A Rainha de Nárnia escrita por PrincesadeTres


Capítulo 2
02


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/712062/chapter/2

Quando abro meus olhos, vejo que estamos debaixo d'água e que apesar desse fato, conseguíamos respirar normalmente. Olho para os raios solares que atingem a superfície e observo o pessoal ao meu redor, espantados com a novidade de estarem vivos. Indico para que nademos para cima e eles concordam. Nossas cabeças são as primeiras a emergirem e a primeira coisa que vemos, é o céu azul tão límpido quanto já vimos em nossas vidas. Em seguida, noto que as nuvens brancas como a neve, estão paradas.

O ar estava sem movimento e as águas silenciosas. Era como se estivessem aguardando a chegada de alguém, e um pressentimento me dizia que esse alguém era simplesmente... eu.

— Vejam! — Ashafe brada contente, apontando para a praia próxima da gente.

De longe, via-se o brilho do sol nas areias que deveriam estar quentes, mas isso não nos impediu de quase "jogar" nossos corpos em solo firme. Descansamos nossos corações de todo aquele desespero anterior.

— O que foi tudo aquilo? — Amanda cobre o sol que está em meu rosto, com seu corpo, me olhando nervosa.

— Não sei. — Respondi simplesmente.

Ela faz um "Hãn?", franzindo o cenho e me fuzilando com os olhos.

— Se eu soubesse... falaria... mas não sei. Sinto muito! — Proclamo, me erguendo do chão e pensando em como iriamos sobreviver naquele lugar.

Havia um bosque aos fundos da praia e bem no canto dela, um monte de ruínas de algum castelo, eu acho. Era tudo muito estranho, mas depois do que aconteceu comigo em meu aniversário, estava começando a me acostumar com essas peculiaridades e a minha prioridade agora, era cuidar dos meus amigos e procurar meus pais.

— Não adianta culpar ninguém, primeiro devemos procurar ajudar e saber aonde estamos. — Samara dá um berro e vejo o porque... Harry, nosso irmão que estava viajando com os amigos, estava ali conosco, mas como?

— Harry! — Elisa corre na direção dele. — O que você faz aqui?

— Eu ia fazer a mesma pergunta. — Digo.

— Só me lembro que estava prestes a te dar um presente, porque cheguei atrasado na festa e me deparo com um tsunami que me atinge e agora estou aqui, com vocês.

Harry responde meio perdido.

— Tudo bem, antes que a gente se desespere, vamos encontrar um lugar para descansar, antes que anoiteça, porque não quero saber o que se esconde nesse mundo esquisito.

— O mundo onde estão... — Viramos nossas cabeças para o mar, de onde provém a voz. — Se chama Nárnia.

Uma porção de água se forma como mulher bem diante dos nossos olhos e ela flutua sobre o ar, sem tocar os pés no solo.

— Que-quem é você? — Anny gagueja estupefata.

— Peço desculpas por não me apresentar. — Ela coloca a mão na cintura e se curva diante de nós. — Me chamo Aqua e sou uma das ninfas do mar, minha missão era trazer sua majestade de volta a Nárnia quando esta completasse sua maioridade, mas infelizmente, vocês vieram também.

A voz de Aqua era fluída como a água.

— Sua majestade? — Théo indaga a ninfa.

— Sim. Sua Majestade Shara, neta do criador do mundo aonde se encontram, Nárnia.

Os olhos de todos caem sobre mim e engulo em seco as palavras dessa ninfa. Segurando o nervosismo e caminho com a postura ereta na direção dela, a mesma abaixa a cabeça em sinal de respeito.

— Sabe quem sou eu? — Indago meio seca.

— Sim. — Mas Aqua não se importa. — É a única e legítima herdeira do trono de Nárnia. Seu avô Aslam a encontrará em breve.

— Em breve? — Harry se intromete.

— O senhor dos bosques, Aslam, seu avô. Pede para que primeiramente vá ao encontro de seus avós maternos, o Sr. Celeborn e a Sra. Galadriel, governantes de Lothlórien.

Tudo que Aqua dizia... eu não entendia bolacha com biscoito.

— E como devo encontra-los?

Antes que Aqua me respondesse, Mary se aproximou em sussurro.

— Está louca? Nem sabe se o que ela conta é verdade! — Ela cochichava baixinho.

Virei meu rosto para ela.

— Tem outra opção? — Arqueei a sobrancelha e ela se calou. Não podia fazer nada a não ser ouvir o que a ninfa dizia. — Tudo bem... seguirei sua orientação, para onde devemos ir?

