as palavras não saiam.

— Você o que? – Ele questionou.

— Eu sinto muito. – Disse. — Eu fiquei meio assustada com tudo e..., me desculpe.

— Claro, mas minhas regras eram claras, meu amor. – Ele disse. — Você ia embora comigo e eu deixava Peeta em paz, porém você não seguiu sua parte no acordo, é uma pena. Rye vai ter que crescer sem pai. – Ele destrancou a arma e me encarou.

— Não! – Eu disse me aproximando e ele me olhou com expectativa, apenas para aumentar mais o meu desespero. — Se ainda não for tarde demais, podemos... – Ponderei. — Existe algo que eu posso fazer?

— Quais seriam suas condições? – Ele deixa Peeta encostado na parede e vem em minha direção.

— Eu vou embora com você, agora, e em troca, você deixa Peeta viver. – Eu disse olhando em seus olhos.

— Katniss, não! – Peeta disse firme, sua voz soava desapontada.

— E, no caso, Rye iria com você ou ficaria com Peeta? – Ramon questiona.

— Ele ficaria. – Olho para Peeta, vejo que existem lagrimas em seus olhos e ele balança a cabeça levemente em negação. — Iria sair daqui só nós dois, para começar uma vida juntos.

— Você promete? – Ramon questiona.

— Sim, eu prometo. – Ramon está alguns passos de mim, mas encara meus olhos. Ele parece pensar por alguns minutos, mas logo um tom sombrio cobre seus olhos castanhos, aperto o arco em minhas mãos esperando pelo pior e pronta para atacar rápido se for preciso.

— Sinto muito Katniss... – Ele fala sorrindo maldoso. — Mas não estou disposto a negociar, não mais.

Dito isso ele aponta a arma para Peeta. Minha mão age mais rápido do que meu cérebro pode processar e antes que eu perceba, atiro uma flecha em direção a Ramon, porém, antes que a ponta da flecha atravessasse seu coração, ele apertou o gatilho da arma, fazendo-a disparar um único tiro em direção a Peeta, mas apesar das proporções, acerta-lo em cheio.

— PEETA! – Gritei seu nome, meu arco caiu no chão com um baque mudo no mesmo instante que o corpo de Peeta também caiu. Eu sentia minha visão ficar embaçada com as lagrimas. Joguei-me ao lado de Peeta no chão, caindo de joelhos. Senti minha mão se molhar com algo quente e vi que ela estava sobre seu peito, levantei ela e vi o sangue escorrer dela e pingar sobre a blusa branca que Peeta usa. — SOCORRO, EU PRECISO DE AJUDA! – Gritei o mais alto que eu conseguia, olhei nos olhos de Peeta.

— Não acredito que você ia mesmo embora com ele. – Ele reclamou, deixando um pouco de sangue sair de sua boca.

— Esse não é um bom momento para me dar uma bronca. – Eu reclamei sentindo as lagrimas saírem de meus olhos. — Eu faria qualquer coisa para não te ver assim agora.

— Não se preocupe com isso. – Ele murmurou. — Nós vamos ficar bem.

— Pare de falar isso, você sabe que não vamos. – Eu disse entrando em desespero, por que ninguém entra nessa droga de Padaria e não leva ele para algum hospital?

— Eu nunca vou deixar você totalmente, é bom que saiba disso. – Ele disse, parando um pouco para tossir.

— Não fala assim. – Eu disse. — Eu preciso que você fique bem, já vamos levar você para algum Hospital.

— Katniss... – Ele me olhou sério. — Quero que diga ao Rye sobre mim. – Ele começou e eu fiz que não com a cabeça. — E quero que saiba, que eu te amo, e vou te amar sempre.

— Peeta? – Eu chamei desesperada quando vi seus olhos se fechando levemente. — Peeta, por favor! Eu preciso de você. – Mas ele não me respondia, seu corpo estava inerte. Algo se ascendeu em minha mente. — Fica comigo, por favor!

E eu esperei por um “Sempre” ou qualquer outra coisa, mas tudo o que eu tive foi um breve silencio antes de várias pessoas entrarem na padaria ao mesmo tempo. Depois disso, tudo virou um borrão. Eu podia ouvir eu mesma chamando o nome de Peeta dentro da minha cabeça, mas alguém me tirou de perto dele. Várias pessoas ficaram ao redor dele, incluindo minha mãe. E depois colocaram ele sobre uma maca e saíram carregando para fora da padaria, eu não sei quem estava me segurando, mas ela não conseguiu fazer isso por muito tempo mais. Pois eu me soltei e fui atrás de Peeta.

— Mãe...

— Katniss... – Ela disse. — Eu sei, entre dentro do aerodeslizador, vamos leva-lo para a Capital.

Eu não questionei, na verdade, eu nem tinha condições de falar alguma palavra, eu apenas entrei dentro do aerodeslizador junto de minha mãe e da equipe medica do Distrito 12.

