Águas Passadas escrita por Yasmusic98


Capítulo 12
Oásis


Notas iniciais do capítulo

Hey guys, I'm back! :D

Após dois meses muito, MUITO corridos, eu finalmente consegui um tempinho para terminar o capítulo. (Sério, não aguento mais ver bem casados na minha frente -_-)

Se não me engano, eu inclusive havia dito no capítulo anterior que já tinha adiantado parte do capítulo seguinte. Entretanto, grande parte desse capítulo exigia algumas pesquisas, por isso era algo que precisava ser feito com calma. (Fazer o que. Parece que eu sai da escola, mas a escola não sai de mim, Haha' :P)

Mas agora que já está tudo certo, vou parar de falar um pouco, ou melhor, de escrever, e deixar vocês lerem o capítulo U.U

(Obs1: Eu demoro, mas eu sempre volto viu? Eu prometo que eu realmente posto o mais rápido que eu posso, então por favor não desistam de acompanhar. Mas eu seu que vocês são maravilhosos e compreensivos U.U Huehuehue :D)

(Obs2: Leiam as notas finais. Não, não vou adiantar nada. Vou deixar vocês na curiosidade Muahahaha!)

Sem mais delongas,
Boa Leitura! :D



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— Sam? Freddie? E aí, pessoal! - O ex-gorducho, que agora havia se tornando um rapaz robusto, mas ainda muito estranho, exclamou animado - Espera aí, Sam?

— Gibbeeeh! - Ela respondeu usando o bordão favorito dele

— Gibbeeeh! - O mesmo também exclamou com os baços abertos, enquanto ambos aproximaram-se para um abraço

— Tacos? - O Shay mais velho ainda confuso perguntou para Freddie, que continuava em uma posição defensiva com o taco de baseball em mãos

— Huh, ladrões? - O engenheiro respondeu ainda um pouco aéreo, percebendo o quanto deveria estar ridículo naquela posição. Aquela havia sido uma longa noite...

— Mas o que é que está acontecendo?! - Atordoada, Carly esbravejou

— Relaxa Carls, eu posso explicar - Disse a loira após quebrar o abraço com Gibby, algo que com certeza não acontecia com frequência - O nerd e eu encontramos a porta aberta, por isso achamos que alguém tinha invadido o apartamento e vocês poderiam estar sendo mantidos reféns aqui, ou algo do tipo...

— Spencer! Eu falei que era pra ter fechado a porta - A morena resmungou, ainda sonolenta

— Mas eu fechei! A da geladeira... - O nomeado respondeu encolhendo os ombros, fazendo sua irmã apenas revirar os olhos

— Espera aí... Então vocês acharam que bandidos perigos e armados estavam nos mantendo reféns, e pegaram dois tacos de baseball pra usar como arma? - A redatora trouxe a tona o óbvio

— Sim - Sam e Freddie responderam em uníssono. Definitivamente, era estranho ver aqueles dois concordando em alguma coisa

— O que? Não dava tempo de encher uma meia com manteiga. Além do mais, não se esqueça que da última vez o Spencer pegou um aspirador de pó pra se defender!

— Oh sim, eu me lembro desse dia - O csi confirmou a história, parecendo estar estranhamente orgulhoso de seu feito

— Espera aí, que agora é a nossa vez. Como, e por que o Gibby está aqui? Quando Sam e eu saímos só tinha vocês dois em casa.

— Essa e fácil, eu vim buscar essa beleza aqui. - Misterioso, Gibby mostrou ao pessoal uma bolsa relativamente grande, a qual ele segurava como se tivesse em mãos a coisa mais preciosa do mundo. Bem, talvez realmente fosse. Aos olhos dele, mas era.
— Uma bolsa? - Sam indagou confusa

— É claro que não, isso seria estúpido! Eu vim buscar o que está dentro.

— Que é...?

— A réplica exata da minha cabeça! - E ali estava. O ex-gorducho tirou a réplica de sua cabeça da mala e a colocou do lado de seu rosto, imitando a expressão da mesma, apenas para tornar aquela manhã um pouco mais estranha.

— Não acredito! - A loira exclamou tentando segurar o riso

— O que?! Gibby! A quanto tempo isso isso está aqui? Aliás, e por que está aqui? - Carly indagou atônita. A morena tinha dúvidas se ela realmente queria uma resposta. Mas por via das dúvidas, a curiosidade acabou falando mais alto.

— Eu deixei aqui antes de viajar, para que eu pudesse buscar quando voltasse, duh. - Ele respondeu como se fosse óbvio

— E por que você não levou a sua "cabeça" com você?

— Por questão de segurança! Se minha avó soubesse poderia jogar fora sem o meu consentimento, eu precisava deixa-la em um lugar seguro.

— Não seria tão seguro se eu também soubesse... - A repórter investigativa murmurou

— Beleza, cara. Mas não poderia ter esperado, sei lá, pelo menos amanhecer pra aparecer aqui por esse motivo? - Spencer, que até o momento estava apenas observando, resolveu se pronunciar

— A réplica da minha cabeça e eu, somos inseparáveis. Sendo assim, quando eu tenho a oportunidade de estar com ela, eu não hesito em vir o mais rápido possível. - Orenthal declarou totalmente convicto, apenas para que quatro pares de olhares estranhos olhassem em sua direção - O que? Então eu chegar aqui de manhã cedo pra buscar a minha cabeça é estranho, mas Sam e Freddie chegarem juntos no mesmo horário e sem brigar, não é?

— Claro que não. - Os nomeados responderam em uníssono - Eu já disse pra parar de falar junto comigo, para com isso! - Sam e Freddie concordando em tudo? Não, era bom demais pra ser verdade.

— Ambas as coisas são estranhas! - Carly esbravejou novamente antes que a briga pudesse ficar mais acalorada - Mas o Gibby tem razão.

— Outra coisa estranha...

— Sam! - Freddie a repreendeu

— Por que os dois também estão aqui? Quando saíram daqui na noite passada estavam quase se matando... Oh não, precisam de ajuda para resolver alguma discussão? Porque eu juro que já me aposentei dos tempos de terapeuta.

— Não, não é nada disso, Carls. Nossas discussões agora são o menor dos nossos problemas agora. - O engenheiro respondeu, dessa vez com mais seriedade

— Wow, isso parece sério. - O Shay mais velho começou a preocupar-se

— Porque é. Temos um grande problema, e vamos precisar da ajuda de todos vocês. Vamos precisa da ajuda do Gibby também. - Sam, já igualmente séria, completou a linha de raciocínio de Freddie

— Isso! Gibbeeeh! - O nomeado vibrou - O que? Eu gosto de me sentir incluído.