Aqua apontou para a floresta atrás da gente.

— Devem ser sigilosos e não fazer muito barulho. O mau anda à espreita a sua busca majestade e por isso, deve-se apressar em encontrar sua parentela élfica, seguindo para dentro da floresta e lá, encontrará uma passagem para a outro lado do vosso mundo... a terra média, fronteira com Nárnia.

Franzo o cenho meio perdida nas palavras dela, como assim élficos?

— Sei que não entende agora, mas saberá quando os encontra-los. Que a natureza os proteja. — Ela se curva novamente e desaparece em meio as águas cálidas.

Dou as costas para o mar e começo a caminhar em direção a floresta.

— Então é isso? — Ashafe me interrompe e o fito. — Nós não sabemos onde estamos, uma mulher de água fala que você é uma rainha e ainda assim, acredita nela? Onde está com a cabeça? E se ele estiver nos levando para morte?

Em partes, ele estava certo, em outra, precisávamos arriscar. Se anoitecer e não encontrarmos um lugar para ficar, iremos virar comida sabe Deus que tipo de animal tem aqui. Por isso, seguiremos em frente.

— Olha pessoal... eu pedi para que confiassem em mim naquele momento, não foi? — Eles assentiram com a cabeça. — Então, por favor, continuem acreditando, porque eu também estou morrendo de medo, mas a minha prioridade é proteger vocês assim como sempre fiz, desde que éramos crianças... por isso, seguiremos em frente e bico fechado. Devemos ser sigilosos.

— Você quem manda... majestade.

Reviro os olhos com as provocações de Milena e caminho na frente do grupo, os fazendo me seguir para dentro da floresta que aos poucos que adentrávamos, ela ia se tornando parcialmente escura pelas altas árvores que tinham copas de folhas grandes, impedindo totalmente os raios solares de iluminar ali dentro. Tomávamos cuidado para não tropeçar nas raízes elevada das árvores e eu me mantinha calada, para ficar atenta aos barulhos que nos cercavam.

As árvores pareciam estar dormindo há tempos e isso me preocupou, desde que cheguei aqui, sinto fortemente a natureza me chamar para as libertarem de alguma dor que também me afligia. Não sabia ao certo o que fazer, sei que todos estão com receio do que irá acontecer, mas agora, o importante éramos estarmos juntos e algo me dizia que eles precisavam vir comigo, porque como Harry veio parar aqui tão de repente? Isso é muito estranho.

Também tem Elisa que apesar de forte, é apenas uma criança e não mediria esforços para protege-la, nem que precisasse dar a minha vida por isso. Esperava que a gente não se machucasse e encontrasse uma forma de sairmos daqui, logo.

— Podemos descansar? — Anny parou para recuperar o folego, apoiando o corpo no tronco de árvore.

— Sim, mas sejam rápidos. — Permiti e Théo que estava com Elisa em suas costas, a desceu para descansar.

— Milena, Ashafe e Amanda. — Os chamei. — Vão procurar alguma poça de água para a gente e eu irei a procura de frutas.

Eles concordaram, se agrupando e se afastaram da gente. Quando estava indo buscar alguma comida, Théo segurou no meu braço e parecia preocupado.

— Você vai sozinha?

— Está tudo bem, fique com a Mary, Samara, Anny e Elisa, não demoro. — Tento acalma-lo, mas vejo que não se convence muito.

— Se algo acontecer, chama okay?

— Okay. — Concordo e saio de perto deles, indo a procura de comida.

Caminho pisando levemente nas folhas caídas abaixo dos meus pés, tentando ser silenciosa e vasculho o chão para encontrar alguma fruta ou folha.

— Nárnia... se você for tão mágica assim, será que consegue me arrumar umas maças? — Digo baixo ao vento, esperançosa que algo acontecesse, mas não. Bufo me sentindo esgotada e de repente, ouço som de queda atrás de mim.

Me viro e vejo uma pilha de maças vermelhas e fresquinhas, sem me surpreender muito, apenas agradeço a natureza por essa benção e saio correndo com a mão cheia em direção ao grupo. Lá encontro, Samara com Elisa angustiadas à minha espera.

Lanço as maças no chão sem perceber e antes mesmo que me digam o ocorrido, pego Elisa no colo e a mão de Samara, corremos o mais depressa possível até o lugar aonde saía os gritos que apenas meus ouvidos conseguiam ouvir e quando dou de cara com Théo, ele está olhando para uma poça no chão, examinando-a.