— Poderíamos trata-lo aqui, mas todos sabemos que os recursos da Capital são melhores... – Uma medica disse.

— Apenas salvem a vida dele. – Eu disse voltando a chorar. — O lugar que vão fazê-lo é o de menos.

*-*

Algumas horas depois estávamos dentro de um hospital na Capital, eu não tinha reparado o quanto minha roupa estava suja de sangue até o momento que uma enfermeira veio até mim e me ofereceu uma roupa limpa. Eu olhei para minhas mãos e minha blusa, eu estava encharcada com o sangue de Peeta, isso fez uma nova onda de choro querer me abalar, mas eu sabia que tinha que me manter forte, ele é Peeta Mellark. Ele vai ficar bem.

— Katniss? – Ouvi a voz de Gale me chamando e me levantei imediatamente da cadeira de espera do Hospital.

— Gale, Johanna. – Eu disse abraçando Gale para logo depois abraçar Johanna.

— Alguma notícia? – Gale perguntou.

— Não, até agora nenhuma. – Eu disse.

— Eu peguei algumas roupas para você na sua casa, espero que não se importe. – Johanna disse.

— Pode apostar que não. – Eu disse abrindo os braços, como que para mostrar o estado em que eu estava. — Eu estou encharcada com o sangue dele. – Eu disse voltando a chorar e Gale me abraçou fortemente. — Você entende, Gale? – Eu perguntei, mas era uma pergunta retorica. — Eu estou completamente suja com o sangue de Peeta.

— Ele é forte, Catnip. – Ele disse passando a mão em minha cabeça. — Ele vai ficar bem.

— Eu espero com todas as minhas forças que sim. – Digo.

Entrei no banheiro do Hospital para tomar um banho e trocar de roupa, com todo esse tumulto e correria, eu nem me lembrei de perguntar com quem Rye está. Me arrumei o mais rápido possível, e durante o tempo em que tomava banho, eu comecei a pensar em como chegamos a isso. Eu devia ter ido com o Ramon quando ele me propôs na caverna, se eu tivesse feito aquilo, nada disso teria acontecido.

— Está errada. – Ouvi a voz de Johanna e me virei de frente para ela. Eu tinha falado isso em voz alta? — Você estava demorando, pensei que estava se matando ou algo assim.

— Não, eu apenas estava pensando. – Eu respondi.

— Eu sei, pensando bobagem, como uma boa desmiolada que é. – Ela disse se encostando na pia, sua blusa levantou um pouco e mostrou a barriga de 3 meses que já dava sinais de crescimento. — Não foi sua culpa, você não pode ficar pensando nisso.

— Ramon propôs que eu fosse embora com ele, se eu tivesse feito isso aquele dia, Peeta estaria a salvo agora. – Eu disse olhando a parede.

— Talvez sim. – Ela disse. — Mas tenho certeza que ele teria deixado tudo e teria ido atrás de você, nem que fosse até no inferno e te traria de volta. Por que é isso que vocês fazem, sempre mantem um ao outro salvo e por perto. Como se um fosse a fonte de vida do outro. – Ela fala e sorri.

— Só que eu pisei na bola, desde que eu perdi a memória, tudo o que eu fiz foi fazer ele sofrer. – Eu disse sentindo o peso da culpa em meu peito.

— Aah, não jogue isso para cima da sua amnesia, você já fazia ele sofrer antes. – Johanna brincou, mas eu realmente não conseguia sorrir. — Escute uma coisa, Katniss. – Ela falou seria. — Eu passei maus bocados com Peeta aqui na Capital, coisas que eu nunca imaginei passar e nunca imaginei ver alguém passar, aquele homem ali, já passou por muita coisa e superou tudo como se aquilo não fosse nada. Se existe um significado de força, é Peeta. Então não pense que isso vai derrubar ele. – Ela olhou em meus olhos enquanto falava. — Não vai.

— Eu estou com medo. – Eu disse como se confessasse meu pior pecado, por que de fato, para mim, medo é uma fraqueza, e se sou fraca, qualquer coisa pode me derrubar, mas não consigo me sentir de outra maneira sabendo que Peeta corre perigo.

— Eu sei que está, sinceramente, eu não queria estar no seu lugar agora. – Ela admitiu. — Mas Rye precisa de você, e Peeta também, ele precisa sentir que você está aqui, e que está sendo forte, por você e por Rye. – Ela segurou em minhas mãos.

— Eu sei. – Eu disse. — Eu vou ser forte.

— Você já é.


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Notas finais do capítulo

Oii de novo! Espero que não queiram me matar, e sejam bonzinhos comigo nos comentários, acreditem, uma das partes mais importantes da minha vida é essa aqui, e são vocês.

E que a sorte, esteja sempre ao seu favor! ♥