— Meu Deus, mas o que houve?

— É uma looonga história... Mas pra resumir, tudo começa com um encontro fracassado, sem ofensas - A sommelier desculpou-se. Pois embora não costumasse perder nenhuma oportunidade para fazer uma piada, sabia que ainda era muito cedo - E termina com uma possível ligação com a Síndrome de Titanic.

— Então vamos pra sala, é melhor conversar lá do que em um depósito. Ah, e nós guardamos alguns tacos de macarrão, eles estão dentro do for...

— Opa, não precisa falar duas vezes! A mamãe aqui já tá descendo! - E num piscar de olhor, Sam interrompeu o Shay mais velho e desceu as escadas como um foguete em direção a cozinha

— Chá gelado com limão? - Freddie perguntou. Era um costume do grupo sempre tomar chá gelado quando tinham de lidar com uma situação difícil. E se fosse igual a noite anterior, aquela também seria uma longa manhã. E talvez, um longo dia...

— Chá gelado com muito limão! - Carly concordou ao passar pela porta, porém parou ao notar que Gibby ainda estava parado encarando sua mala

— Gibby...
 
— O que?

— Pode trazer a réplica exata da sua cabeça também...

— Gibbeeeh! - O nomeado comemorou colocando a mala debaixo do braço, e juntando-se a redatora para descer as escadas

— Mas se não quiser que a Sam dê um jeito nela em Vegas de novo, é melhor não falar sobre pedras da lua...

[...]

— Beleza, então vamos recapitular: você tinha um encontro com a Lexie Lane, uma bartender que trabalhava no Sun And Sea. Mas Lexie Lane na verdade era Jessica Hunter, irmã gêmea de Maxwell Hunter, que é o mesmo que trabalha com Michael Connor. - Concentrado, Spencer começou a enumerar todos os acontecimentos que Freddie havia contado até o momento

— Exatamente - O engenheiro concordou tomando mais um gole de seu chá

— E que o você e a Sam aparecendo aqui antes de amanhecer, tem a ver com Jessica Hunter? Aliás, por que a Jessica se passou com outra pessoa, apenas pra sair com você? E como raios o Griffin não a reconheceu?!

— Ei, ei! Relaxa cara, a gente vai chegar nessa parte. Essa é só a primeira parte da história.

— Mas eu tenho muitas perguntas!

— Então você não está sozinho, porque pode ter certeza que nós também temos. - Disse Sam ao retornar para a sala com um copo em mãos - Carls, seu chá gelado com limão.

— Sério? - A nomeada começou a encara-la de forma cética, embora a loira não fizesse ideia do que se tratava

— O que?

— Tem certeza de quem não tem nada faltando?

— Ah, foi mal, eu esqueci do gelo.

— E do limão!

— Beleza pessoal, eu voltei! - Anunciou Gibby sentando-se em um dos puffles, após finalmente conseguir um pouco do seu doce favorito

— Qual é a tua com esse doce? - A consultora gastronômica indagou levemente curiosa

— Qual é a minha? Você por acaso já começou esse doce?

— Já, muitas vezes, inclusive na nossa festa carma, lembra?

— Então você sabe que é muito bom! - O ex-gorducho respondeu parecendo estar indignado. Afinal, era um doce muito bom!

— É, é bom mesmo. - Por fim, a loira concordou meneando a cabeça

— Eu disse! - Sem dúvidas, ter razão em algo é uma das melhores sensações do mundo

— Bem, é... Acho que podemos continuar... - Freddie se pronunciou com o cenho franzido, após presenciar mais uma estranha discussão

— Sim, por favor! - O csi concordou

— Certo... Então depois que eu fui buscar o vinho na adega e a Lexie, quer dizer, a Jessica despareceu...

— Essa parte nunca perde a graça! - Gibby exclamou rindo consigo mesmo

— Gibby! - Carly o repreendeu - Se concentra no doce.

— Continuando, depois que ela desapareceu eu ainda fiquei um tempo no escritório pensando no que eu poderia ter feito de tão errado pra ela sabe, ela ter fugido daquele jeito. Foi então que eu cansei de me martirizar no escritório, e fiz o que qualquer pessoa sensata faria: fui me martirizar em um bar.

—Em um bar? Mas você tem uma adega no escritório, não precisa ir até o bar. - O Shay mais velho perguntou vagamente

— Sim, mas eu também queria umas asinhas de frango. - Freddie respondeu dando ombros

— Do Jonhson?

— Não, do Jones. O molho de pimenta de lá é muito melhor.

— Verdade. - A turma toda concordou em uníssono

— Enfim... Foi quando o inusitado aconteceu: eu estava atravessando a rua da praça, quando sem querer eu esbarrei em uma pessoa. E essa pessoa era...

— Essa pessoa era eu. - Sam se pronunciou levantando a mão direita

— Exatamente. Foi aí que começamos a discutir como sempre no meio da avenida, até que a Sam me arrastou ao Sand Castle Plaza e me convenceu a contar o que tinha acontecido.

— E desde quando a Sam começou a se importar com Freddie? - Gibson perguntou de forma inocente. Porém, aquilo já era o suficiente para iniciar uma guerra

— E desde quando você parou de se importar com seus dentes?! - A nomeada aameçou, já preparando-se para o ataque

— Ei, ei, ei! Parem vocês dois! Nada de brigas, apenas conversa! - Mais uma vez, Carly intercedeu em busca de um pouco de paz. Afinal, eles tinham coisas mais importantes para resolver naquele momento

— Isso é estranho... É assim que a Sam e eu somos? - Freddie sussurrou para a redatora, inclinando-se em sua direção

— Na maior parte do tempo, só que um pouco pior.

— Acha melhor eu resumir a história? - Ele indagou, ainda entre sussurros

— Tenho certeza! - Ela respondeu no mesmo tom

— Resumindo! - Fredward gritou, afim de conseguir novamente a atenção de todos - Depois de contar todo o ocorrido com a Lexie, e depois de muita relutância, a Sam também me convenceu a ir até o Sun And Sea, e foi aí que a coisa começou a piorar...

