Monstro escrita por humgranola


Capítulo 2
Conversa




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Killua não estava sumido de propósito.

Ele também nunca imaginava que teria de cuidar de sua irmã e ainda por cima ficar sempre em alerta por causa de seu irmão.

Essa correria fez com que ele aos poucos passasse a falar menos e menos com os outros.

Ele notou que Leorio tentou ligar.

Ele também recebeu fotos e mensagens de Gon, o único que ele manteve um contato considerável.

Mas tudo ficou em segundo plano em meio a suas constantes mudanças.

Porém, por mais cansativo que aquela rotina fosse, ele estava feliz, pois Alluka e Nanika estavam felizes.

Mas ele não podia negar o vazio que ele sentia toda a vez que pensava em Gon. Ele sentia saudades, e toda vez que ele pensava no outro rapaz seu peito doía.

Será que eles poderiam ter continuado juntos?

Talvez sim, talvez não...

Talvez ele tivesse sido precipitado ao seguir adiante sem Gon...

Mas ele não queria envolver Gon nos problemas dele, Gon não precisava disso.

Para não dizer que ele não falava com ninguém, ele entrou em contato com Kurapika para indicar Bisket para um trabalho.

E ele só fez isso, pois sabia que Kurapika não iria perguntar nada além do básico 'Você está bem?'.

Leorio por outro lado era muito empático e iria tentar entender, ajudar, se envolver - tudo o que ele não queria - o velho já tinha muito nas costas sendo um membro dos Zodíacos.

Quanto a Gon, bem, eles ainda se conversavam por telefone, mas ele sentia que Gon estava escondendo algo.

“... Você devia ver, eu cheguei em casa e a Tia Mito tinha uma pilha de livros pra eu ler..."

"Hahaha, posso imaginar seu cara ao ver isso."

"Ãaahn...Killua...você...você arranjou algum amigo? Q-quero dizer, deve ser meio sozinho, só você...não que Alluka não seja companhia..."

"Não, Gon. Eu não arranjei nenhum amigo, não tenho tido tempo. Nós finalmente arranjamos um lugar para ficar, talvez permanentemente e Alluka queira conhecer a escola, eu acho besteira, mas ela quer então...bem, não tive tempo para arranjar novos amigos."

"Que bom Killua!"

"Que bom?"

"Sim, que bom, porque Killua é MEU AMIGO! E de mais ninguém!"

Killua sorriu e sentiu suas bochechas ficarem vermelhas.

"Para de falar isso, você não fica com vergonha não?"

"Claro que não. Killua é MEU amigo, e se alguém quiser ser seu amigo tem que ter minha aprovação."

"Hahahaha, você é uma figura."

"Killua, você vai me dizer onde você está?"

"Claro, eu primeiro preciso arranjar um lugar fixo, o Ikalgo está me ajudando, assim que estiver tudo certo eu lhe digo."

"Ikalgo?!"

"Sim, ele mesmo, você se lembra da quimera polvo?"

"Sim, lembro... você mentiu pra mim por que, Killua?"

Killua franziu a testa - mentir? — sem contar que voz do Gon estava um tanto quanto estranha.

"Mentir? Do que você está falando?"

"Você disse que não arranjou nenhum outro amigo!"

"Isso? Mas Gon, Ikalgo é meu amigo desde...você sabe..."

Killua não gostava sequer de lembrar do incidente das formigas quimeras, aquilo tinha sido horrível em muitos níveis diferentes.

"Por que Ikalgo sabe onde você está e eu não? Isso não é justo, eu sou o seu melhor amigo não sou?"

"É..."

"Então eu devia saber também!"

"Gon! Deixa de ser idiota! Você é meu melhor amigo também, eu só calhei de encontrar Ikalgo e pedi a ajuda dele. Que coisa..."

"Hum, ok. Mas eu não gostei."

"Hphm, pois é melhor aprender que as coisas nem sempre são como você quer que elas sejam. Bem, assim que estiver tudo certo eu lhe aviso, tenho que desligar."

"Espera...!"

