Stefan
— Só um minuto, vou pegar o casaco
Eu nao acredito que realmente depois de tanto tempo, eu realmente estava voltando para Mystic Falls. Enzo e Elena já estavam no carro esperando, quando fui pegar o casaco vi a foto da Catherine e eu em cima do criado mudo. Hesitei, mas peguei e levei comigo. A viagem foi em silencio, nenhum de nós tínhamos o que conversar. No caminho mandei mensagem para o Damon "Estou indo para Mystic Falls, depois te ligo". Não sei o que meu irmão iria pensar sobre eu voltar para casa, ele mesmo havia me dito que não queria mais pisar em MF. Se bem que estava bem bêbado e fazia exatamente um ano que Cath havia morrido. O pior dia da minha vida.
Quando chegamos a recepção não foi nada calorosa, Bonnie desviou o caminho para não me cumprimentar, Alaric não se mexeu e Caroline ficou me encarando de longe. Apenas as únicas pessoas que gostaram de me ver, eram os únicos motivos de eu ter voltado
— Tio Stefan!
Damon
Enquanto me arrumava, recebi uma mensagem do Stefan, imaginei que isso aconteceria, eles não procurariam apenas um de nós, mas não pensei que fosse tão rápido. Respondi com um "Nos vemos lá" e ele apenas mandou um emoticon que não faço ideia o que significa. Arrumei minhas bolsas, quando foi pegar algumas blusas uma caixa caiu de baixo delas, apenas pelo barulho, lembrei o que era. Peguei a pequena caixa preta e deixei a luz do brilhante viajar pelo quarto, eu havia comprado essa aliança no momento em que Alice tinha me dado esperança de acordar Elena. Não queria mais perder tempo, então me casaria assim que ela se levantasse. Mas depois que acordou, tivemos tantos problemas e momentos ruins, depois Caro ficou noiva e ela me mataria se pedisse a Elena em casamento, depois Elena e Stefan se beijaram, e a minha decisão apenas foi se arrastando. Hoje não faço ideia se um dia a usarei.
Fechei a caixa e coloquei no fundo da mala, entrei no carro e dirigi rápido até Mystic Falls. Assim que cheguei, Stefan estava no jardim com as meninas, conversando enquanto eu senti de longe a negação de nossa presença vindo ironicamente de dentro da NOSSA casa. Ri por causa desse paradoxo e fui em direção a eles, as meninas pularam em meu pescoço e sentei ao lado do meu irmão. Ficamos durante horas ouvindo as duas contarem sobre seus sonhos ou passeios que fizeram, realmente haviam puxado a mãe. E essa era única coisa que me fazia falta nesse lugar, a Josie e a Lizzie.
Depois de um tempo sentados lá fora, Caroline nos chamou para conversar. Assim que passamos pela porta percebemos a reunião de "família" que fizeram.
— Nós queremos esclarecer algumas coisas
Antes que Caroline começasse a falar, Stefan se intrometeu com aquele sorriso maldoso e sarcástico
— Não, eu vou esclarecer algumas coisas. Eu nao voltei para essa família, não estou aqui para ser tratado como um estranho na minha própria casa, então façam o favor de não encherem o saco
Caroline não pareceu gostar
— Não se tornasse um assassino e então nao te trataríamos como um estranho
— O que eu faço da minha vida é problema apenas meu, voltei para ajudar com as suas filhas e apenas isso
Ele virou as costas e foi em direção as escadas, eu deixei um riso abafado escapar e completei
— Faço as dele as minhas palavras
Fui em direção aos quartos, mas o Stefan se virou para falar mais uma coisa
— Ah e se arrumem, assim que os problemas da J e da L se resolverem, vou passar essa casa para o nome de uma amiga, ninguém mais mora aqui sem o meu consentimento
Eu ri e apenas segui o caminho para o quarto, esses dias seriam longos
Caroline
— Eu não consigo acreditar que eles vieram para fazer isso
— Pelo menos disseram que vão ajudar
Encarei o Alaric e percebi que realmente estava irritada com ele, sem nem saber o motivo
— O que foi?
