Hell of a Girl escrita por Polaris


Capítulo 4
Andando sobre chamas


Notas iniciais do capítulo

Oláa, desculpe e demora gente bonita!
Estou feliz que o número de leitores esteja aumentando. Depois de um longo tempo longe é bom saber que ainda não perdi ainda a pratica de escrever.
Mas sem delongas, vamos para o capítulo não é mesmo?



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Capítulo III

Andando sobre chamas

 

Querido Diário, eu odeio você.  

Faz quanto tempo que eu não escrevo minha vida num papel mesmo? Ah sim, desde que Alice foi embora e agora voltou. Ela era quem me obrigava a registrar meus pensamentos, segundo ela, isso é terapia. Colocar seus pensamentos todos organizados num papel, aceitá-los, expô-los. Não é algo fácil, porém devo admitir que tem funcionado. E o que aconteceu essa semana? Bem... no primeiro dia de aula eu reencontrei a Alice e voltei a falar com a Dominique. Dois anos se passaram desde que as Girls estiveram juntas e ver nós três perto novamente me deixa feliz, embora me deixe também extremamente melancólica e nostálgica por saber que talvez nunca mais recuperemos o que éramos. Costumávamos ser as populares do colégio naquela época, claro que não populares como a Dominique é hoje. Mas éramos conhecidas e ninguém se atreveria a fingir que não sabia quem éramos.

Mas isso mudou, para mim ao menos. E encará-las sem sentir nostalgia está sendo bem difícil, ainda que Alice seja aquela que mais se esforce para recuperar o que tínhamos.

Aquela época era feliz.

Outro fato era que Domi ainda me fitava de forma estranha, ela achava, como eu, toda essa aproximação ridícula, já que poucas palavras trocadas entre nós não mudaria muita coisa. Ela passava mais tempo com as amiguinhas populares, mas arranjava alguns minutos para Alice e eu.

Ah! Ainda no começo da semana eu fui nocauteada por uma bola de futebol por Lorcan Scamander. Eu sequer trocava palavras com ele e me irritei por me atingir.

Metade das garotas corria atrás desse loiro. A outra metade idolatrava Scorpius Malfoy.

E ele me ignorava apenas, principalmente depois da última festa. E Alice ainda acha que eu gosto dele, diz que meu sentimento de infância ainda persiste. Ok, eu tive uma queda por ele, mas é só isso. Toda a minha queda por ele quando criança já se fora! Menina louca!

Estou com o tempo livre agora. O professor de álgebra quebrou o pé essa manhã e não conseguiram achar ninguém para substituí-lo ainda. Alice então me arrastou para as arquibancadas do ginásio, onde ela poderia ficar babando no time da escola, que treinava naquele momento. Eu estou concentrada escrevendo e olho para a minha amiga babando por vezes. Domi lixa suas unhas e fica admirando Lorcan, seu namorado.

— Larga esse diário e olha a paisagem, Rose! – Alice falou e eu ignorei.

— Não gosto de futebol – murmurei.

— Eu não to falando para você ver o jogo, foda-se quem está ganhando!

— Então o que eu deveria ver? – perguntei ingênua.

— Ai meu deus! – pude ouvir a voz de Domi e me virei para ela, encarando-a.

— O que foi agora? – perguntei.

— AI MEU DEUS! – dessa vez foi a Alice que gritou, e algumas pessoas olharam feio pelo grito. Meu ouvido já estava irritado.

— Alice, cala a boca! Por que vocês duas tão gritando?

— Aquele ali sem camisa é Scorpius Malfoy?

Alice não precisou falar aquilo duas vezes. Rapidamente, eu encarei a quadra. Metade do time estava com camisa, a outra metade estava sem. E meus olhos foram direto para um certo loiro que dominava a bola naquele minuto.

Meu. Deus.

— Fecha a boca, Weasley, tá escorrendo baba – Dominique falou.

Baba? Que baba? Eu mordo meus lábios sutilmente, tentando não ceder ao impulso de encarar Scorpius Malfoy de novo. Pensar no seu peitoral exposto assim, de uma forma tão explícita… deveria ser pecado.

— Cale a boca. Eu não estou babando – falei voltando-me para o diário e evitando olhar para a quadra, ainda que fosse extremamente difícil.

— Não entendo... por que você e Scor não estão juntos agora? – Alice contestou. – Eu me lembro daquela festa na casa da Diana, lembro-me de você e ele presos no 7 minutos no céu. Você nunca disse o que houve naquele quarto, Rose. – A loira lembrou-se e eu parei de escrever.