"Tenho que levar Alluka pra conhecer uma das possíveis escolas, Gon, depois eu te ligo. Tchau!"

 

Killua não viu nada de demais em sua conversa, na verdade ele trouxe sua mão para perto do seu peito e apertou sua camisa - toda vez era mesma coisa, falar com Gon lhe trazia alegria, calor e ao mesmo tempo angustia.

Ele respirou fundo, levantando e sorrindo chamou a Alluka.

 

Já Gon via aquilo de uma forma diferente, quando Killua desligou ele ficou a olhar para o celular por um tempo.

Ele sentia um certo medo que Killua encontra-se outro amigo e que o abandonasse - Killua jamais faria isso - mas ainda assim ele tinha receio.

Killua é meu melhor amigo em todo mundo, ele é meu, ele não vai arranjar outro amigo, eu não vou deixar...

Sem perceber Gon apertou o celular com tanta força que o celular quebrou em sua mão.

Droga!

Todo sem jeito e coçando a cabeça, Gon se aproximou da porta, preparado para levar uma bronca.

"Tia Mito...eu quebrei o telefone..."

 

Killua não conseguia conter o seu sorriso, Alluka estava tão feliz com tudo que ele só podia ficar feliz ao ver tamanha alegria.

Obviamente, ele tinha que mostrar sua licença Hunter o tempo todo para provar ser o responsável legal dela, mas valia a pena.

Ele nunca teve a oportunidade de viver essa normalidade, e ele faria de tudo para que Alluka pudesse ter tudo o que ele não teve e muito mais.

Enquanto Alluka estava em uma aula experimental, ele se encontrou com Ikalgo.

"Já encontrou um lugar para ficar, Killua?"

"Eu selecionei alguns, nada muito grande, simples, agora só tenho que escolher."

Ikalgo observou seu amigo por um tempo, Killua havia crescido, quanto tempo havia passado?

1 ano e meio?

2 anos?

Killua tinha ficado mais alto, sua aparecia mais delicada, escondendo perfeitamente a força descomunal que o rapaz possuía.

Ele sorriu ao ver o rapaz se deliciar com algo tão simples como um xicara de chocolate.

"Bem, pode contar comigo!"

"Eu sei, Ikalgo."

Killua sorriu.

"Ikalgo, você viu os outros? Leorio, Kurupika, Morel?"

"Sim, eles estão bem, Leorio não para de perguntar de você, Morel também. Kurupika, bem depois da breve passagem pelo Continente Negro ele está meio distante. Acho que ele pretende voltar pra lá."

"Diz pros velhos que eu estou bem."

Ikalgo continuou a olhar bem sério para Killua que após um tempo notou e levantou uma sobrancelha, questionando o que podia ser.

"O que foi? Tem algo no meu rosto?"

"Você não vai perguntar sobre o Gon?"

"Ah! Não precisa, eu conversei com ele recentemente."

Ikalgo podia ver o sorriso de Killua ao falar de Gon, o rapaz ainda sentia muita coisa pelo outro.

Para Ikalgo ao mesmo tempo em que tamanha lealdade fosse bela, ainda era assustadora ou ver como Gon tinha poder sobre Killua.

"Eu vou convida-lo para me visitar assim que arrumar tudo. Tenho tanto pra contar, sem contar que estou curioso em ver o quanto ele mudou nesse tempo...aposto que sou mais alto que ele agora! Hahahah!"

"Killua, você não notou algo estranho no Gon?"

"Estranho? Estranho como?"

"O jeito de agir e falar. Aquela história de meu, meu e meu dele."

"Aaah, isso. Bem, Gon sempre foi egoísta, nada de novo nisso, mas ele não faz por mal Ikalgo, é só o jeito dele de demonstrar preocupação e carinho."

Não, não é normal Killua — isso era o Ikalgo queria dizer, mas não disse.

Ele não queria incomodar Killua, o rapaz mais do que ninguém merecia alegria, merecia se sentir querido e amado.

Ele ignorou os alarmes em sua consciência, ele falaria com Leorio depois.

Se eles consideravam o comportamento de Gon um problema, mas o de Killua também era preocupante.


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