Mandy Mellark (Hiatus) escrita por Paty Everllark


Capítulo 3
O anão de jardim e a girafa de salto 15


Notas iniciais do capítulo

Oie genteee! estou um pouquinho atrasada né? Perdoem-me please, minha internet resolveu não colaborar.
Quero agradecer aos comentários nos capítulos anteriores, e os novos acompanhamentos, sejam muito bem vindos, em especial a Gabi Mellark, que deixou um recadinho bem fofo em MM, obrigada querida, dedico este capitulo a você.
Ps; Mais uma vez me desculpem pelos erros, e espero que gostem do capitulo.



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Depois de subir dez andares pelas escadas, chegar ao meu destino esbaforido e levar um baita de um esporro pelo meu atraso, adivinha!  Fui sorteado para fazer o teste com a morena do lamborghini, aquilo só podia ser castigo divino. A garota se achava surtando desde que foi informada pela equipe de produção que teríamos que reproduzir uma cena romântica com direito a beijos calientes e caricias um pouco mais... Digamos... Ousadas.

Pior que a morena surtando era ter que aturar os gritos histéricos de Cressida.  A diretora responsável pelo teste de elenco. 

— Corta. Corta. Corta...  Pela enésima vez, corta. Que mal eu fiz ao Ser supremo para ter de lidar com esses dois principiantes... Vou explicar novamente, talvez dessa forma possam me compreender.

 Seus gritos ecoavam no set de filmagem pela sexta vez.  A mulher de cabelos loiros raspado na lateral onde se localizava uma tatuagem floral era também uma das mais conhecidas e bem sucedidas diretoras de cinema da Capital.  Qualquer ator novato se mataria com um tiro na cabeça só para ter a oportunidade de trabalhar com ela. 

—Lindinha este loirinho ao seu lado é o homem da sua vida, seu príncipe encantado – Suspirou aparentando cansaço.

— Você sonhou com ele sua vida inteira, não vê a hora de o cara te pegar de jeito e te beijar como nunca foi beijada por nenhum homem antes dele, capicce?  – A morena fez um bico infantil.

—E o senhor queridinho – Apontou o indicador para meu rosto.

— Entenda de uma vez por todas!  Esta completamente,  absurdamente,  loucamente, inegavelmente apaixonado por essa garota aqui – Indicou a Everdeen.

— Ela é a mulher mais linda que você já contemplou.   Você daria tudo para poder beija-la e tê-la em seus braços. então... Beije-a! Beije-a! Beije-a! – vociferou. Depois respirou fundo e continuou.   

— Nem sei se conjuguei o verbo da maneira correta... Aff! Senhor dê-me só um tiquinho mais de paciência, serei uma boa menina prometo, amém— A mulher era louca com certeza.

—Em fim, um beijo, uma mão aqui, outra mão ali, eu não estou pedindo muito, estou? É algo tão difícil assim? Tenho certeza que já fizeram isso antes...  Seus atores amadores. Andem logo com isso meu tempo é muito valioso para perdê-lo com vocês.

Ok, confesso. O último o grito que a louca dispensou me estremeceu até o dedão do pé. Já tinha entendido o que era para fazer. Cressida não podia ser mais objetiva em suas colocações, o problema todo se chamava Katniss Everdeen – Que garotinha difícil–, toda vez que me aproximava dela para lhe beijar ela fechava a boca e se afastava como se eu tivesse alguma doença contagiosa. Aquilo já estava me deixando completamente irritado e impaciente, e era apenas o ensaio.

— Eu recuso-me a beijar esse anão de jardim, me arrume outro cara, porque ele eu não beijo – Fez birra.

Se a matasse seguramente seria preso. Fato. Pela quarta vez ela havia se referido a mim como anão de jardim.  Minha lista de coisas para fazer antes de morrer estava só crescendo.  Décimo segundo item da lista: matar a marrentinha com requintes de crueldade, afinal nossa diferença de altura nem era tanta, ninguém notaria se ela não estivesse usando saltos enormes, nem sei como conseguia se equilibrar sobre eles.

— Se essa... Girafa de salto quinze pudesse ao menos colaborar comigo, ficaria tudo bem mais fácil – reclamei em contrapartida.

Era incrível como a 'talzinha conseguia despertar o homem de Neandertal que nem sabia que existia dentro de mim. Nunca fui um cara rude, pelo contrário fui escoteiro quando criança e ainda guardava a essência de tudo que aprendi com eles.  Sempre tratei muito bem as pessoas, principalmente as mulheres.  Mesmo não tendo muita sorte com elas, entretanto algo naquela morena de olhos cinza me fazia esquecer totalmente os princípios básicos da boa educação e me tornar um troglodita de carteirinha.

— Vocês dois ainda não conseguiram assimilar que estão me fazendo perder um tempo preciosíssimo com tamanha falta de seriedade... Tudo bem se acalme Cressida, respira... respira... – disse para si mesmo. A diretora massageava as têmporas enquanto tentava inutilmente manter a calma.