— O que foram fazer lá? - Gibby finalmente fez sua primeira pergunta séria

— Ver se a senhorita Lane tinha passado lá após abandonar o Freddie no altar. - Cedo demais, Sam. Cedo demais - Foi mal, de novo...

— Então, após chegarmos no...

— Ei, ei, ei! - Embora Freddie tivesse ignorado completamente o comentário anterior, ela o interrompeu - Pode deixar que a mamãe aqui vai contar essa parte da história.

— A vontade...

— Então após o nerd e eu chegarmos no Sun And Sea, o que já era aproximadamente umas... Três da manhã?

— Três horas, definitivamente. - O rei dos nerds confirmou

— Nós encontramos o Griffin em uma das mesas na entrada. E depois de ele praticamente implorar pra levar a dança do nocaute na cara, perguntamos se a Lexie havia passado por lá naquela noite. Foi então que ele disse que nenhuma Lexie Lane trabalhava por lá.

— Mas o Griffin sabe literalmente o nome de cada pessoas que trabalha lá... - A morena explanou com as sobrancelhas arqueadas

— Exatamente! Foi por isso fomos verificar se tinha alguma foto da Lexie no banco de dados, e realmente tinha. Mas ao mesmo tempo em que o Benson a identificou como Lexie Lane, o Griffin a reconheceu como sendo Jessica Hunter.

— Mas isso não faz sentido! - Spencer exclamou impaciente, visto que suas perguntas anteriores ainda nem haviam sido respondidas, e agora ele tinha mais uma porção delas

— Ah, acredite em mim, porque isso vai piorar! - Disse Freddie pegando a jarra, ele definitivamente precisava de mais chá

— Acontece que a tal Lexie Lane, ou como eu gosto de chama-la: "senhorita somebody save me" - Sim, ela definitivamente amava dizer isso - Era realmente a Jessica Hunter que havia se infiltrado no restaurante, e que já estava trabalhado lá pelos últimos três meses.

— Três meses?! Eu sei que o Grffin as vezes é pouco desligado, mas é impossível que ele não a tenha visto lá! - Naquele momento, a Shay mais nova já não estava entendo mais nada. Ela sabia que Griffin não era a pessoa mais atenciosa do mundo. Mas se tinha algo que ele realmente amava, era aquele restaurante. E para o desgosto da mesma, os seus bichinhos de pelúcia, claro.

— Isso foi por que ele realmente não a viu, na verdade ele nem sabia que ela trabalhava lá.

— Continua sendo impossível!

— Nós também achávamos isso até que a dupla dinâmica Freduccini, e Mister Pelúcia, descobriram com a ajuda de uma tal de Ana que Jessica Hunter e uma Lena Elixe, que nem sabemos se esse é o nome real dela, estavam trabalhando juntas.

— Quem é Ana?! - Carly perguntou com uma ponta de ciúmes

— Quem é Lena? - Spencer também perguntou, mas apenas por curiosidade

— Eu sou o Gibby! - Bem, Gibby realmente só queria participar

— Ana não é uma mulher, caso você esteja pensando em mata-lo! - O engenheiro naval respondeu afoito, antes pudessem dizer qualquer outra palavra, e Carly começasse a aprontar o funeral de Griffin - O que a Sam quer dizer é que como a Lexie disse que trabalhava lá como bartender, nós também pesquisamos a ficha de todos que trabalhavam lá, inclusive uma recém contratada que trabalhava lá a três meses chamada Lena Elixe. Foi o quanto o Griffin bugou o computador após literalmente ficar socando o teclado, e iniciou uma busca automática por anagramas, e não ana! Que é basicamente um conjunto de palavras formadas pelas mesmas letras. Foi quando descobrimos que Lena Elixe...

— Era uma um anagrama para Lexie Lane? Ou vice e versa... - O csi concluiu

— Bingo! Acontece que o Griffin realmente contratou a Lena, mas ela só trabalhou lá pelo por um certo período, até a Jessica assumiu o lugar dela como Lexie Lane. Só que o Griffin nunca percebeu porque a Jessica além de usar exatamente o mesmo penteado que a Lena, ela também só entrava de capacete após começar a guardar a moto nos fundos.

— Isso é insano! - O Shay mais velho ainda não conseguia aceitar tamanha conspiração - Mas isso não explica como a Jessica conseguiu se esconder por tanto tempo. Mesmo com o capacete, como o Griffin não percebeu a troca de funcionárias?

— Porque eu também não sabia sobre a troca. - E eis que de supetão, uma sexta voz surgiu naquela sala, revelando o salva vidas que tinha uma expressão tão cansada quanto Sam e Freddie

— Hey... - Carly levantou-se para cumprimentar o namorado, que respondeu com um beijo rápido

— Hey, pessoal! - Após falar com Carly, Griffin cumprimentou o resto da turma

— E aí, cara! - O ex-gorducho respondeu audivelmente

— E aí, Gibby? Cara quando chegou aqui?

— Essa manhã mesmo, acho que já faz umas duas horas. Você sabe, eu tinha que vim buscar minha cabeça. Cheguei um pouco antes da Sam e do Freddie também chegarem procurando os ladrões. - O nomeado respondeu com a maior naturalidade possível, mas a lógica era simplesmente inexistente.

— Ladrões? Buscar a cabeça dele? Aconteceu um apocalipse zumbi aqui, e eu perdi? - O proprietário o Sun and Sea indagou a atônito

— Longa história, nem queira saber... - A repórter investigativa respondeu balançando a cabeça negativamente

— Como escutou o que estávamos falando de lá do corredor? - A loira perguntou, ela estava realmente curiosa. Afinal, quais eram as chances de todos sempre chegarem na hora certa?

— Qual é, vocês não falam baixo. - Griffin respondeu sinceramente - Além do mais são os únicos malucos do prédio inteiro que estão discutindo teorias da conspiração em plena sete e meia da manhã...

— Touché... - De fato, era algo com que todos precisavam concordar

— Vejo chá gelado com limão, sinal que já sabem o quanto toda essa história é insana.

— Isso porque eles nem chegaram na parte mais assustadora ainda... - Fredward já podia ouvir o rufar dos tambores

— Faça as honras, Mister Pelúcia. Freddie e eu já contamos a maior parte, agora é sua vez.

— Falou, em que parte vocês pararam?

— Na parte em que você não sabia que a Jessica estava trabalhando no lugar na Lena.