— O que aconteceu? — Indaguei apreensiva.

— Eu não sei... ouvi a voz de Amanda gritando e quando cheguei, encontrei Milena de joelhos de frente a poça e Ashafe também desapareceu. — Théo apontou para Milena que está de joelhos no chão, chorando meio aos gemidos de sofrimento.

— Tenta dizer o que houve Mi. — Anny estava tentando consola-la, mas estava sendo difícil acalmar nossa amiga.

— Eu acho que aconteceu perto dessa poça. — Théo constata.

Começo a rondear aquele acumulo de água que refletia a imagem das árvores e me agachei próxima a beirada, vendo a minha imagem refletida. Tento me tranquilizar, para pensar melhor.

Se Nárnia é um mundo mágico, no final das contas, isso significa que essa poça pode não ser normal, mas...

— Uma passagem. — Anuncio me erguendo do chão. — Lembram o que Aqua disse? Há uma passagem na floresta que nos leva ao outro lado de Nárnia... a terra média!

Samara fica pensativa e Théo a acompanha. Percebemos que Milena se aquieta e ela nos conta o que aconteceu.

— Amanda escorregou em uma folha com algum musgo, quando eu vi, ela havia caído em cima da poça e simplesmente desapareceu como se tivesse sido sugada para dentro e entrei em desespero! — Milena explicou e aquilo só adiantou para confirmar a minha ideia sobre a passagem.

— Então vamos para dentro dela. Agora.

Meus amigos me olharam como se eu fosse louca, mas a essa altura do campeonato, as coisas estavam mais para a realidade do que fantasia.

Abracei Elisa e pedi que fechasse os olhos. Sem saber muito no que isso iria dar, pelo menos se a queda fosse grande, não hesitaria em cair com ela em cima de mim, apenas para lhe proteger. Então, fomos as primeiras a saltar para dentro da poça que incrivelmente não nos molhou e observo que caímos em um espaço vazio e estrelado. Depois, somos sugadas com força para um oceano abaixo de nós e por fim, caímos em cima de uma pilha de folhas, amortecendo a queda. Tudo em uma fração de segundos.

Examino tudo a nossa volta e percebo que estamos em outra floresta, só que muito mais sombria e com ar tóxico que aos poucos, noto que começou a afetar Elisa por ser criança e ter uma imunidade menor. Começo a me enfurecer e preciso tentar salva-la disso.

Atrás de mim, aparece Théo, Anny, Mary, Samara e Milena. Verificamos os arredores e Théo pega Elisa no colo, a levando consigo. Percebo as bochechas brancas ficarem ao pouco vermelhas e isso machucava meu coração.

A passos largos, tentamos encontrar Amanda e Ashafe em algum canto daquela floresta. Uso minha audição para ouvir nem que seja a respiração deles ou seus corpos tremendos de medo. Sentia que um passo em falso naquele lugar, poderia ser nossa ruína e ouço um eco meio abafado.

— Amanda. — Sussurro quase em silêncio e guio o pessoal na direção da voz.

Nos aproximamos sorrateiramente da localização dela e a encontramos cercada por duas aranhas grotescas e enormes. Amanda se defendia com um pedaço de madeira, chorando sem parar e tentando sobreviver daquelas monstruosidades.

— E agora? — Anny fala sem voz.

— Não sei. — Respondo da mesma forma.

Olhamos para as aranhas, distraídas e ouvimos os gritos de angústia da Amanda e sem mais nem menos, Ashafe aparece aos berros, com um monte de pedra nas mãos e jogando nos animais. No entanto, o que ele fez só foi irrita-las mais ainda e isso chamou atenção de outras que estavam vindo na minha direção e do pessoal. Nós saímos do nosso esconderijo e corremos na direção dos nossos amigos. Agrupamos de novo e... estávamos perto do fim.

— Só um milagre para nos salvar! — Mary disse sem esperanças.

— Oh Deus... quero morrer não. — Amanda se colocou atrás de mim, colando suas costas na minha e tentando se defender.

— Coloquem Théo no meio, precisamos proteger ele e Elisa. — Instruo o pessoal e formamos uma roda, de costas para dois.

— Não temos o que nos defender. — Harry exclama.

Espera... aonde Harry estava esse tempo todo?

Pego uma pedra e jogo nele sem dó.