Tudo que saia da boca dele me incomodava, fechei os olhos e balancei a cabeça
— Nada. Estou estressada
Senti meu celular tocar, era o Niklaus
— Alô
— Olá amor
— O que é Klaus?
— Chegaremos ao anoitecer, espero que tenhamos aposentos
Respirei fundo
— É claro, vocês encontraram a bruxa?
— Tecnicamente Elijah já a conhecia
Me despedi e enchi os pulmões de ar, saber que encontraria o Klaus a noite, me fez sentir coisas estranhas
Bonnie
Não sai do meu quarto desde que os dois chegaram, quero distancia tanto do Stefan como do Damon. Um pouco depois Enzo veio até mim
— Oi, posso?
Eu não respondi continuei mexendo nos papéis na minha frente, que na verdade nem estava lendo. Ele se aproximou e tentou me beijar, virei o rosto e fingi estar concentrada nos feitiços
— Ainda esta brava?
— Com que? Com o fato de você ter me deixado sozinha para viajar com a Elena a procura de pessoas que não queriam ser encontradas? Não, imagina
— Não gosto quando você é irônica
Ele sentou na cama e eu levantei o rosto para encara-lo
— E eu nao gosto de ser ignorada
— Eu nao te ignorei
— Você decidiu ajudar a Elena ao invés de me ajudar a procurar a cura ou até mesmo algo que ajudasse as meninas
— Você tambem queria encontrar o Damon
— Até ele me dizer que não queria ser encontrado
Ele ficou em silencio e eu continuei, mas dessa vez eu senti uma raiva muito grande dentro de mim, minha visão escureceu, apenas senti dor de cabeça e não ouvia as palavras que saiam da minha boca
— Voces nao entendem? Stefan e Damon Salvatore são dois meninos mimados, sempre que perdem alguma coisa ficam chorando, lamentando ou fazendo mal as pessoas. Eles merecem morrer, sozinhos
Assim que todas as palavras saíram, senti um alivio no peito, mas uma dor profunda na cabeça
— Esta tudo bem? Sua voz ficou estranha
— Eu nem ouvi o que eu disse
— Sério?
Esfreguei os olhos
— Estou cansada, você pode me deixar sozinha por favor
— Mas...
Eu o interrompi
— Enzo, por favor
Ele me encarou e então se levantou, fechando a porta atrás de si. Me levantei e fui ao banheiro lavar o rosto, quando me encarei no espelho vi um mulher atrás de mim, pulei de susto e olhei para atrás, mas não havia ninguém. O que é que estava acontecendo?
Elena
Esta ficando tarde, Klaus estava prestes a chegar, não me senti bem com essa noticia, mas depois de tudo nao poderia negar isso a Caroline. Quando ela mais precisou de ajuda com as meninas, eu nao estava aqui. E sim correndo atrás de um vampiro sem sentimento nenhum por mim, digo isso tanto do Damon quanto o Stefan. Acho que o que dói mais, é saber que o Stefan não sente nada porque ele desligou, mas o Damon não sente, porque acabou, ele não desligou, apenas parou de sentir o que um dia sentiu por mim. Meu coração estava em estilhaços e não era momento de chamar atenção para mim.
Elijah
— Já falei que não gosto dessa cidade?
— Umas dez vezes nesse minuto Niklaus
Minha pequena Ella pulou entre os bancos e falou alto, mas com aquela voz doce e animada
— Você não gosta por ter vivido aqui ou porque perdeu algumas paixões nesse lugar?
Niklaus não a olhou, mas me encarou que estava na volante
— Eu vou mata-la, já lhe falei
Ella sorriu alegremente e se jogou no banco de trás
— Você precisa ser mais aberto Niklaus
— Você leu meus pensamentos, já deveria estar morta
— Mas não estou
— Porque meu irmão nao me permite
— Sejamos sinceros, você tambem gosta de mim
Niklaus balançou a cabeça impacientemente e senti os dedos de Ella em minha cabeça, sorri pelo retrovisor e então fui avisado por ela que tínhamos chegado. Mais uma vez Nik quis provoca-la
— Como sabe se nunca pôs os pés nessa cidade?