— Oh sim, verdade... Continuando, toda vez em que um funcionário é substituído ou pede uma dispensa, eu assino uma declaração que eles entregam ao Shane, que fica responsável pelo bar. Por isso eu havia dito a ele que quando chegasse algum documento assinado por mim no bar, ele não precisaria vir confirmar, já que eu mesmo já estava ciente. Mas, eu não contava com uma coisa: a Lena não só tinha uma declaração dizendo que iria ser substituída pela Lexie, como ela também tinha a minha assinatura. Ou seja...

— Elas falsificaram a sua assinatura?! - A morena exclamou em choque

— Exatamente... O pior é que o Shane achou que eu realmente tinha assinado aquilo, por isso ele nunca tinha vindo me falar sobre a dispensa de Lena.

— Okay, agora sim isso é assustador! A quanto tempo elas estavam te observando, ou nos observando no restaurante? E se a Jessica queria sair com o Freddie, por que diabos ela precisava se infiltrar?

— Essa é a parte que nós não sabemos! Mas a Jessica provavelmente viu que vamos ao Sun And Sea com frequência, por isso seria o lugar perfeito para nos espionar, e conseguir se aproximar de mim sem levantar suspeitas.

— Certo, agora que já sabemos como a Jessica conseguiu se infiltrar, eu só quero entender uma coisa: o que essa louca queria com o Freddie? - Não, o Spencer não iria descansar até todas as suas perguntas fossem respondidas

— É aí que entra a nossa maior suspeita: como eu havia feito o jantar no escritório porque eu tinha prometido mostrar a ela alguns dos meus projetos antigos, achávamos que ela queria roubar o projeto do Purple Ship.

— Achavam?

— Sim, mas dispensamos esse hipótese quando o nerd e eu voltamos até a Past Waters para vasculhar o escritório, mas estava tudo intacto. - Sam reforçou a declaração do Benson

— Tudo? Tem certeza de que não havia nada fora do lugar?

— Absoluta, nós vasculhamos aquele lugar umas três vezes. E todas as plantas inclusive a do Purple Ship, estava exatamente no mesmo lugar onde eu deixei. Foi quando Sam e eu pegamos o milésimo táxi da noite e viemos pra cá.

— Nem me fale, acho que deixamos alguns taxistas ricos essa noite. - E naquele momento, a sommelier só conseguia pensar em quanta comida poderia ter comprado com aquele dinheiro. Maldita a hora em que ela resolveu deixar a moto na garagem

— Então eu só consigo pensar em duas coisas: o que quer que a Jessica queira ou ela já conseguiu, ou ela não vai desistir tão fácil. - O salva vidas concluiu, ainda tentando entender os eventos de horas atrás

— Mas ela não pode dar as caras tão cedo, principalmente agora que ela sabe que nós sabemos. Quer dizer, eu acho, mas é praticamente certeza.
 
— O pior é que é verdade...

— Como assim, ela já sabe? - Carly perguntou já se preparando para o pior

— Nós tínhamos arquivos que comprovavam que ela trabalhou lá, como fotos da admissão, a própria admissão da Lexie, e as filmagens das câmeras de segurança que eu consegui descarregar depois que a Sam e o Freddie foram embora. - E tirando alguns cartuchos de sua mochila, o salva vidas os distribuiu sobre a mesa de centro

— Boa, eu havia me esquecido completamente das filmagens! - Freddie exclamou animado

— Tudo bem, mas isso não quer dizer que ela já saiba que vocês sabem. Na verdade, isso é ótimo! Significa que temos provas para incrimina-la.

— É, não exatamente...

— Ah, qual é... Vai dizer que ela invadiu o computador do Griffin, e apagou todos os arquivos? - O Shay mais velho brincou, tentando soar otimista
 
— Antes fosse, pelo menos seria possível recuperar os rastros! - o engenheiro naval resmungou

— Espera, como assim?

— Assim que acessamos os dados da Lexie pelo primeira vez, estava tudo intacto. Mas quando tentamos acessa-los uma segunda vez, estava tudo criptografado com um firewall que eu simplesmente nunca vi.

— Droga, isso é ruim...

— E sinto dizer, mas também não venho trazendo boas notícias: todas as filmagens do bar também estão criptografadas. - Griffin complementou a tragédia

— Droga, isso é pior!

— Então é isso? Vamos

— E-eu não sei! Eu posso tentar dar uma outra olhada, mas não garanto nada, criptografia não é a minha especialidade. Agora se fosse programação seria bem mais fa... Ei! - Fredward gritou ao notar que estava sendo estapeado sem dó, nem piedade - Por que me bateu?

— Por que você mereceu!

— Mas eu não fiz nada!

— Exatamente! Essa é a hora em que você deveria magicamente encontrar uma solução, ou algo tipo, como em qualquer filme de ficção científica decente.

Olha, pode até ser ficção, mas tenho certeza de que não estamos em um filme...— Ele murmurou, provavelmente quebrando uma certa parede - Espera aí, eu já sei!

— Ah, finalmente! Seria uma pena de o rei dos nerds perdesse sua coroa desse jeito. - A loira exclamou de forma dramática

— Primero: Relaxa, Princesa Puckett. Porque esse cara aqui ainda vai ficar no trono por um bom tempo! E segundo, eu posso não ser um especialista em criptografia. Mas acho que conhecemos alguém que é... - Após isso, Freddie direcionou seu olhar para um certo analista que estava concentrado em seu doce, até que todos também estavam olhando na mesma direção

Alguém quer doce? - Gibby perguntou sem jeito, ao notar que todos os olhares haviam sido direcionados para ele

[...]

— E então, acha que consegue quebrar a criptografia e descompactar os arquivo? - Griffin perguntou enquanto espiava de soslaio a tela do pearbook

— A verdade? - Gibby respondeu hesitante

— Sempre a verdade.

— Eu, sinceramente não sei... Como eu disse, eu costumo proteger os sites, e não deixa-los expostos!

— Mas se você consegue fechar uma porta, também consegue fecha-la, oras. - Disse Sam como se fosse a coisa mais óbvia do mundo

— Estamos falando de sites, Sam, não de portas. - O analista respondeu com seriedade - "Portas". Dá pra acreditar nela?
 
— Metáforas, Gibson. Metáforas.

— Okay, vamos esquecer a porta! - Freddie interviu antes que a conversa perdesse o foco - Gibby, tem mesmo certeza de que não consegue? Porque, sei lá. Eu tenho a sensação de que já vi esses tipo de criptografia em algum lugar, mas ao mesmo tempo não é algo que eu me lembre de ver com frequência.