— Ficou louca Shara? Quer cegar nosso irmão! — Samara rosna para mim e no mesmo instante, Harry se transforma no homem de capuz cinza que tira a espada da bainha e vem na minha direção prestes a atacar. É quando uma flecha atinge sua lâmina de certeiro e ele derruba a arma, segurando o pulso com dor.

— Malditos elfos! — Ele resmunga olhando para as pessoas andando a passos apressados acima de nós, observo suas silhuetas sobre os galhos das árvores e bem a minha frente, um homem salta pelo cipó, passa por baixo da aranha que estava prestes a me enfrentar, a mata com sua adaga e vem deslizando até se aproximar de mim, erguendo o corpo e apontando sua flecha ao carinha de capuz que estala a língua com ódio.

— Quem é você? — Ele diz em outra língua a qual magicamente eu pareço entender perfeitamente.

Não respondo, fingindo-me de desentendida. Quando o homem de capuz desaparece como antes, em uma nuvem negra, o cara a minha frente atira uma flecha e seus companheiros começam a atacar as aranhas, as impedindo de machucar a mim e meu grupo.

— Você... — O cara que me salvou era tão lindo quanto o pôr-do-sol no horizonte. Com uma pele branca sem imperfeições, um rosto másculo e suave, corpo visivelmente másculo e esguio, olhos tão azuis quanto o próprio oceano, cabelos que pendiam até parte do peitoral, lisos e num tom loiro platinado que compunha a sua perfeição élfica.

Os elfos eram todos altos, quase da mesma altura, com cabelos lisos e perfeitos; alguns com olhares gentis e outros penetrantes, portando seus arcos e flechas, sem medo de se defenderem. Eles possuíam uma postura confiante que chegava a ser arrogante e orelhas pontudas.

Este cara de cabelos platinados fixou seus olhos em mim e quando os meus encontrou os dele, senti como se tivesse tomado um choque por todo o meu corpo e não conseguia parar de encara-lo, ele era muito lindo, capaz de eu pensar que era um anjo resplandecendo luz.

— Legolas. — Uma voz feminina o chamo atenção e vejo que deve ser seu nome. Ele olha para a jovem élfa vindo na sua direção, ela possuía cabelos flamejantes que pareciam queimar quando se olhava por muito tempo para eles. — As aranhas fugiram para as profundezas da floresta, mas essas pessoas a agitaram e isso pode ser um sinal de que a rainha das sombras pode ter mandado espiões para nos proteger.

Quando estava prestes a dar meu primeiro passo para defender a mim e minha família. Ouço Samara grita em desespero e todos se atentam a ela, corro na sua direção e vejo Elisa caída no chão, respirando com dificuldade e se não fizéssemos algo, eu sabia que ela não aguentaria por muito tempo.

— Por favor, nos ajude, ela é só uma criança. — Peço aos dois élfos que se entreolham e caminham na direção da minha irmã. Legolas coloca a mão no rosto dela e me encara pensativo.

— Devemos leva-la o mais urgente possível a Merya. — Ele diz e pega minha irmã no colo, entregando ela a uma elfa que carrega minha irmã com cuidado, avanço para segui-la, mas ou impedida pela "cabelos flamejantes" e vejo Elisa desaparecer aos poucos dentro da floresta, sendo escoltada por outros élfos.

— Aonde vão leva-la? — Pergunto tentando me soltar da elfa.

— Tauriel. — Legolas diz e ela me solta. — Quem são vocês? Nunca vi vestes como essa na Terra Média, muito menos entre os narnianos.

Ele observa as roupas de todos e arqueia a sobrancelha, esperando uma resposta.

— Somos apenas estrangeiros perdidos a procura de comida e lugar para ficar. — Firmo meu olhar sincero, para que ele acredite.

— Porque acreditaria em vocês? — Ele indaga, parecendo me testar.

Caminho na sua direção, sem me importar com as flechas apontadas sobre mim e quando estou bem perto do seu rosto, apesar dele ser mais alto que eu, o encaro seriamente.

— Acha mesmo que pessoas que não conseguem se defender nem de umas aranhas, com uma criança adoentada e desesperados por abrigo, são ameaça a vocês? — Tento manter o tom de voz passivo.

Ele me analisa com seus olhos penetrantes e sinto meus pelos eriçarem por causa disso, não consigo parar de encara-lo e depois de um breve silêncio, ele decide falar.

— Amarrem suas mãos e os levaremos as masmorras do rei. — Rapidamente os élfos começaram a se mexer e em segundos, meus amigos estavam com as mãos atadas e na hora que Legolas veio me prender, fiz questão de esticar meus braços juntos para que ele fizesse isso.