Meu passado tinha um nome: Scorpius.

Mas era apenas isso. Passado.

— Não importa o que houve – falei e ela fechou a cara.

— O engraçado é que ele também não fala sobre o que aconteceu naquele dia – Dominique disse a seguir e eu não podia mais aguentar aquela pressão.

Levantei-me dali e percebi que os garotos estavam com suas gracinhas típicas. Peguei minha mochila e saí que nem uma louca dali, mas escorreguei quando desci o último degrau da arquibancada e fui parar no chão. Ótimo, mais um mico. Meu joelho doía horrivelmente e eu tinha grossas lágrimas nos olhos. Quando fui me levantar, uma mão apareceu bem a minha frente e eu fitei-a sem entender o que acontecia. Scorpius estava ali, fitando-me com suas íris cinzentas. Aceitei sua mão e ele me ajudou a levantar-me.

— Está tudo bem, Weasley? – perguntou, a voz rouca. Eu tentava fitá-lo através do meu olhar marejado, meu joelho latejava. Merda.

Mas mesmo assim pude notar gotículas de suor descerem pelo seu pescoço e tentei não pensar nele sem camisa ali na minha frente.

— Está tudo ótimo, Malfoy – falei, mas não fui nada convincente, devido a uma careta de dor que fiz. Joguei a mochila nas costas e tentei sair de lá, mas ele me parou.

— Você não parece bem – ele falou.

É mesmo, inteligência rara? Percebeu pelas minhas lágrimas de dor? Quase bufei quando ele me disse isso, mas me limitei a rolar os olhos.

— Eu estou. Sério.— menti e tentei andar, mas manquei bonito e ele riu.

— Você é uma cabeça dura, Weasley. – Scorpius Malfoy falou. – Deveria ir para a enfermaria.

— Não, obrigada, Malfoy. Eu me viro – falei sem fitá-lo.

Fui direto para meu armário e respirei fundo. O que diabos estava acontecendo comigo? O que estava acontecendo com todos naquela escola?

Cada um resolveu agir diferente!? Scorpius era legal, Domi quase voltando a ser minha amiga, Alice retornava, Lysander sumia das minhas vistas...

Olhei o relógio. Em vinte minutos a aula de Biologia começaria. Bufei, enquanto pegava o material e saia de lá.



A aula se arrastou por vários minutos e eu não entendia porque repentinamente uma das matérias mais legais para mim se tornou enfadonha. Certo, eu sabia. Eu estava pensando em Scorpius, na festa de domingo, em Alice e Domi, em Scorpius sem camisa.

Eu realmente precisava tirar todas essas emoções da mente se quisesse uma nota excelente nesta disciplina.

Depois da longa introdução à microbiologia, o professor Marius dispensou a turma, porém dissera para que eu e Scorpius continuássemos ali.

— Meus alunos preferidos. – Ele começou sorrindo.

O cara era jovem e animado. Eu sabia que fazia pouco tempo que ele estava lecionando no colégio. Todo o fervor da juventude estava em suas aulas. E nesses anos que eu tivera aulas com ele, me apaixonei mais ainda pela biologia ao ver o quão fascinante era.

— Há algum problema, professor? –  Scorpius perguntou.

— De modo algum, eu os mantive aqui para expor uma proposta aos dois – ele falou. – Estou iniciando um projeto e preciso compor um grupo de estudos. Claramente, eu não posso colocar qualquer um neste projeto, e como vocês são bem aplicados e responsáveis achei que interessaria a vocês essa vaga.

— Teríamos que trabalhar juntos? – eu logo perguntei.

Okay, participar de um projeto era uma puta chance, ainda mais no colégio. Mas trabalhar com um dos populares? E Scorpius ainda por cima? Ah, isso seria complicado.

— É a ideia, precisarão um do outro, é difícil realizar todas as atividades sem um companheiro.

— Eu topo – Scorpius disse e eu o encarei.

Sua expressão era indecifrável. Ele não olhava diretamente para mim. Encara o professor. Através de seus olhos, era perceptível algum sentimento, porém era difícil adivinhar o que exatamente havia ali.

— Eu também – falei enfim.

O professor ainda passou algumas orientações e disse que nos enviaria alguns artigos para discutirmos na próxima sexta. Eu apenas ouvia, assim como Malfoy.

 

Assim que fomos dispensados saí da sala e senti meu celular vibrar. Alice me obrigava a andar sempre com o aparelho agora, para minha infelicidade. Fui pegá-lo em meu jeans quando fui interrompida pelo Malfoy.