— O pior é que eu tenho a mesma sensação, Freddie. Me parece tão familiar, mas ao mesmo tempo não é o suficiente, eu preciso pelo menos encontrar um padrão razoável que sirva como base para escrever um algoritmo... Quer dizer, só se formos levar em conta que todos os números parecem estar seguindo a sequência de Fibonacci. Vejam: é sempre 2,3,5. Mas ao mesmo tempo é estranho, por que não começaram pelo 1? Deveria ser 1,1,2,3,5, e etc... Mas fazer o que, cada psicopata com sua mania. Só se quiseram usar apenas os números... - De repente, o ex-gorducho arregalou os olhos e começou a ficar eufórico, como se tivesse acabado de descobrir algo extremamente importante. E de fato, realmente era - Oh, meu Deus, é isso! Gibbeeeh!

— O que? O que encontrou? - Spencer perguntou dando um pulo do sofá

— Os números, são todos números primos! O que significa que esse tipo de criptografia só pode ser...

— Assimétrica! - O herdeiro da Past Waters concluiu igualmente entusiasmado

— Exato! E se eu não estiver errado, como temos apenas três números diferentes, só existem quatro combinações possíveis.

— Me perdi, como assim? - A loira questionou, completamente aérea ao que estava acontecendo

— A criptografia assimétrica funciona como uma chave dupla, ou uma chave tetra, se preferirem. Uma senha é pública, e a outra privada, ao passo que ambas servem para funções opostas: uma é usada para ecriptar os arquivos, e a outra para descriptografar. Sendo a chave para liberar os arquivos, sempre o resultado de um número primo multiplicado pelo outro, que eu acredito ser um dos que aparecem na tela.

— Como pode achar que o mundo foi realmente preto e branco em 1950, e ter se tornado um analista de segurança de informação? - O cientista forense estava completamente embasbacado. Afinal, não importa quantos anos se passassem: ver o Gibby dizendo coisas inteligentes sempre seria algo estranho, talvez até mais estranho do que as coisas que ele dizia normalmente

— Como pode ter colocado fogo acidentalmente no apartamento dezoito vezes, e ter se tornado um cientista forense? - O nomeado revidou, fazendo com que todos os demais colocassem a mão sobre a boca para esconder o riso

— Touché!

— Então, vai conseguir descomprimir os arquivos? - Dessa vez, foi Carly quem trouxe o assunto de volta ao foco

— É isso o que vamos ver agora... - Naquele momento, todos estavam a tela cheios de expectativa, enquanto o analista digitava rapidamente os algoritmos que ele havia escrito - E, Gibbeeeh! - O mesmo gritou exultante ao ver que várias pastas começaram a surgir em degrade

— "Gibbeeeh"? - A sommelier questionou em um tom de provocação, apenas para não perder o costume

— O que? As pessoas gritam Eureca quando descobrem algo importante, eu grito meu nome.

— Percebi, muito original... - Ela zombou com um revirar de olhos

— Esqueçam isso, olhem! - Fredward exclamou empolgado ao notar que todas as pastas estavam desbloqueadas

— São as filmagens?

— As proprias! - Griffin confirmou

— Gibby, você é um gênio! - A loira declarou em choque, dessa vez com total sinceridade - Wow, eu achei que nunca diria isso na minha vida!

— Valey, Sam! - O nomeado retribuiu com um sorriso - Sabe o que dizem: duas cabeças pensam melhor do que uma! - Sim, e a réplica exata da cabeça do Gibby ataca novamente!

— É, falei cedo demais...

— Gibby, consegue acelerar as imagens?

— Claro. 64x?

— Não, melhor 32x. Vai ser muito melhor se pudermos ver os rostos com nitidez. - O salva vidas explanou

— Essas são as filmagens do bar? - A redatora indagou esperançosa

— Sim, todas elas.

— E por que a Jessica não aparece em nenhuma?

— Boa pergunta, até agora eu também não vi a Lena...

— Parece que as imagens estão editadas, mas eu não tenho certeza, essa parte eu não entendo. Freddie?

— Deixa comigo, eu só preciso analisar os frames. - Rapidamente, o rei dos nerds colocou o pearbook em seu colo e começou a reproduzir a filmagem em slow motion no sala de edição. Após alguns minutos torturantes de espera, ele devolveu o notebook para Gibby com uma expressão totalmente irritada - Definitivamente, essas imagens sofreram algumas alterações. É como se tivessem editado os pixels, só que que foi algo tão bem feito que é impossível ver a olho nu.

— Espera, todas essas filmagens são de dia! - O proprietário do Sun e Sea trouxe a bomba a tona, ao notar que a iluminação do bar era sempre a mesma

— Oh droga, e o turno da Lexie era noturno!

— Sim! Ela, ou elas, entravam sempre no vespertino.

— Então porque raios se deram ao trabalho de criptografar algo que não tem nada para incrimina-la?! - A Shay mais nova gritou começando a ficar impaciente. Pois por mais que parecesse que estavam chegando a terra firme, eles continuavam nadando em círculos. Ou melhor, em um mesmo círculo vicioso.

— Oh não, não, não. Isso é ruim... - Gibson começou a murmurar com um ar de desespero

— O que? O que foi? - Sam também já estava começando a ficar exaltada

— Eu acabei de encontrar outra pasta de arquivos criptografados.

— As gravações noturnas?

— Provavelmente, mas essa não é a pior parte.

— Então qual é? Fala logo, Gibby!

— Eu não posso descompactar esses outros arquivos, por que fui eu quem acabei de criptografa-los.

— O que?! - Todos exclamaram em uníssono
 
— Cara, como você fez isso? - Freddie exigiu, completamente cético

— Freddie, qual é o tipo mais inviolável de criptografia assimétrica que existe?

— A RSA. Por que?

— Acontece que em nenhum momento estávamos usando a chave privada. E sim a pública. Então a partir do momento que eu usei a chave publica para descompactar a primeira pasta...

— Você automaticamente criptografou a segunda?!

— Sim! - Gibby confirmou o que engenheiro temia - E o pior é que se eu usei a chave dela, é bem provável que eu tenha enviado os arquivos em que ela aparece, para própria Jessica!

— Droga, isso era uma armadilha o tempo todo! Ela queria que usássemos a chave dela!