— Castor, Messala, em suas posições, por favor, vamos ver se conseguimos acabar isso ainda hoje.

— Antes de tentarmos mais uma vez eu poderia ter um minutinho a sós com ela, eu prometo ser breve? – sugeri como última tentativa de ter êxito no teste.

— Eu Não tenho nada para falar com você, seu grosso. – A morena disse e eu a fuzilei com o olhar, ela simplesmente deu de ombros e ficou de braços cruzados me encarando com cara de poucos amigos.

— Tudo bem senhor Odair. Contudo, essa será a derradeira chance que darei aos dois, se não colaborarem fazendo tudo direitinho como manda o script, tocarei o casalzinho para fora do meu paraíso particular, e cuidarei pessoalmente para que jamais consigam fazer outro teste de elenco na carreira de vocês. Entenderam ou precisarei desenhar?

Exaltou-se mais uma vez.  Sem pensar muito puxei a morena pelo pulso arrastando-a sem um pingo de delicadeza para fora do set de filmagem. Meu Pai! Tinha sucumbido aos meus instintos primitivos.

— Olha aqui garota, acredito que queira se dar bem neste teste tanto quanto eu, resumindo preciso de você e você precisa de mim.   Sei que começamos mal, me desculpa, agora deixa te explicarei uma coisa; Essa é a oportunidade com a qual sonhei minha vida inteira.  E, ela não será arruinada por uma filhinha de papai riquinha e mimada como a senhorita, esta me entendendo? Então faça o que veio fazer aqui e a gente nunca mais se vê. Eu fico feliz, você fica feliz, a diretora fica feliz, todo mundo fica feliz, simples assim. 

A Everdeen lançou-me um olhar revoltado. Ok, aquele jeito de olhar foi bem assustador! Recuei um passo e soltei seu pulso.

— Você não sabe nada sobre mim sua miniatura de homem feito, porém não precisa se preocupar “gostosão” porque tem razão em duas coisinhas. Nesse momento precisamos realmente um do outro, e quando isso tudo terminar não nos veremos nunca mais. 

Deu-me as costas como resposta e retornou ao set sem dizer mais nenhuma palavra. Segui atrás dela deveras arrependido por mais uma sessão de grosseria destinada a garota. Ponto para você Peeta Odair Abernathy Mellark esta apto para trabalhar no filme Jurassic Park.

— Ah que bom que minhas estrelinhas resolveram voltar. Será que agora poderemos gravar o teste meus lindinhos? – Cressida perguntou debochada.

— Sim senhorita. Estamos prontos.

Katniss respondeu seca e nos encaminhamos para nossas marcas no cenário.  O lugar possuía uma cama de casal, uma penteadeira com um grande espelho e uma cadeira, a cena que iríamos reproduzir se tratava da primeira vez de Josh e Jennifer, um casal de adolescente apaixonados. Não entendi muito bem qual a relevância desta cena de romance para um filme de ação como o poderoso chefão, mas não ousei externar meus pensamentos.

— Senhorita Everdeen sente-se aqui, e o Senhor Odair permanecerá ali próximo à porta, depois que iniciarmos a gravação é só os dois seguirem o roteiro, tudo bem? – A diretora nos orientou.

Estávamos caracterizados como nossas personagens desde que entramos no set, só precisaríamos retirar os roupões, fui para a minha marca e uma das assistentes foi preparar a morena para a cena, a mulher pediu que Katniss tirasse os sapatos, depois arrumou seus cabelos, e mandou-a se livrar  também do roupão.  Por um segundo fiquei paralisado onde me encontrava.

 Por baixo do roupão ela vestia uma camisola preta com uma leve transparência em lugares estratégicos, impossível não notar o quanto o corpo daquela marrentinha era perfeito.

— O que foi anão? Nunca viu uma mulher de camisola?  – Cruzou os braços tentando esconder os seios deixando-me sem graça, já que estava com os olhos fixos neles.

— É- é c-claro que já vi – gaguejei. Se lhe dissesse a verdade ela gargalharia na minha cara. A assistente que ajudou a morena passou por mim e ajeitou meu cabelo, tirei o roupão e lhe entreguei ficando apenas com uma calça de moletom e os meus sapatos.

— Tudo certo, será que podemos gravar agora? – Cressida nos perguntou. Sinalizei com o polegar e minha companheira de cena fez o mesmo.

—Em suas marcas, e 1,2,3,  gravando.

Aproximei-me de Katniss encarando-a através do espelho e enquanto ela escovava os longos fios negros retribuía meu olhar de forma provocante.  Observei-a com atenção, pele cor de oliva, seios fartos, embora fosse magra. Nossa! E que olhos lindos, Ah se ela não fosse tão irritante! Pensei.

Juntei-me  a ela que deixou a escova na penteadeira e se pôs de pé ainda de frente para o espelho e de costa para mim, meu coração parou uma batida.