— Qual o seu problema, Weasley?

— Oi? – perguntei, agora extremamente confusa.

— Qual o seu problema comigo?

Havia uma certa raiva em sua voz, que eu não deixei de reparar.

— Eu não tenho problemas com você. Acredite, mas o mundo não gira ao seu redor, Malfoy!

Ele riu e aproximou-se, num movimento que julguei ser bem perigoso para mim. Os olhos azulados me encararam fixamente, como se lessem minha alma.

— Eu acho que você tem, e está me incomodando. Por que trabalhar comigo é tão difícil? Pareço repugnante para você?

— Quê? Não! Claro que não, você é… – então parei de falar, pois já estava quase dizendo o quão lindo ele era, e certinho.

Porque de todos os famosinhos, ele era o mais legal e normal, embora seu humor fosse incompreensível.

— O que eu sou? – Ele insistiu.

Um sorrisinho agora pairava em seus lábios.

— Nada. Eu realmente não sei o que você é.

Alguém devia me inscrever num curso para aprender a mentir, porque o filho da mãe não acreditou em mim, óbvio. Rose Weasley era uma mentirosa terrível!

Nota mental: praticar mentiras.

Eu o empurrei fracamente e saí de perto, esperando que o Malfoy não insistisse mais em pegar no meu pé.

E daí que eu tinha problemas com ele? Não era exatamente com ele, mas com toda a ideia “Scorpius Malfoy”. A ideia de que ele me defendera na festa, fora legal mais cedo comigo, a ideia de que ele era alvo de fofoquinhas, a ideia de que talvez o namoro dele estivesse em ruínas, a ideia de que ele era agora meu parceiro de projeto no laboratório de biologia.

A ideia de que foi minha primeira queda.

A ideia de que talvez ele ainda seja.

Encostei na parede do corredor. Havia duas mensagens. Uma de Lysander e outra de Alice.

 

Lys:

Rose amanhã vamos ao cinema? Por favooooor, é a estreia de Galácticos e vc prometeu que iria comigo! (14:10)

 

Eu rapidamente digitei dizendo-lhe que sim, que iríamos. Só de saber que sábado estava perto e que poderia ter uma folga das duas loucas das minhas amigas eu já me sentia animada.

Abri a mensagem de Alice.

 

Alice:

Rose, vamos para o Três Vassouras! A Domi já disse que sim, precisamos sair hoje! Passo na sua casa às 20h!

Só de encarar a frase “precisamos sair” já tive um mini-ataque. Okay, sair não era algo que Rose faria, ainda mais ir no Três Vassouras. Lá havia gente do colégio, gente para fofocar e me importunar, para ficar me encarando e tudo o mais. Tive vontade de negar, de dizer que não iria.

Mas Alice era Alice.

E ninguém conseguia tirar algo da cabeça dela.

— Você não vai vestir isso – Alice falou quando abri a porta para ela.

— Qual o problema?

Eu encarei minha roupa. Minha calça jeans estava limpa, a camisa que eu colocara também estava.

— Minha bisavó se veste melhor, Rose – Alice falou e Dominique deu risada.

Ela já estava abrindo meu armário e jogando roupas em minha cama. Eu até tentei protestar, mas Alice tirou os óculos do meu rosto e disse para eu usar as lentes naquele dia. Começou a me maquiar com coisas que tirava da própria bolsa.

— O que vocês estão fazendo?

— Devolvendo sua vida social – Dominique falou.

— Eu não quero uma vida social.

As duas me olharam feio.

Dominique apareceu na nossa frente trazendo duas peças de roupa que eu nem lembrava que tinha.

— Acho que essa blusinha vai servir e essa saia também.

— Não – falei automático. – É muito curta.

— Essa é a ideia, Rosie! – Alice falou revirando os olhos enquanto espalhava algo que julguei ser sombra em minhas pálpebras.

Eu não sei como que aceitei, mas dez minutos depois eu me olhava no espelho e lá estava a Rose enfiada dentro de uma saia preta e cinza. E uma blusinha de alça também preta. Meus cabelos estavam lisos e soltos. Alice desfizera a trança que eu tentara fazer mais cedo. A sombra ao redor dos meus olhos era escura e o batom carmim.

Eu sabia que podia ficar bonita, mas a preguiça era tanta que usar as camisas de bandas e calças confortáveis era bem mais fácil.

— Até esqueci que você era bonita, Weasley – Dominique falou.