— Mas qual é o objetivo de tudo isso? Eu não consigo entender!

— É tão inteligente que chega a ser ridículo, Carls. Digamos que nós, a Jessica, e qualquer outra pessoa também tenha usado a chave dela. A partir do momento que alguém usa uma chave criptografada para enviar um arquivo, o endereço de IP também fica criptografado. Então caso alguém queira rastrear o remente, vai ser impossível, porque ambos os endereços foram usados para enviar.

— Eu não posso acreditar! Como ela sabia que iríamos fazer isso? Como ela pode estar sempre um passo a frente?

— Eu não faço ideia. Mas seja a própria a Jessica, ou qualquer outra pessoa que esteja fazendo isso pra ela, eu tenho certeza que essa pessoa é uma grande jogadora de xadrez.

— Xadrez? O que isso tem a ver? Benson, não é hora de promover os seus jogos sem graça... - A consultora gastronômica já estava pronta para dar outra rodada especial da dança do nocaute

— Não, não é isso! Um bom jogador de xadrez sempre sabe que jogada fazer, porque no xadrez você só ganha se souber exatamente qual é a próxima jogada do seu oponente. Então seja qual for a próxima jogada da Jessica, ela provavelmente já imagina que movimento vamos fazer agora.
 
— Isso é um absurdo! Não podem nos manipular desse jeito! Gibby, você não consegue descobrir qual é essa tal chave privada?

— Desculpe, Carls. Mas é praticamente impossível. Pra isso eu teria que fatorar os componentes primos, que são literalmente todos os números que podem ser divididos por um, ou por ele mesmo, até descobrir qual combinação é a correta. Principalmente se for um número muito grande, fatora-lo pode durar anos. E na pior da hipóteses, pode ser algo que jamais vamos descobrir.

— Principalmente se estiverem gerando novas senhas automaticamente...

— Freddie murmurou novamente, como se dar mais uma má notícia em voz alta pudesse fazer toda a situação desabar

— Espera, isso é realmente possível? - Spencer, que passou a maior parte do tempo matutando algumas teorias, indagou com descrença. Pois por incrível que pareça, assim como o Gibby o Shay mais velho também era estupidamente inteligente, embora o lado estúpido geralmente falasse mais alto. Mas infelizmente, seus conhecimento forense não ajudaria muito nessa situação.

— Totalmente. A chave pública é uma só, mas sobre a chave privada o dono tem controle absoluto, é algo inviolável.

— Desculpe, pessoal. Eu fiz o que pude. - O ex-gorducho desculpou-se, completamente cabisbaixo

— Não foi sua culpa, Gibby. Você foi incrível. - Carly o consolou

— Finalmente, alguém além da minha mãe me acha incrível!

— Então é isso? Vamos simplesmente ficar de braços cruzados esperando algo acontecer? - Naquele momento, Griffin também já havia perdido as estribeiras. Todavia, não era pra menos.

— É claro que não! Precisamos retaliar!

— Mas, como ter vantagem sobre alguém que sabe todos os seus passos?

— Fazendo uma curva no caminho. - Freddie exclamou levantando a sobrancelha direita, gesto que o mesmo sempre fazia quando tinha uma boa ideia.

— Espera, como assim?

— Vou adiantar o lançamento do Purple Ship. - Disse ele completamente determinado

— Wow, é sério? - Perguntou Sam que assim como os outros, havia sido pega de surpresa

— Com certeza. Não podemos processa-la, e não temos como saber exatamente o que a Jessica queria comigo. Mas se ela pretende fazer alguma coisa contra o Purple Ship, adiantar o lançamento com certeza vai atrapalhar o plano dela.

— Eu concordo, Freddinho. Com certeza vai ser uma manobra arriscada pra Past Waters, mas ao mesmo tempo irá desestabiliza-los, acredito que vale o risco... Eu apenas não consigo relacionar como Jessica Hunter pode estar relacionada com a Síndrome de Titanic, se é que realmente existe uma relação.

— O csi trouxe a tona um assunto importantíssimo que ainda não havia sido discutido
 
— Síndrome de Titanic? Então vocês acreditam que Jessica Hunter pode realmente estar por trás de todos os naufrágios? Se isso for verdade, é algo bem sério. - A repórter investiga contemplou, com certeza absorta em meio a tantas teorias

— Sério? Vindo de uma mulher que se infiltrou em um restaurante apenas para nos espionar meticulosamente durante três meses, não duvido nada. - Samantha cuspiu as palavras com desprezo

— E é isso o que vamos descobrir na sexta feira. Quer dizer, eu espero.

— O que tem na sexta? - Gibby, que estava alheio sobre o plano mais recente da gangue, perguntou

— A chegada do Silver Star. - Freddie respondeu
 
— O navio?

— Exatamente, por isso vamos até lá ficar observando em tempo real se algum míssil vai ser disparado. Um criminoso sempre espera que a polícia vá até a cena após um crime ser cometido, mas ele nunca espera que a polícia chegue antes do crime acontecer. Então se encontrarmos uma localização, encontramos também um culpado.

— Então todos vocês vão literalmente correr em direção a uma explosão?

— Não parecia tão perigoso na primeira vez que falamos sobre isso, mas, é isso aí. É a única chance que temos.

— Isso é loucura! Quanta coisa eu perdi enquanto estava na cada da minha avó? Da próxima vez me mandem pelo menos um cartão me atualizando com as novidades.

— Pessoal, eu sei que parece loucura, mas eu realmente acredito que esse seja o nosso Oásis.

— Oásis? - Spencer questionou

— Sim! Porque, querendo ou não, estamos lidando uma conspiração de alto grau, e esse com certeza é um momento difícil. Mas ao mesmo tempo, os oásis são conhecidos por brotarem nas regiões mais áridas, onde alguém jamais acreditaria conseguir um pouco de água e comida. Metaforicamente falando, essa pode ser apenas uma miragem desesperada na minha mente. Mas eu tenho certeza que se finalmente conseguirmos uma pista decisiva, esse será o nosso Oásis no meio de um deserto incertezas .

— Falou bonito, cara. - O analista meneou a cabeça positivamente em apoio - Que horas vocês vão ao porto na sexta?

— Os navios sempre chegam após o almoço, então acredito que vamos pra lá por volta de meio dia. Por que?

— Beleza, tô dentro.

— Mas existe um grande detalhe, Gibby. Não podemos contar a ninguém, por isso estamos indo por conta própria.