— Eu conheço todos os lugares pequeno híbrido
Ela voou para fora do carro assim que parei e Niklaus se virou para mim
— Controle-a, ou não me sentirei mal por fazer comer a própria língua
— Sejamos sinceros Niklaus, se você conseguisse já teria feito
Saí do carro e vi Ella correndo para a Mansão Salvatore, daquele jeito saltitante e estranho dela. Niklaus estava explodindo de raiva pelo que eu disse, mas não deixava de ser verdade. Ella era uma das mais poderosas bruxas do mundo, digamos que não é um original que vai acabar com os 800 anos de vida dela.
Assim que nos aproximamos ela bateu na porta, com os cotovelos na cintura e as mãos com os dedos mexendo o tempo todo, a cabeça balançava de um lado ao outro e seus pés ficavam inquietos. Caroline nos atendeu, a primeiro momento pareceu feliz ao nos ver, mas assim que encarou Ella, criou-se um receio
— Olá
Ella sorriu e nem esperou ser sem convidada, entrou na casa e começou a analisar cada canto da sala. Assim que nos aproximamos dela, ouvimos mais uma vez sua voz saltitante e serelepe
— Ocorreram muitas mortes aqui!
Caroline assentiu um tanto quanto assustada, ela se aproximou do Niklaus e falou perto de seu ouvido
— Eu pedi para trazer uma bruxa e não uma maluca
Niklaus riu e no momento que pensou em explicar, Ella começou a falar novamente. Eu apenas coloquei minhas mãos nos bolsos e admirei minha peque na musa fazer seu trabalho
Ella
— Sim, eu posso ser maluca, mas sou a única que pode ajudar suas bruxinhas
Minha mente estava a um milhão, haviam tantas almas naquele lugar, andando e percorrendo todo o espaço. Algumas passavam por mim e até me cumprimentavam, mas existiam tão antigas ali que já estavam atormentadas demais. Essa garota me olhava como se fosse algo sobrenatural, o que na verdade eu sou, mas ela tambem é. Então nao entendo
— Tudo bem, como você vai começar
— Primeiro preciso que todos que moram nessa casa estejam aqui
— Não pode ser apenas eu, meu marido e as meninas?
Eu sorri e saltitei até ela
— Preciso de todos que tenham alguma conexão com suas filhas, isso irá ajudar
Ela respirou fundo e foi chamar a todos, com a demora corri pela casa. Libertei alguns fantasmas e quando estava flutuando sob a casa ouvi alguém falando sobre mim na  sala
— Mas onde ela esta?
Fechei os olhos e voltei a sala, era um rapaz moreno e alto perguntando sobre mim
— Estou aqui
A garota loira riu do susto que seu amigo tomou, quando apareci em sua frente
— Estão todos aqui, e agora?
Respirei fundo e percorri a sala com os olhos, assim que parei na outra bruxa senti meus ossos formigarem
— Nós temos uma Bennett aqui
Ela estranhou eu a reconhecer e eu apenas sorri, comecei a saltitar para todos os lados explicando o que iria acontecer
— Primeiro, meu nome é Ella. Sou uma bruxa de 800 anos cuja a maior função é treinar pequenos bruxos. Sou muito velha e conheço muita coisa, mas não trabalho sem conhecer com quem convivo. Durante essa semana estarei viajando por suas mentes, dois por dia, para vocês se prepararem e eu para absolver todas as informações. Tudo certo?
Um rapaz loiro na escada me encarou sério
— E se não aceitarmos?
— Bem, eu posso força-lo ou apenas ver quando esta dormindo... Mas eu sei que você nao vai negar já que sabe que estou aqui para ajudar as pequenas
Ele respirou fundo e voltou a sentar, eu girei sob a ponta do pé e apontei para uma garota e um homem
— Elena e Alaric, são os primeiros
Estiquei a mão os esperando, Elena não demorou muito e chegou na minha frente segurando minha mãos, quando fui fechar os olhos ela me fez uma pergunta
— Isso dói?
Eu abri um sorriso ainda maior ( como se fosse possível )
— Eu apenas verei a verdade, e a verdade é libertadora. Ela NUNCA machuca