— Ridícula! – falei e me sentei na cama. Tudo estava tão confuso. – Por que tudo isso?

— Já falamos, você precisa de uma nova vida social.




O som era bom até, tocava uma música indie que eu gostava. Havia um monte de grupinhos conversando muito alto. Alguns caras jogavam sinuca num canto, enquanto um grupo de garotas estava em outro canto bebendo e fofocando alto demais. As vozes eram esganiçadas e os gritinhos, estridentes. Reconheci Poppy MacMillan e Diana Nott num canto, com as gêmeas Bulstrode e mais uma garota que não lembrava o nome.

Dominique seguiu adiante, para uma mesa mais no fundo de lá, Alice me puxava pela mão. Eu havia agradecido por elas deixarem eu não usar salto. Minha sapatinha estava perfeita para Rose Weasley.

Dois segundos depois de pensar em meu sapato, percebi o que estava acontecendo. Dominique parara numa mesa cheia de garotos. Ela inclinou-se e beijou o namorado, Lorcan Scamander. Alice comprimentou os meninos ali e eu fiquei sem saber o que fazer.

A minha frente estava meu primo Albus, que é realmente um cara legal. Alice me contara que estavam trabalhando num projeto de música juntos na escola. Ao lado de Albus  estava Scorpius Malfoy, que parecia ter levado um susto ao me ver. Ele estava sem fala. Completamente perdido em mim. Como se eu tivesse uma meleca na cara. “Ai meu deus, será que eu estava com uma meleca na cara mesmo?” Eu me segurei para não procurar um espelho.

Do outro lado de Albus, estava um cara que eu não lembrava o nome, mas tinha os cabelos negros e os olhos azuis.

— Gente, eu trouxe a Alice e a Rose hoje, sejam bonzinhos com elas! – Dominique foi falando e eu fiquei pasma.

Eu pensei que seríamos só nós três juntas, não pensei que Dominique nos levaria para seu grupinho de amigos.

Pelo menos a Nott não estava ali na mesa!

Alice me empurrou para sentar-me. A mesa era daquelas retangulares e com assento como se fosse um sofá, ao redor da mesa. Me vi espremida entre a própria Alice e Scorpius.

Eu estava realmente desconfortável.

— Eu não lembro de você Rosie… – O cara ao lado do Albus falou.

— Ela não é muito de aparecer – Dominique disse. – Mas estamos tentando tirá-la da toca.

A conversa ia e vinha, eles pareciam relaxados. Apenas um grupo de amigos. O garçom trouxe cerveja para nós. A garrafa gelada em minha mão se tornou uma espécie de método anti-nervosismo. Eu desenhava no vapor com a ponta dos dedos discretamente quando me sentia claustrofóbica naquele lugar.

Estava muito consciente de Scorpius ao meu lado, sua mão esquerda na própria cerveja, quase tocando a minha própria mão na mesa, fiquei imaginando aquele toque tão simples e inocente, pensei se ele empurraria sutilmente sua mão em direção à minha. Céus, eu precisava parar de imaginar tudo isso. Era algo realmente perturbador.

— Eu acho que devíamos totalmente ir nessa festa amanhã – Alice foi falando e se virou para mim. – Não é mesmo, Rose?

Ao ouvir meu nome me surpreendi.

— Festa?

— Sim! Todo mundo vai. É naquele clube novo que abriu. A gente precisa ir.

Lysander rapidamente passou pela minha cabeça.

— Não posso. Prometi ir ao cinema com Lysander.

Ao ouvir o nome do irmão, Lorcan remexeu-se no assento.

— Não sabia que você e meu irmãozinho estavam juntos.

Eu nunca sentira tanto minha face corar. Eu e Lysander? Céus, não!

— Não estamos. Não se trata disso – falei. – Somos amigos. É que amanhã estreia um filme que precisamos muito ver.

— Que filme? – Lorcan insistiu.

— Rosie – Dominique chamou. – Acho que seus filmes geeks podem ficar para outro papo.

O comentário dela me calou, eu estava quase acreditando que poderia ter uma conversa finalmente. Mas realmente, filmes de ficção científica não eram algo que atraía as pessoas.

— Vocês vão ver Galácticos? – pela primeira vez Scorpius abriu a boca. Todos o encararam e eu também, sorrindo que nem idiota.

E então esqueci totalmente do que Dominique dissera.

— Sim! – respondi animada.

— Não acredito! Você viu o teaser que soltaram? Eu não consegui respirar ao ver Aramato naquela cena em que…

— Ai meu deus – Lorcan nos cortou, olhando agora para a namorada. – Dominique você juntou dois nerds!