— Mas não vão chamar mais atenção desse jeito?

— É por isso que para não levantarmos suspeitas, a Carly vai gravar uma entrevista exclusiva para a Minute News, promovendo uma campanha ecológica que a Past Waters vai lançar em conjunto com a Crime Scene Lab. Griffin e Sam vão dirigir as lanchas, Spencer e um amigo dele, o biólogo marinho Ryan Turner, vão expor um vazamento tóxico no mar que descobrimos recentemente, e eu vou patrocinar a campanha em nome da Past Waters. E como você já trabalha na Minute News, acredito que não vai ser um problema te encaixar nessa empreitada. - Freddie sugeriu, enquanto o resto do pessoal concordava com a cabeça - Só que se surgir algum problema, estamos completamente sozinhos.

— Tá brincando? É óbvio que eu vou mesmo assim! Na loucura ou no juízo, o Gibby sempre vai estar com vocês. - Afinal, independentemente de ser uma pessoa muito exótica, ou não, se tinha uma coisa que Gibby era, e sempre seria, era uma pessoa fiel aos seus amigos

— Então é isso aí, em busca do nosso oásis! - O engenheiro propôs um brinde com seu copo de chá gela


— Em busca do nosso oásis! - Todos exclamaram em uníssono
— Bem, agora que eu também já faço parte do plano, vou tomar um banho antes do café da manhã. - E as bizarrices de Orenthal estavam de volta

— Cara, apenas, por que?

— E por que não? - Ele respondeu com sua lógica sempre questionável

— Beleza, vai nessa. - O Shay mais velho respondeu com um encolher de ombros

— E quanto a mim, me acordem faltando duas horas para a sexta feira. - Sem pensar duas vezes, Sam se jogou no sofá para finalmente ter seus merecido descanso. E meus amigos, um coisa era certa: ninguém a tiraria dali, a menos que a mesma quisesse

— Eu vou fazer alguns waffles, alguém se habilita? - Carly perguntou enquanto se dirigia em direção a cozinha

— Atualizando, me acordem faltando dois minutos para os waffles estarem prontos! - A loira retificou com um único fio de voz

— Eu pego o suco. - Griffin se prontificou

— Eu pego os copos. - Freddie o seguiu

— Esperem aí, eu também já vou ajudar! - O Shay mais velho também se levantou para ir em direção a cozinha. Porém, parou assim que viu que seu reality show favorito havia acabado de começar - Olha, celebridades debaixo d'agua. - E inconscientemente, ele tornou a sentar-se no puff

— Pessoal, vocês viram aonde eu deixei minha cabeça? - De repente, um Gibby enrolado em uma toalha de patinhos, e com o cabelo em forma de moicano graças ao shampoo, surgiu na sala surpreendendo a todos

— Eu me faço a mesma pergunta a anos. - Sam murmurou ainda de olhos fechados

— Achei que estivesse dormindo.

— E eu achei que você estivesse tomando banho.

— Eu vou, assim que eu pegar minha cabeça.

— Cara, pra que precisa da cabeça pra tomar banho? - Fredward perguntou diretamente da cozinha, embora o mesmo tivesse medo da resposta

— Pra passar shampoo no cabelo dele, duh.

— Ele acabou de chamar a cabeça de "ele"? - O engenheiro indagou de forma retórica para Carly, que apenas respondeu com um longo suspiro para mais um momento de estranheza - Vou pegar o chantilly, essa vai ser uma looonga manhã... - E realmente, Fredward Benson estava certo. Não apenas sobre aquela manhã, aquele de fato seria um longo dia. Mas também, sobre as circunstâncias em que os oásis se formam...

Por serem localizados em regiões desérticas, os oásis são formados quando fortes ventos deslocam grandes quantidades de areia, fazendo com que o lençol freático se torne exposto. Dessa forma, a água encontra um caminho para superfície entre as fendas de rochas típicas do deserto, que também são formadas pelo próprio vento. E eis que como um feixe de esperança para alguém desesperado, o oásis não apenas mata a sede de uma pessoa sedenta, mas também lava a sua alma.

E sem dúvidas, a gangue de amigos não só estava no deserto, como estava completamente perdida nele. Seja enfrentando as tempestades de areia, suportando as temperaturas extremas as quais eram expostos, ou tornando-se alvos fáceis dos saqueadores de plantão. Um oásis era exatamente o que eles precisavam, porém chegar até ele não seria algo tão fácil. Pois como diz Augusto Curry: Ninguém é digno do oásis, se não aprender a atravessar seus desertos.

Não obstante, o quão bom seria se encontrar um refrigério, fosse apenas uma dádiva para os dignos. Pois os saqueadores também tem sede, e precisam se manter hidratados para continuar a caça pelos andarilhos que apenas almejam sobreviver. Sendo assim, o maior problema não é quem irá avistar o oásis primeiro, mas o fato de que todos podem acha-lo. Porque permanente ou não, quando um oásis é encontrado, todos tem a oportunidade de beber da sua água.

 

[...]
 

*Quarta Feira, Nove Horas Da Manhã, Centro de Miami Beach*

Apenas pelo fato de surgirem no meio do deserto, os oásis em si já são uma parte curiosa da natureza. Entretanto, ainda existem outras curiosidades que os rodeiam: embora sejam lagos que surjam em locais atípicos, alguns Oásis são habitados por peixes, principalmente por uma espécie conhecida como Jacundá.

O Jacundá é um peixe de água doce que costuma viver perto de rochas. Sendo assim, quando a água do lençol freático atravessa através das fendas para o superfície, o Jacundá também faz o mesmo. Sendo um peixe carnívoro, o Jacundá se alimenta principalmente de peixes de porte pequeno, e outras criaturas marinhas que tenham o tamanho inferior ao dele. Porém, embora seja inofensivo para os seres humanos, e até sirva de alimento para eles, não se engane: O Jacundá nada na mesma água que mata a sua sede. Desse modo, cuidado! Ele pode não causar ferimentos sérios, mas isso não significa que ele não possa morder.

— Hey, Lexie! Ou deveria dizer, futura senhora Benson? - Divertido, Maxwell Hunter exclamou ao abrir a porta para sua irmã

— Não enche, Max, essa foi uma longa noite. Além do mais, até que o Benson é um cara legal, ele tem bom gosto pra vinhos. - Respondeu ela indiferente

— Aham, sei. - Ele zombou. Mas ao ver que não houve resposta, arregalou os olhos em espanto - Não, tá falando sério? Qual é, Jesse. Não vale se apaixonar pelo nosso inimigo.