Ual! Um pensamento veio instantaneamente em minha cabeça. Que espetáculo de mulher.  Peeta realmente você é um imbecil, como pode ser tão rude com uma mulher como ela.

—Jennifer... Eu te amo.

Abracei-a por trás e tirei seu cabelo do pescoço, Katniss se arrepiou ao meu toque, logo  estava com os olhos fechados, beijei seu pescoço com leveza. O aroma de flores que ela exalava invadiu meus sentidos de forma tão intensa e  inebriante que esqueci por alguns instantes onde eu estava. Não me lembrava de minhas falas, nem das dela, o maldito roteiro foi para o espaço, perdi totalmente o foco.

— Você é tão linda.

Virei-a delicadamente e ela continuou com os olhos fechados, aquilo não estava no roteiro, a garota deveria olhar-me  e falar alguma coisa, depois nos encaminharíamos até a cama e a beijaria, mas ela não disse nada.

  Peeta o texto. O texto. Lembre-se do texto!  Aquele corpo, aquela boca entreaberta, a respiração um tanto ofegante, seus olhos fechados. Droga o que estava escrito no maldito roteiro? Não conseguia lembrar, minha cabeça era só confusão, a imagem dela de olhos fechado só me fazia desejar passar logo para a parte do beijo.

  Coloquei a mão direita em sua nuca enquanto com a outra tocava suavemente sua cintura, ela abriu os olhos e me encarou, puxei-a para mais perto ainda sustentando o olhar fixo ao dela, inclinei meu corpo para frente e capturei seus lábios de forma lenta e paciente. A princípio ela se enrijeceu, mas não se afastou como das outras vezes, pelo contrário, foi fechando os olhos e se entregando até nossos corpos se colarem, também fechei os meus  ao sentir o calor que sua pele irradiava, logo  seus braços trêmulos envolveram meu pescoço.

Apertei-a com mais urgência e saboreei o beijo.  Nunca havia me sentido daquela maneira ao beijar uma garota. 

Peeta é atuação, é atuação, vocês são atores e estão só atuando, tentei mandar aquele comando para o meu cérebro, porém a sensação de ter aquela morena em meus braços ia além da atuação, eu estava ficando realmente louco com aquele beijo e com ela correspondendo da mesma forma.

— Mas que droga, vocês estão surdos.  Estou à meia hora dizendo que já chega.  Corta. Quando eu digo que é para cortar é pra parar de fazer o que estão fazendo.  Temos um roteiro para seguir, não gosto de improvisos no meu set. Saiam daqui agora seus amadores.

Por uns instantes não consegui perceber o que estava acontecendo o beijo da morena me deixou fora de órbita, ela também estava em silêncio tocando os lábios e me olhando com os olhos arregalados, parecia tão atordoada quanto eu, o que havia acontecido ali?

 Cressida continuou nos xingando de tudo quanto foi palavrão possível.  Disse-nos que a fizemos perder seu tempo conosco, e nos prometeu, que cuidaria pessoalmente para que não conseguíssemos fazer nem em mil anos um teste de elenco em outro estúdio, nem mesmo se fosse para participar de comercial de fraudas geriátricas.

Katniss ainda ficou um tempo me olhando desnorteada, depois saiu do set de gravação correndo. Não sei o que deu em mim, deveria conversar com a diretora, afinal o filme era minha oportunidade de realizar meu sonho, todavia só queria ir atrás da marrentinha, e foi o que eu fiz, entretanto algumas pessoas trazendo araras repletas de roupas vieram ao meu encontro no corredor, impedindo-me de alcança-la.

—Ei moça você precisa deixar o figurino.

 Uma mulher que estavam no corredor ainda gritou para ela que não deu ouvidos, Katniss já estava de posse da sua bolsa e corria para o elevador só de camisola.

— Você também rapaz.

 A mulher segurou meu braço e impediu-me de continuar seguindo-a. Quando consegui finalmente me desvencilhar da mulher e chegar ao elevador, era tarde demais as portas  estavam se fechando, contudo ainda pude vê-la, só que dessa vez ela não me dirigiu um sorriso maligno, ou um tchauzinho debochado, tinha algo diferente em seu olhar, algo que eu não saberia explicar, mas como eu queria entender.


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Notas finais do capítulo

Meninas sei que muitas de vocês devem estar estranhando o fato do Peeta ser baixinho nesta fic, mais pensem na Mandy Mellark bem baixinha e delicada que vão acabar se acostumando com esse mero detalhezinho, rsrs, e quanto ao sobre nome também, o Peeta é Odair e a Mandy é Mellark, dããã! rsrsrs. Espero que realmente tenham gostado do capítulo e perdoem-me mais eu adoro clichês.
Ah!!! e só mais uma coisinha, deixem seus comentários, criticas construtivas, sugestões e etc. Tudo isso é muito importante para mim. Bjs, e tenham uma ótima e abençoada semana.