Todos ali riram, mas senti Scorpius tão desconfortável quanto eu.

— Não! Eu também quero ver esse! – o cara ao lado de Albus falou e meu primo o apoiou.

E foi então que eu descobri que havia várias coisas em comum entre os meninos e eu. Albus pediu algumas porções e eu tive que atualizar Alice e Domi sobre alguns dos termos da conversa. Começamos a repassar alguns lançamentos que teria pela frente e elas até começaram a se interessar pelo tema um pouco.

Pedi licença para ir ao banheiro. Eu sabia que várias pessoas ali ainda me encaravam curiosos pelas roupas da Weasley nerd, pela ausência dos óculos e do cabelo solto.

No espelho, eu sabia que encontraria um brilho diferente em meus olhos. Talvez estar com essa galera não fosse tão ruim afinal.

Depois de usar o banheiro, saí de lá. Mas antes que alcançasse a mesa do pessoal, senti alguém esbarrar em mim.

— Ai, desculpa, querida – Poppy MacMillan disse.

Porém, eu apenas olhava para a minha roupa molhada de um líquido azul. A sorte era que eu estava de preto e poucas manchas apareciam na saia estampada.

A loira a minha frente sorria falsamente.

— Talvez isso combine com a roupa. Faltava algo excêntrico nela, algo para lembrar de que você não é… desse mundo.

Suas palavras eram puro veneno.

— Talvez você devesse ir embora, trocar essa roupa suja… voltar os trapos que você usa.

Poppy riu, e duas de suas ogras seguidoras riram também.

Mas aquilo me trazia de volta à realidade. Me lembrava do motivo para não frequentar lugares como este. Não interagir com pessoas como ela.

Eu sabia que havia pessoas com seus celulares, tirando fotos daquilo. Talvez gravando.

— Ai, você vai chorar, querida? Quer um lencinho? – Poppy começou.

Fora a gota d’água.

Saí de perto dela, saí do bar rapidamente. Estava bem consciente da saída dramática. Ouvi gritos, mas ignorei. Não queria mais saber de nada. Voltaria para casa. Para minha cama e não sairia de lá. Era um local seguro.

— Rosie! – uma voz chamara.

Reconheci a voz de Scorpius, mas ela ficara para trás.

— Rose!! – outra voz. Dessa vez Alice me alcançara.

Ela estava vermelha pela esforço de correr.

— Rose, pare de correr!

E parei. Percebendo que eu estava realmente chorando.

Dominique apareceu em seguida, mais vermelha do que Alice.

— Você não pode ouvir o que uma garota como Poppy fala.

— Tem que…

Eu cansei — falei, soluçando. – Eu cansei dessas pessoas, desses joguinhos, de tudo isso.

Uma olhou para a outra, sabendo que o que eu falava era pura verdade.

— É ridículo tudo isso. Quem é popular, quem não é… por que não podemos só… ser nós mesmos?

Eu sabia que todo mundo escondia segredo com medo das fofocas, sabia que todos sofriam algum tipo de pressão.

Sabia que não só eu, mas todos estavam já cansados dos populares humilhando aos outros.

Sabia que alguém tinha que mudar isso.

— Alguém tem que fazer algo! – falei alto o que pensava.

— Rosie... – Alice começara.

— Ela tem razão – desta vez Dominique falara.

Alice olhou a loira como se ela fosse louca.

— Rosie tem razão, Ali! – a loira insistiu. – Alguém tem que derrubar tudo isso!

A morena olhou feio para nós não entendendo onde queríamos chegar.

— Vocês precisam ignorar essas meninas.

— Não! – falei. – Nós precisamos colocá-las no lugar delas, trazê-las para realidade.

Dominique concordou.

— Precisamos fazê-las sofrer. Precisamos de vingança – falei.

E dominique abriu o maior sorriso que eu já vira.

Pela primeira vez em dois anos tínhamos uma ideia convergente.

Uma meta que nos aproximaria.

A vingança começaria enfim.


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Notas finais do capítulo

Vixi, agora que a treta começa!
Pessoas, minhas aulas retornam esta semana, mas não se desesperem! Provavelmente conseguirei postar apenas um capítulo por semana a partir de agora, com sorte dois.
Estou usando a fanfic como escape, é. Então é bem provável que eu mantenha o ritmo, isto se minha criatividade e inspiração não sumir. Enfim, vou parar de tagarelar hahahaha
Até o próximo!



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