— O que? Me apaixo... Não! Seu idiota! - Ela exclamou escandalizada empurrando o acionista, enquanto o mesmo ria copiosamente - Ele é um cara legal porque é fácil conseguir tirar dele qualquer coisa que quiser. Sério, dá até pena. Eu já vi muita gente ingênua nesse mundo, mas o Fredward com certeza é uma nova espécie de trouxa!

— Então conseguiu a parada?

— Sério, Maxwell? Eu sou uma Hunter.

— E os Hunter sempre jogam pra vencer. - Os irmãos disseram em uníssono

— E esse é o nosso passe pra linha de chegada. - Disse ela estendendo a mão com algumas folhas grampeadas

— Que beleza! - Max concluiu boquiaberto enquanto folheava as plantas - O Connor vai se amarrar nisso aqui.

— Hum, Connor. Ele deveria se ajoelhar diante de nós, isso sim. Se não fosse pela nossa família, ele não seria nada. E sabe o que é pior? Ele é quem sempre leva o crédito.

— Achei que não gostasse de aparecer.

— Não mesmo, você se sai muito melhor sendo o rosto da situação.

— Awn, valeu mana! Achei nunca ia admitir que eu sou o mais bonito. - Vaidoso, Maxwell respondeu em um tom convencido

— Cala a boca, Max! - Jessica respondeu impaciente, porém bem humorada - Mas bem que você poderia fazer os trabalhos internos, pra variar. Não sabe o quão chato foi ter que ficar rodeando o Benson esse tempo todo.

— Eu até poderia. Mas por mais que eu seja um partidão eu não acho que faço o tipo do Benson, e ele com certeza não faz o meu!

— Ah, e eu faço? - Indagou a também acionista na defensiva

— Bem, vocês gastavam horas e horas em uma galáxia muito, muito distante falando sobre seus planos de entrarem para os Vingadores, então...

—Mais uma palavra, e nós vamos saber que as suas luvas autografadas pelo Jackson Colt sabem voar...

— O que? Não!

— Ah, quem é o nerd agora? - Dessa vez Jesse é quem estava rindo como se não houvesse amanhã, ao notar o ataque de histeria que seu irmão estava tendo ao ver que suas preciosas luvas de boxe corriam perigo

— Eu coleciono artigos esportivos, isso é muito diferente!

— Aham, claro... Enfim, só espero que o Michael continue nos tratando com o devido valor que merecemos.

— Acha que ele tentaria nos passar a perna? Já trabalhamos juntos faz muitos anos, nunca tivemos problemas.

— Nunca tivemos problemas, é verdade. Mas sabe o que dizem, não é? Todos querem a coroa, e aquele que é rei fará de tudo para continuar sendo.

— Então acha que deveríamos pular fora?

— Também não. Como você disse da última vez, nós merecemos herdar aquela empresa. Além do mais, Connor deve muito ao nossos pais, ele não chegaria aonde chegou se não fosse por eles. Sendo assim, ele também nos deve.

— Nossos pais. Fizeram tudo o que fizeram por nós, e veja o que ganharam com isso...

— Mas nós vemos tira-los de lá! Estamos fazendo isso não apenas por nós, mas por eles também. Mas eu confesso que seria mais fácil se eles estivessem conosco nisso, e em todo o resto...

— É só questão de tempo, Jesse. Nós somos caçadores, e já encurralamos nossa presa. Agora só nos resta atacar.

— É assim que eu gosto! Falando nisso, quando vamos nos encontrar com o Michael? Precisamos resolver isso antes do lançamento do Purple Ship.

— Eu já falei com ele, Connor teve que fazer uma viagem de última hora pra visitar alguns compradores. Então, nos encontraremos com ele na sexta.

— Como assim, já falou com ele? - Ela indagou confusa

— Ah, eu esqueci de falar, eu falei com ele antes de você chegar.

— Ficou louco?! E se eu não tivesse conseguido as plantas?

— Qual é, Jess. Eu sei que você sempre consegue o que quer, e dessa vez não seria diferente.

— Oh, então se é assim, sabe o eu quero beber agora?

— Que tal um café? Já que o sol praticamente acabou de nascer.

— Sério? - Jessica perguntou cética

— Mas é claro que não, eu sei exatamente o que você quer. - E indo em direção a sua adega pessoal, o braço direito de Michael Connor retornou com uma garrafa em mãos, e duas taças - Só que hoje eu tenho algo melhor: Au Paradis. Ou como eu gosto de dizer, "paraíso engarrafado".

— Wow, isso é fantástico! - Ela exclamou após saborear o primeiro gole - Parabéns, Max. Até que você que você tem bom gosto.

— Fazer o que, acho que é de família. - Maxwell concordou enquanto compartilhava um sorriso

— Também acho que essa é uma ótima forma de comemorarmos nossa conquista, agora que temos o Purple Ship em nossas mãos. E em breve, a reputação da Past Waters não passará de uma mera lembrança saudosa.

— Oh sim, isso é como sombra e água fresca para mim no meio do deserto!

Ao nosso oásis?— Ela propôs um brinde

Ao nosso oásis. - E as taças bateram...


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Notas finais do capítulo

E então, pessoal?

Gostaram? Odiaram? Estão curiosos?

Deixem seus comentários dizendo o que estão achando, eu irei amar respondê-los! :D

Esse capítulo fez referência a alguns episódio de ICarly como "ISaw Him First", "ILost My Head In Vegas", "IOpen A Restaurant", e etc.

Oh sim, e agora o porquê de eu ter pedido para vocês virem aqui:
Eu sei que estou um pouco atrasada, mas só pouquinho (tipo algumas semanas, Haha'). Mas recentemente fez dez anos que o episódio piloto de ICarly foi exibido. DEZ FREAKING ANOS! Gente, eu tinha 9 anos quando ICarly passou pela primeira vez, me sinto velha agora Huehuehue

E por isso, eu fiz uma resenha especial no meu blog em homenagem aos 10 anos de ICarly, que vem trazendo 20 lições de vida que nós pudemos aprender com aquela turma. Então se tiverem interesse em ler, me mandem um mp que eu passarei o link. Eu sou legal, eu prometo. (Quer dizer, eu acho kkkkk)

Até o próximo capítulo! :D



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