— Não preciso temer o seu rei, porque não sou culpada de nada, então irei por livre e espontânea vontade.

— Você é peculiar. — Ele comenta e fica a me fitar, parecendo tentar desvendar algo sobre mim.

Legolas então pega nas minhas mãos e as amarram com delicadeza, depois segura em meu braço e me leva com ele, ficamos à frente do grupo, depois vinha Tauriel e meu pessoal sendo guiados pelos outros guardas.

Nos aprofundamos na floresta escura, sempre seguindo em frente, até eu finalmente enxergar o que parecia raios do sol se pondo e depois que passamos por uma fileira de pinheiros, uma abertura entre elas nos dá visão a uma passarela acima de um rio, atravessando ela, paramos de frente aos enormes portões guardados por outros élfos, que dava para uma gigante caverna com outras menores dentro, o que constatei ser o subsolo do castelo.

Tinha que se tomar cuidado com as passarelas, por serem compridas, só que uma largura pequena demais e se escorregasse, iria direto a morte. Teve um momento que Mary escorregou e o elfo a segurou, pude percebe-la não tirar os olhos dele, não iria negar, todos eles eram quase perfeitos, com exceção de Legolas que era o mais belo deles.

O lugar era iluminado por muitas tochas, mas mesmo assim, havia partes escuras para serem enxergadas a olho humano. Fomos guiados até a parte mais profunda da caverna, repleta de masmorras e fomos colocados lá dentro, sem dó e nem piedade.

Quando Legolas me deixou ali, tive que chama-lo para perguntar sobre Elisa.

— O que farão com ela? — Perguntei com a aflição estampado no rosto.

— Provavelmente ela será doada para alguma família boa. — Ele diz sem expressão e quando está prestes a sair, o seguro pela túnica e ele me lança um olhar curioso.

— Eu imploro, não a tire de mim, ela é minha responsabilidade e faço qualquer coisa para estar ao lado... por favor, Legolas. — Suplico sentindo a exaustão me dominar.

— Farei o que puder. — Ele parece ter sido sincero, depois se afasta como os outros e ficamos na companhia dos guardas que parecem estátuas e da solidão... a amarga solidão.

A cela continha uma cama até que confortável e somente isso. Nada mais. Ninguém dos meus amigos ou Samara quiseram falar algo, todos pareciam extremamente abalados e cansados com tudo que havíamos passado até agora. Não sabia o que dizer para anima-los, nem mesmo eu estava bem o bastante para enfrentar quem sabe o que? No entanto, precisava manter a postura e não fraquejar.

A cada seis horas, recebíamos pão e leite como refeição.

— Moça... não tem carne não? — Ouço Milena questionar a elfa de cabelos ruivos uns poucos mais escuros que de Tauriel, que vem nos servir a refeição. Ela abre uma portinhola na porta da cela, trancada por chave, e nos entrega o prato de comida e copo com leite.

— A dieta élfica é composta por apenas verduras, não caçamos animais. — Ela esclareceu gentilmente.

— Mas eu não sou élfica. — Milena retruca.

A elfa não dá atenção e antes que possa desaparecer, eu a chamo e ela caminha na minha direção. É alta e com pele branca, olhos castanhos e sua expressão calma, me transmitiu conforto.

— Qual o seu nome? — Pergunto.

— Lorraine, porquê?

— Sabe alguma coisa sobre uma menininha de cabelos castanhos que estava doente e foi trazida para cá? — A indago esperançosa por alguma informação.

Lorraine parece pensar no assunto e quando eu já estava ficando com medo, ela sorri ao se lembrar de algo.

— Ela está se recuperando aos poucos, mas já se sente bastante melhor... pede para ver as irmãs.

— Eu sou irmã dela. — Informei e ele se surpreendeu.

— Ah... ela está bem, pode ficar tranquila.

— E sabe algo sobre nós saímos daqui? — Samara se intromete na conversa.

— Não tenho nenhuma informação sobre isso, meu trabalho é apenas trazer comida a vocês. Sinto muito. — Ela responde cabisbaixa. — Licença e boa noite a todos.

— Obrigada pela gentileza, Lorraine. — Digo e ela vai embora, nos deixando sozinhos de novo.

Bufo irritada, mas sinto um alívio por saber que Elisa está bem, era só o que eu precisava saber e agora... pensar num jeito de sair daqui.

Nós temos que sair daqui!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Estão gostando? Até a próxima...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Rainha de Nárnia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.